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A IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE E EXAME FÍSICO PARA O LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS PRECISAS

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Aluna: Emanuela Rosa de Oliveira
Curso: Medicina
Período: 2°
Turma: 9
Docente: Maurício
Disciplina: Introdução à Prática Médica II
Valor: 1,0
A IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE E EXAME FÍSICO PARA O LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS PRECISAS
 Primeiramente, precisamos entender que a anamnese é o pilar central da prática médica e até hoje não foi possível a criação de nenhum programa capaz de substituí-la. Um fato interessante é que, antigamente, sem o suporte de exames complementares, o sucesso de um diagnóstico dependia unicamente do médico e sua habilidade no exame clínico (anamnese e exame físico). Nesse cenário surgiu a expressão em que para elogiar os bons médicos falavam que ele tinha um “olho clínico” apurado. Atualmente, essa sensibilidade ainda é muito requisitada e necessária nos consultórios e hospitais, pois apenas um médico consciente do valor das informações recolhidas durante a anamnese é capaz de correlacionar com precisão os dados clínicos com os laudos dos exames complementares e tirar daí um diagnóstico com alta credibilidade. Vale ressaltar, que a anamnese tem como funções: servir como base para a formulação de hipóteses diagnósticas; estabelecer uma boa relação médico-paciente; e promover a tomada de decisões clínicas que vão otimizar o tempo e os recursos do profissional e cliente. 
 Segundamente, é necessário esclarecer que a anamnese é apenas um componente fundamental do exame clínico, o outro componente, também muito importante, é o exame físico. O primeiro engloba a identificação; queixa principal; história da doença atual; interrogatório sintomatológico; antecedentes pessoais e familiares; hábitos de vida; e condições socioeconômicas e culturais. Já o segundo pode ser dividido em: exame físico geral; e exame dos órgãos ou sistemas. Dessa forma, o médico possui duas grandes esferas de análise que se complementam e proporcianam maior eficácia no raciocínio diagnóstico. O livro de semiologia médica do Celmo Porto traz que vários estudos  revelam  que  a  margem  de  acertos diagnósticos depende fundamentalmente da qualidade da anamnese, a qual corresponde de 80 a 85% dos acertos. O exame físico contribui com 8 a 10%; sendo que os exames complementares colaboram apenas com uma pequena parcela.
 Tudo no exame clínico é milimetricamente planejado para obter todas as informações necessárias para a tomada de decisões médicas de maneira assertiva. Por exemplo, durante a coleta de dados na anamnese e exame físico já se formam padrões do que provavelmente está acomentendo o paciente. De forma geral, busca-se coletar:
· Na anamnese:
· Identificação: nome completo do paciente; endereço completo, inclusive com o telefone; idade, pois existem certas doenças que incidem com maior freqüência em determinadas faixas etárias; estado civil; sexo, há patologias que acometem mais um sexo; cor, encontram-se algumas afecções mais comuns de acordo com a etnia; profissão, pode predispor o indivíduo a dadas doenças; e procedência, pela existência de zonas endêmicas ou epidêmicas de determinadas moléstias.
· Queixa principal: motivo fundamental que levou o paciente à consulta
· História da doença atual: histórico completo e detalhado de queixa apresentada em toda sua evolução temporal e sintomatológica. É a parte mais importante da anamnese.
· História médica: todas as doenças de caráter sistêmico que acometeram o paciente desde o nascimento até a data atual.
· Antecedentes familiares: busca de uma eventual doença herdada ou com tendência familiar.
· Hábitos de vida: pesquisa dos costumes do paciente, por exemplo consumo de álcool, tabaco ou outras drogas, sedentarismo, alimentação, etc, que podem contribuir para determinadas moléstias.
· No exame físico:
· Busca por sinais da doença pelo uso das manobras de inspeção, palpação, percussão, auscultação e o olfato.
 O diagnóstico é um propósito imperativo a ser alcançado pelo profissional e pode ser definido como uma série de procedimentos de ordem intelectual e operacional através dos quais se obtém uma resposta (entidade nosológica) a um determinado problema clínico. Alguns fatores contribuem para a realização do diagnóstico correto, como conhecimento médico, obtenção competente e valorizável de dados, registros organizados, tempo necessário para a obtenção de um excelente prontuário médico, capacidade de integrar dados, lista dos achados em ordem de importância e significância e a transdução linguística semiótica, uso racional e criterioso de exames complementares, busca do diagnóstico conclusivo e revisão desse quando o processo clínico não atende às expectativas, avaliando os novos dados positivos. Acresenta-se que o médico deve trabalhar no diagnóstico de uma única doença que possa explicar todas as queixas do paciente e os resultados do exame físico, no entanto, pessoas idosas normalmente apresentam três ou mais doenças. Dessa maneira, retira-se mais uma importância de conhecer muito bem as condições do paciente para um melhor aproveiramento dos dados coletados no exame clínico para a conclusão diagnóstica.
 Uma questão a ser colocada, é que o processo de raciocínio clínico é baseado muito mais em possibilidades do que em certezas. Portanto, todas as partes de análise e coleta de dados devem ser extremamente bem feitas para não culminar em uma terapêutica inadequada prejudicial ao paciente. Acrescenta-se, também, que os exames complementares sem uma lógica empregada para interpretar e correlacionar os resultados com a realidade do cliente não valem de nada. Da mesma forma, pedir uma série de exames complementares para suprir um exame clínico mal feito não passa de um desperdício de recursos e tempo do médico e, principalmente, paciente. Assim, a perícia diagnóstica depende na maior parte do lado humano da medicina, pois exige um raciocínio lógico, mas também abstrato, precisa da intuição (raciocínio analógico), experiência, vivência e as emoções que permeiam a relação entre o médico e seu paciente e isso os computadores ainda não podem simular.

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