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1/2 para reproduzir esse valor. Seu mais-trabalho aumenta, por isso,
de 2 1/2 horas e a mais-valia por ele produzida, de 1 para 3 xelins.
O capitalista que aplica o modo de produção aperfeiçoado apropria-se
portanto de maior parte da jornada de trabalho para o mais-trabalho
do que os demais capitalistas no mesmo ramo. Ele faz individualmente
o que o capital, na produção da mais-valia relativa, faz em conjunto.
Mas, por outro lado, aquela mais-valia extra desaparece tão logo se
generaliza o novo modo de produção, pois com isso a diferença entre
o valor individual das mercadorias produzidas mais baratas e seu valor
social se desvanece. A mesma lei da determinação do valor pelo tempo
de trabalho, que se fez sentir ao capitalista com o novo método na
forma de ter que vender sua mercadoria abaixo de seu valor social,
impele seus competidores, como lei coercitiva da concorrência, a aplicar
o novo modo de produção.590 Portanto, o processo inteiro só afeta fi-
nalmente a taxa geral de mais-valia se o aumento da força produtiva
do trabalho atingiu ramos de produção, portanto barateou mercadorias,
que entram no círculo dos meios de subsistência necessários e conse-
qüentemente constituem elementos do valor da força de trabalho.
O valor das mercadorias está na razão inversa da força produtiva
do trabalho. Do mesmo modo, por ser determinado por valores de mer-
cadorias, o valor da força de trabalho. A mais-valia relativa, ao con-
trário, está na razão direta da força produtiva do trabalho. Sobe com
força produtiva em aumento e cai com força produtiva em queda. Per-
manecendo inalterado o valor do dinheiro, uma jornada de trabalho
social média de 12 horas produz sempre o mesmo produto-valor de 6
xelins, qualquer que seja a distribuição dessa soma de valor entre
equivalente do valor da força de trabalho e mais-valia. Mas, se em
conseqüência do aumento da força produtiva cair o valor dos meios
diários de subsistência e, por isso, o valor diário da força de trabalho
de 5 xelins para 3, a mais-valia aumentará de 1 xelim para 3. Para
reproduzir o valor da força de trabalho eram necessárias 10 horas de
trabalho e agora bastam 6. Quatro horas de trabalho foram liberadas
e podem ser anexadas ao domínio do mais-trabalho. Por isso, é impulso
imanente e tendência constante do capital aumentar a força produtiva
do trabalho para baratear a mercadoria e, mediante o barateamento
da mercadoria, baratear o próprio trabalhador.591
MARX
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590 "Se meu vizinho pode vender barato por produzir muito com pouco trabalho, tenho de
tratar de vender tão barato quanto ele. Desse modo, cada arte, cada procedimento ou cada
máquina que consegue trabalhar com menor número de mãos e conseqüentemente mais
barato provoca nos outros uma espécie de coerção e uma competição, seja para aplicar a
mesma arte, o mesmo procedimento ou a mesma máquina, seja para inventar algo seme-
lhante, a fim de que todos fiquem no mesmo nível e ninguém possa vender por menor
preço do que seu vizinho." (The Advantages of the East India Trade to England. Londres,
1720. p. 67.)
591 "Qualquer que seja a proporção em que se diminuam as despesas de um trabalhador, seu
salário diminuirá na mesma proporção quando, ao mesmo tempo, são eliminadas as res-

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