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Sistemas de pastejo e subdivisão de pastagens Bárbara Pereira Christofaro Silva Manejo de Pastagens ➔ objetiva melhorar a distribuição da produção forrageira durante o ano → diminuir a estacionalidade da produção ➔ manter a pastagem produtiva por muitos anos → longevidade/ perenidade ➔ garantir a sustentabilidade da pastagem → manejo racional Métodos de Pastejo ➔ existem diferentes métodos para o manejo de pastagens Os métodos de pastejo mais usuais são a lotação contínua, lotação alternada e a lotação rotativa (rotacionada). Manejo de Pastagens 1) Lotação contínua (Pastejo contínuo) ➢Presença contínua de animais numa pastagem ➢Animais executam naturalmente uma rotatividade em relação a uma unidade de planta ➢Não ocorre defoliação (pastejo) da planta de uma só vez ➔ menos de 50% do tecido vegetal é consumido de cada vez ➢ O método de pastejo com lotação contínua é o mais comumente utilizado em nossas condições. ➢ Geralmente é praticado sem planejamento e sem controle ➔ gera enormes flutuações na produção dos animais durante o ano ➢ Realizado com caráter extrativista ➔ sem a reposição de nutrientes ➢ Pouca atenção é dada à taxa de lotação (nº UA/ha)→ excesso de animais por área por períodos prolongados (superpastejo) ➢ Superpastejo → provoca o enfraquecimento da vegetação → presença de invasoras, compactação do solo, erosão etc... → degradação da pastagem e do solo Benefícios do método de lotação contínua: ☺ menor investimento em cercas e aguadas ☺ exige menor número de decisões de manejo ☺ melhor desempenho/animal → escolha das melhores partes das plantas → animal faz seleção durante o pastejo ingerindo as partes mais nutritivas Práticas Recomendadas para aumentar a eficiência do pastejo contínuo e a produção animal/ha: ➢taxas de lotação adequadas à produção de forragem ➢adubação das pastagens ➢introdução de espécies forrageiras sumais produtivas ➢distribuição de aguadas, cochos e sombra na pastagem ➢práticas de limpeza de pastagens ➢suplementação volumosa para época seca → silagem, feno, capineiras, cana... É Fundamental: ✓Respeitar a capacidade de produção da pastagem ➔ adição ou retirada de animais conforme a produção do pasto ➔ manipulação da taxa de lotação ➔ carga animal variável ou fazer a suplementação volumosa Princípio prático para o manejo de pastagens: ➔ a altura das plantas → correlacionada com a disponibilidade de forragem ➔ Para cada espécie existe uma altura mínima recomendada Especificações de alturas para pastejo contínuo variam com as espécies e com a época do ano Ex: capim marandu → manter o pasto entre 25 e 50 cm capim tanzânia → manter o pasto entre 40 e 80 cm braquiaria humidicola → manter o pasto entre 15 e 25 cm • Conflito: O pasto precisa manter área foliar para continuar crescendo, e as folhas são consumidas pelos animais. • Este conflito torna-se mais evidente em pastagens mantidas sob lotação contínua → controlar a taxa de lotação Eficiência da utilização de forragem em lotação contínua é de + ou - 50% (proporção de forragem que é colhida antes da senescência) → apenas a metade do pasto produzido é consumido pelos animais... LOTAÇÃO CONTÍNUA 2. Pastejo com lotação alternada Pastagem dividida em 2 áreas → animais pastejam numa área enquanto a outra se recupera 3. Pastejo com Lotação Rotativa (rotacionado) • Se caracteriza pela divisão da pastagem em piquetes e pela mudança frequente e periódica dos animais de um piquete para outro dentro da mesma pastagem Lotação rotativa (rotacionada) • Para implantação de sistemas de pastejo rotacionado torna-se necessário um bom planejamento para que se tenha eficiência Lotação rotativa (rotacionada) Principais vantagens da lotação rotacionada: • aumento da taxa de lotação → maior controle da lotação e da qualidade da forragem • distribuição mais uniforme dos excrementos nos piquetes • oportunidade de conservação de mais forragem e maior tempo de utilização da forragem • pastejo com mais de um grupo de animais (categorias diferentes) • O número de piquetes de cada pastagem será função do período de descanso (PD) e do período de ocupação (PO), que pode ser obtido pela equação: • Número de piquetes (NP) = PD + X (nº de categorias animal) PO O número de subdivisões pode variar de 3 a 47 O período de ocupação deve ser de curta duração, de um a três dias, para garantir melhor rebrota das plantas e facilitar o controle da lotação e do resíduo da pastagem • Adotar período de descanso suficiente para a completa recuperação do pasto → altura das plantas • O período de descanso deve variar com o local, ano e época do ano, e depender dos componentes de crescimento que sofrem a interação dos fatores edafoclimáticos (fertilidade do solo, luz, temperatura e umidade...). • O período de descanso varia conforme a espécie forrageira, visando obter melhor equilíbrio entre produção e qualidade da forragem • Para gado de leite o período de ocupação deve ser no máximo de 3 dias... • Tamanho do piquete: depende no nº de animais, da produção e consumo de forragem e do período de ocupação do piquete AP = no de animais x área/animal (m2) x dias de ocupação Considerando um lote de 50 animais, 100 m2 por animal e 3 dias de ocupação teremos: • Área do piquete = 50 animais X 100 m2/animal X 3 dias; • Área do piquete = 15.000 m2 = 1,5 ha. • O tamanho total da área a ser formada dependerá da lotação (nº de animais/ha) que esta poderá comportar, dado que será conhecido posteriormente, com o uso e observação da área. • Sugere-se calcular, a priori, com base em 5 UA/ha, ou seja, 1 hectare para cada 5 animais adultos • Com nº elevado de animais instalar bebedouros e saleiros em todas as subdivisões, com capacidade de 40 L de água para cada animal por dia • Acesso à sombra → conforto térmico e bem-estar animal → melhora o desempenho animal • Construção de "áreas de lazer" ou "área de descanso", que são comuns a todos os pastos ou piquetes de um módulo através de um corredor, ou na divisão de quatro pastos • Nestas áreas instalar a fonte de água, os saleiros e sombra. • As divisões dos pastos ou piquetes devem ser feitas com cercas elétricas, pois o custo de implantação tem sido 5 a 10 vezes mais baixo quando comparado com o custo para a implantação de cercas convencionais • Primeiro faz o plantio, depois divide os piquetes Implantação do pastejo rotacionado Considerações Finais • A produção de carne ou leite nos diferentes métodos de pastejo poderá ser satisfatória e semelhante em qualquer sistema se houver quantidade e qualidade de forragem • A espécie forrageira e o tipo de animal são determinantes para a viabilidade do sistema • A altura mínima do pasto deve ser respeitada para garantir a rebrota e a manutenção da produção • Fazer a reposição dos nutrientes extraídos do solo
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