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Disfunção do organismo. É o estudo da doença CONCEITOS BÁSICOS Lesões: qualquer alteração funcional e estrutural que ocorre nos tecidos Patogenia: sequência de eventos que ocorre em uma determinada doença Etiologia: causa da doença ÁREAS DA PATOLOGIA • Patologia geral • Patologia experimental – de cultura de célula • Patologia especial – focada em cada sistema do organismo • Patologia comparada – compara com outros animais • Patologia cirúrgica PATOLOGIA GERAL Composta pelos processos: • Degeneração – adaptação, lesão, morte celular • Inflamação e Reparo • Distúrbios Circulatórios • Alterações de Crescimento e da Diferenciação Celular DEGENERAÇÃO Homeostasia: capacidade do organismo de se manter em equilíbrio Quando uma célula recebe um estímulo de baixa intensidade, a resposta desenvolvida será adaptação. Se o estímulo nocivo for de alta intensidade, ou a célula não conseguir sofrer adaptação, a resposta produzida será a lesão. Caso o estímulo seja leve e transitório, a lesão será reversível. Nessas lesões, as células produzem alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, e não desenvolvem uma nova homeostasia. Se o estímulo for intenso e progressivo, a lesão será irreversível. Os fatores que determinam a lesão são: grau de intensidade da agressão, tipo tecidual envolvido, e o tempo de exposição. A lesão irreversível pode seguir 2 caminhos: necrose ou apoptose. Na necrose ocorre a morte de uma grande população de células de forma desprogramada e descontrolada. Na apoptose ocorre a morte de uma ou poucas células de forma controlada e programada. Natureza do Estímulo Nocivo Estímulos fisiológicos alterados • Aguda e transitória/ progressiva e grave: redução de oxigênio, lesão química (picada de cobra), infecção microbiana • Crônica: alterações metabólicas, genéticas ou adquiridas As alterações microscópicas irão se refletir em alterações macroscópicas ADAPTAÇÃO As células criam uma nova homeostasia. Tem alteração reversível no tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica e fisiológica em resposta a alterações ambientais. Essa adaptação pode ser encontrada em: hipertrofia, hiperplasia, atrofia, metaplasia. Hipertrofia Ocorre o aumento do tamanho das células, que resulta no aumento do órgão. As células possuem um sensor de estiramento que detectam aumento de carga. Substâncias antagonistas, como hormônios, se ligam em receptores celulares. Os receptores de estiramento quando estimulados junto a hormônios e fatores de crescimento, induz a transdução de sinais dentro das células, e estimulam o aumento da produção de proteínas contráteis. Dessa forma, a célula melhora seu desempenho mecânico. Porém a célula precisa crescer, e faz isso a partir da secreção de fatores de crescimento, que de forma autócrina induzem a expansão da superfície da membrana plasmática. Hiperplasia Aumento do número de células de um órgão ou tecido, resultando em um aumento da massa. Está associada a células que possuem capacidade mitótica - não é observada em tecidos nervosos (neurônios), fibra muscular estriada esquelética e cardíaca. É dividida em Fisiológica e Patológica Hiperplasia Fisiológica Pode ser hiperplasia hormonal, que aumento a capacidade funcional de um tecido, ou hiperplasia compensatória, quando aumenta massa do tecido após lesão ou ressecção parcial (ex: hepatoctemia) Hiperplasia Patológica Excesso de hormônios ou fatores de crescimento (ex: hiperplasia prostática; hiperplasia endometrial, quando há a proliferação das células do endométrio no próprio útero). Infecções virais – genes virais e células infectadas produzem fatores de crescimento que estimulam a proliferação celular (ex: papilomavírus) Atrofia Diminuição do estímulo que reflete na diminuição do tamanho e número de células, então ela pode ser numérica, que diminui o número de células, ou volumétrica, quando há a diminuição do volume das células. Pode ser fisiológica ou patológica Fisiológica Ex: atrofia de estruturas embrionárias; do útero pós parto Patológica – local ou generalizada • Redução da carga de trabalho; • Perda da inervação • Diminuição do suprimento sanguíneo – atrofia senil • Nutrição – desnutrição protéico-calórica (marasmo); caquexia • Perda de estimulação endócrina • Pressão Metaplasia Alteração reversível onde um tecido celular é substituído por outro mais resistente, sempre da mesma origem. Ex: cálculos nos ductos excretores das glândulas salivares, pâncreas ou ductos biliares LESÃO CELULAR O que gera essas lesões são: hipóxia; agentes físicos; agentes químicos e drogas; agentes infecciosos; reações imunológicas; alterações genéticas; desequilíbrio nutricional. Degeneração Vacuolar Quando se tem esse quadro, as funções das células diminuem enquanto a lesão permanece. Em dado momento começam a aparecer alterações bioquímicas que, quando ultrapassam as capacidades funcionais da célula, indicam uma lesão irreversível A lesão reversível se caracteriza pela presença de vacúolos intracitoplasmáticos (dentro da célula), pela preservação da membrana plasmática e do núcleo celular – Manifestação morfológica Lesões passam a ser irreversíveis quando o núcleo não se preserva Degeneração Glicogênica Células que estocam glicogênio – como os hepatócitos Vacúolo sem coloração; pra confirmar essa degeneração, é necessária a utilização do corante PAS (ácidoperiódico de Shiff), que mostra o glicogênio – não cora com HE Glicose no sangue ⟶ fígado (começa a estocar glicogênio dentro dos hepatócitos). Ex: diabetes melito Degeneração Hidrópica Vacúolos sem coloração, contendo H2O em seu interior Falhas na bomba sódio-potássio fazem com que o sódio fique acumulado no interior da célula. Este acúmulo aumenta a osmolaridade e a entrada de água na célula por osmose. A água se acumula no citoplasma em vacúolos. – Acontece porque a bomba precisa ganhar ATP, se as células na fabricam ATP, a bomba não funciona. 60% do ATP produzido é usado pra fazer a bomba funcionar Degeneração Hialina Vacúolos com proteínas em seu interior. O glomérulo não filtra essas proteínas, e as células ficam com excesso, fazendo com que as proteínas se acumulem nos vacúolos. É comum em doenças renais Vacúolos ficam fortemente corados pela eosina Degeneração Gordurosa Acontece em células não adipócitas. Vacúolos sem coloração, com gordura em seu interior Esteatose: tem que fixar por congelamento e cortar no criostato. Usar o corante denominado Suddam Black, que cora a gordura em tons de preto Características Citoplasmáticas • Sempre patológica • Resposta tecidual exuberante • Desnaturação protéica + alterações nucleares – aumento da acidofilia tecidual pela eosina • Eventos bioquímicos intracelulares • Manifestação morfológica de necrose – cerca de 6 horas • Aspecto vítreo • Perde ou comprometimento dos limites celulares NECROSE As células que morrem por necrose possuem um aspecto vítreo. Na necrose ocorre a perda ou comprometimento dos limites celulares. Pra caracterizar populações de células necróticas, se deve procurar: • Aumento da acidofilia tecidual • Aspecto vítreo • Perda dos limites celulares • Alterações nucleares Entre os eventos bioquímicos que ocorrem com a célula, a queda do pH citoplasmático desencadeia em sequência: • Picnose: condensação da cromatina decorrente a queda do pH • Cariorexis: fragmentação do núcleo com a ruptura da cromatina e perda da carioteca • Cariólise: influxo de Ca2+ ativa grupos enzimáticos que dissolvem a cromatina. Se observa a imagem negativa do núcleo Tipos de Necrose Depende do tipo de tecido envolvido, causa e manifestação • Necrose de coagulação • Necrose de liquefação • Necrose caseosa • EsteatonecroseNecrose de Coagulação todos os tecidos, exceto no tecido nervoso Etiologia: 90% isquemia / hipoxia; 10% insultos infecciosos e tóxicos Tem preservação da arquitetura tecidual Em necroses mais tardias, o tecido passa de pálido pra hemorrágico. A necrose acomete primeiro o parênquima e depois os vasos Macroscopicamente: palidez do tecido e arquitetura preservada - Palidez caracteriza infarto Microscopicamente: aumento da acidofilia, perda de limites celulares, preservação do arcabouço tecidual Necrose de Liquefação Tecido Nervoso Etiologia: isquemia tecidual; inflamação bacteriana com infiltrado de neutrófilos. O tecido se liquefaz Tecido nervoso em insultos isquêmicos → excesso de lisossomos em neurônios. Tecidos associados a infiltrado leucocitário (neutrófilos liberam enzimas digestivas que agem no tecido). É a única necrose que diminui a acidofilia tecidual Macroscopicamente: malácia Microscopicamente: áreas necróticas são caracterizadas pela presença de lacunas, que são espaços sem tecido. Perda dos limites celulares e tissulares; arcabouço tecidual é completamente perdido Necrose Caseosa Qualquer tecido com infecção bacteriana Termo caseum = semelhante ao queijo ricota Qualquer tecido que tenha infecção por tipos específicos de bactérias como as do gênero Mycobacterium. Mais frequente em linfonodos e pulmões, mas afeta qualquer tecido Macroscopicamente: branco amarelado, friável, áreas escurecidas (calcificação) Microscopicamente: aumento da acidofilia tecidual; perda dos limites celulares; perda do arcabouço tecidual com retenção do tecido, o que diferencia da necrose de liquefação Esteatenose Necrose do tecido adiposo Etiologia: traumas mecânicos no tecido, principalmente no subcutâneo. Enzimático → gordura periférica ao pâncreas. Quadros de pancreatite ou neoplasias faz com que as enzimas sejam liberadas na cavidade em cima do tecido adiposo. Macroscopicamente: coloração acastanhada que varia ao branco Microscopicamente: aumento da acidofilia tecidual; perda dos limites celulares; preservação do arcabouço tecidual; deposição de cálcio – após a deposição, ocorre perda do arcabouço tecidual MECANISMOS DA LESÃO CELULAR NECROSE Lesão hisquêmica – hipóxia Na lesão isquêmica ocorre a hipóxia tecidual. As células da região afetada deixem de receber o suprimento sanguíneo adequadamente. As células com baixa oferta de O2 terão uma interrupção na fosforilação oxidativa, o que levará a queda do ATP intracelular. A bomba de Na+K+ATPase deixará de funcionar adequadamente, acarretando o acúmulo de Na intracelular. O sódio acumulado irá promover o influxo de H2O por osmose pro interior da célula, gerando uma lesão reversível denominada degeneração hidrópica. Nessa degeneração ocorrerá a tumefação das organelas como mitocôndrias, retículo endoplasmático liso e rugoso. Os ribossomos irão se despregar da membrana do retículo rugoso acarretando uma drástica diminuição da síntese protéica celular. Para manter a mínima produção de ATP, a célula aciona a via anaeróbia no qual produz ácido lático, levando a diminuição do pH intracelular. A acidez intracelular induz as alterações nucleares começando pela picnose. A picnose é ponto de não retorno, onde é caracterizada a lesão celular irreversível. A queda no nível de O2 faz com que os canais iônicos funcionem de forma inadequada. O cálcio passa a entrar na célula e ativar complexos enzimáticos que agem no núcleo promovendo a fragmentação da cromatina (cariorexis) e sua digestão (cariólise). Lípases que promovem a quebra de fosfolipídios gerando instabilidade nos sistemas de membranas. Proteases que desnaturam as proteínas gerando colapso do citoesqueleto e das organelas em geral. Os lisossomos que são pequenas vesículas membranosas e protéicas se rompem, promovendo um derrame enzimático denominado de bolsa suicida, que culmina na morte celular por necrose. O derrame enzimático pode comprometer o tecido e expandir a lesão LESÃO DE REPERFUSÃO O aumento dos níveis de O2 abruptamente pode fazer com que a molécula se combine com Ca, H, gerando EROS (espécies reativas de oxigênio), que são moléculas instáveis que causam peroxidação lipídica, desnaturação protéica e lesão no DNA podendo aumentar a extensão da lesão tecidual. Lesão Química • Cloreto de mercúrio – se liga em proteínas de membrana • Cianeto – age nas proteínas do complexo IV (mitocôndrias - ↓ATP • Substâncias que agem no citocromo P450 (farmacologia) Lesão Fisiológica Embriogênese Ocorre a involução de tecidos hormônio-dependentes sob privação hormonal e perda celular em populações celulares proliferativas. Acontece a eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos Lesão Patológica Lesão de DNA. Tem um acúmulo de proteínas anormalmente dobradas e a morte celular em certas infecções (apoptose) A apoptose pode ocorrer de duas maneiras: • Via intrínsica • Via extrínsica Via Intrínsica: desencadeada pela mitocôndria; em situações de provação de O2 ou hormônios; alteração na mitocôndria causada por baixa oferta de O2. Aumenta a permeabilidade da membrana mitocondrial acarretando a saída do citocromo C. O citocromo C no citoplasma da célula ativa grupos enzimáticos denominados de caspases. Uma das classes caspases clivam aspartato e cisteína no citoesqueleto em corpos apoptóticos. Outra classe de caspases age no núcleo clivando a cromatina de forma direcionada. Os corpos apoptóticos serão fagocitados por macrófagos teciduais. Via Extrínsica: Citocina TNF (fator de necrose tumoral) se liga em receptores da membrana plasmática. O receptor irá desencadear a ativação de uma sequência de aminoácidos intracitoplasmáticos. Esses aminoácidos ativados irão ativar enzimas caspases. Apoptose pela via extrínsica é mais comum nos linfonodos. Aguda e Crônica INFLAMAÇÃO Resposta do tecido conjuntivo vascularizado à injuria tecidual Cornelio Celsius → 4 sinais cardinais: • Rubor (hiperemia) • Tumor (aumento de volume tecidual) • Calor (aumento da temp. local) • Dor (mediadores químicos) Inflamação é um evento protetor pro organismo, com objetivo de livrar o organismo de injuria e de suas consequências. É um evento complexo que envolve reações nos vasos e nos leucócitos. É dividida em: • Inflamação aguda • Inflamação crônica INFLAMAÇÃO AGUDA Tem um rápido início com curta duração (horas ou poucos dias) Tem como característica a exsudação de fluídos e proteínas do plasma pro tecido (edema), e migração dos leucócitos, principalmente os neutrófilos, pros tecidos injuriados Microambiente normal, com a arteríola se ramificando nos capilares, e os capilares se transformando em vênulas Leva leucócitos e proteínas do plasma pro local onde tem injuria no tecido. A presença de um agente injuriante promoverá ação de 3 componentes básicos do processo inflamatório: Alteração no calibre vascular e consequente aumento do fluxo sanguíneo 1) Vasoconstrição distancia as junções das células endoteliais e causa o extravasamento das proteínas plasmáticas pro interstício 2) Migração de leucócitos do sangue pro interstício (virou edema porque não tinha mais albumina o sangue) Edema Pode ser gerado através de um quadro de ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal). A ascite já é consequência de algo, e normalmente é problema hepático ESTÍMULOS Infecções (bact. viral, fúngica, parasitária). Qual receptor da imunidade inata que capta esses invasores? R: receptores do tipo toll, quando ele é estimulado, a célula libera mediadores químicos que induzem a resposta inflamatória aguda. Infecção por diferentes microrganismos é um estimulo pra inflamação aguda. • Necrose tecidual:moléculas liberadas por células necróticas funcionam como mediadores químicos pró-inflamação • Corpos estranhos (carregam microrganismos) • Reações imunes EVENTOS VASCULARES • Transudato: ultrafiltrado do plasma com baixo teor proteico e celular • Exsudato: acúmulo de proteínas e células do sangue no interstício (pus) AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR A primeira manifestação é a vasodilatação e depois vasoconstrição Causas • Histamina e óxido nítrico liberado por células (efeito rápido) • Lesão no endótélio gerada por toxinas (podem durar horas ou dias) • Injúria vascular por leucócito (inflamação tardia) • Transictose (moléculas presentes no vaso migram pro tecido e o principal estimulador é o VEGF - Fator de Crescimento Endotelial Vascular) Agente injuriante no tecido: induz a liberação de histamina e óxido nítrico que são substâncias que agem no músculo liso dos vasos provocando vasodilatação. A vasodilatação leva ao aumento do fluxo sanguíneo e conseqüentemente os seguintes sinais cardinais da inflamação são sentidos: calor e rubor. O aumento do fluxo sanguíneo leva ao aumento da pressão hidrostática nos vasos fazendo com que líquido plasmático extravasa pro interstício. O fluxo sanguíneo no vaso diminui e aumenta a viscosidade do sangue. O aumento da viscosidade do sangue, faz com que as hemácias movam-se lentamente gerando um quadro de estase ou congestão, provocando vermelhidão no tecido. Recrutamento dos Leucócitos pro locais de injuria e infecção A função crítica do processo inflamatório é levar leucócitos para os locais de injúria tecidual, objetivando eliminar os agentes agressores. O aumento da viscosidade do sangue e diminuição do fluxo sanguíneo faz com que fagócitos sofram marginação para a periferia do vaso. Enquanto os macrófagos, mastócitos e células endoteliais lidam com o agente injuriante, citocinas como o TNF e a IL-1 são secretados e estimulam as células endoteliais a expressarem em sua membrana proteínas Selectinas. (p-selectina; e-selectina) • P- Selectina promove o rolamento do fagócito e baixa adesão. • E- Selectina promove principalmente a adesão. A célula fagocitária promove ligamento e desligamento nas selectinas no endótelio rolando entre as células. As quimiocinas e as citocinas irão estimular as células endoteliais a expressarem uma integrina ICAM que se liga em INTEGRINAS dos fagócitos de maneira ativa e estável. Quando ocorre a ligação da ICAM na célula endotelial com a integrina dos fagócitos, induz-se uma adesão estável. Os fagócitos param de rolar e se aderem firmemente à membrana do endotélio. Os fagócitos param de rolar e se aderem firmemente à membrana do endotélio. O citoesqueleto do fagocito é todo reorganizado e a célula fica completamente espalhada. Atraídos pelas altas concentrações de quimiocinas e proteínas do sistema complemento presentes nos tecidos, os fagócitos começam a emitir pseudópodes devido às alterações no seu citoesqueleto e a passar pela lâmina basal dos vasos sanguíneos. Os produtos microbianos e as citocinas inflamatórias como o TNF levam os capilares a vazamentos, permitindo que proteínas circulantes, incluindo as proteínas do complemento e anticorpos, saiam dos vasos sanguíneos e sejam introduzidas ao local de infecção tecidual. Essas proteínas trabalham em conjunto com os fagócitos para destruir os agentes ofensores. CLASSIFICAÇÃO/LOCAIS DE INFLAMAÇÃO (sufixo -ite) • Estomatite: boca • Gastrite: estômago • Enterite: intestino • Duodenite: duodeno • Tiflite: ceco • Hepatite: fígado • Balanite: pênis • Postite: prepúcio • Esplenite: baço • Cardite: coração • Dermatite: pele • Colecistite: vesícula biliar • Cistite: bexiga / vesícula urinária CLASSIFICAÇÃO EXSUDATO • Seroso: reação de hipersensibilidade e infecção viral • Catarral: processos bacterianos ou viral – protege mucosas (aderente) • Fibrinoso: contém fibrina; presente em infecções bacterianas, virais e fúngicas • Purulento: pus – grande qntd. de neutrófilos mortos (cores e odores variados) • Hemorrágico: presença do sangue INFLAMAÇÃO CRÔNICA Longa duração, menos exsudativa e mais proliferativa devido aos eventos de macrófagos, e provocam tímidas alterações vasculares. Suas principais células são as mononucleadas (macrófagos) Inflamação aguda evolui pra crônica quando tem persistência do agente injuriante dentro de 3-5 dias. A persistência do agente injuriante promove infiltração de mononucleados Essa persistência ocorre devido a: • Agentes que driblam a fagocitose • Agentes de difícil digestão • Agentes inertes (madeira, vidro, ferro) • Agentes de exposição contínua A inflamação é dividida em: • Inespecífica • Granulomatosa Objetivo: Retirar o agente injuriante e remover o tecido morto INESPECÍFICA Derivada da aguda. Agentes inertes, virais e bactérias intracelulares acionam essa inflamação crônica Processo da Inflamação • Nefrite: rim • Rinite: narina • Pneumonite (pneumonia): pulmão • Bronquite: brônquios • Metrite: útero • Oforite: ovário • Mastite: gl. Mamária • Orquite: testículo Monócitos são recrutados por quimiotaxia até o sítio de lesão por mediadores químicos (fator de crescimento derivado de plaquetas, fator de crescimento tecidual, fibronectina, colágeno). Os compostos químicos no sítio de lesão atraem os monócitos pro local. Essas células migram do vaso pro tecido injuriado seguindo os mesmos preceitos da inflamação aguda (marginação, rolamento, adesão e transmigração). Nos tecidos o monócito precisa sofrer ativação pra se converter em macrófagos. A ativação dos macrófagos pode ser imunológica ou não- imunológica. Imunológica: Nos tecidos ocorre interação entre os linfócitos e macrófagos e a produção de intérferons. Esses intérferons fazem a ativação dos monócitos em macrófagos. (intérferons = injuria viral). Se não ocorrer produção de intérferon, ele não sofre ativação. Não-imunológica: LPS (bactérias Gram– ou outros constituintes bacterianos) podem interagir com os monócitos que são induzidos a se converter em macrófagos. A ativação dos macrófagos leva a alterações morfológicas e funcionais nessas células: • Citoplasma amplo • Aumento da atividade fagocítica • Aumento de fatores de crescimento (induz a proliferação dos fibroblastos e formação de novos vasos – angiogênese) • Aumento de citocinas (faz com que ocorra atração de mais leucócitos pro sítio de lesão) Macrófago prepara o tecido pro reparo Fibroplasia: proliferação de fibroblastos e aumento do colágeno A entrada de um agente injuriante induz o fenômeno da inflamação aguda que é essencialmente vascular e celular,durante de horas até dias (poucos). Em dado momento a inflamação evoluiu para crônica, quando o nível de mediadores químicos atinge nível suficiente para atrair monócitos do sangue para o tecido injuriado. Os mediadores químicos da inflamação crônica irão provocar essencialmente alterações celulares de proliferação e as vasculares são tímidas. Os mediadores químicos teciduais atraem quimicamente os monócitos para o tecido injuriado. Eles passam pelo mesmo processo dos neutrófilos: marginação, rolamento, adesão e transmigração. Nos tecidos, os monócitos precisam sofrer ativação que ocorre por duas vias: IMUNE ou NÃO IMUNE. Na IMUNOLÓGICA a interação dos monócitos com linfócitos acarreta a produção de intérferons que induz a ativação dos monócitos em macrófagos. Na NÃO IMUNOLÓGICA a interação dos monócitos com o LPS de bactérias gram-negativas e outros compostos bacterianos promove ativação destas células em macrófagos. Macrófagos ativados vão ter duas funções na inflamação crônica: • Anular o agente injuriante através do processo de fagocitose. • Produzir PDGF (fator de crescimento derivados de plaquetas) e TGF (fator de crescimento tecidual) queservem como estímulos para proliferação de fibroblastos e deposição de colágeno (fibroplasia); Produzem VEGF (Fator de crescimento endotelial vascular) e TGT (fator de crescimento tecidual) que servem como estímulos para a formação de novos vasos (angiogênese). O tecido com fibroplasia e angiogênese recebe o nome de tecido de granulação. Quando a inflamação crônica forma nódulos, ela recebe o nome de granulomatosa. Nessa, observa-se as células distribuídas em forma de nódulo não difuso. Esta alteração morfológica no tecido recebe o nome de granuloma. GRANULOMA Tipo corpo estranho aparece quando substâncias inertes como fio de nailon, vidro, madeira penetram no corpo do animal e não são fagocitadas. O nódulo de células restringe o agente. O imune, normalmente é caseoso e ocorre devido a infecções por bactérias do gênero Micobacterium ou fungos intracelulares. Estes agentes de difícil digestão são aprisionados em um granuloma que é mediado e mantido por células T. O nódulo restringe o agente injuriante. A lesão em uma célula ou tecido vai iniciar automaticamente um processo de cura desse tecido, e essa cura pode ser dividida em 2: • Regeneração • Reparo Regeneração Tecido volta a seu estado original. São tecidos com alta capacidade proliferativa e se renovam constantemente pela alta quantidade de células tronco Reparo Uma parte do tecido é restaurada, mas com desarranjos estruturais; não volta a seu estado original • Ferida: crescimento de tecido cicatricial em quadros agudos. A parte cicatrizante é o reparo • Inflamação crônica: faz com que o tecido sofra um reparo, mas se encaminha pra uma fibrose O que determina o encaminhamento pro reparo ou pra regeneração? Se a lesão atinge principalmente o parênquima do tecido, as células remanescentes iniciam um processo proliferativo, se reorganizam, e se encaminham pra regeneração Se a lesão atinge áreas do parênquima e estroma, o tecido conjuntivo se prolifera de forma desorganizada junto com as células do parênquima e o tecido perde parte do seu arcabouço, ocorre um reparo Estroma: tecido de sustentação Parênquima: células funcionais do tecido (ex: no fígado é o hepatócito) CONTROLE DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E DO CRESCIMENTO TECIDUAL Células tronco nos tecidos podem se dividir e gerar novas células tronco. Algumas podem se diferenciar em populações de células estáveis. Algumas células estáveis passam por um último processo de diferenciação e se convertem em células terminalmente diferenciadas. As populações de células estáveis podem ser controladas através da proliferação ou da morte celular por apoptose Os tecidos em geral possuem nichos/populações de células tronco. • Na pele, as células tronco ficam localizadas próximas ao folículo piloso e das gl. sebáceas • No intestino as células tronco se localizam na região das criptas CICLO CELULAR E REGULAÇÃO DA REPLICAÇÃO Células lábeis Células dotadas de ciclo vital curto. Produzidas pelo organismo, permitem o crescimento e a renovação constante dos tecidos onde ocorrem, ex: leucócitos, hemáceas ou eritrócitos, e células epiteliais. Basicamente são células que constantemente passam por todas as etapas do ciclo celular: G0 → G1 → S → G2 → M → G0 Células estáveis Células dotadas de ciclo vital médio ou longo, podendo durar meses ou anos. Produzidas durante o período de crescimento do organismo, essas células só voltam a ser formadas em condições excepcionais, como na regeneração de tecidos (ex: fratura óssea). Dentre as células estáveis, podemos citas: osteócitos, hepatócitos, células pancreáticas, musculares lisa. Essas células permanecem em G0, mas podem entrar em G1 e continuar o ciclo celular até o processo de divisão Células permanentes Células de ciclo vital muito longo, coincidindo geralmente, com o tempo de vida do indivíduo. São produzidas apenas durante o período embrionário. Na eventual morte dessas células, não há reposição, uma vez que o indivíduo nasce com o número completo e necessário de suas células permanentes. Essas células simplesmente aumentam de volume, acompanhando o crescimento do indivíduo. Ex: neurônios, células musculares estriadas esqueléticas e cardíacas. FATORES DE CRESCIMENTO Célula: compostos químicos que orientam a proliferação e o crescimento de diversos tipos celulares. Esses fatores se ligam em receptores das células alvo e podem desencadear a transcrição de genes que alteram o ciclo celular HGF Fator de crescimento de hepatócitos. É produzido por células mesenquimais e estimulam a proliferação de hepatócitos, epitélios VEGF Fator de crescimento endotelial vascular. Produzido por células endoteliais, macrófagos, fibroblastos. Mitogênico pra células endoteliais e estimuladas da angiogênese (formação de novos vasos) PDGF Fator de crescimento derivado de plaquetas Produzido por plaquetas, macrófagos, endotélio, músculo liso. É quimiotático pra macrófagos e fibroblastos. Ativa neutrófilos, macrófagos e fibroblastos. É mitogênico pra fibroblastos, endotélio, músculo liso, e estimula angiogênese e contração de feridas FGF Fator de crescimento dos fibroblastos Produzido por macrófagos, mastócitos, linfócitos T, endotélio e fibroblastos. É quimiotático e mitogênico pra fibroblastos; Angiogênico e estimula contração de feridas MATRIZ E INTERAÇÕES CELULARES O estroma dos tecidos exerce importantes funções no organismo animal: • Fornece suporte mecânico • Faz o controle do crescimento celular através de fatores • Realiza manutenção das células que precisam sofrer diferenciação • Fornece o arcabouço pra renovação do tecido É a matriz que estabelece o microambiente tecidual (células + fatores presentes no tecido). Armazena e apresenta moléculas reguladoras REPARO, CICATRIZ E FIBROSE Quando ocorre uma lesão com destruição do parênquima e do estroma, a cura do tecido não irá ocorrer por regeneração, mas sim por reparo com deposição de colágeno e formação de um tecido cicatricial A cicatrização é um processo fibroproliferativo com ampla deposição de colágeno O reparo pela deposição de tecido conjuntivo inclui as seguintes características básicas: • Inflamação • Angiogênese • Migração e proliferação de fibroblastos • Formação de cicatriz • Remodelamento do tecido conjuntivo Caso o estímulo lesivo seja removido, a inflamação é aguda e o reparo é por cicatrização. Caso não ocorra a remoção do estímulo lesivo, a inflamação evolui pra crônica, com fibroplasia e reparo por fibrose CICATRIZAÇÃO Neurônio não tem capacidade proliferativa – é um problema ANGIOGÊNESE Processo de formação de novos vasos Em animais jovens é um processo normal de desenvolvimento. Em adultos, ocorre durante cicatrização de um ferimento, revestimento uterino pós cio, prática de exercícios aumento o fluxo no músculo card. e esquelético e em neoplasias malignas também Etapas 1) Vasodilatação: provocada pelo óxido nítrico do tecido, quem induz sua secreção é o VEGF, secretado pelos fibroblastos. 2) Fatores teciduais como o VEGF ativam metaloproteinases, que rompem a membrana basal do vaso 3) Migração das células endoteliais pro local do estímulo angiogênico 4) Proliferação das células endoteliais - substitui as que saíram e formam novos vasos 5) Maturação das células endoteliais, que inclui inibição do crescimento e remodelagem em tubos capilares 6) Recrutamento das células próximas ao endotélio (pericitos e músculos lisos) pra formar o vaso maduro CURA DE FERIDAS CUTÂNEAS Inflamação Quando ocorre uma lesão com destruição do parênquima e do estroma, a cura do tecido não irá ocorrer por regeneração, e sim por reparo com deposição de colágeno e formação de um tecido cicatricial A: cicatrização por 1º intenção – pega as bordas da ferida e faz a aproximaçãodelas (já ta acontecendo inflamação aguda pelos neutrófilos) B: cicatrização por 2º intenção – quando as feridas não são tão próximas. Proliferação Etapa da casquinha Ocorre formação do tecido de granulação. No período de 24-72h se forma o tecido de granulação (fibroplasia + angiogênese) Em um período de 3-7 dias, houve proliferação do tecido epitelial e a reepitelização. Na inflamação de 2º intenção, essa reepitelização é mais demorada, e consequentemente, um retardo no processo cicatricial Na cicatrização por 2º intenção, a angiogênese é aumentada Tecido de Granulação Maturação Macrófagos liberam fatores que promovem a migração de fibroblastos pro sítio da lesão. E liberam também fatores que estimulam a proliferação dos fibroblastos. Após algumas semanas, é observada apenas uma discreta fibrose na derme e perda de folículo piloso e glândulas anexas da pele Cicatrização Tecido conjuntivo acelular destituído de infiltrado inflamatório Aspectos Patológicos 1) Formação deficiente da cicatriz 2) Formação excessiva dos componentes de reparo 3) Formação de contraturas Fatores Sistêmicos • Nutrição – principalmente déficit protéico e de vit. C (constituinte dos colágenos) • Estado metabólico (diabetes melito) e circulatório • Presença de glicocorticóides (possuem efeito anti-inflamatório – inibe a secreção de citocinas e fatores de crescimento) Fatores Locais • Infecção (fator que mais influencia na cura das feridas) • Fatores mecânicos • Corpos estranhos • Tamanho, localização e tipo da ferida Cicatrização Deficiente Ocorre por formação inadequada do tecido de granulação ou pela deposição da matriz extracelular. Isso pode gerar: • Deiscência da ferida – abertura dos pontos • Ulceração – vascularização inadequada (depressões no tecido) Formação Excessiva Pode gerar um quadro de cicatriz hipertrófica (colágenos excessivos) e queloide (depósito de colágeno além da margem de lesão) Formação de Contraturas Um exagero no processo da cicatrização origina a contratura, e resulta em deformidades da ferida e dos tecidos circundantes (queimaduras) Fibrose É semelhante ao processo de cicatrização, mas a fibrose lesão → inflamação → deposição de colágeno no tecido, que causa um prejuízo na função do órgão. Surge em processos crônicos Os macrófagos ativados liberam fatores de crescimento pra proliferação de fibroblastos. Essa proliferação aumenta a deposição de colágeno. Os macrófagos liberam fatores que inibem as metaloproteinases (enzimas que degrada colágeno). A persistência desse colágeno no tecido gera um quadro de fibrose. TROMBOPOESE A medula óssea possui células-tronco hematopoética pluripotente. Essas células recebem fatores de crescimento e reprodução, portanto estão constantemente fazendo mitose, crescendo e se dividindo. Essas células-tronco indiferenciadas recebem indutores de diferenciação externos à medula óssea. Esses fatores de diferenciação agem no DNA dessas células transformando áreas de heterocromatina em eucromatina. A célula-tronco hematopoética pluripotente pode receber estímulos e se diferenciar em 2 tipos de células, sendo elas: Célula projenitora mielóide comum, e Célula projenitora linfática comum A Célula projenitora mielóide comum pode seguir 3 caminhos: • Receber estímulos pra virar uma colônia de células formadoras de granulócitos e monócitos, que vão gerar células no final do processo, como células dendríticas, neutrófilos, eosinófilos, mastócitos, monócitos/macrófagos • Receber estímulos e se transformar em uma Unidade Formadora de Colônia Blastos e se dividir até se transformar em hemáceas • Recebe estímulos de trombopoetina (TPO), SCF, IL-3 e irá se diferenciar e unidade formadoras de colônia megacariócitos (célula comprometida com a trombopoetina) A unidade formadora de colônia megacariócito vai receber um banho de TPO, SCF, IL-3 e vai se transformar em megacarioblasto. O megacarioblasto passará pelo processo de endomitose, processo no qual a célula divide o código genético sem realizar citocinese, o megacarioblasto recebe um banho de TPO, SCF, IL-3 e IL-6 e se converte em célula denominada de promegacariócito. O promegacariócito é marcado por uma expansão do complexo de golgi e elevada síntese proteica, ele recebe um banho de TPO e IL-11 e se transforma em megacariócito. O megacariócito recebe o estímulo de TPO, fragmenta pedaços de citoplasma envolto por membrana e libera na circulação. Esses fragmentos recebem o nome de plaquetas/trombócitos A célula projenitora linfática comum (segue o caminho e se diferencia em células NK, linf. T e B) ROMPIMENTO DO VASO SANGUÍNEO Provoca: • Constrição vascular • Formação de tampão plaquetário (é imediato, precisa do coágulo) • Formação de coágulo sanguíneo • Crescimento de tecido fibroso A Constrição da musculatura vascular é provocada por: • Espasmo vascular local • Fatores teciduais e plaquetários • Reflexos nervosos autônomos – SNA As plaquetas são anucleadas, com citoplasma rico em actina miosina e trombosteina (proteínas contrateis). Elas conservam vesículas de RE e CG com cálcio e possuem mitocôndrias EDEMA acúmulo de líquido no interstício Pressão hidrostática é a pressão do líquido na parede vascular do sangue. A pressão coloidosmótica é a pressão exercida pelas proteínas, principalmente a albumina, no interior dos vasos, atraindo o líquido do interstício. A pressão hidrostática é maior que a coloidosmótica, favorecendo o processo de filtração do líquido do vaso para o interstício. Conforme o sangue circula no leito do capilar, a pressão hidrostática vai diminuindo, e consequentemente, a filtração diminui também. Em dado momento, a pressão hidrostática fica menor que a coloidosmótica. As proteínas plasmáticas passam a atrair novamente o líquido do interstício para o interior do vaso. Esse processo é chamado de absorção. O que pode gerar edema? • Alteração na pressão coloidosmótica e hidrostática (aumento) • Quadros de acúmulo de sódio e água, que pode ocorrer pela insuficiência renal ou pela ativação do sistema renina-angiotensina • Alterações no sistema linfático • Inflamação Insuficiência Congestiva Cardíaca Esquerda Insuficiência Congestiva Cardíaca Direita Uma das grandes funções do rim é a reabsorção no túbulo contorcido proximal. Conforme o sódio é reabsorvido, ele traz água junto, e isso os mantém equilibrados. Se o nível de sódio estiver alto, não tem reabsorção e ele é eliminado pela urina. Se o rim não funciona, não tem esse balanço e o organismo retém o sódio e a água, aumentando o volume de sangue, e consequentemente entrando no quadro de edema. HIPEREMIA E CONGESTÃO Decorrem de um aumento local do volume sanguíneo. A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação arteriolar, levando a um aumento do fluxo sanguíneo. O tecido afetado se torna vermelho (eritema) devido ao congestionamento dos vasos com sangue oxigenado. Congestão é um processo passivo resultante da redução do fluxo sanguíneo em um tecido, podendo ser sistêmica, como na insuficiência cardíaca. Os tecidos com congestão apresentam uma cor que varia do vermelho-escuro ao azul (cianose), devido à estase dos glóbulos vermelhos e ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada. A congestão normalmente leva ao edema por aumento da pressão hidrostática. Um sangue congesto por muito tempo gera hipóxia tecidual e lesão isquêmica hipóxica, levando a necrose. Pequenos capilares podem se romper durante a congestão e gerar quadros hemorrágicos. FÍGADO 1: vaso calibroso significa que o sangue ta congestionado HEMORRAGIA Extravasamento de sangue no espaço extravascular. A hemorragia pode ser externa ou estar confinada dentro de um tecido;qualquer acúmulo nos tecidos é chamado de hematoma. • 1 – 2mm: petéquias • 3 mm: purpuras • 1-2cm: equimoses Hemotórax: acúmulo de sangue no tórax Hemopericárdio: acúmulo de sangue no pericárdio Hemoperitonio: presença de sangue no abdômen Hematrose: A perda de 20% do volume de sangue gera pouco impacto. >20% podem levar ao choque (hemorrágico) Choque: hipotensão sistêmica que leva a hipóxia e necrose generalizada TROMBOSE TRÍADE DE VIRCHOW - Lesão Endotelial; - Fluxo Sanguíneo Anormal; - Hipercoagulabilidade. Lesão Endotelial. A lesão endotelial é particularmente importante para a formação de trombos no coração ou na circulação arterial, onde normalmente as altas taxas do fluxo podem, de outro modo, impedir a coagulação por prevenir a adesão plaquetária e diluir os fatores de coagulação ativados. O que leva a lesão endotelial? Hipertensão, fluxo turbulento, endotoxinas, desvios genéticos e metabólicos. Uma disfunção endotelial pode ser induzida por uma ampla variedade de injúrias, incluindo hipertensão, fluxo sanguíneo turbulento, endotoxinas bacterianas, lesões por radiação, anormalidades metabólicas. O fluxo sanguíneo anormal leva a estase do sangue e consequente adesão das plaquetas no endotélio e concentração dos fatores de coagulação. desordens primárias (genéticas) e secundárias (adquiridas) DESTINOS DO TROMBO O trombo é um coágulo Propagação: plaqueta e fibrina Embolização: trombo se desaloja do vaso e entra na circulação Dissolução: trombo jovens - acúmulo de AP-T ativa o plasminogênio, e a plasmina faz fibrinólise Organização e recanalização : se o trombo for mais velho começa a entrar células do endotélio, fibroblastos e musculo liso, formando uma massa de trombo incorporada no vaso EMBOLIA Um êmbolo é uma massa intravascular solta, sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distante do seu ponto de origem. Embolo: massa intravascular solta que é transportada pelo sangue; objetos que se alojam nos vasos e destroem o fluxo sanguíneo; pode ser algo sólido, líquido ou gasoso. Embolia: obstrução → isquemia → hipóxia → necrose INFARTO Um infarto é uma área de necrose isquêmica causada pela oclusão do suprimento arterial ou da drenagem venosa. Quase todos os infartos resultam da oclusão arterial trombótica ou embólica. Ocasionalmente, os infartos podem ser causados por outros mecanismos como a hemorragia, ou por compressão extrínseca do vaso (tumores). Classificação: Infarto vermelho e infarto branco Infarto vermelho ocorre em locais onde p sangue se acumula na zona infartada (comum em ovário e pulmão), aspecto vermelho Infarto branco é quando tem a oclusão e não tem mais penetração do sangue nas áreas infartadas (comum no coração, baço e rim), aspecto branco Normal necrose de coagulação CHOQUE Via final para muitos eventos clínicos. O choque é caracterizado por hipotensão sistêmica, devido à redução do débito cardíaco ou pela redução efetiva do volume sanguíneo circulante. Rompimento do vaso: • Constrição vascular • Agregação plaquetária (tampão) • Formação do coágulo • Tecido fibroso Mais de 50 substâncias que afetam a coagulação sanguínea forma encontradas no sangue e nos tecidos. Divididos em pro-coagulantes e anticoagulantes A coagulação envolve 3 etapas: 1) Forma o complexo chamado: complexo ativador da Protrombina 2) Protrombina se converte em trombina 3) Fibrinogênio forma fibrina → tecido fibroso No complexo ativador de protrombina existem duas vias: via intrínseca e via extrínseca (acontecem juntas). Proteínas plasmáticas chamadas de fatores de coagulação sanguínea inativos, quando estão ativas, desencadeiam sucessivas reações. Via Extrinseca – ativada pela lesão do vaso e libera fator III Etapas: 1) Liberação do fator tecidual III, nessa etapa a lesão no vaso faz com que o fator III seja liberado dos tecidos pro sangue 2) Ativação do fator X: o fator tecidual III entra em contato com o fator VII inativo, tornando o fator VII ativo. O fator VII ativo se liga quimicamente ao fator IV (cálcio). O complexo fator VII (ativo) + fator IV (cálcio) agem sobre o Fator X (inativo), o tornando X ativo. 3) Formação do complexo ativador de protrombina: o fator X ativo se liga quimicamente ao fator III tecidual, ao cálcio (fator IV) e ao fator V, formando o complexo. 4) O CAP (fator X + ator III + fator IV + fator V) se liga quimicamente ao fator IV (cálcio) e ao fator II (protrombina). Com essa ligação, o fator II se divide em fragmentos de trombina. Os níveis de trombina na região lesionada começam a aumentar. Via Intrínseca 1) Ativação do fator XII: a exposição do colágeno ao sangue faz com que o fator XII (inativo) se converta em fator XII ativo. Nessa etapa as plaquetas liberam o fator plaquetário 3. 2) Ativação do fator XI: o fator XII ativo se liga ao cianogênio e a pré-calicreina, e atuam sobre o fator XI inativo, o transformando em fator XI ativo 3) Ativação do fator IX: o fator XI ativo reage com o fator IV (cálcio) e faz com que o fator IX inativo vire fator IX ativo 4) Ativação do fator X: trombina anteriormente produzida reage com o fator VIII inativo, formando o fator VIII ativo. O fator IX ativo + fator IV + fator plaquetário 3 irão agir sobre o fator X inativo, formando o fator X ativo. 5) Formação do CAP: o fator X ativo + fator III tecidual + fator IV + fator V formam o CAP. Uma molécula de cálcio se liga ao complexo ativador de protrombina e o fator II que se divide em moléculas de trombina. Plaquetas soltam o fator lactário III COÁGULO O fígado produz constantemente uma proteína denominada fibrinogênio. As moléculas de fibrinogênio tem atração química e em condições ideias se polimerizam formando uma rede de fibras denominada fibrina. O fígado constrói o fibrinogênio com uma molécula denominada fibrinopeptídeo, que impede a polimerização do fibrinogênio e, consequentemente, a formação da fibrina. As moléculas de trombina removem o fibrinopeptídeo do fibrinogênio. Dessa forma, o fibrinogênio começa a se polimerizar formando uma rede de fibras denominada fibrina instável. Nessa fibrina, moléculas do fator XIII (fator estabilizador de fibrina) irão criar ligações covalentes formando a fibrina estável. LISE DO COÁGULO O coágulo aprisiona uma grande quantidade de substâncias, sendo células e proteínas plasmáticas. Uma das moléculas aprisionadas no coágulo é o plasminogênio produzido pelo fígado (conforme as células endoteliais se renovam, essas secretam AP-T: ativador de plasminogênio tecidual), que também é secretado pelas plaquetas e tecidos. Quando a célula endotelial volta a criar conexões com as vizinhas formando a lâmina basal (2 dias), os níveis de AP-T no coágulo chegam ao máximo e começam a atuar sobre o plasminogênio, que vai se convertendo em plasmina. A plasmina é uma enzima fibrinolítica que começa a fragmentar/clivar o coágulo. A superfície do vaso volta a ficar íntegra. A vitamina K é quem altera os estados ativo e inativo, pelo fígado. Uma deficiência nessa vitamina promove problemas na síntese de protrombina, fator VII, IX, X. 1 dia sem a produção de trombina pelo fígado gera problemas na coagulação. Por que não se formam coágulos em condições fisiológicas? Uniformicidade do endotélio; membrana do endotélio possui glicocálix que repele os fatores de coagulação. O endotélio possui uma proteína denominada trombomodulina. Essa proteína se liga quimicamente a eventuais trombinas circulantes. Quando essa ligação corre, é ativado a proteína C no plasma, que age inativando os fatores V e VIII da coagulação. A heparina é produzida pelos basófilosno sangue e mastócitos nos tecidos. Heparina inativa trombina, fator IX, X, XI, XII Neoplasia (ou neoplasma) é um “novo crescimento” composto de células, originalmente derivadas de tecidos normais, que sofreram alterações genéticas herdadas que permitem que elas se tornem relativamente não responsivas a controles de crescimento normais e se expandam além de seus limites anatômicos normais. Com o reconhecimento de que o desenvolvimento do tumor é um processo passo a passo, as alterações potencialmente pré-neoplásicas têm assumido um novo significado clínico e diagnóstico. Essas alterações incluem: • Hiperplasia (aumento do número de células em um tecido) • Metaplasia (transformação de um tipo de célula diferenciada em outro) • Displasia (padrão anormal de crescimento do tecido). NOMECLATURA As neoplasias são definidas como tumores benignos e malignos, divididas em origens mesenquimais e epiteliais. TUMORES DE ORIGEM MESENQUIMAL Benignos Os tumores benignos originados das células mesenquimais são normalmente denominados através da adição do sufixo -oma ao nome da célula de origem. EX: um lipoma é um tumor benigno derivado de um lipócito (“célula de gordura”). Um fibroma é um tumor benigno de origem fibroblástica. Malignos Um tumor maligno de origem mesenquimal é um sarcoma. Um prefixo ou modificador indica a origem do tecido. EX: um lipossarcoma é um tumor maligno derivado de um lipoma. Um fibrossarcoma é um tumor composto de fibroblastos malignos. ORIGEM EPITELIAL Benigno • Epitélio Glandular (sufixo -adeno + nome do órgão acometido). Por ser benigno, é chamado de adenoma. EX: adenoma no rim = adenoma renal • Epitélio Não-Glandular pode ser um papiloma (papiloma + órgão de origem), quando tem um pequeno crescimento, ou pode ser um pólipo (pólipo + órgão), caracterizado por um grande crescimento de células. Papilomas são mais conhecidos por sua ocorrência viral. É um vírus que se instala nas células epiteliais e induz sua proliferação benigna. (ex: verruga) Maligno • Carcinoma + órgão. Se for no epitélio normal é usado só carcinoma. Se for no epitélio glandular, é usado o termo adenocarcinoma + órgão. Os adenocarcinomas costumam ser mais agressivos por serem mais profundos. TUMORES MISTOS São tecidos que misturam origem epitelial com mesenquimal, chamados de teratomas (benigno)/ teratocarcinomas, de origem embrionária. CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS Tireóide – adenoma (benigno) Intestino – adenocarcinoma lipoma lipossarcoma (não vê mais tecido adiposo) Sangue – leucemia linfóide aguda (aumento do nº de linfócitos) Intestino – pólipo (crescimento de uma massa de células pra fora da cavidade – invadindo a luz, tratamento cirúrgico) DIAGNÓSTICO EX de laudo: células de aparência diferenciada, estrutura, presença de anaplasia (aumento da relação núcleo-citoplasma), crescimento lendo, poucas figuras de mitose e as que existem são normais, não tem aspecto invasivo, crescimento coeso, não possui metástase = neoplasia benigna TAXA DE CRESCIMENTO As células têm um controle que varia de acordo com seu ciclo. As proteínas controlam a proliferação; Diferenciação; Reparo do DNA (p53); Morte Divisão da taxa de crescimento celular Proliferação ↓ Diferenciação (célula vai se diferenciar em célula específica, com função) ↓ Apoptose (células que não conseguem se diferenciar) Freios moleculares = proteínas que controlam a proliferação. A célula neoplásica é uma célula com alta taxa de proliferação, baixa taxa de diferenciação, pouco reparo no DNA e pouca morte celular (vira a célula tumoral, em um tempo de anos, porque tem que ter um acúmulo de mutações, no sistema de proliferação, diferenciação, reparo no DNA e controle da apoptose). Se for uma célula benigna, ainda tem reparo do DNA. Se for maligno o reparo diminui. O período latente para o tumor é o tempo antes que o tumor se torne clinicamente detectável. A menor massa clinicamente detectável é de aproximadamente 1 cm de diâmetro e contém aproximadamente cerca de 10 elevado a nove células. Para originar um tumor desse tamanho, uma única célula transformada deve sofrer aproximadamente 30 rodadas de divisão celular, se toda a progênie permanecer viável e capaz de replicação. Assim, quando a maioria dos tumores se torna clinicamente evidente, eles, provavelmente, vêm se desenvolvendo há muitos anos no hospedeiro. No entanto, uma vez que os tumores alcançam tamanho clinicamente detectável, seu crescimento pode parecer ser muito rápido porque somente 10 ciclos de duplicação são necessários para converter 1 g de tumor em 1 kg.
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