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HABEAS CORPUS

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Exmo. Sr. Dr. Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo/SP 
GLEIDSON LUIZ DE ARAÚJO XAVIER MARQUES, brasileira, solteiro, advogado, inscrito na OAB/MG n.º 200.000 e CPF/MF n.º 123.456.789-00, com escritório profissional situado nesta cidade de Ouro Fino/MG, na Rua Treze de Maio, n.º 1000, Sala n.º 01, no Bairro Centro, CEP 37.570-000, vem, com acatamento e respeito, a ilustre presença de Vossa Excelência para, com espeque no art. 5.º, inciso LXVIII da Carta Magna vigente c.c art. 647, caput e art. 648, inciso I, ambos do Código de Processo Penal, impetrar...
... ORDEM DE “HABEAS CORPUS” ...
 (c/c Pedido de Liminar)
... em favor de HAMILTON DOS SANTOS, brasileiro, casado, funcionário público municipal, inscrito no CPF/MF 987.654.321-00 e RG n.º MG 11.222.333, residente e domiciliado na cidade de Espírito Santos do Pinhal/SP, na Rua das Flores, n.º 908, Bairro Jardim da Luz, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
				
	DA autoridade 
coatora
				 
Ao respeitável magistrado da 1ª Vara Criminal da Comarca de Ouro Fino/MG, MMº. Car, em relação aos autos de n.º 000-18.8.13.0460.
				
	DO PREâMBULO 
NECESSÁRIO 
				 
			(a)
Que o ora paciente está na condição de investigado por ter, em tese, transgredido as normas delineadas do artigo 317 do Código Penal Brasileiro.
Consta na portaria instaurada no inquérito policial (n.º 100) - datada no ano de 2010 - que o paciente teria condicionado a emissão de uma certidão de débito tributário com maior celeridade mediante a condição de receber a importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais).
Importa citar, nobre julgador, que o procedimento de investigação criminal realizado foi baseado, tão somente, em declarações prestadas por um desafeto do ora paciente que, frise-se, tem interesse em denegrir a imagem do paciente visando de beneficiar politicamente.
Necessário registrar, que já foi devidamente reforçado pelo patronos do paciente que não há, a bem da verdade, qualquer indício de autoria ou prova de materialidade de qualquer ilícito, apenas a palavra desse desafeto que não embasou suas assertivas em qualquer tipo de prova apta a corroborar a sua versão.
Ademais, para a caracterização de corrupção, passiva ou ativa, é essencial que haja dolo do agente público, que deve ter ciência inequívoca da ocorrências de comercio de sua função pública.
Assim sendo, “não basta a mera explicitação textual dos requisitos previstos, sendo necessário que a alegação abstrata ceda à demonstração concreta e firme de que tais condições realizam-se na espécie”[footnoteRef:1]. [1: 2ª Turma, STF.] 
Cito por oportuno, que já fora colhidas depoimento do paciente nos três vezes, ao longo desses últimos 09 (nove) anos e nada, repito, absolutamente nada de ilícito fora comprovado em seu desfavor.
			(b)
É de bom alvitre considerar, que “há limites para a autuação estatal, especialmente do órgão acusador”, conforme citado pelo nobre causídico Humberto Barrionuevo Fabretti.
Por todo o exposto e diante do fato da tramitação de um inquérito que está a dez anos tramitando, denota-se que não há elementos indiciários mínimos para a continuidade do inquérito/processo, devendo-se valer da alegação de FALTA DE JUSTA CAUSA PARA A INVESTIGAÇÃO, que, por sinal, é o instrumento apto para evidenciar, de fato, o cometimento da infração penal e o seu possível autor.
Necessário citar, o excerto colhido no relatório do Habeas Corpus de nº 480.079/SP, proferido pelo Ministro do STJ, Sebastião Reis Júnior: “a garantia da razoável duração do processo vigora tanto para o procedimento judicial como para o apuratório pré-processual, devendo Superior Tribunal de basear-se não só no critério aritmético de tempo, mas também nas nuances da persecução”.
Por fim, o STJ, de modo coerente com a duração razoável do processo, trancou inquérito policial que se arrastava por 14 anos:
RECURSO EM HABEAS CORPUS. PRETEN-SÃO DE TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. INVESTIGAÇÃO DOS CRIMES DE ASSOCIAÇÃO CRIMI-NOSA, LAVAGEM DE DINHEIRO, FALSI-DADE IDEOLÓGICA, CRIMES CONTRA O SISTE-MA FINANCEIRO E OUTROS. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. INVESTIGAÇÃO QUE PERDURA DESDE SETEMBRO DE 2002. INEXIS-TÊNCIA DE ACUSAÇÃO FORMAL. CONSTRAN-GIMENTO ILEGAL EVIDENCIA-DO. 1. Embora o prazo de conclusão do inquérito policial, em caso de investigado solto, seja impróprio, ou seja, podendo ser prorrogado a depender da complexidade das investigações, a delonga por aproximadamente 14 anos se mostra excessiva e ofensiva ao princípio da razoável duração do processo. 2. Mostra-se inadmissível que, no panorama atual, em que o ordenamento jurídico pátrio é norteado pela razoável duração do processo (no âmbito judicial e administrativo) – cláusula pétrea instituída expressamente na Constituição Federal pela Emenda Constitucional n. 45/2004 -, um cidadão seja indefinidamente investigado, transmutando a investigação do fato para a investigação da pessoa. Precedente. 3. Não se desconhece o fato de que a investigação é complexa, contando com indícios da prática de crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, crimes contra o sistema financeiro e outros, por meio de associação criminosa atuante por quase vinte Estados da Federação, além da criação de “empresas de fachada”, nacionais e estrangerias, em nome de “testas de ferro” e “laranjas” das atividades desenvolvidas, bem como manobras contratuais e contábeis efetuadas para “maquiar” o patrimônio dos efetivos sócios das empresas. 4. Colocada a situação em análise, verifica-se que há direitos a serem ponderados. De um lado, o direito de punir do Estado, que vem sendo exercido pela persecução criminal que não se finda. E, do outro, da recorrente em se ver investigada em prazo razoável, considerando-se as consequências de se figurar no pólo passivo da investigação criminal e os efeitos da estigmatização do processo. 5. Recurso provido para trancar o IP n. 2002.38.01.005073-9, em trâmite na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária da Bahia, sem prejuízo da abertura de nova investigação, caso surjam provas substancialmente novas. O trancamento deve abranger os demais investigados, que se encontram em situação fático-processual idêntica. [footnoteRef:2] [2: STJ - RHC 61.451/MG, Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 6ª Turma, julgado em 14/02/17, DJe 15/03/17.] 
Nos dizeres de Evinis Talon[footnoteRef:3] “em que pese a conclusão do inquérito policial de investigado solto tenha um prazo impróprio, é possível a aplicação da duração razoável do processo (judicial e administrativo) para trancar o inquérito, garantindo, destarte, que o Estado não prolongue indevidamente o seu direito de punir. O estigma de investigado/réu não pode se perpetuar por mera inércia das autoridades que atuam na persecução criminal”. [3: http://www.talon.com.br/inquerito-policial-na-jurisprudencia-do-stj/] 
Nesse trilhar, verifica-se que o paciente foi arrastado para um inquérito policial NENHUM PRESSUPOSTO PROCESSUAL E JUSTA CAUSA, mormente porque a denuncia não pode ser o fruto da vontade arbitrária da acusação, baseada em suposições e meras possibilidades.
			(c)
Ab initio, informo que analisando criteriosamente os autos se verifica que eventual transgressão a norma penal acima reportada está prescrita, nos termos da lei.
Que a delito de prescrição na época da legislação determinava uma pena de 01 a 08 anos e multa.
Resta puramente sabido que houve uma modificação no Código Penal através da Lei 12.234/10 em 05.05.2010, portanto o caso sub judice deve ser analisado sob o prisma da lei anterior que previa a contagem de prazo antes do oferecimento da denúncia.
É de bom alvitre considerar, que a lei anterior vigorava o § 2º do artigo 110 de referido codex, nos seguintes termos:
Art. 110. (...) 
§ 2º A prescrição, de que trata o parágrafo anterior, importa, pode ter termo inicial data anterior à do recebimento da denuncia ou queixa. 
Assim sendo, considerando que os fatos teriam, em tese, ocorrido no início do ano de 2010, requer sejareconhecido, rogata venia, a prescrição, nos termos da lei.
				
	DOs PEDIDOs
				 
Ex positis, considerando o constrangimento ilegal sofrido pela paciente e, ainda, considerando os fatos ora expostos, requer a CONCESSÃO DA ORDEM DE “HABEAS CORPUS”, por meio de LIMINAR “INAUDITA ALTERA PARTE” face de HAMILTON DOS SANTOS seja incontinenti posto em liberdade para que aguarde o julgamento definitivo do presente processo em liberdade e na forma da lei.
Destarte, entendendo estarem presentes os “fumus iuris” e o “periculum in mora” seja considerada pelo desembargador julgador.
Pede Deferimento
Ouro Fino/MG, 19 de setembro de 2019.
GLEIDSON LUIZ DE ARAÚJO XAVIER MARQUES
- OAB/MG n.º 200.000
- Advogado

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