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98 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Unidade III 7 SUBFILO HEXAPODA O subfilo Hexapoda reúne o maior número de animais conhecidos, sendo superior em espécies a qualquer outro subfilo. Em torno de 1,1 milhões de espécies. Reúnem‑se neste grupo os insetos e os entognatas. Como diagnoses, todos os hexápodes apresentam 6 pernas (3 pares), sendo todas unirremes. São três tagmas: cabeça, tórax e abdômen. Os apêndices são cefálicos e torácicos, podendo conter asas ou não. Apêndices abdominais indicam caráter primitivo. Cabeça Tem 2 antenas e os olhos Tórax saem 6 pernas Abdome Aloja os intestinos Figura 70 – Uma formiga como exemplo dos tágmas e estruturas básicas de um hexápode A diferenciação das classes se dá pela estrutura das peças bucais. A classe Entognatha apresenta as peças bucais retraídas na cabeça, são ápteros (sem asas) e apresentam desenvolvimento direto com fecundação indireta. Seus representantes mais comuns são os colêmbulos, dipluros e proturos. Já a classe Insecta reúne animais ectógnatas, suas peças bucais estão expostas fora da boca, são os insetos que podem não apresentar asas ou terem até dois pares. Os insetos são os animais mais numerosos em termos de espécies descritas, são aproximadamente 1 milhão de espécies, com estimativas em torno de 5 a 11 milhões para serem ainda descobertas. E grande parte dos insetos exerce forte impacto econômico, sejam como pragas agrícolas, como muitos percevejos, besouros e formigas cortadeiras; vetores de doenças, como os transmissores de dengue, malária, febre amarela e outros; sejam ectoparasitas (parasitas de partes externas do corpo), como 99 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS pulgas e piolhos, além de pragas urbanas, como formigas e cupins. Embora muitos vejam os insetos como seres apenas prejudiciais, estes são essenciais para muitos processos ecológicos, como polinização, predação herbívora e ciclagem de nutrientes. Figura 71 – Diferentes papéis ecológicos dos insetos. A: formigas e pulgões em uma relação de mutualismo, em que as formigas se alimentam dos excretas destes; B: mosquito, muitos hematófagos e alguns vetores de doenças; C: abelhas polinizadoras, essenciais para a reprodução das plantas Se compararmos o número de insetos ao número total de animais, resta dos demais grupos apenas em torno de 200 mil espécies, e muitos são os atributos que permitiram tal diversidade, vejamos alguns destes. O tamanho da maior parte dos insetos é reduzido, o que traz uma riqueza de nichos, permitindo‑os explorar diferentes extratos da vegetação, como raízes, serapilheira, troncos, galhos e copa das árvores. Em cada um destes locais, poderá ocorrer um grupo diferente de espécies que apresentam hábitos alimentares distintos. Ter um tamanho reduzido também permite menor visibilidade aos predadores e menor consumo de alimento. Os primeiros insetos tinham tamanho bem maior e sofreram o que chamamos de miniaturização. Atualmente o menor inseto tem 0,3 mm e o maior, 30 cm. Sua fisiologia altamente adaptada para a vida terrestre com sistema traqueal e regulação hídrica por meio dos túbulos de Malpighi permitiu sua vivência com menor perda de água. Os ciclos de vida são curtos, facilitando respostas a alterações ambientais que são favorecidas por sua alta heterogeneidade genética. Outro fator ligado à reprodução é a seleção sexual, em que os parceiros podem promover o isolamento de características ao optar por quem desejam para se reproduzirem. Atualmente os insetos estão sendo selecionados quanto à sua capacidade de manter‑se vivos a inseticidas, o que permite que estes se reproduzam e aumente cada vez mais o número de indivíduos resistentes. As interações com outros organismos também permitem que um grupo de animais aumente suas chances de sobrevivência, permitindo coevoluir com outros indivíduos. Borboletas e abelhas são altamente dependentes das flores de muitas plantas, as quais fornecem néctar açucarado e rico em energia; em contrapartida, estes insetos realizam polinização e permitem com que as plantas possam se reproduzir. O sistema sensorial e motor dos insetos é altamente sofisticado, sendo capazes de detectar substâncias químicas a longas distâncias e ainda responderem a estímulos visuais, inclusive algumas cores. 100 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Talvez uma das adaptações mais fantásticas conhecida e presente nos insetos seja a asa, o desenvolvimento das asas traz a capacidade de uma busca mais efetiva por parceiros reprodutivos e a possibilidade de transpor barreiras geográficas, como rios e lagos, e intensificar a busca por alimento em locais mais altos ou distantes. O desenvolvimento através de modificações drásticas, chamado de metamorfose, proporciona, além das asas, permite ainda variar os hábitos alimentares, como uma lagarta que consome folhas e, quando adulta, se transforma em borboleta e consome néctar. Saiba mais Na animação Vida de Inseto, uma formiga macho tenta salvar o formigueiro da fúria de gafanhotos. É possível observar várias estruturas, erros e acertos do ponto de vista da biologia, vale a pena conferir: VIDA de inseto. Dir.: John Lasseter; Andrew Stanton. EUA: Walt Disney Pictures, 1998. 96 minutos. 7.1 Classe Insecta – morfologia e função Figura 72 – Desenho representativo de estudos antigos sobre os insetos, você verá ao longo do texto estruturas semelhantes às aqui desenhadas O exoesqueleto dos insetos é extremamente rígido, formado por uma combinação única de escleroproteinas, aliadas à quitina que, além de torná‑los fortes, trazem a impermeabilidade e a leveza, fundamental para o voo. A cutícula é igualmente formada por 4 escleritos, com pleuritos não esclerotizados na porção abdominal. 101 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Lembrete O exoesqueleto dos artrópodes pode ter diferentes elementos que o enrijeçam, como calcário e como as proteínas nos insetos. Na cabeça estão as antenas, as quais são fundamentais para percepção de diferentes sentidos, olfativos, auditivos e táteis. Todos os hexápodes possuem um par desses apêndices que podem ter formas diversas, como as antenas longas e filiformes das baratas, que medem aproximadamente o mesmo que o corpo; ou as curtas e plumosas de pernilongos. Em todos os casos, as antenas são portadoras de sensilas, cerdas sensoriais que desempenham efetivamente a percepção dos estímulos. Além das antenas, as pernas (Figura 72) são altamente modificadas para diferentes formas de locomoção e outras adaptações. Cada um dos segmentos pode se diferenciar, são sempre cinco: coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarso. Coxa Tíbia Tarso Fêmur Trocanter Figura 73 – Estruturas da perna de um inseto Os grilos e gafanhotos apresentam fêmur dilatado que torna suas pernas saltatórias. Já as paquinhas, que são da mesma ordem que estes, apresentam tarsos altamente modificados, com toda a sua perna para escavar. Já as abelhas operárias, responsáveis pela coleta do alimento, têm o último par de suas pernas modificado para coletar o pólen; estas apresentam regiões dilatadas e repletas de cerdas que funcionam como almofadas coletoras, onde o pólen fica aderido e pode ser transportado até a colmeia. 102 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Figura 74 – Exemplos de modificaçõesencontradas nas pernas de insetos. À esquerda, um gafanhoto com suas pernas saltatórias e, à direita, uma abelha operária que carrega pólen em suas pernas Os seis pares de pernas realizam caminhamento alternado, em que a perna de um lado tem seu par oposto na posição contrária, com um ao chão e o outro ao ar. Isso ocorre com as pernas de um mesmo lado do corpo que se opõe às seguintes. Esta locomoção proporciona maior estabilidade e permite ao inseto percorrer terrenos irregulares. Alguns insetos são capazes de caminhar sobre a água, desta forma podem predar larvas que lá estejam e explorar um nicho pouco utilizado. Isso só é possível combinando a tensão superficial existente na própria água, onde as moléculas deste líquido criam uma película que não é rompida diante da leveza do inseto, além, é claro, de uma adaptação no corpo do animal para que este possa conseguir se manter por certo tempo sobre a água. As terminações das pernas apresentam cerdas ricas em substâncias lipídicas, o que faz com que o apêndice não apresente afinidade com a água. O voo é sem dúvida uma das adaptações que permite aos insetos sua ampla distribuição, que os permitem explorar nichos diferenciados e serem ativos. Responsáveis por tal habilidade, são capazes de voar os insetos que apresentam um ou dois pares de asas, projeções da parede do corpo de formas variadas, finas e membranosas, como de moscas, grossas e rígidas, como de besouros, ou recobertas por escamas, como das borboletas, entre outras. Em insetos, a presença de asas é um caráter de adultos, surgindo somente após a metamorfose (Figura 74). As asas apresentam nervuras esclerotizadas que sustentam as asas e são uma comunicação com o corpo e o sistema circulatório. As nervuras mais rígidas se encontram na borda e auxiliam o animal a vencer a barreira imposta pelo ar durante o voo (Figura 74). Figura 75 – Exemplos de asas encontradas nos insetos. A: membranosa com nervuras bem marcadas; B: em besouros existem dois tipos de asas, o primeiro par é rígido e aparece em cor mais forte e o segundo é membranoso; C: asas com escamas encontradas em borboletas 103 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS O controle do voo ocorre através de músculos torácicos que produzem contrações sincrônicas ou assincrônicas. O primeiro tipo é motivado por um único impulso nervoso e produz um voo lento, como das libélulas e borboletas. Já as assincrônicas são produzidas por um conjunto de músculos que armazenam energia potencial e proporcionam batimentos contínuos, gerando até 330 batimentos por segundo, visto em moscas, mosquitos, vespas e outros. 7.1.1 Nutrição e digestão A maior parte dos insetos se alimentam de fluidos de tecidos vegetais, apresentando estruturas funcionais para tal função. Alguns são predadores e consomem grande quantidade alimento, como as joaninhas que em sua fase larval (Figura 75), que dura aproximadamente 10 dias, chegam a consumir mais de 600 pulgões e exercem papel importante no controle de populações (BESERRA et al., 2006). Figura 76 – Fase larval e adulta de uma joaninha, um tipo de besouro e, portanto, um inseto da ordem Coleóptera Apenas 10% dos insetos são considerados pragas agrícolas ou urbanas e estabelecem algum tipo de relação com os humanos (GALLO, 2002). Muitos são herbívoros e competem por alimento conosco devastando as plantações; outros são parasitas podendo, ocasionar doenças, além de outras relações. Os parasitas podem consumir fluidos externos ou internos, um tipo importante de parasitismo visto neste grupo são os parasitoides, insetos que parasitam outros insetos e que atacam o hospedeiro para completar seu ciclo de vida, depositando, por exemplo, seus ovos, para que suas larvas utilizem o hospedeiro como fonte de alimento. As peças bucais são apêndices adaptados para cada tipo de alimentação, os insetos mastigadoreses têm peças para agarrar e macerar, com placas fortes e dentadas, como em gafanhotos e lagartas que mastigam folhas. Os animais sugadores apresentam tubos, que podem perfurar tecidos de plantas e animais ou apenas sugar. Pernilongos e borboletas são sugadores e os primeiros podem perfurar os tecidos de suas presas. O terceiro tipo de aparelho bucal é o esponjoso lambedor; presente em moscas, são formados por ranhuras que servem como um canal alimentar por onde liberam enzimas para quebrar o alimento e sugá‑lo. Muitos insetos apresentam produção de saliva por apresentarem glândula salivar. Esta secreção pode ter muitas funções, como pré‑digestão do alimento através de enzimas, ou ainda atuar como anticoagulante na sucção dos hematófagos (se alimentam de sangue). 104 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III O aparelho digestivo é basicamente um tubo longo de um sistema completo, iniciando‑se na boca e terminando no ânus. Na porção inicial, é formado por boca, faringe, esôfago, papo e proventrículo. A faringe e o esôfago têm ação de sucção e passagem do alimento; no papo, o alimento é digerido parcialmente ou armazenado; no intestino anterior, ocorre pouca absorção; no proventrículo ao final do intestino, existem vários dentículos com ação mecânica. Na porção média, são encontradas várias bolsas, os cecos gástricos que completam a digestão e fazem a maior parte da assimilação de nutrientes. Na porção final, encontram‑se o reto e o ânus; no reto há grande reabsorção de água, fundamental para os indivíduos terrestres. Glândula salivar Papo Proventrículo Cecos Intestino médio Túbulos de Malpighi Intestino posterior Glândula anexa ao aparelho Ovário Tecido adiposo (gordura) Sistema nervoso Esôfago Músculo Figura 77 – Trato digestório e outros órgãos de uma barata, estruturas que se repetem de forma muito próxima em praticamente todos os insetos 7.1.2 Transporte interno O sistema circulatório é aberto e não desempenha papel na distribuição do oxigênio, uma vez que o sistema traqueal age de maneira independente da hemolinfa neste caso. O bombeamento é executado por uma aorta única e dorsal que apresenta vários orifícios, os óstios, por onde ocorre a entrada do sangue. Para contrações acessórias e retorno do fluxo até o coração, a musculatura corporal e a movimentação dos apêndices têm papel fundamental, observe a imagem a seguir e veja como funciona o fluxo de sangue dos insetos. 105 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Movimento do sangue Movimento do sangue Coração Ostíolo Figura 78 – O sistema circulatório dos insetos é aberto. A hemolinfa é bombeada por meio de uma aorta dorsal, que funciona como um coração contrátil, e posteriormente lançada na cavidade, onde os apêndices contribuem para o retorno desta. 7.1.3 Trocas gasosas As trocas gasosas nos insetos são rápidas e eficientes, uma vez que a maior parte dos indivíduos consome grande quantidade de oxigênio em seu metabolismo, principalmente no voo. Insetos de corpos reduzidos apresentam respiração apenas cutânea, porém a maioria faz trocas pelo sistema traqueal. A vivência no ambiente terrestre traz restrições quanto à perda de água, os espiráculos são forrados por cerdas e também apresentam mecanismos musculares que permitem o fechamento em períodos mais quentes do dia e consequente diminuição da perda de água por evaporação. Os espiráculos podem estar posicionados no tórax e/ou no abdômen, estes desembocam nas traqueias que são impulsionados por diferenças de pressão e contrações que permitem compressão e expansão. Dessas, ocorrem ramificações até os traquíolos (Figura 78). Muitos insetos voadorescontam com sacos aéreos, formados por porções da traqueia dilatadas, que permitem alterações no volume durante o crescimento e expandindo ou retraindo diante do crescimento dos órgãos, além de dar leveza e facilitarem o voo. Sistema traqueal Sacos aéreos Espiráculo Traqueia Tecidos Traquéolas Espiráculos Figura 79 – Sistema traqueal, a principal forma de troca gasosa encontrada nos insetos 106 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III 7.1.4 Excreção A excreção dos insetos ocorre por meio dos túbulos de Malpighi (Figura 76), conectados ao trato digestório. Estes coletam os excretas e os lançam na porção terminal do intestino. Neste local ocorrerá grande quantidade de reabsorção de água e excretas misturados às fezes. O número de túbulos é variável e conta com o auxílio de bombas de prótons na captação dos excretas. Alguns insetos contam com outras estratégias e eliminam, além de produtos nitrogenados, outros resíduos excedentes, como os pulgões que passam grande parte do tempo sugando seiva das plantas e acabam por acumular altas taxas de açucares. O excedente é eliminado na forma de um líquido chamado de honeydew. Curiosamente muitas formigas se alimentam desses excretas e em troca protegem os pulgões contra predadores. 7.1.5 Sistema nervoso e órgãos do sentido O sistema nervoso dos insetos conta com um conjunto de gânglios espalhados ventralmente pelo animal. Conectados ao gânglio cerebroide, estes constituem o sistema nervoso central, de onde partem muitos neurônios espalhados pelo corpo que executam o papel periférico. Veja a imagem a seguir e observe como está estruturado o sistema nervoso de um inseto. Gânglio cerebróide Nervos perféricos Gânglios nervosos Cordôes ventrais Figura 80 – Estruturas básicas de um sistema nervoso de um inseto hipotético Os órgãos do sentido dos insetos desempenham funções importantes na busca pelo alimento, fuga de perigos e busca por parceiros, entre outras tarefas. Na mecanorrecepção, sensilas percebem tato, pressão e vibração e são amplamente distribuídas no corpo, mas com grande concentração nas antenas e pernas. Alguns insetos têm percepção auditiva. Através de sensilas muito finas ou ainda por meio de órgãos timpânicos, membranas finas no exoesqueleto conectadas a células sensórias, ao vibrarem mediante o 107 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS estímulo sonoro, comunicam o sistema nervoso. Presente em grilos, gafanhotos, percevejos e algumas mariposas e borboletas. Quimioreceptores permitem aos insetos perceberem gosto e olfato. Em poros sensoriais nas peças bucais, antenas e tarsos esses estímulos atuam, sobretudo, na busca pelo alimento e pelo hospedeiro. Pernilongos detectam suas presas principalmente por estímulos químicos, localizando‑as diante de sua emissão de dióxido de carbono na respiração. A recepção visual é importante para muitos insetos, mas não todos, uma vez que em muitos destes não há olhos ou a percepção é baixa com a formação de uma imagem bastante borrada. Alguns apresentam olhos simples, outros compostos, com números variáveis de omatídeos. Em algumas espécies, ocorre percepção de cores, sendo os indivíduos atraídos fortemente por cores fortes como o amarelo. 7.1.6 Coordenação muscular O corpo dos insetos é revestido internamente por densas camadas de musculatura estriada, conferindo força e boa coordenação. Uma única pulga é capaz de pular 100 vezes seu próprio comprimento, e uma formiga é capaz de transportar 10 vezes seu próprio peso, estes exemplos demonstram tal força. E a que se atribui isto? A força é sempre distribuída pela área que o músculo possui, e a razão entre a força e a massa aumenta à medida que o tamanho do corpo diminui. 7.1.7 Reprodução Os insetos são dioicos. Algumas espécies se reproduzem de maneira bissexuada e outras, por partenogênese, em que um único óvulo não fecundado origina um novo indivíduo completo. Diferentes rituais de corte são observados, como aqueles que utilizam feromônios para atrair fêmeas ou machos, outros utilizam sinais luminosos, como os vagalumes (figura 80), ou sonoros, como as cigarras. Figura 81 – Vagalume em voo. Os vagalumes são besouros (ordem Coleoptera), no caso desta imagem o indivíduo apresenta a porção final do abdômen mais clara e é neste local onde ocorrerá a bioluminescência 108 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III A fertilização é principalmente interna com transferência direta ou indireta. Na transferência indireta não há cópula, apenas sinalização química para que a fêmea encontre o espermatóforo, como em traças ou em alguns grupos, como algumas espécies de borboletas. O macho entrega o espermatóforo direto ao gonóporo da fêmea e junto a este fornece importante quantidade de nutrientes. As fêmeas em geral apresentam receptáculos seminais para armazenar os espermatozoides e realizarem fecundação posterior. Em algumas espécies, ocorre cópula com mais de um indivíduo, outras as espécies são monogâmicas. Os insetos podem ser ovíparos ou vivíparos lecitotróficos. No primeiro caso, o número de ovos é variável. Em espécies que apresentam cuidado parental, o número é menor, e o contrário é verdadeiro para aqueles que apresentam. Algumas rainhas de abelhas e formigas colocam cerca de um milhão de ovos durante a vida. Já os vivíparos retêm seus ovos em cavidades internas que eclodem dentro de seus corpos, neste caso o número costuma ser reduzido, como em certas espécies de mosca que liberam um filhote por vez. 7.1.8 Crescimento O crescimento dos insetos pode ocorrer de maneira indireta ou direta, e no caso do desenvolvimento indireto compreende dois diferentes tipos de metamorfose. A metamorfose é um evento importante que constitui uma fase de transformação pós‑embrionária. Essas modificações são mediadas por hormônios e precedidas por ecdises. Desta forma, classificamos o crescimento destes indivíduos em três categorias que descreveremos a seguir: • Ametábolos O desenvolvimento ametábolo é um tipo de desenvolvimento direto, em que os juvenis são semelhantes aos adultos em número de segmentos e apêndices. Não ocorre metamorfose neste caso. Como exemplo, temos as traças de livros. Suas fases de vida são: ovo, diferentes números de juvenis e adulto. Para cada fase de juvenil, é necessária uma nova ecdise. Ovo Juvenil 2 AdultoJuvenil Figura 82 – Ciclo de vida de uma traça, a qual apresenta desenvolvimento ametábolo 109 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS • Hemimetábolos Na metamorfose Hemimetábola, há o desenvolvimento incompleto. Ocorre em gafanhotos, cigarras, louva‑a‑deus, percevejos terrestres, entre outros. Os jovens são chamados de ninfas e, embora sejam semelhantes aos adultos, ainda não apresentam o mesmo número de segmentos ou apêndices; em muitos casos há o desenvolvimento de asas e o adulto será alado. Neste caso dizemos que a metamorfose é incompleta. Suas fases de vida são: ovo, vários instares de ninfas, adulto. Ovo l1 l2 l3 Adulto Ninfas Figura 83 – Ciclo de vida de um percevejo (ordem Hemiptera), um inseto hemimetábolo. Ovo, seguido de 3 instares de ninfas (I1, I2, I3) • Holometábolos Neste caso ocorrem processos fisiológicos separados, na fase inicial ocorre o crescimento, seguida de diferenciação e posterior período reprodutivo. As fases de vida são: ovo, larvas (vários instares), pupa e adulto. As larvas representam a etapa de crescimento,quando os indivíduos acumulam energia para a etapa de transformação. Ocorre aqui a metamorfose completa. Na fase de pupa, o indivíduo permanece inativo, com seu corpo protegido por um envelope formado por seu exoesqueleto ou por um casulo ao redor. Não há movimento ou busca por alimento. O adulto apresenta asas e a, partir deste momento, não mais realiza ecdise, podendo em muitos casos dedicar‑se somente à busca por um parceiro e consequente reprodução, sessando inclusive a alimentação. 110 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Lagarta Pupa Borboleta Figura 84 – Fases de vida de uma borboleta (ordem Lepidoptera). Um indivíduo holometábolo. Atente‑se ao fato de que as larvas passam por mais de um instar e que os ovos foram omitidos do desenho Durante o crescimento, os insetos podem praticar diapausa, interrupção prolongada do crescimento, independente dos fatores externos, em que sinais ambientais como fotoperíodos podem ser estímulos para início ou término, e não necessariamente períodos climáticos, como na hibernação. 7.2 Diversidade em Insecta O número de ordens em Insecta pode variar de acordo com a referência utilizada. Como discutido anteriormente, classificações taxonômicas não são estáticas e novos estudos propõem modificações nos agrupamentos. Segundo Gullan e Cranston (2012), são 28 ordens. Trataremos aqui 12, considerando‑as como as mais importantes por seu número de espécies e popularidade, por fatores econômicos, médicos ou ecológicos. 7.2.1 Ordem Zygentoma Esta ordem reúne as traças de livros, são cercas de 400 espécies divididas em cinco famílias atuais. O desenvolvimento das traças é ametábolo e realizam ecdises por toda a vida, também são ápteros (sem asas). O tamanho varia entre 5 a 30 mm de comprimento, são achatados dorsoventralmente e apresentam grande quantidade de escamas. Apresentam apêndices abdominais terminais bastante característicos. Embora seu nome as remetam às pragas urbanas que se alojam em livros em busca de celulose contida nas folhas, estas podem habitar as folhagens, solo, serem cavernícolas ou ainda habitarem regiões desérticas. Apresentam associação mutualística com protistas para digerirem a celulose, uma vez que nenhum animal apresenta produção de celulase, enzima que assim o faz. 111 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS 7.2.2 Ordem Odonata Os odonatas são conhecidos popularmente como libélulas, insetos helicópteros, lava‑cauda ou lavadeira. Seu nome deriva do grego e significa “caracterizada por um dente” (odontos, dente; ata, caracterizado por). São 6 mil espécies com indivíduos que medem entre 2 a 15 cm, com cabeça móvel portadora de dois olhos compostos grandes lateralizados e dois ocelos centrais, antenas curtas, abdômen delgado e alongado e dois pares de asas membranosas. Observe tais características nas imagens a seguir: A) B) Figura 85 – A: vista dorsal de uma libélula, observe os dois pares de asas e o corpo alongado; B: cabeça de uma libélula com seus olhos compostos grandes e lateralizados Estes animais realizam rituais de acasalamento no ar e se posicionam sobre a vegetação para copularem. O macho é capaz de copular com diferentes fêmeas no mesmo dia e esta coloca seus ovos no ambiente aquático. Neste ambiente nascem as ninfas. Hemimetábolas, as ninfas são predadoras, migram para o ambiente terrestre na última ecdise e lá se transformam em adulto. 7.2.3 Ordem Orthoptera Esta ordem reúne os grilos, gafanhotos, paquinhas e esperanças, cerca de 22 mil espécies. Seus corpos são cilíndricos ou alongados e chegam a até 12 cm; e os adultos em geral apresentam dois pares de asas dobradas em leque, seu nome remete justamente à forma de suas asas (orthos, reta; pteron, asas). 112 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Figura 86 – Exemplos de indivíduos da ordem Orthoptera. A: gafanhoto; B: paquinha; C: grilo; e D: esperança As pernas são bastante desenvolvidas, podem ser adaptadas para saltos, como em grilos, ou para cavar, como nas paquinhas. Os olhos são compostos e lateralizados e apresentam peças bucais fortes para alimentação. São herbívoros e gregários que fazem destes, importantes pragas agrícolas. Apresentam corte elaborada, com produção de sons (estridulação). Grilos e esperanças friccionam uma de suas asas na outra, e gafanhotos, as pernas posteriores uma na outra. As fêmeas apresentam ovipositores evidentes, projeções que permitem que os ovos sejam enterrados no substrato e lá permaneçam mais protegidos até a eclosão. Seus ovos frequentemente apresentam diapausa. No desenvolvimento são hemimetábolos, as ninfas não apresentam asas, apenas brotos alares que vão amadurecendo e se transformando em asas com o passar das ecdises. 7.2.4 Ordem Isoptera A ordem Isoptera (isos, igual; pteron, asa) abriga os cupins, são cerca de 2.600 espécies que apresentam um tamanho relativamente pequeno, com indivíduos de no máximo 20 mm. 113 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Figura 87 – Um cupim da casta operária. Note as antenas moniliformes como um colar de contas e as fortes mandíbulas essenciais na captura de alimentos Os cupins são insetos sociais e vivem em um sistema de castas, no qual ocorre divisão de tarefas e as gerações se sobrepõem. Cada casta apresenta uma morfologia compatível com seu papel dentro da colônia, as rainhas e os machos são reprodutores, cuja função é dar origem a todos os indivíduos da colônia; as operárias atuam na busca pelo alimento, limpeza e cuidado com a prole; e soldados atuam na defesa e proteção da colônia, também chamada de cupinzeiro. As antenas são moniliformes (uma única forma de segmentos), longas e multiarticuladas, as peças bucais variam de acordo com a casta, as asas são membranosas e estão presentes apenas nos indivíduos reprodutores e no período de acasalamento. Os ninhos têm formas variadas, apresentam galerias formadas por agregados de substrato, fezes e salivas dos próprios cupins. Algumas espécies utilizam os ambientes urbanos para viverem e fazem seus ninhos em forros, telhados, móveis, livros e depósitos, o que faz deles pragas importantes em certas situações. Os cupins se alimentam de materiais ricos em celulose e dependem de micro‑organismos para realizarem a degradação desse açúcar rígido. O desenvolvimento é hemimetábolo e os jovens dependem de um comportamento chamado de trofalaxia, em que operárias transmitem seus simbiontes para os juvenis, regorgitando parte de seu conteúdo gástrico na boca destes. 7.2.5 Ordem Blattodea Blattodea reúne em torno de 4 mil espécies de baratas, embora este grupo seja visto pela maior parte das pessoas como prejudicial por reunir apenas pragas. Na realidade, muitas das baratas têm grande importância ecológica por se alimentarem de matéria vegetal em decomposição como troncos podres e caídos na floresta. 114 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Figura 88 – Exemplar de barata doméstica Periplaneta americana Seus corpos são achatados, e no tórax sua porção inicial tem forma de um escudo; as antenas são filiformes e multiarticuladas. Quando adultos, apresentam em algumas espécies um par de asas mais rígidas. Os olhos são compostos e de tamanho variável. Figura 89 – Algumas estruturas importantes presentes nas baratas São hemimetábolos e apresentam grandequantidade de indivíduos em sua prole; as baratas liberam, ao invés de ovos soltos, estojos de ovos chamados de ootecas, as quais protegem os ovos até que estes eclodam. As ninfas são bastante semelhantes aos adultos, entretanto não apresentam asas, veja na figura a seguir: Figura 90 – A: uma fêmea adulta de barata liberando sua ooteca; e em B uma ninfa, note a ausência das asas 7.2.6 Ordem Phthiraptera A ordem Phthiraptera (phteir, piolho; apteros, ápteros) abriga os piolhos ou chatos, nomes populares para ectoparasitas de animais endotérmicos. Os piolhos são altamente específicos quanto à seletividade de seus hospedeiros, portanto, as espécies que ocorrem em aves dificilmente habitam os humanos e vice‑versa. 115 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS São 5 mil espécies de insetos ápteros, sem asas, que podem ser sugadores ou mastigadores e dependentes de um hospedeiro em todas as suas fases de vida. Figura 91 – Piolho de corpo de humanos. Garras fortes, antenas curtas e abdômen avantajado para armazenar grande quantidade de sangue durante a alimentação Com olhos ausentes ou reduzidos, o corpo é robusto e pode ser mais alongado, como nos piolhos de corpo e cabeça de humanos, ou mais achatados, como os piolhos pubianos. As pernas são bem‑desenvolvidas, com garras terminais que facilitam a adesão aos pelos, pele ou penas dos hospedeiros. Os piolhos são hemimetábolos e seus ovos, conhecidos como lêndeas, são liberados individualmente pela fêmea com substâncias adesivas que aderem aos pelos ou penas e dificulta a queda caso o hospedeiro se coce ou se mova. Figura 92 – Piolho transportando um de seus ovos. As garras pontiagudas das pernas da esquerda chamam atenção 7.2.7 Ordem Hemiptera Hemiptera é uma ordem bastante numerosa, são cerca de 40 mil espécies descritas, conhecidas popularmente por diferentes nomes. Entre seus representantes estão os percevejos, as baratas‑d’água, marias‑fedidas, jequitiramboia, pulgões, cigarras e barbeiros. 116 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Figura 93 – Exemplos de hemípteros. A: barata‑d’água; B: percevejos; C: cigarras; D: barbeiro O tamanho corporal varia entre 2 a 100 mm. Como característica determinante está a forma de suas asas quando presentes. As asas anteriores apresentam uma porção basal esclerotizada e a porção apical membranosa. Desta forma, a asa é rígida só pela metade, por isto são chamados de hemélitros e dão nome ao grupo (hemi, metade; pteron, asa). Em repouso, estas permanecem dobradas sobre o abdômen. Observe esta estrutura na imagem a seguir: Figura 94 – Hemélitro de um percevejo Muitos apresentam glândula odoríferas abdominais que têm ação repugnatória, isto é, ajudam a afugentar o predador como observado nas marias‑fedidas, que são assim chamadas pois, quando tocadas, se sentem ameaçadas e liberam secreção de odor característico. Seus olhos são compostos e normalmente grandes, as antenas têm forma e tamanho variável. Suas peças bucais são modificadas para perfurar e sugar e suas maxilas, modificadas como estiletes com dois canais, um libera saliva e o outro absorve os fluidos. A maioria é herbívora, mas alguns são hematófagos como o barbeiro, transmissor da doença de chagas (Figura 92). Muitas espécies de hemípteros são pragas agrícolas e induzem a formação de galhas em vegetais, na tentativa de controlar o invasor a planta promove crescimento tecidual contra pulgões, cigarras, cigarrinhas, psilídeos e cochonilhas. Seu desenvolvimento é hemimetábolo, com ninfas podendo apresentar brotos alares. 117 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS 7.2.8 Ordem Coleoptera Coleoptera é a ordem dos besouros, escaravelhos, vagalumes, joaninhas e gorgulhos. Ao observarmos um besouro, podemos perceber que as asas chamam atenção. O primeiro par é rígido e o segundo, membranoso; o primeiro é chamado de élitro e funciona como um estojo que protege a asa membranosas que permanecem dobradas abaixo destas em momentos de repouso (koleos, estojo; pteron, asa). Os élitros ajudam também a evitar a perda de água, uma vez que recobrem os espiráculos. Élitroaberto Asa membranosa Élitro fechado Figura 95 – Estrutura das asas de um besouro. Os élitros abrem durante o voo, mas quem bate para produzir os movimentos efetivamente é a asa membranosa. Na imagem da direita, é possível observar como as asas permanecem quando em repouso Esta é a maior ordem de insetos, são cerca de 350 mil espécies divididas em aproximadamente 500 famílias. Há grande variação de tamanho e seus corpos são extremamente fortes, com suas partes externas muito esclerotizadas. Figura 96 – Exemplo da diversidade corporal de coleópteros As peças bucais são mastigadoras e proporcionam uma variedade alimentar: predadores, herbívoros, detritívoros, entre outros. As pernas também podem ser modificadas para cavar, nadar e fixar‑se no substrato. Os olhos são variados, de compostos bem‑desenvolvidos até ausentes, e os ocelos são normalmente ausentes. 118 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III O desenvolvimento é holometábolo, com larvas variadas que em geral apresentam cabeça rígida, constituindo uma cápsula cefálica esclerotizada; as larvas podem ter três pares de pernas torácicas ou serem ápodas. As pupas podem ser expostas ou abrigarem câmaras pupais, áreas construídas pelas larvas como tocas e compartimentos no solo ou em troncos ou áreas vegetais diversas, raramente estão em casulos e neste caso podem produzir seda a partir dos túbulos de Malpighi. Os coleópteros estão distribuídos por praticamente todos os habitats, como água doce, marinhos na zona entre marés, folhas, flores, gemas, caules, raízes, galhas, frutos, esterco, cadáveres, etc. Exercem grande importância ecológica em seus diferentes papéis, e para os humanos podem ser valiosos na descoberta de tempo e causa morte por meio da entomologia forense. Muitos são utilizados como agentes de controle biológico, controlando populações de pragas agrícolas ou de jardim. 7.2.9 Ordem Lepidoptera Lepidoptera (lepidos, escama; pteron, asa) é a ordem das borboletas e mariposas, com 160 mil espécies que apresentam tamanho variável, com a maior espécie apresentando no máximo 30 cm de uma asa a outra. Suas asas são membranosas e cobertas por escamas sobrepostas, que criam uma área leve que permite a circulação do ar por estas. As peças bucais das borboletas e mariposas têm forma de tubo sugador em indivíduos adultos, estas se enrolam quando não estão em uso (espirotromba ou probóscide) e, no momento em que estes precisam sugar o néctar, as peças são desenroladas (Figura 96). Já as larvas são herbívoras, consumindo principalmente folhas, e apresentam peças mastigadoras. Espirotrompa Figura 97 – Espirotromba de uma borboleta indicada pela seta, os olhos são grandes e compostos e as antenas longas Os olhos são compostos (Figura 96) e grandes ocelos estão presentes. As antenas são variadas e multiarticuladas. A cópula é mediada por feromônios e o encontro, quase sempre aéreo. Ambos os indivíduos descem ao chão ou folhas para a troca dos espermatozoides. 119 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS A fêmea oviposita um número variável de ovos, que podem ser agregados ou não e, de maneira interessante e estratégica, a fêmea os deposita sobre plantas hospedeirasque serão a preferência alimentar de suas larvas. O desenvolvimento é holometábolo, suas larvas têm cápsula cefálica esclerotizada e antenas curtas, no ápice labial estão glândulas de seda com fiandeiras que são importantes na constituição dos casulos, onde ocorrerá a metamorfose completa. Muitas larvas apresentam, como estratégia de defesa, mecanismos de antipalatabilidade, com cerdas ricas em substâncias urticantes e cores de mimetismo. Figura 98 – À esquerda, larvas com espinhos e cerdas portadoras de veneno e, à direita, uma larva em que é possível ver algumas estruturas importantes As pupas são expostas em borboletas, apresentando apenas seu exoesqueleto como uma barreira, constituindo a chamada crisálida. Em mariposas, a pupa frequentemente habita casulos que podem ser de seda, matéria vegetal, fezes e outros. 120 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Figura 99 – Ciclo de vida de uma borboleta. 1: ovos; 2: larvas recém‑nascidas; 3: larvas em fase de alimentação; 4: crisálida; 5: adulto saindo após a metamorfose; e 6: adulto pronto Frequentemente as mariposas e borboletas são confundidas e, embora se tratem da mesma ordem, chamamos de mariposas os lepidópteros (Figura 99), que apresentam antenas pectinadas (em forma de pente), de hábitos noturnos e que em repouso se posicionam com as asas em posição horizontal. Já as borboletas têm antenas longas e clavadas (mais espessas na extremidade terminal), de hábitos diurnos e que repousam com asas em posição vertical. Figura 100 – Em A, uma antena pectinada observada em mariposas e, em B, uma antena clavada, observada em borboletas 121 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Observação Algumas pessoas costumam achar que as mariposas são pouco coloridas, pardas, e as borboletas, sempre coloridas. Este caráter não é verdadeiro, muitas mariposas são verdes, laranjas ou mesmo amarelas. Fique atento! 7.2.10 Ordem Diptera Os dípteros reúnem cerca de 150 mil espécies de bernes, mosquitos, mutucas, pernilongos, varejeiras, borrachudos, moscas‑das‑frutas e outros nomes populares para os insetos que apresentam um único par de asas membranosas e estreitas e asas posteriores reduzidas a apenas a balancins (halteres), estruturas que auxiliam no equilíbrio durante o voo, característica que dá nome à ordem (dis, dois; pteron, asa). Figura 101 – Asa e balancim de um díptero, característica que dá nome ao grupo As peças bucais são utilizadas para perfurar e sugar, adaptadas como esponjas e lambedoras, ou sugadores. Alguns se alimentam de sangue, outros de seiva, como aqueles que fazem pré‑digestão da musculatura de cadáveres, por exemplo. O desenvolvimento é holometábolo, com larvas ápodas encontradas em diferentes habitats, em frutas frescas ou em decomposição, fezes ou mesmo em água, como os mosquitos. Aparelho bucal Figura 102 – Peça bucal de uma mosca, a projeção funciona como uma esponja repleta de ranhuras que permitem que o líquido possa ser sugado 122 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III 7.2.11 Ordem Hymenoptera Os himenópteros são as abelhas, vespas e formigas. O nome da ordem remete as asas membranosas (hymen, membrana; pteron, asa,) que podem estar presentes em adultos reprodutores apenas ou em todos os adultos. 2 antenas Asa 1 Asa 3 Asa 4Asa 2 Figura 103 – Estrutura corporal de uma abelha, com indicação para os dois pares de asas membranosas São cerca de 150 mil espécies de tamanho variável (micro‑himenopteros de 0,15 mm a vespas com 120 mm). Uma caraterística particular do grupo é a modificação do ovipositor, utilizado para ferroar a presa, ou predador ao invés de pôr ovos, estando conectado neste caso com glândulas de veneno. Observe o ovipositor na imagem a seguir: Asa anterior Asa posterior Estigma Ovipositores Pata AbdômenTóraxCabeça Armadura bucal Antena Olho composto Olho composto Figura 104 – Estruturas corporais de uma vespa As peças bucais são mandibuladas, sugadoras ou mastigadoras e ajudam a manusear a presa, na defesa e construção de ninhos. 123 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Os olhos podem ser compostos ou simples e ainda ausentes; as antenas, curtas e multiarticuladas. Figura 105 – Olhos e aparelho bucal de diferentes himeópteros: A: abelha, B: formiga, C: vespa Muitas espécies de himenópteros têm comportamento social, com castas que diferem sua morfologia e comportamento. São holometábolos, com haplodiploidia presente nas fêmeas reprodutoras, isto é, podem controlar o sexo da prole, gerando o sexo que for mais necessário para aquele momento na colônia. As larvas são ápodas, na maioria das espécies, cega e vermiforme. Em muitos casos, necessitam de cuidado por parte das operárias. Saiba mais Ant Web é um banco de dados em que pesquisadores do mundo inteiro colocam fotos de identificações de formigas, como um catálogo das 11 mil espécies. Entre e observe as variações e estruturas: <http://www.antweb.org>. 7.2.12 Ordem Siphonaptera Os sifonápteros (siphon, sifão; apteros, áptero) são chamados popularmente de pulgas. São cerca de 2600 espécies de adultos ectoparasitas de aves e mamíferos. As pulgas são ápteras, portanto, não podem voar, são lateralmente comprimidos e apresentam peças bucais modificadas para perfurar e sugar. Os olhos compostos são ausentes, com grande quantidade de cerdas. A percepção do ambiente é realizada por estas. As pernas posteriores são modificadas para saltar. Bastante fortes, permitem que as pulgas possam pular de um hospedeiro para outro. São holometábolos e depositam seus ovos geralmente nos ambientes dos hospedeiros (ninhos, residência). Os ovos requerem temperatura e umidade para a eclosão dos ovos, algumas espécies apresentam um único hospedeiro, mas a maioria é pouco específica, diferente dos piolhos. 124 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III As pulgas podem ser vetoras de doenças e gerar reação alérgica, levando a lesões por coceiras consecutivas do hospedeiro. Figura 106 – Pulga, um sifonáptero ectoparasita de aves e mamíferos Exemplo de aplicação Insetos estão por toda parte, observe‑os em jardins e parques e anote as ordens que encontrou, como se locomovem e o que estavam comendo. Lembre‑se de que coletas necessitam de autorizações legais, observações visuais podem ser muito produtivas! 8 FILO ECHINODERMATA O filo Echinodermata (echinatus, espinhoso; derma, pele; ata, caracterizado por) reúne animais exclusivamente marinhos, entre eles as estrelas‑do‑mar, os ofiuroides, os ouriços‑do‑mar e os pepinos‑do‑mar. Figura 107 – Exemplos de equinodémos. A: lírio‑do‑mar; B: estrela‑do‑mar; C: ofiuroide; e D: pepino‑do‑mar 125 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS São animais conhecidos desde o cambriano, cujo fóssil mais antigo data de 560 M.a. São animais na maioria radiais, embora apresentem ancestral bilateral, uma vez que este tipo de simetria está presente na fase larval. Os equinodermos são comospolitas e habitam diferentes profundidades, entretanto a maioria é bentônica. Os equinodermos são animais triblásticos, celomados e deuterostomados, em que o blastóporo irá originar o ânus durante a formação do trato digestório.Note que até aqui todos os invertebrados que apresentaram sistema digestório eram protostomados e os ouriços, estrelas e outros indivíduos deste filo são deuterostomados, assim como os vertebrados. Este fato demonstra uma semelhança e maior proximidade com os filos de vertebrados. Os corpos não são segmentados e não há cabeça definida, neste caso a região onde está a boca é chamada de oral, e a oposta a esta é a região aboral. Lembrete As duas variações encontradas quando da modificação do blástóporo em abertura do trato digestório são deuterostomadas e protostomadas. 8.1 Morfologia e função O corpo é sustentado por um endoesqueleto de calcário, este pode ser articulado entre si, formando pequenos ossículos, ou fundidos, formando uma carapaça rígida. A rigidez da derme pode variar graças à presença de um tecido conjuntivo mutável. Figura 108 – Diferentes esqueletos de Echinodermata. A: pertencente a um ouriço; B: a uma bolacha‑do‑mar; e C: a uma estrela‑do‑mar. São constituídas de carbonato de cálcio As projeções derivadas dos ossículos podem constituir a base para a formação de espinhos móveis, como vistos em ouriços, e estes espinhos dão nome ao grupo (Figura 108). Ao longo da superfície corporal, estão as pedicelárias, estruturas semelhantes a pinças que, como minúsculas mandíbulas, são movimentadas por músculos e efetuam a limpeza desta superfície. Veja como estão estruturadas as pedicelárias: 126 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Espinho móvel Pedicelária Pedicelária Parede corpórea Placa calcária Epiderme Tubérculo Figura 109 – Estruturas presentes na parede corporal de equinodermatas. As pedicelárias removem impurezas da superfície corporal e os espinhos são importantes para a defesa dos indivíduos Ainda na parede corporal, sobretudo na região oral, estão os pés ambulacrais, projeções tubulares normalmente terminadas em ventosas que cumprem muitos papéis, entre eles locomoção, captura de alimento e trocas gasosas. As pápulas são brânquias dérmicas com projeções frágeis e delicadas que se situam projetadas para fora entre os espaços dos ossículos. 8.1.1 Sistema ambulacral O compartimento celomático dos equinodermos exerce um papel característico, funcionando como um sistema hidrovascular. O chamamos de sistema ambulacral ou ambulacrário. O sistema ambulacral é formado por um conjunto de estruturas, canais ligados aos pés ambulacrais e ossículos. Madeporito Vista ventral Ânus Boca Vista dorsal Pés ambulacrários Figura 110 – Vistas dorsais e ventrais de uma estrela‑do‑mar, destacando‑se algumas estruturas importantes. A água advinda do ambiente entra no corpo e circula pelo sistema ambulacral, promovendo a movimentação dos pés ambulacrais. A água entra pelo madreporito, uma placa rígida calcária que apresenta um poro. Este está conectado ao canal pétreo, e este ao canal circular que, como o próprio nome remete, se localiza na região central do animal. Desse partem os canais radiais, que se estendem aos braços no caso das estrelas ou à extensão corporal, como nos ouriços. Outras estruturas estão presentes no sistema ambulacral, como as vesículas, que atuam no armazenamento de líquido celomático e regulam a pressão interna do sistema ambulacrário; e os 127 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS corpúsculos de Tiedmann, que produzem os celomócitos, células fagocíticas que atuam na defesa intracorporal. Canal circular Canal radial Ampola Madreporito Canal pétreo Pés ambulacrários Figura 111 – Vista interna dos componentes do sistema ambulacral. A água entra pelo madreporito, segue em direção ao canal pétreo, depois passa pelo canal circular que distribui para os canais radiais. Os pés são distendidos pela própria força da água e as ampolas regulam a pressão interna 8.1.2 Digestão e excreção Os equinodermos podem ser suspensívoros, predadores, saprófagos e detritívoros, se alimentando de pequenos animais e algas. As estrelas‑do‑mar são predadoras carnívoras, enquanto os ouriços se alimentam de algas e apresentam dentes para removê‑las da rocha. O sistema digestório dos equinodermos é completo, o ânus está normalmente posicionado ao lado do madreporito, mas pode ser lateralizado nos indivíduos sésseis. O trato é relativamente simples, contendo boca, estômago, intestino e ânus, estando o estômago nitidamente presente e distinto do intestino nos indivíduos carnívoros. A digestão é extracelular, com ação de enzimas, e intracelular, sempre que necessário. Algumas espécies podem ainda realizar pré‑digestão extracorpórea. 128 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Placa madrepórica Órgão e seio axial Gônada Canal pétreo Espinhos Brânquia Boca Anel nervoso Canal radial Lanterna Estômago Intestino Pés ambulacrários Pedicelária Tentáculo terminal Ânus Figura 112 – Sistema digestório de um ouriço‑do‑mar. Note que é completo, iniciando na boca e terminando no ânus. Por apresentarem corpo radial, o trato é dobrado internamente de maneira que se acomode O produto final da degradação de compostos nitrogenados eliminados pelos equinodermos é a amônia, e a eliminação desta ocorre por meio de difusão, através das pápulas e pés ambulacrais. Os produtos nitrogenados podem também ser capturados pelos celomócitos. 8.1.3 Trocas gasosas As trocas gasosas acontecem por difusão, pelas pápulas dérmicas e por toda a extensão dos pés ambulacrais, os quais extraem da água o oxigênio necessário. 8.1.4 Reprodução Os equinodermos são dioicos, se reproduzindo de maneira sexuada e assexuada. No primeiro caso, a fecundação é externa, com os gametas sendo lançados na água. O desenvolvimento é indireto, do embrião se desenvolve a larva, que é livre natante e apresenta simetria bilateral. Observe na imagem a seguir a forma corporal de larvas das classes de equinodermos: Equinoides (diplêunula) Ófuroides (plúteus) Larvas de equinodermas. Holofuroides (auriculária) Crinoides (doliolária) Asteroides (bipinária) Figura 113 – Morfologia básica de larvas das diferentes classes de Echinodermata 129 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS No caso da reprodução assexuada, esta se dá por meio da regeneração e autotomia. As estrelas‑do‑mar estão entre os equinodermos mais estudados quanto à regeneração. Os indivíduos podem realizar autotomia e cortar parte de seus braços para que destes se originem novos indivíduos, por ação enzimática. Para que o novo indivíduo seja completamente formado, o fragmento deve apresentar ao menos 20% do disco central da estrela. A regeneração pode levar vários meses até que esteja completa. Se a porção for menor do que o mencionado, por exemplo, por estratégia de defesa ou acidente, o indivíduo original se regenera, porém o fragmento não origina um novo indivíduo. Observação A regeneração nem sempre acontece com finalidade reprodutiva, pode ser desencadeada por acidentes e ferimentos. 8.2 Classe Asteroidea A classe Asteroidea reúne os animais chamados popularmente de estrelas‑do‑mar. São cerca de 1500 espécies de indivíduos que, em sua maioria, apresentam forma pentâmera, isto é, apresentam cinco braços que partem de um disco central. Figura 114 – Representantes da classe Asteroidea As estrelas‑do‑mar ocorrem em diferentes profundidades, sendo abundantes principalmente na linha da costa, agarradas a rochas, substratosarenosos e recifes de corais. O corpo é achatado na região oral e medem entre 1 cm e 1 m de um braço a outro. Toda a superfície do disco central e de seus braços é densamente revestida por espinhos reduzidos e de distribuição irregular. Na extremidade de cada braço, existem células de função sensorial. 8.3 Classe Echinoidea Nesta classe estão as bolachas‑do‑mar ou bolachas‑de‑praia e os ouriços‑do‑mar. São cerca de 950 espécies de corpos achatados ou arredondados. 130 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Figura 115 – Dois representantes de Echinoidea São detritívoros ou se alimentam de algas. No caso dos ouriços, a abertura oral é adaptada para raspar rochas e obter alimento. São cinco dentes de calcários que formam a lanterna de Aristóteles. Regiões proximas dos dentes Pirâmides que suportam os dentes Regiões distais dos dentes Músculos Figura 116 – A lanterna de Aristóteles, estrutura cônica encontrada na cavidade oral dos ouriços‑do‑mar, terminada em cindo dentes que podem ser vistos em B Os espinhos dos ouriços são longos e dotados de mobilidade graças ao tecido conjuntivo mutável, ligado a estes. Muitas espécies apresentam em suas pedicelárias veneno, que funciona como estratégia de defesa caso este seja atacado por algum predador. Os espinhos dão ao animal maior movimentação, além de funcionarem como uma barreira e proteção contra predadores. Espinho Pedicelária Figura 117 – Imagem dos espinhos de um ouriço‑do‑mar em destaque, note as pedicelárias entre estes, bem menores e conectadas em um fino pedúnculo 131 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS 8.4 Classe Holothuroidea Os pepinos‑do‑mar são os membros da classe Holothuroidea, são aproximadamente 1500 espécies. Seus corpos são alongados e vivem rastejando sobre o fundo do mar, alguns são fossoriais, isto é, cavam abrigos, outros vivem entre rochas e recifes de corais. Figura 118 – Pepinos‑do‑mar, os únicos equinodermos que, quando adultos, são também bilaterais. Na imagem A, é possível observar a movimentação e o corpo com seus espinhos e pés ambulacrais. Em B, vê‑se a partir da região oral Muitas espécies de pepinos‑do‑mar sob estresse expulsam suas vísceras como estratégia para afugentar seus predadores, pois nas secreções de suas vísceras podem existir substâncias tóxicas para estes. Felizmente os órgãos expulsos são logo regenerados; do contrário, o animal viria a óbito sem a possibilidade de se alimentar. 8.5 Classe Crinoidea Crinoidea é a classe que reúne os equinodermos chamados de lírios‑do‑mar. Trata‑se de um grupo pequeno, com cerca de 625 espécies. A forma corporal destes indivíduos lembra uma flor; por isso, seu nome de lírio‑do‑mar. Apresentam forma de taça e muitos permanecem presos ao substrato pela região aboral, com braços multirramificados, finos e flexíveis. São em geral detritívoros e por sua forma fixa apresentam o ânus deslocado próximo à região oral. 132 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III Pínulas Cálice Pedúnculo Cirros Braço Figura 119 – Crinóides. Em A, sua estrutura com seus braços multiramificados e, em B, um indivíduo preso ao substrato, forma como normalmente são encontrados 8.6 Ophiuroidea São cerca de 2 mil espécies de ofiuroides, chamados também de serpentes‑do‑mar. Seus corpos são achatados e com longos braços finos. Embora tenham 5 braços, como as estrelas, podem ser facilmente diferenciados pela espessura de seus braços. Os ofiuroides são uma exceção dentro do grupo, apresentam trato digestório incompleto. Não apresentam ânus e o material digerido e dispensado pela boca. Figura 120 – Representantes de Ophiuroidea, com seus longos braços e o disco central reduzido e achatado Resumo Hexapoda é o maior subfilo em número de espécies descritas entre todos os animais. Dentro destes são duas as classes: Entognatha e Insecta, 133 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Os primeiros podem ser diferenciados como aqueles que apresentam peças bucais internas à cavidade oral, não perceptíveis externamente; e os demais, como portadores de peças bucais externas à cavidade oral. Como diagnoses, todos os hexápodes apresentam 6 pernas (3 pares), sendo todas unirremes. São três tagmas: cabeça, tórax e abdômen. Os apêndices são cefálicos e torácicos, podendo conter asas ou não. A classe Insecta ganha destaque, uma vez que sozinha apresenta 1 milhão de espécies. Entre os fatores que os fizeram ser dominantes, destacam‑se os nichos reduzidos, curtos ciclos de geração, interação com outros organismos e alta plasticidade corporal, como o surgimento das asas. O aparelho digestório é completo; a excreção ocorre por túbulos de Malpighi; o sistema circulatório, aberto, com um coração dorsal; e as trocas gasosas ocorrem principalmente por sistemas traqueais. O sistema nervoso é ganglionar e altamente capacitado em suas percepções sensoriais. São dioicos e podem se reproduzir de maneira bissexuada ou por partenogênese. Os rituais de corte podem ser elaborados, a fecundação é interna e a transferência, direta ou indireta. O crescimento pode contar com modificações pós‑embrionárias, chamadas de metamorfose. Neste caso os indivíduos que executam modificações corporais reduzidas, como aumento do número de pernas e segmentos, são hemimetábolos e passam pelas etapas ovo, ninfas e adulto. Já aqueles que mudam drasticamente seu corpo, como as lagartas e as borboletas, são holometábolos e passam pelas fases de ovo, larvas, pupa e adulto. Quanto à diversidade de Insecta, vamos relembrar alguns dos grupos e seus representantes. Zygentoma são as traças de livros, únicos insetos aqui tratados que são ametábolos. Odonada são as libélulas, com seus corpos alongados e suas asas finas. Orthoptera reúne os grilos, gafanhotos, esperanças e paquinhas, seus corpos são cilíndricos ou alongados e podem apresentar dois pares de asas dobradas em leque. Isoptera reúne os cupins, animais sociais, herbívoros e divididos em castas. Blattodea é a ordem das baratas, com corpos achatados, escudo torácico e longas antenas multiarticuladas. Phthiraptera abriga os piolhos e chatos, são ectoparasitas, ápteros e não apresentam olhos. Hemiptera reúne percevejos, como as baratas‑d’água, marias‑fedidas, pulgões, cigarras, entre outros. Seus hemipelitros que os caracterizam são as asas anteriores com uma porção basal esclerotizada e a porção apical membranosa. Coleoptera é a ordem dos besouros, escaravelhos, vagalumes e joaninhas, todos apresentam o 134 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III primeiro par de asas em forma de élitro, suas formas corporais e peças bucais são altamente modificadas. Ordem Lepidoptera é a ordem das borboletas e mariposas, apresentam dois pares de asas membranosas repletas de escamas e suas peças bucais, como adultos, são as espirotrombas. Diptera é a ordem das moscas e mosquitos, apresentam um par de asas. O segundo, modificado em balancins, são esponjosos lambedores ou sugadores. Hymenoptera reúne as abelhas, formigas e vespas, dos quais grande parte é de animais sociais, com asas membranosas, e sua colônia se divide em castas. Siphonaptera é a ordem das pulgas, animais saltadores, ápteros e ectoparasitas de animais endotérmicos. O filo Echinodermata reúne animais exclusivamente marinhos,como os ouriços‑do‑mar, as estrelas‑do‑mar, crinoides, pepinos e bolachas‑do‑mar. São triblásticos, celomados e deuterostomados. Seus corpos se dividem em região oral e aboral. Seus corpos estão estruturados em um endoesqueleto de calcário, articulado ou fundido, formando uma carapaça rígida. Apresentam espinhos projetados da derme e pedicelárias, estruturas semelhantes a pinças que removem fragmentos da superfície corporal. Na superfície oral, pés ambulacrais funcionam como projeções tubulares fundamentais para o deslocamento dos indivíduos. O sistema ambulacral ou ambulacrário é formado por um conjunto de estruturas. Canais ligados aos pés ambulacrais e ossículos, este funciona como um sistema hidrovascular em que a água tem papel fundamental. A água entra pelo madreporito, uma placa rígida calcária que apresenta um poro. Este está conectado ao canal pétreo e este ao canal circular que, como o próprio nome remete, se localiza na região central do animal. Desse, partem os canais radiais que se projetam pela extensão corporal, como nos ouriços. A classe Asteroidea reúne as estrelas‑do‑mar; em Echinoidea estão as bolachas‑do‑mar ou bolachas‑de‑praia e os ouriços‑do‑mar; em Holuthuroidea estão os pepinos‑do‑mar; em Crinoidea, os sésseis lírios‑do‑mar; e Ophiuroidea reúne os ofiuroides. Exercícios Questão 1. Na ilustração estão representados cinco insetos. Considerando a ordem a que cada um pertence, assinale a alternativa em que os cinco insetos encontram‑se corretamente classificados: 135 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 ZOOLOGIA: INVERTEBRADOS Borboleta Formiga Besouro BarbeiroMosca Figura 121 A) Hemiptera – borboleta; Himenoptera – mosca; Lepidoptera – formiga; Coleoptera – besouro; Diptera – barbeiro. B) Hemiptera – formiga; Himenoptera – barbeiro; Lepidoptera – besouro; Coleoptera – borboleta; Diptera – mosca. C) Hemiptera – barbeiro; Himenoptera – formiga; Lepidoptera – borboleta; Coleoptera – besouro; Diptera – mosca. D) Hemiptera – barbeiro; Himenoptera – formiga; Lepidoptera – borboleta; Coleoptera – mosca; Diptera – besouro. E) Hemiptera – formiga; Himenoptera – barbeiro; Lepidoptera – mosca; Coleoptera – besouro; Diptera – borboleta. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas A) Afirmativa incorreta. Justificativa: a ordem Hemiptera é representada pelos insetos sugadores e sua estrutura bucal perfura e suga seiva e alimentos liquefeitos. Ex.: barbeiro. B) Afirmativa incorreta. Justificativa: a ordem Himenoptera é representada por vespas, formigas e abelhas. Apresentam dois pares de asas membranosas. 136 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Unidade III C) Afirmativa correta. Justificativa: todas as ordens estão corretamente representadas: Hemiptera – barbeiro; Himenoptera – formiga; Lepidoptera – borboleta; Coleoptera – besouro; Diptera – mosca. D) Afirmativa incorreta. Justificativa: Diptera é representada por mosquitos e moscas. Possuem apenas o par anterior de asas. Insetos da ordem Coleptera possuem os élitros, que são asas rígidas – por exemplo, os besouros. E) Afirmativa incorreta. Justificativa: Lepidoptera é bem representada pelas borboletas. Possuem dois pares de asas cobertos de escamas e peças bucais adaptadas à sucção. Questão 2. Observe a seguir fotos que mostram as etapas de desenvolvimento de uma joaninha. Figura 122 Analise atentamente as fotografias das fases do ciclo de vida de uma joaninha. Baseando‑se nas figuras, podemos concluir que se trata de um inseto: A) Hemimetábolo. B) Homometábolo. C) Holometábolo. D) Ametábolo. E) Moletábulo. Resolução desta questão na plataforma. 137 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 A) 141391875. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/n/ Natureworks/10/l/141391875>. Acesso em: 18 maio 2015. B) JPG6Y9GX0.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/Modnar/02/ l/1423386870xctiz.jpg6y9gx0.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. C) 14069947226A2YH.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ maidoR/08/l/14069947226a2yh.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. D) FILE000633335813.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/e/earl53/ preview/fldr_2008_11_14/file000633335813.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 2 A) 8357/A19_4.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8357/ A19_4.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. B) RUPPERT, E. E., FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. 7 ed., São Paulo: Roca, 2005, p. 601, figura C. Figura 3 A) A19_2.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8357/ A19_2.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. B) 023.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4608/023. jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. C) 9684/92.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/92. gif>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 4 A) A19_1.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8357/ A19_1.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. B) 4608/064.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/ conteudo_4608/064.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. 138 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Figura 5 HICKMAN JR., C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 2014, p. 450, figura 20.11. Figura 6 8233/6.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8233/6.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 7 HICKMAN JR., C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan, 2014, p. 450, figura 20.11. Figura 8 A) FILE000908992223.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/l/ lisasolonynko/preview/fldr_2008_11_03/file000908992223.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. B) 13685638611DDAU.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/d/ DodgertonSkillhause/05/l/13685638611ddau.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 9 9684/123.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/123. jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 10 A) FILE3451295295601.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mrooczek262/preview/fldr_2011_01_17/file3451295295601.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. B) FILE0001738266827.JPG Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/e/ earl53/preview/fldr_2008_11_14/file0001738266827.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. C) FILE5431251586368.JPG Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/ cltalbot/preview/fldr_2009_08_29/file5431251586368.jpg>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 11 112.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/112.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. 139 Re vi sã o: V irg ín ia - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 7/ 05 /1 5 Figura 12 111.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/111.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 13 113.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/113.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 14 9684/109.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/109.gif>. Acesso em: 18 maio 2015. Figura 15 9684/110.GIF. 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Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4608/020.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. Figura 22 RUPPERT, E. E.; FOX, R. S.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. 7 ed. Ed. Roca, São Paulo: Roca, 2005. p. 657. Figura 23 FILE0001479627424.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mensatic/preview/fldr_2004_09_20/file0001479627424.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. Figura 24 FILE000928946881.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/m/ mrshruby/preview/fldr_2008_11_28/file000928946881.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. Figura 25 BRUSCA, R. C.; BRUSCA, G. J. Invertebrados. 2 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 724. Figura 26 FILE6671233881253.JPG. Disponível em: <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/j/jdurham/ preview/fldr_2009_02_05/file6671233881253.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. Figura 27 068.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4608/068.jpg>. 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Acesso em: 19 maio 2015. B) 91.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8449/91.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. Figura 55 B4NATURE_ANIMALS_SEA001.JPG. Disponível em: <http://www.imageafter.com/dbase/images/nature_ animals_sea/b4nature_animals_sea001.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. Figura 56 A) DSC031381.JPG. Disponível em: <http://images2.pics4learning.com/catalog/d/dsc031381.jpg>. Acesso em: 19 maio 2015. B) 121.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8449/121.
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