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Nervos Cranianos Giuliana talher 1 Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles liga-se ao tronco encefálico, excetuando-se apenas os nervos olfatório e óptico, que se ligam. Respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo. Os nervos III, IV e VI inervam os músculos do olho. O V par, nervo trigêmeo, é assim denominado em virtude de seus três ramos: nervos oftálmico, maxilar e mandibular. O VII, nervo facial, compreende o nervo facial propriamente dito e o nervo intermédio, considerado por alguns como a raiz sensitiva e visceral do nervo facial. O VIII par, nervo vestibulococlear, apresenta dois componentes distintos, que são por alguns considerados como nervos separados. São eles as partes vestibular e coclear, relacionados, respectivamente, com o equilíbrio e a audição. O X nervo vago é também chamado pneumogástrico. O XI nervo acessório difere dos demais pares cranianos por ser formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e outra espinhal. Os nervos cranianos são muito mais complicados do que os espinhais no que se refere às origens aparentes. COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS CRANIANOS: ↣ Fibras aferentes: - Somáticas: gerais e especiais - Viscerais: gerais e especiais ↣ Fibras Eferentes: - Somáticas - Viscerais: gerais e especiais NERVO OLFATÓRIO ( I ) É representado por numerosos pequenos feixes nervosos que, originando-se na região olfatória de cada fossa nasal, atravessam a lâmina crivosa do osso etmoide e terminam no bulbo olfatório. É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras Nervos Cranianos Giuliana talher 2 conduzem impulsos olfatórios, sendo, pois, classificados como aferentes viscerais especiais. NERVO ÓPTICO ( II ) É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao polo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se, pois, como aferentes somáticas especiais. NERVOS OCULOMOTOR (III); TROCLEAR (IV); E ABDUCENTE (VI) São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior e oblíquo inferior. Todos esses músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados, respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras nervosas que os inervam são, pois, classificadas como eferentes somáticas. Além disso, o nervo oculomotor possui fibras responsáveis pela inervação pré- ganglionar dos músculos intrínsecos do bulbo ocular: o músculo ciliar, que regula a convergência do cristalino, e o músculo esfincter da pupila. Estes músculos são lisos, e as fibras que os inervam classificam-se como eferentes viscerais gerais. NERVO TRIGÊMEO (V) O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma raiz motora. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos ou divisões do trigêmeo: ● nervo oftálmico, ● nervo maxílar ● nervo mandibular. Responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. Estas fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivos. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigadores. Todos os músculos derivam do primeiro arco branquial, e as fibras que os inervam se Nervos Cranianos Giuliana talher 3 classificam como eferentes viscerais especiais. NERVO FACIAL (VII) O nervo emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg). Juntamente com o nervo vestibulococlear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando-se, assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial. Depois de curto trajeto, o nervo facial encurva-se fortemente para trás, formando o joelho externo, ou genículo do nervo facial, onde existe um gânglio sensitivo, o gânglio geniculado. A seguir, o nervo descreve nova curva para baixo, emerge do crânio pelo forame estilomastoídeo, atravessa a glândula parótida e distribui uma série de ramos para os músculos mímicos, músculo estilo-hioídeo e ventre posterior do músculo digástrico. Estes músculos derivam do segundo arco branquial, e as fibras a eles destinadas são, pois, eferentes viscerais especiais, constituindo o componente funcional mais importante do VII par. Os quatro outros componentes funcionais do VII par pertencem ao nervo intermédio, que possui fibras aferentes viscerais especiais, aferentes viscerais gerais, aferentes somáticas gerais e aferentes viscerais gerais. As fibras aferentes são prolongamentos periféricos de neurônios sensitivos situados no gânglio geniculado; os componentes eferentes originam-se em núcleos do tronco encefálico. a) fibras eferentes viscerais especiais - para os músculos mímicos, músculos estilo-hioídeos e ventre posterior do digástrico; b) fibras eferentes viscerais gerais - responsáveis pela inervação pré- ganglionar das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. As fibras destinadas às glândulas submandibular e sublingual acompanham o trajeto anteriormente descrito para as fibras aferentes viscerais especiais, mas terminam no gânglio submandibular; gânglio parassimpático anexo ao nervo lingual, de onde saem as fibras (pós- ganglionares), que se distribuem às glândulas submandibular e sublingual. As fibras destinadas à glândula lacrimal destacam-se do nervo facial ao nível do joelho interno, percorrem, sucessivamente, o nervo petroso maior e o nervo do canal pterigoídeo. atingindo o gânglio pterigopalatino, de onde saem as fibras (pós-ganglionares) para a glândula lacrimal; c) fibras aferentes viscerais especiais - recebem impulsos gustativos originados nos ⅔ anteriores da língua e seguem inicialmente Nervos Cranianos Giuliana talher 4 junto com o nervo lingual. A seguir, passam para o nervo corda do tímpano, através do qual ganham o nervo facial, pouco antes de sua emergência no forame estilomastóideo. Passam pelo gânglio geniculado e penetram no tronco encefálico pela raiz sensitiva do VII par, ou seja, pelo nervo intermédio. NERVO VESTIBULOCOCLEAR (VIII) O nervo vestibulococlear é um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo- pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo, região denominada ângulo ponto-cerebelar. Ocupa, juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal. Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear, que, embora unidas em um tronco comum, têm origem, funções e conexões centrais diferentes. NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX) O nervo glossofaríngeo é um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõe em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para fonnar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio peloforame jugular. Em seu trajeto através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior (ou jugular) e inferior (ou petroso), formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. NERVO VAGO (X) O nervo vago, o maior dos nervos cranianos, é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste longo trajeto, o nervo vago dá origem a numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos, o gânglio superior (ou jugular), situado ao nível do forame jugular, e o gânglio inferior (ou nodoso), situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios, reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório. NERVO ACESSÓRIO (XI) O nervo acessório é formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e uma raiz espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos radiculares que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros Nervos Cranianos Giuliana talher 5 segmentos cervicais da medula e constituem um tronco comum que penetra no crânio pelo forame magno. Funcionalmente, as fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são de dois tipos: a) fibras eferentes viscerais especiais - inervam os músculos da laringe através do nervo laríngeo recorrente; b) fibras eferentes viscerais gerais - inervam vísceras torácicas juntamente com fibras vagais. NERVO HIPOGLOSSO (XII) O nervo hipoglosso, essencialmente motor, emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Nas lesões do nervo hipoglosso, há paralisia da musculatura de uma das metades da língua. Nesse caso, quando o paciente faz a protrusão da língua, ela se desvia para o lado lesado, por ação da musculatura do lado normal não contrabalançada pela musculatura da metade paralisada.
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