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Patologias Gestacionais em Vacas 1) Origem Fetal 1.1 Hidropsia das Membranas Fetais Acúmulo de líquido em excesso (+20 L) nas duas membranas -> hidrâmnio e hidroalantoide Frequente em bovinos 3º final da gestação (maioria dos casos) - fase de maior desenvolvimento fetal *Comum ocorrer nascimento de bezerros com condrodisplasia como consequência da hidropsia. Causas: Fatores hereditários maternos Distúrbios hepato renais fetais Hidronefrose fetal Baixo número de cotilédones (dificuldade de excreção dos líquidos prod. pelo feto) Gestação gemelares Torção ou compressão do cordão umbilical Má formações fetais Sinais Clínicos: Distensão abdominal bilateral Compressão de orgãos e vasos Taquipneia e dispneia Redução do apetite Dificuldade para ruminar Desidratação Aborto Inércia uterina e dilatação insuficiente da cérvix Formas: leve, média e grave. Prognóstico desfavorável -> o feto geralmente vem a morte ou aborto e a mãe pode ter complicações de saúde. Complicações pré-parto = prolapso vaginal, paraplegia, hérnia abdominal e rupturas Complicações pós-parto = colapso por compressão de vasos, atonia uterina, prolapso uterino, retenção de placenta, agalactia *O acúmulo de líquido em si não é tóxico, o problema são as consequências desse acúmulo. Diagnóstico: Distensão abdominal, sintomatologia clínica, distensão uterina (palpação), diferencial = gestação gemelar e timpanismo Tratamento: Se for leve ou média pode-se aguardar o término da prenhez ou abortamento Em casos graves pode-se fazer punção de baixo ventre (trocater), abortamento terapêutico ou cesariana. 1.2 Outras Mal formações Fetais Nem sempre a fêmea que está gestando um feto mal formado vai apresentar hidropsia, porém se a fêmea estiver com hidropsia o feto pode estar com má formação. - Schistosomus reflexus - o feto já nasce sem vida -> anomalia congênita fatal - dobradura da coluna vertebral, exposição das vísceras, anquilose dos membros , hipoplasia hepática e diafragmática, escoliose e anormalidade do sistema digestório. - Anencefalia (sem sistema nervoso central) - Hidrocefalia (acúmulo de líquido na cavidade craniana) - Monstros duplos ( duas cabeças e apenas 4 membros) São casos raros na rotina de grandes animais. 1.3 Mumificação e Maceração Fetal São casos mais comuns. Mumificados -> se mantém no estado de desenvolvimento fetal do momento da morte. Sem contaminação uterina. Cérvix Fechada. 2º ou 3º terço da gestação. Fases: reabsorção dos líquidos (fetais e intersticiais do feto) , endurecimento fetal, ressecamento da placenta. Causas: torção de cordão umbilical ou uterina, patologias de placenta, traumatismos.. Sintomas e Diagnósticos: prolongamento da gestação, ausência de corrimento vulvar, ausência de líquidos fetais, parede uterina colapsada no feto. Prognóstico e Tratamento: favorável, retirada da múmia, abortamento terapêutico (aplicação de prostaglandinas), aplicação de estrógenos (pra facilitar a limpeza uterina e contração). Maceração -> o feto sofre dissolução/necrose dos tecidos moles. Com contaminação bacteriana externa do útero via ascendente. Cérvix aberta. Após 3º mês de gestação Frequente em bovinos Bactéria + associada: trichomonas foetus Sinais Clínicos: Antecedente de esforços expulsivos Corrimento vaginal escuro e fétido (avaliar histórico da gestação) Aumento da temperatura corporal Anorexia Queda na produção Ruptura uterina Prognóstico e Diagnóstico: desfavorável para manter a fêmea reprodutiva, palpação e inspeção vaginal, ausência de frêmito da artéria uterina, presença apenas de ossos. Tratamento: abortamento terapêutico, estrógenos , retirada de restos fetais do canal do parto, tratamento de metrite (antibioticoterapia) 2) Origem Materna Acometem geralmente a placenta. A fêmea pode continuar repetindo a patologia nas próximas gestações. 2.1 Placentite Mais comum em éguas. Via hematógena x via ascendente (+comum) Ex.:leptospirose Vulva horizontal Agentes: Bactérias (streptococcus , E. coli, Leptospira..) Vírus Protozoários Fungos (Aspergillus, mucor, hystoplasma..) Sinais Clínicos: Espessamento edematoso e inflamação necrosante do corioalantóide Exsudato espesso amarronzado Aborto Potro debilitado ou sépticos Desenvolvimento de úbere Problemas em conceber nas próximas gestações Diagnóstico: Avaliação ultrassonografia placentária - espessamento da junção útero-placentária Concentração hormonal Ritmo cardíaco fetal, movimentação do feto e clareza dos fluídos fetais. Tratamento: Antibioticoterapia Progestágenos Antiinflamatórios Pentoxifilina Correção da conformação perineal - vulvuplastia 2.2 Mola Acomete bovinos, suínos e cães Processo patológico da placenta com morte embrionária e reabsorção fetal, porém os anexos fetais continuam se desenvolvendo. Diagnóstico e Tratamento: palpação retal, USG, abortamento terapêutico. 2.3 Prolapso Vaginal Bovinos e pequenos ruminantes são mais afetados Relaxamento da fixação vaginal Geralmente ocorre por fatores hereditários Classificado em 3 estágios. Fatores predisponentes Fêmeas multíparas e idosas Problemas no parto anterior Produção exagerada de estrógeno Decúbito por longo período Hidropisias Pisos exageradamente inclinados. Prognóstico: favorável quando diagnosticado precocemente. Reservado em prolapsos totais Desfavorável = aborto, metrite, necrose. Tratamento: limpeza e desinfecção, reposição manual da vagina, suturas, antibióticos..
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