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Bioestat́ıstica Lista de exerćıcios 3 Questão 1. Suponha que meninos e meninas têm a mesma probabilidade de nascer. Em uma faḿılia com três filhos, qual é a probabilidade de: (a) dois serem homens? (b) um ser homem? (c) nenhum ser homem? Defina como M o evento ‘o bebê é do sexo masculino’ e F , como o caso contrário. Uma vez que um evento não interfere na probabilidade do outro, dizemos que são independentes. Assim, a probabilidade pode ser calculada pela regra da multiplicação (regra do ‘e’). Se ambos tem a mesma probabilidade, então P(M) = P(F ) = 0, 5. Assim, a) A probabilidade de 2 serem meninos também dependerá da quantidade de combinações posśıveis para este resultado considerando a ordem: MMF , MFM, FMM. Portanto, temos que P(2 homens) = P(MMF )+P(MFM)+P(FMM) = 3× (P(M)×P(M)×P(F )) = 3× 0, 125 = 0, 375. b) Combinações posśıveis: MFF , FMF , FFM. P(1 homem) = P(MFF ) + P(FMF ) + P(FFM) = 3× (P(M)× P(F )× P(F )) = 3× 0, 125 = 0, 375. c) Combinações posśıveis: FFF . P(0 homens) = P(FFF ) = P(F )× P(F )× P(F ) = 0, 125. Questão 2. No cruzamento de ervilhas amarelas homozigotas (AA) com ervilhas verdes homozigotas (aa), ocorrem ervilhas amarelas heterozigotas (Aa). Se essas ervilhas forem cruzadas entre si, ocorrem três ervilhas amarelas para cada ervilha verde (a proporção é de três para um). Suponha que tenham sido pegas, ao acaso, três ervilhas resultantes do cruzamento de ervilhas amarelas heterozigotas. Qual é a probabilidade de as três serem verdes? Mesmo racioćınio da questão anterior, só que agora iremos considerar probabilidades distintas. Defina V como o evento ‘A ervilha é verde’ e A como ‘A ervilha é amarela’. Portanto, temos que P(V ) = 0, 25 e P(A) = 0, 75. Combinações posśıveis para 3 ervilhas verdes em 3 observações: VVV . P(3 ervilhas verdes) = P(VVV ) = P(V )× P(V )× P(V ) = 0, 0156. Questão 3. Jogam-se duas moedas ao mesmo tempo. Os eventos ‘cara na primeira moeda’ e ‘faces iguais nas duas moedas’ são independentes? Vamos definir A como o evento ‘cara na primeira moeda’ e B como ‘faces iguais nas duas moedas’. Vimos que se A é independente de B, então P(A|B) = P(A) ou P(B|A) = P(B). Assim, vamos construir a lista de posśıveis resultados, ou seja, no espaço amostral: Ω = {(Ca, Ca), (Ca, Co), (Co, Ca), (Co, Co)} com Ca sendo ‘cara’ e Co, ‘coroa’. Assim, facilmente cal- culamos P(A) = P({(Ca, Ca), (Ca, Co)}) = 2/4 = 0, 5. 1 P(B) = P({(Ca, Ca), (Co, Co)}) = 2/4 = 0, 5. P(A ∩ B) = P({(Ca, Ca)}) = 1/4 = 0, 25 P(B|A) = P(A∩B)P(A) = 0,25 0,5 = 0, 5 = P(B) P(A|B) = P(A∩B)P(B) = 0,25 0,5 = 0, 5 = P(A) Quando condicionamos um evento ao outro, a probabilidade não se altera. Ou seja, implicando que os eventos são independentes. Questão 4. Para melhorar as condições de pacientes com determinada doença crônica, existem cinco drogas: A, B, C, D e E. Um médico tem verba para comparar apenas três delas. Se ele escolher três drogas ao acaso para comparar, qual é a probabilidade de: (a) a droga A ser escolhida? (b) as drogas A e B serem escolhidas? Mesmo racioćınio da questão 1, só que temos mais possibilidades. a) Combinações posśıveis para escolher A em 3 escolhas: ABC , ABD, ABE , ACD, ACE e suas posśıveis permutações. Por exemplo, ABC tem 6 permutações: ABC , ACB, CAB, BAC , CBA e BCA. Ou seja, cada combinação tem 6 permutações. Portanto, temos 5× 6 = 30. P(A ser escolhida) = P(ABC , ABD, ABE , ACD, ACE e suas posśıveis permutações) = 30 × (P(A) × P(B)× P(C )) = 30× (1/5× 1/5× 1/5) = 0, 24. b) Combinações posśıveis para escolher A e B em 3 escolhas: ABC , ABD e ABE e suas posśıveis permutações. Assim como o caso anterior, cada combinação tem 6 permutações. Portanto, temos 3×6 = 18. P(A e B serem escolhida) = P(ABC , ABD, ABE e suas posśıveis permutações) = 18×(P(A)×P(B)× P(C )) = 30× (1/5× 1/5× 1/5) = 0, 144. Questão 5. Um exame realizado em jovens que conclúıram o curso fundamental mostrou que 20% foram reprovados em Matemática, 10% foram reprovados em Português e 5% foram reprovados tanto em Matemática como em Português. Os eventos ‘ser reprovado em Matemática’ e ‘ser reprovado em Português’ são independentes? Vamos definir M como o evento ‘ser reprovado em Matemática’ e P como ‘ser reprovado em Português’. Vimos que se M é independente de P, então P(M|P) = P(M) ou P(P|M) = P(P). Temos também: P(M) = 0, 2 P(P) = 0, 1 P(M ∩ P) = 0, 05 P(M|P) = P(M∩P)P(P) = 0,05 0,1 = 0, 5 6= P(B) P(P|M) = P(M∩P)P(M) = 0,05 0,2 = 0, 25 6= P(A) Quando condicionamos um evento ao outro, a probabilidade se altera. Ou seja, os eventos NÃO são independentes. Dica para interpretação: Vamos analisar P(M|P) representando a probabilidade do aluno ser reprovado em Matemática dado que foi reprovado em Português. A chance de um aluno ser reprovado em Matemática, em geral, é 20%. Uma vez que sabemos que ele já foi reprovado em Português, essa chance aumenta para 50%. Bioestat́ıstica 2 Lista de exerćıcios 3 Questão 6. A probabilidade de determinado teste para a Aids dar resultado negativo em portadores de anticorpos contra o v́ırus (falso-negativo) é 10%. Supondo que falsos-negativos ocorrem de forma independente, qual é a probabilidade de um portador de anticorpos contra o v́ırus da Aids, que se apresentou três vezes para o teste, ter tido, nas três vezes, resultado negativo? P(3 resultados negativos) = 0, 1× 0, 1× 0, 1 = 0, 001. Questão 7. Suponha que a probabilidade de uma pessoa ser do tipo sangúıneo O é de 40%, ser A é de 30% e ser B é de 20%. Suponha ainda que o fator Rh não dependa do tipo sangúıneo e que a probabilidade de Rh+ é de 90%. Nessas condições, calcule a probabilidade de uma pessoa tomada ao acaso da população ser: (a) O, Rh+ (b) AB, Rh– P(O) = 0, 4 P(A) = 0, 3 P(B) = 0, 2 P(Rh+) = 0, 9 a) Pela independência, temos P(O+) = P(O ∩ Rh+) = P(O)× P(Rh+) = 0, 4× 0, 9 = 0, 36. b) P(AB) = 1− P(ABc) = 1− (P(A) + P(B) + P(O)) = 1− (0, 4 + 0, 3 + 0, 2) = 0, 1. P(Rh−) = 1− P(Rh+) = 1− 0, 9 = 0, 1. P(AB−) = P(AB ∩ Rh−) = P(AB)× P(Rh−) = 0, 1× 0, 1 = 0, 01. Questão 8. Abaixo temos a tabela com a distribuição de mulheres com implante mamário e o fato de terem ou não doenças do tecido conjuntivo. A partir dela, responda as seguintes questões: Implante Tem doença Não tem doença Total Sim 5 744 749 Não 10 1488 1498 Total 15 2232 2247 (a) Qual é a probabilidade de uma mulher escolhida ao acaso ter a doença? (b) Qual é a probabilidade de uma mulher escolhida ao acaso ter implante? (c) Os eventos ‘ter a doença’ e ‘ter implante’ são disjuntos? (d) Os eventos ‘ter a doença’ e ‘ter implante’ são independentes? (e) Na sua opinião, podemos considerar que ter implante mamário gera riscos de saúde à população feminina em geral? a) P(‘ter a doença’) = 15/2247 b) P(‘ter implante’) = 749/2247 c) Eventos disjuntos são aqueles que não possuem interseção. Pela tabela vemos que existem mulheres que tem a doença e possuem implante. Assim, estes eventos não são disjuntos. Bioestat́ıstica 3 Lista de exerćıcios 3 d) P(‘ter a doença’ e ‘ter implante’) = 5/2247 P(‘ter a doença’|‘ter implante’) = P(‘ter a doença’ e ‘ter implante’)P(‘ter implante’) = 5/2247 749/2247 = 5/749 = 15/2247 = P(‘ter a doença’). Portanto, os eventos são independentes. e) Pelo calculado na questão anterior, vimos que os eventos são independentes. Ou seja, esperamos que a proporção de mulheres que tenha a doença seja semelhante tantos nas que possuem ou não implantes mamários. Assim, temos evidência de que implantes mamários não aumenta o risco para doenças do tecido conjuntivo. Questão 9. Atente para o trecho da reportagem a seguir: Pessoas altas correm mais risco de desenvolver câncer, aponta estudo1. (...) O câncer se desenvolve quando o controle normal pelo corpo das células deixa de funcionar, abrindo caminho para o desenvolvimento de células can- ceŕıgenas que se manifestam como tumores. O estudo, publicado narevista Proceedings of Royal Society B, sugere que o risco de desenvolver diferentes tipos de câncer é mais provável em pessoas altas, simplesmente porque eles têm mais células e, portanto, maior probabilidade que essas células se tornem cancerosas (...). Se estudarmos dois grupos em nossa população: o primeiro com pessoas consideradas de estatura mediana e o outro com pessoas consideradas altas. Ambos os grupos possuem integrantes com mesma faixa etária e hábitos alimentares similares. É esperado que observemos mais casos de câncer no segundo grupo. No entanto, Suponha que isto não ocorreu em nosso estudo. A proporção de pessoas doentes foi semelhantes para ambos os grupos. Existe(m) argumento(s) para este resultado? Se sim, qual(is) seria(m)? Apesar de esperado, esse estudo é somente uma única replicação de um experimento aleatório. Não é porque a probabilidade é definida que, de fato, irá ocorrer. Além disso, vimos que com o aumento da amostra, a proporção tende a se estabilizar próximo da verdadeira probabilidade. No entanto, nosso estudo contém um número limitado de pessoas. Questão 10. Atente para o trecho da reportagem a seguir: Matemático aponta como aumentar chances de ganhar na Mega-Sena2. (...) O que a ciência dos números tem a nos dizer não é tão animador. A probabilidade de você acertar os números premiados com um bilhete de seis dezenas é uma em 50 milhões, enquanto a chance de ser atin- gido por um raio é uma em 1,5 milhão. Ou seja, é 33 vezes mais fácil um raio cair na sua cabeça que você escalar os degraus da riqueza. Saiba que também é mais provável conseguir ser canonizado. As chances de se tornar um santo é de uma em 20 milhões (...). Mas, seja otimista. Você já conseguiu um feito mais dif́ıcil do que ganhar na loteria: nascer. A chance de fecundação é uma em 300 milhões, apro- ximadamente seis vezes mais dif́ıcil que ser premiado (...). A partir do texto, responda as seguintes questões: (a) A probabilidade de ganhar na loteria é 1/50 mi. Isto significa que se eu jogar 50 milhões de vezes, é certo de que irei ganhar pelo menos uma vez? 1Publicado em 24/10/2018, 15h00 por AFP 2Publicado em 20/09/2019, 18h49 por Correio Braziliense Bioestat́ıstica 4 Lista de exerćıcios 3 (b) Se a chance de fecundação é muito menor do que a de ganhar na loteria, por que há mais bebês nascendo do que vencedores da loteria? a) Falso. Não é porque a probabilidade é 1/50 mi que irá ocorrer 1 vez a cada 50 milhões de jogos. Porém, é esperado que isso ocorra em média. b) Por conta da repetição de experimentos. Vamos pensar no caso do Brasil. O sorteio das poucas loterias, em geral, ocorre semanalmente. Por outro lado, existem milhões de casais que se relacionam diariamente. Tudo é uma questão numérica. Mas, proporcionalmente, esperamos mais ganhadores da loteria do que nascimentos. Probabilidade não é um conceito tão intuitivo quanto parece e é muito importante compreende-la. Bioestat́ıstica 5 Lista de exerćıcios 3
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