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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DO CAJURU, ESTADO DE MINAS GERAIS. José Antônio Silveira, brasileiro, solteiro, cantor e compositor, inscrito no CPF sob o nº 135.119.576-08 RG nº MG-18.732.989 expedida por SSP/MG, residente e domiciliado na Rua 2, nº 13, Bairro Centro, Carmo do Cajuru/MG, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que está subscreve (procuração com poderes especiais em anexo), oferecer QUEIXA-CRIME Com fundamento no artigo 100, §2º do Código Penal, artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, contra Anil José Ferreira, brasileiro, solteiro, ambulante, residente e domiciliado na Rua do Comércio, nº 28, Bairro Jardim Alvorada, Carmo do Cajuru/MG, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. DOS FATOS Aos dias 14 (quatorze) de outubro de 2021 (dois mil e vinte e um), aproximadamente às 10:20 (dez horas e vinte minutos) na Rua Goiás, em frente ao Mercado Central no Município de Carmo do Cajuru no Estado de Minas Gerais. Estava o querelado, qualificado nos altos, com uma banca de CDs de autoria do querelante, qualificado nos autos, à venda. CDs estes, fruto de pirataria. Onde o autor das músicas, desconhecia e não autorizou a venda dos mesmos. Sendo assim, o querelante, que estava passando por ali naquele momento, ao reconhecer que as CDs ora ali vendidos era de sua autoria, imediatamente solicitou a Polícia Militar para que fosse feito a apreensão dos produtos, como também conduzir o autor a prestar depoimentos na Delegacia de Polícia Civil de Carmo do Cajuru/MG. Quando o querelado avistou a viatura aproximando seguiu em fuga, deixando seus pertences pirateados para trás. DO DIREITO Nota demostrar que de acordo com as câmeras de vigilâncias, dá-se para identificar, com exatidão, que o querelante é o agente direto da ação. Uma vez que as imagens feitas por sistemas de monitoramento de gravação eletrônica são protegidas por Lei, ´sendo disponibilizada a pedido do magistrado. Não indo contra o que determina o Art. 5°, X, da Constituição Federal no que diz respeito a inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra e a imagem das pessoas. Como também, foram apreendidos os CDs que comprovam a veracidade dos fatos aqui narrados. Ademais, no que tange a materialidade, enseja que deve ser observado o Art. 184, parágrafo 2°, do código Penal, onde tipifica a conduta delituosa do querelante, ao violar direitos de autor, com o finalidade de obtenção de lucros para si, com a venda de produtos piratas sem a autorização do autor, violando seus direitos autorais. Nota-se que a conduta do querelado configura o crime de ação penal privada exclusiva, uma vez que o querelante não é menor de idade, e a queixa crime não foi oferecida através do Ministério Público. Sendo assim, o querelante imputou-se no crime previsto no § 2° do artigo 184 do Código Penal, afastando a aplicação do princípio da adequação social. Como diz a Súmula 502 do STJ. “Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184, § 2°, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.” Assim, não é se pode haver uma excludente de ilicitude, o princípio referido acima, uma vez que não socialmente tolerável uma conduta que causa enormes prejuízos aos autores das obras, ao fisco, à indústria fonográfica e aos comerciantes regularmente estabelecidos. Desta feita, a conduta do querelado se adequa perfeitamente ao crime contra a propriedade imaterial. Contudo, o querelado ágil com dolo ao ter ciência de que os CDs, ora vendidos, era objeto de pirataria, como também, evadiu-se do local deixando as provas matérias recolhidas pela Polícia, que foram objetos e perícia e comprovado a autoria do querelante como autor das músicas. Assim, encontra-se o querelado incurso nas penas dos artigos 184, §2, do Código Penal. DO PEDIDO Diante do exposto, requer: Seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei 9.099/95 e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas do artigo 184, §2, do Código Penal, manifestação do Ministério Público, intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas. Seja requerido ao querelado as informações pessoais, RG e CPF para qualificação completa nos autos. Que seja expedida autorização, para juntar ao processo, as imagens das câmeras de segurança em que confirma a identidade do querelado. Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos sofridos pelo querelante, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. Termos em que, Pede deferimento. Carmo do Cajuru/MG 22 de outubro de 2021 Warlen Caique Dias Freitas OAB 5286358