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@nutribyancacarneiro Política Nacional de Humanização (PNH) Contextualização - Lançada em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) visa colocar em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde e proporcionar mudanças nos modos de gerir e de cuidar. - A PNH estimula a comunicação entre gestores, trabalhadores e usuários, para construírem processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, trabalho e afeto que, em muitas circunstâncias, resultam em atitudes e práticas desumanizadoras, que inibem a autonomia e a corresponsabilidade dos profissionais da área de saúde em seu trabalho e dos usuários no cuidado de si (BRASIL, 2013). A PNH é uma política transversal - Sugere que sejam ultrapassadas as fronteiras. - Com diferentes núcleos do saber. - Para produzir saúde. Fundamenta-se em: - Troca e construção de saberes - Diálogo entre os profissionais - Trabalho em equipe - Considerações às necessidades, desejos e interesses doas atores de saúde A PNH se estrutura a partir de: 1. Introdução, Princípios e Princípios Norteadores - Transversalidade: A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS. - Indissocialidade entre atenção e gestão: Decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde. - Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos: Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da autonomia e da vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades. PRINCÍPIOS NORTEADORES (BRASIL, 2004) 1. Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e de gestão, para fortalecer/estimular processos integradores e promotores de compromissos/responsabilização; 2. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a produção de sujeitos; 3. Fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional, para estimular a transdisciplinaridade e a grupalidade; 4. Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e Princípios Método DiretrizesDispositivos @nutribyancacarneiro solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS; 5. Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na construção da autonomia e do protagonismo de sujeitos e de coletivos. 2. Método, Diretrizes e Acolhimento com Classificação de Risco - O HumanizaSUS, como também é conhecida a Política Nacional de Humanização, aposta na inclusão de trabalhadores, de usuários e de gestores na produção e na gestão do cuidado e dos processos de trabalho. - A comunicação entre esses três atores do SUS provoca movimentos de perturbação e de inquietação que a PNH considera o “motor” de mudanças e que também precisam ser incluídos como recursos para proporcionar saúde. DIRETRIZES: - Segue, abaixo, a descrição sucinta das diretrizes da PNH (BRASIl, 2013): - Acolhimento: × Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. × Requer a escuta qualificada, o compromisso e o vínculo entre os atores envolvidos. - Gestão participativa e cogestão: × Expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de análise e de decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão. × Espaços para o desenvolvimento: rodas, colegiados gestores, câmaras técnicas e gerência de porta aberta. - Ambiência: × Espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre as pessoas. - Ambiência: × Apresenta a finalidade de contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. × preconiza o afeto nas relações, a qualificação do diálogo e as decisões compartilhadas. - Valorização do trabalhador: × É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão e apostar em sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. - Defesa dos direitos dos usuários: × Os usuários de saúde têm direitos garantidos por lei, e os serviços de Trabalhadores Usuários Gestores Produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho @nutribyancacarneiro saúde devem incentivá-los a conhecer esses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO - É um processo dinâmico, por meio do qual se identificam os pacientes que necessitam de tratamento prioritário e mais rápido, em virtude de maior risco e vulnerabilidade. - De acordo com Brasil (2004), a Humanização, como um conjunto de estratégias para alcançar a qualificação da atenção e da gestão em saúde no SUS, estabelece-se como a construção/ativação de atitudes ético- estético políticas, em sintonia com um projeto de corresponsabilidade e qualificação dos vínculos interprofissionais e entre esses e os usuários na produção de saúde. - Aprofundando a temática, temos a seguinte descrição desses conceitos (BRASIL, 2010): - Acolhimento: × Uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. - Política: × Implica o compromisso coletivo de envolver-se nesse “estar com” e potencializa protagonismos e vida nos diferentes encontros. - Ética: × Envolve o compromisso com o reconhecimento de outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, dores, alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida. - Estética: × Diz respeito à invenção de estratégias, nas relações e nos encontros do dia a dia, que contribuem para dignificar a vida e para construir nossa própria humanidade. 3. Dispositivos, Diretrizes Específicas por Nível de Atenção DISPOSITIVOS - Para viabilizar os princípios e os resultados esperados com o HumanizaSUS, a PNH opera com os seguintes dispositivos, aqui entendidos como ‘tecnologias’ ou ‘modos de fazer’ (BRASIL, 2006): × Acolhimento com classificação de risco; × Equipes de referência e de apoio matricial; × Projeto terapêutico singular e projeto de saúde coletiva; × Projetos de construção coletiva (cogeridos) da ambiência; × Colegiados de gestão; × Contratos de gestão; × Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de “porta aberta”, ouvidorias, grupos focais e pesquisas de satisfação; × Projeto “Acolhendo os Familiares/Rede Social Participante”: visita aberta, direito de acompanhante e envolvimento no projeto terapêutico; × Programa de Formação em Saúde e Trabalho e Comunidade Ampliada de Pesquisa; × Programas de qualidade de vida e saúde para os trabalhadores da saúde; × Grupo de Trabalho de Humanização. @nutribyancacarneiro MARCAS/PRIORIDADES DA PNH QUE DEVERÃO SER ALCANÇADAS - Reduzir as FILAS e o TEMPO de ESPERA, ampliar o acesso e proporcionar um atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco. - Todo usuário do SUS saberá QUEM SÃO os PROFISSIONAIS que CUIDAM de SUA SAÚDE, e os serviços de saúde se responsabilizarão por sua referência territorial. - As unidades de saúde garantirão as informações ao usuário, o ACOMPANHAMENTO de PESSOAS de sua REDE SOCIAL (de livre escolha) e os DIREITOS do código dos usuários do SUS. - As unidades de saúde garantirão GESTÃO PARTICIPATIVA aos SEUS TRABALHADORES e USUÁRIOS assim como EDUCAÇÃO PERMANENTE aos trabalhadores. DIRETRIZES ESPECÍFICAS POR NÍVEL DE ATENÇÃO - Na Atenção Básica: × Elaborar projetos de saúde individuaise coletivos para usuários e sua rede social, considerando as políticas intersetoriais e as necessidades de saúde. × Incentivar as práticas promocionais da saúde. × Estabelecer formas de acolhimento e de inclusão do usuário que visem otimizar os serviços, acabar com as filas, hierarquizar os riscos e propiciar o acesso aos demais níveis do sistema. × Comprometer-se com o trabalho em equipe, de modo a aumentar o grau de corresponsabilidade, e com a rede de apoio profissional, visando a maior eficácia na atenção em saúde. - Na urgência e emergência, nos prontos- socorros, nos prontos atendimentos, na assistência pré-hospitalar e outros: × Acolher a demanda por meio de critérios de avaliação de risco, para garantir o acesso referenciado aos demais níveis de assistência. × Comprometer-se com a referência e a contrarreferência, aumentar a resolução da urgência e da emergência e prover o acesso à estrutura hospitalar e a transferência segura, conforme a necessidade dos usuários. × Definir protocolos clínicos, para garantir a eliminação de intervenções desnecessárias, respeitando-se as diferenças e as necessidades do sujeito. - Na atenção especializada: × Garantir a agenda extraordinária em função da análise de risco e das necessidades do usuário. × Estabelecer critérios de acesso, identificados de forma pública, incluídos na rede assistencial, com efetivação de protocolos de referência e contrarreferência. × Otimizar o atendimento ao usuário, articulando a agenda multiprofissional em ações diagnósticas e terapêuticas que impliquem diferentes saberes e terapêuticas de reabilitação. × Definir protocolos clínicos, para garantir a eliminação de intervenções desnecessárias, respeitando-se as diferenças e as necessidades do sujeito. - Na atenção hospitalar: Nesse âmbito, são propostos dois níveis crescentes (B e A) de padrões para adesão à PNH: @nutribyancacarneiro Parâmetros para o nível B Parâmetros para o nível A - Existência de Grupos de Trabalho de Humanização (GTH) com plano de trabalho definido; - Garantia de visita aberta com a presença do acompanhante e de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar e as peculiaridades das necessidades do acompanhante; - Existência de mecanismos de desospitalização, visando encontrar alternativas para as práticas hospitalares, como as de cuidados domiciliares; - Garantia de continuidade de assistência com sistema de referência e de contrarreferência - Mecanismos de recepção com acolhimento aos usuários; - Equipe multiprofissional (com, no mínimo, médico e enfermeiro) de atenção à saúde, para seguir os pacientes internados, e com horário pactuado para atender à - Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) com plano de trabalho implantado; - Garantia de visita aberta, com a presença do acompanhante e de sua rede social, respeitando a dinâmica de cada unidade hospitalar e as peculiaridades das necessidades do acompanhante; - Existência de mecanismos de desospitalização, visando encontrar alternativas para as práticas hospitalares, como as de cuidados domiciliares; - Garantia de continuidade de assistência com sistema de referência e de contrarreferência; - Ouvidoria em funcionamento; - Equipe multiprofissional (com, no mínimo, médico e enfermeiro) de atenção à saúde, para seguir os pacientes internados, e com horário pactuado para atender à família e/ou à sua rede social; família e/ou à sua rede social. - Conselho gestor local com funcionamento adequado; - Acolhimento com avaliação de risco nas áreas de acesso (pronto- atendimento, pronto-socorro, ambulatório, serviço de apoio diagnóstico e terapia); - Plano de educação permanente para trabalhadores com temas sobre humanização em implementação
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