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Tireoide & Paratireoide Daniela Moreira – Medicina 1. INTRODUÇÃO: A glândula tireoide é uma glândula em formato de borboleta, que é dividida em lobo esquerdo, lobo direito e entre eles há o istmo, além disso em algumas pessoas há um terceiro lobo, chamado de piramidal. Ela é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo humano, pesando de 15 a 20 g, sendo que nas mulheres essa glândula possui um tamanho um pouco maior, uma vez que os hormônios LH e FSH conseguem mimetizar o TSH (hormônio tireoestimulante) induzir uma produção relativamente maior nesse órgão. A glândula tireoide possui dois diferentes tipos celulares: células C, que secretam calcitonina, o hormônio regulador de cálcio, e as células foliculares, que secretam os hormônios T3 e T4. 2. ANATOMIA: Localizada na região cervical, na altura da 5º vértebra cervical e 1º vértebra torácica. Encontra-se na porção anterior à traqueia – entre o 2º e o 3º anel traquel-. Em sua porção superior, a tireoide possui relação com a laringe e, em sua porção posterior, também possui relação com o esôfago. Além disso, a tireoide possui relação íntima com os músculos platisma, esternocleidomastoideo, esternotireoideo, esterno-hióideo e omo-hióideo. Um importante nervo que passa entre ela, o esôfago e a traqueia: é o nervo laríngeo recorrente. Esse nervo é um ramo do nervo vago (NC X) e possui função motora sobre a laringe, principalmente com relação às cordas vocais. Por isso, cirurgias nessa glândula demandam bastante atenção, visto que uma lesão nesse nervo, pode resultar em dificuldades na fala, como rouquidão, e processo de deglutição. Figura 3.1 Visão anterior da tireoide. Fonte: TORTORA, Gerard J.; DERICKISON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14 ed. Guanabara Koogan. Pela imagem acima, percebe-se a rica vascularização dessa região. Isso porque é um órgão endócrino que participa do metabolismo, então ele precisa receber muito sangue, assim como necessita liberar esses hormônios na corrente sanguínea, logo a drenagem também se faz exuberante. Os dois vasos mais importantes na vascularização arterial são: a artéria tireoidea superior que se origina na carótida externa e a artéria tireoidea inferior, que se origina do tronco tirocervical – um ramo da subclávia-. Além disso, há também a artéria ima, que sai do tronco braquicefálico, responsável pela irrigação da porção central. Quanto à drenagem venosa, tem-se a veia tireoidea superior e a veia tireoidea média que desembocam Tireoide & Paratireoide Daniela Moreira – Medicina na jugular interna, bem como a veia tireoidea inferior que drena para tronco braquiocefálico. Figura 3.2 Principais vasos arteriais que irrigam a glândula tireoide. Fonte: SanarFlix. Figura 3.3 Principais veias que drenam a glândula tireoide. Fonte: SanarFlix. 3. HISTOLOGIA: Essa glândula é revestida por uma cápsula fibrosa formada por tecido conjuntivo frouxo, que emite septos para dentro da glândula formando lobos. Por isso, é chamada de glândula lobulada. Quanto à constituição celular, como já falado anteriormente, observa-se dois tipos: Células foliculares ou Tireócitos: Verdadeiras produtoras dos hormônios T3 e T4, que se organizam a formar folículos. Essas estruturas esféricas se estruturam dessa forma para armazenar interiormente coloide que é formado por tireoglobulina, uma glicoproteína importante na síntese hormonal. Células Parafoliculares ou células C: Produtoras do hormônio calcitonina, responsável pela diminuição do nível sanguíneo de cálcio por meio da inibição da ação dos osteoclastos, células que degradam a matriz celular óssea. A secreção de CT é controlada por um sistema de feedback negativo. Figura 4. Células tireoidianas. Fonte: SanarFlix. 4. FISIOLOGIA: 4.1 HORMÔNIOS: Os dois hormônios mais importantes são T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina), que funcionalmente regulam o uso de oxigênio e a taxa metabólica basal, o metabolismo celular, o crescimento e o desenvolvimento. Cerca de 90% do hormônio produzido é o T4 e 10% corresponde à produção de T3. Tireoide & Paratireoide Daniela Moreira – Medicina O T4 é o hormônio não biologicamente ativo, ou seja, não consegue induzir as ações fisiológicas. Para a ativação, faz-se necessário a ação das enzimas desiodases, sendo elas: tipo 1 – capaz de converter T4 em T3 e está presente em grande quantidade em órgãos bastante vascularizados, como rins, fígado e músculo esquelético; tipo 2 – está presente, principalmente, no cérebro; tipo 3 – capaz de converter T3 em T4, ou seja, em caso de hipertireoidismo tem-se uma ação acentuada dessa enzima. 4.2 CONTROLE DA SECREÇÃO: O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo e o hormônio tireoestimulante (TSH) da adeno-hipófise estimulam a síntese e a liberação dos hormônios da tireoide. Níveis reduzidos de T3 e T4 ou taxa metabólica baixa estimulam o hipotálamo a secretar TRH. Este, por sua vez, entra nas veias porto-hipofisárias e flui para a adeno- hipófise, onde estimula os tireotrofos a secretar TSH. Esse hormônio hipofisário estimula praticamente todos os aspectos da atividade celular dos folículos da tireoide, inclusive captação de iodeto, síntese e secreção de hormônio e crescimento das células foliculares. As células foliculares da tireoide liberam T3 e T4 no sangue até que a taxa metabólica volte ao normal. O nível elevado de T3 inibe a liberação de TRH e TSH (inibição por feedback negativo). Condições que aumentam a demanda de ATP – ambiente frio, hipoglicemia, altitude elevada e gravidez – também intensificam a secreção dos hormônios da tireoide. Figura 5. Controle da secreção de T3 e T4. Fonte: SILVERTHORN, Dee A. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7° ed. Traduzido por Artmed, 2017. 5. DISFUNÇÕES: 5.1 Hipertireoidismo: Uma pessoa cuja glândula tireoide secreta hormônios em excesso sofre de hipertireoidismo. Os hormônios da tireoide em excesso causam: Aumento do consumo de oxigênio e a produção metabólica de calor. Devido ao calor interno gerado, os pacientes têm pele quente e suada e podem queixar-se de intolerância ao calor. O excesso de hormônios da tireoide aumenta o catabolismo das proteínas e pode causar fraqueza muscular. Os pacientes muitas vezes relatam perda de peso. Tireoide & Paratireoide Daniela Moreira – Medicina 5.2 Hipotireoidismo: A diminuição da secreção dos hormônios da tireoide diminui a taxa metabólica e o consumo de oxigênio. Os pacientes tornam-se intolerantes ao frio, visto que eles produzem menos calor interno. Alterações do sistema nervoso em adultos incluem reflexos lentos, lentidão da fala e dos processos do pensamento e sensação de fadiga. A deficiência da secreção de hormônios da tireoide na infância causa cretinismo, uma condição marcada por capacidade mental diminuída. 6. PARATIREOIDES: Figura 7.1 Anatomia das glândulas paratireoideas. Fonte: SILVERTHORN, Dee A. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7° ed. Traduzido por Artmed, 2017. Parcialmente incrustadas na face posterior dos lobos direito e esquerdo da glândula tireoide, encontramos várias pequenas massas de tecido arredondadas chamadas de glândulas paratireoides. Cada uma pesa cerca de 40 mg. Em geral, uma glândula paratireoide inferior e uma superior estão fixadas em cada lobo da tireoide, em um total de quatro. Microscopicamente, as glândulas paratireoides contêm dois tipos de células epiteliais. As células mais numerosas, chamadas de células principais, produzem o paratormônio (PTH). Figura 7.2. Características do paratormônio. Fonte: SILVERTHORN, Dee A.Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7° ed. Traduzido por Artmed, 2017. Tireoide & Paratireoide Daniela Moreira – Medicina 7. REFERÊNCIAS: SILVERTHORN, Dee A. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7° ed. Traduzido por Artmed, 2017. TORTORA, Gerard J.; DERICKISON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14 ed. Guanabarara. Prospero, José Donato de et al. Paratireóides: estrutura, funções e patologia. Acta Ortopédica Brasileira [online]. 2009, v. 17, n. 2 [Acessado 23 Setembro 2021] , pp. 53-57. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413- 78522009000200011>. Epub 02 Jun 2009. ISSN 1809-4406. https://doi.org/10.1590/S1413- 78522009000200011. https://doi.org/10.1590/S1413-78522009000200011 https://doi.org/10.1590/S1413-78522009000200011
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