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Maria Celestino de Almeida - Populações indígenas e Estados nacionais latinos americanos

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ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. “Populações indígenas e Estados nacionais latino-americanos: novas abordagens historiográficas”. In: AZEVEDO, Cecília. RAMINELLI, Ronald. História das Américas: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. pp. 105-134.
· Populações indígenas e Estados nacionais latino-americanos: novas abordagens historiográficas 
· Visão dos povos indígenas pela historiografia
1. Antes da revisão historiográfica:
→ Não era levado em consideração as individualidades dos povos;
→ Eram vistos como vítimas ou figuras manipuladas pelas pessoas do reino e pelos revolucionários;
→ Indivíduos que perderam suas terras e seus direitos coletivos por causa da violência.
2. Depois da revisão historiográfica:
→ Grupos que se adaptam culturalmente mesmo diante da violência;
→ Povos que buscavam preservar suas tradições e identidades;
→ Indivíduos que agem conforme seus interesses, adequando-se diante das mudanças que atingem sua sociedade;
→ Figuras que efetivamente fizeram parte dos processos históricos.
 ► Os índios na América oitocentista: algumas considerações
→ Problematização do conceito de índio.
→ Generalização dos índios em duas categorias amplas.
 ‣ Índios coloniais ou civilizados e índios selvagens ou bárbaros.
→ Problematização das etnias indígenas.
‣ Observar as relações sociais entre os diferentes grupos como uma teia complexa construída ao longo do processo histórico.
‣ Múltiplas e mutáveis identidades, modificadas diante das diferentes tentativas de contato - Debate produzido através da interdisciplinaridade entre História e Antropologia.
→ Movimentação em torno das culturas e identidades dos povos indígenas da América.
‣ Agiam em função de seus próprios interesses, buscavam politicamente não ter tantos prejuízos em função dos acontecimentos que ocorriam na época. 
‣ Procuravam gerenciar as tradições em conjunto com as modernidades através do estabelecimento de medidas que lhes favorecessem. 
► Os índios e a independência dos Estados latino-americanos
→ A participação dos povos indígenas variava até mesmo dentro de uma mesma comunidade, podiam fazer parte das tropas tanto dos revolucionários como dos realistas.
→ As comunidades indígenas não podem ser estudadas de maneira generalizada, é preciso analisar as dinâmicas internas de cada grupo.
‣ Necessidade de fazer um estudo localizado para compreender quais os motivos que eram levados em consideração durante os processos de alianças e conflitos.
‣ As alianças não eram fixas, os indígenas poderiam mudar de lado conforme o desenrolar dos eventos.
‣ Os grupos indígenas rebelaram-se contra aqueles que não respeitavam os direitos que já lhe estavam garantidos. 
→ As Reformas Bourbônicas como estímulo para participação nas lutas de independência.
‣ Proposta de civilizar os indígenas.
‣ A Constituição de 1812 elaborada em Cádiz e os ideais de igualdade entre espanhóis e índios.
‣ Para alguns índios a ideia de igualdade proposta na Constituição de Cádiz levava a perda de direitos, por essa razão, pediam pela manutenção de seus antigos direitos.
‣ Os indígenas tem sua vontade atendidas com a volta da Republica dos índios no México, mas após a independência o debate sobre igualdade retorna.
 → A construção de uma retórica nacionalista pelos crioulos
‣ A importância dos povos pré-hispânicos é levada em consideração.
‣ Não levam em consideração o papel desempenhado pelos índios contemporâneos.
‣ Peruanos e mexicanos enaltece seus antepassados incas e astecas para edificar os Estados em formação.
‣ Os governos dos grupos originários foram apropriados pelo governo espanhol.
→ Os realistas também constroem uma narrativa sobre os índios 
‣ Enaltece que a fidelidade dos grupos indígenas à Coroa era uma forma garantia de seus direitos.
‣ Apontam para os crioulos como seres que não foram fiéis à Coroa por serem ambiciosos, e que fazem parte de uma elite branca.
→ Análise do papel dos indígenas de forma mais particularizada
‣ Seus interesses é que guiavam suas ações de defesa.
‣ O que desejavam poderia ser encontrado em um lado ou em outro.
‣ Os rumos dos eventos durante as guerras de independência também era um fator para apontar as dinâmicas nas relações e nas alianças estabelecidas. 
► Nacionalismo e identidade indígena nos Estados latino-americanos
→ De certa forma as elites crioulas buscaram inspiração no modelo europeu para formação dos novos Estados e da ideia de nação americana.
‣ Exaltavam aqueles que apoiavam o Estado e a nação.
‣ Tinham o conceito de nação baseado como uma unidade integrada, que devia ser homogeneizada.
→ A identidade política na América.
‣ Destaca-se a importância do território para construção do ideal de nacionalismo.
‣ A edificação da concepção de patriotismo e nacionalidade através da imagem dos cidadãos como parte de um território homogêneo.
→ Proposta de homogeneização.
‣ Civilizar os índios através da educação, necessidade de levar em consideração a multiplicidade de povos indígenas e suas diferentes relações com a sociedade.
‣ Debate em torno da invisibilização das identidades indígenas por causa das propostas de homogeneização.
‣ Reconhecimento de que a ideia de tornar tudo igual só saiu vitoriosa no papel, pois não ocorreu a extinção das identidades indígenas.
‣ A justificativa para afirmação de que não houve extinção se dá ao fato de que ocorrem alguns movimentos populares e rebeliões rurais na América que tinha nas suas origens grupos indígenas.
► Os índios e o liberalismo
→ A construção política dos novos Estados.
‣ Novamente a ideia de que os interesses eram modificados de perante a situação estabelecida.
‣ A comprovação de que os grupos subalternos tiveram participação na edificação do nacionalismo americano através da percepção de que os grupos indígenas criaram sua própria maneira de enxergar as diferentes propostas políticas. 
‣ Evidências que ressaltam como cada indígena estabelecia sua própria relação com as propostas liberais.
‣ Comunidades que buscaram construir uma versão igualitária que contemplassem seus anseios e que efetivamente tivesse os ideais nacionais e democráticos. Reconhecimento do México e do Peru. 
→ Reformas Liberais
‣ Vista como uma possibilidade de maiores negociações 
‣ Para os indígenas a relevância das reformas se encontrava na luta e defesa das terras coletivas. 
‣ As reformas liberais não eram aceitas de comum acordo entre as lideranças indígenas. 
→ Lei Lerdo.
‣ Promulgada em 1856.
‣ Obrigatoriedade da divisão das terras indígenas de maneira individual.
‣Estudos que apontam para tentativas dos grupos indígenas de criar medidas para se adequar a lei ou se opor a ela. 
 → Propostas políticas 
‣ Necessidade de reconhecer as culturas políticas através de aspectos hegemônicos e contra hegemônicos para se entender o processo de formação dos Estados e nações americanas.
‣ Eram aceitas ou rejeitadas conforme os interesses dos grupos ou da situação política do momento.

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