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HORMÔNIOS HIPÓFISE-HIPOTÁLAMO/ FEEDBACK

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PEDRO SANTOS – MEDICINA 2021.1 
 
TUTORIA 6 – PROBLEMA 6 
OBJETIVOS 
1- EXPLICAR OS HORMÔNIOS (ESTRUTURA, O QUE É, CARACTERÍSTICAS, COMO SÃO TRANSPORTADOS. 
2- DESCREVER O EIXO HIPOTALÂMICO HIPÓFISE. 
3- DESCREVER OS HORMÔNIOS DO HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE, CONSIDERANDO SUA REGULAÇÃO, 
MECANISMO DE AÇÃO E FEEDBACK. 
EXPLICAR OS HORMÔNIOS (ESTRUTURA, O QUE É, CARACTERÍSTICAS, COMO SÃO 
TRANSPORTADOS 
CONCEITO 
Os hormônios são mensageiros químicos que 
influenciam ou controlam as atividades de outros 
tecidos ou órgãos. 
Estrutura Química dos Hormônios – Secreção – Ligação 
ao Receptor: 
Os hormônios são classificados bioquimicamente como 
proteínas/peptídeos, catecolaminas, iodotironinas, ou 
hormônios esteroides. A natureza química de um 
hormônio determina: 
(1) como ele é sintetizado, estocado e liberado; 
(2) como é transportado no sangue; 
(3) sua meia-vida biológica e depuração; e 
(4) seu mecanismo de ação celular. 
PEPTÍDEOS OU POLIPEPTÍDIOS 
São hormônios formados pela junção de aminoácidos. 
Quando o hormônio possui menos de 200 
aminoácidos, convenciona-se chamar de peptídeo (por 
exemplo, o TRH, contém 3aa); quando possuir mais 
que 200aa, como o GH, eles são chamados de proteínas 
ou polipeptídeos. 
Síntese 
Sua síntese, do mesmo modo que outras proteínas 
ocorrem no RER. Geralmente são sintetizados como 
proteínas maiores, os pré-pró-hormônios, que são 
posteriormente clivados, originando pró-hormônio. 
Em seguida, são encaminhados para o Complexo de 
Golgi, onde são empacotados em vesículas. Dentro 
delas, existem enzimas que clivam esses pró-
hormônios em diversos hormônios menores. 
 
Secreção 
A secreção do hormônio ocorre via exocitose (fusão 
das vesículas com a membrana), mediante um 
estímulo químico, por meio de uma via secretória 
regulada. Por essa razão, os hormônios não são 
continuamente secretados. 
Transporte 
Os hormônios peptídicos são hidrossolúveis; logo, 
circulam na corrente sanguínea diluídos no plasma, e 
por essa razão, apresentam meias-vidas biológicas 
curtas. Os hormônios proteicos são removidos do 
sangue principalmente por endocitose e degradação 
lisossomal dos complexos receptor de hormônio. 
Assim, ao atingir seu tecido-alvo, os hormônios 
peptídicos se ligam a seus receptores na MEMBRANA 
DA CÉLULA-ALVO. 
Proteínas/peptídeos são prontamente digeridas no 
trato gastrointestinal se administradas por via oral. 
Portanto, devem ser administradas por injeção ou, no 
caso de pequenos peptídeos, através da membrana 
mucosa (sublingual ou intranasal). Pelo fato de as 
proteínas/peptídeos não atravessarem prontamente 
as membranas celulares, elas sinalizam pelos 
receptores de membrana. 
Hormônios peptídicos: TRH, CRH, GHRH, GHIH, GH, 
ACTH, Prolactina, FSH, LH, ADH, Ocitocina, Calcitonina, 
Insulina, Glucagon, Paratormônio, HCG, entre outros. 
Para facilitar a memorização, são os hormônios 
secretados pela: Hipófise Anterior e Posterior, 
Pâncreas, Paratireoide, e outros. 
CATECOLAMINAS 
As catecolaminas são sintetizadas pela medula 
suprarrenal e pelos neurônios e incluem a 
norepinefrina, epinefrina e dopamina. O produto 
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hormonal primário da medula suprarrenal é a 
epinefrina e, em uma menor extensão, a norepinefrina. 
Síntese 
As catecolaminas obtêm sua especificidade por 
modificações enzimáticas do aminoácido tirosina e são 
estocadas em vesículas secretórias que fazem parte da 
via secretória regulada. São co-empacotadas com ATP, 
Ca++ e proteínas denominadas cromograninas. 
Transporte 
As catecolaminas são solúveis no sangue e circulam ou 
livres ou ligadas de forma fraca à albumina. Elas são 
similares aos hormônios proteicos/peptídeos no 
sentido de não atravessarem prontamente as 
membranas celulares, portanto produzem suas ações 
por meio de receptores de membrana. As 
catecolaminas apresentam meias-vidas biológicas 
curtas (1 a 2 minutos) e são primariamente removidas 
do sangue pela captura celular e por modificação 
enzimática. 
ESTEROIDES 
A estrutura química desses hormônios é semelhante à 
do colesterol, sendo, na maioria dos casos, sintetizados 
a partir do próprio colesterol. 
Os hormônios esteroides são produzidos pelo córtex 
suprarrenal, ovários, testículos e placenta. Os 
hormônios esteroides destas glândulas são divididos 
em cinco categorias: 
 Progestinas; 
 Mineralocorticoides; 
 Glicocorticoides; 
 Androgênios; 
 Estrogênios. 
As progestinas e os corticoides são esteroides de 21 
carbonos, enquanto os androgênios são esteroides de 
19 carbonos e os estrogênios são esteroides de 18 
carbonos. Os hormônios esteroides também incluem o 
metabólito ativo da vitamina D, que é um 
secoesteroide. 
Síntese 
Os hormônios esteroides são sintetizados por uma 
série de modificações enzimáticas do colesterol e 
possui um anel ciclopentanoper-hidrofenantreno (ou 
um derivado relacionado) como seu núcleo. As 
modificações enzimáticas do colesterol são de três 
tipos em geral: hidroxilação, desidrogenação/redução 
e reações liase. O propósito destas modificações é 
produzir um derivado de colesterol que é único o 
suficiente para ser reconhecido por um receptor 
específico. 
Os esteroides não são regulados no nível da secreção 
do hormônio pré-formado. Uma implicação clínica 
deste modo de secreção é que altos níveis dos 
precursores dos hormônios esteroides são facilmente 
liberados no sangue quando uma enzima 
esteroidogênica dentro de uma determinada via é 
inativa ou está ausente. 
Transporte 
Esses hormônios, por serem hidrofóbicos ou apolares, 
precisam se acoplar a proteínas como albumina ou 
também as proteínas específicas de transporte 
globulina de ligação aos hormônios sexuais (SHBG) e 
globulina de ligação a corticoesteroides (CBG) para 
circular pelo sangue. No entanto, os hormônios ligados 
a proteínas não conseguem se ligar a seu receptor, a 
fim de exercer seu efeito, estando biologicamente 
inativos. Assim, a quantidade que permanecer ligada a 
proteínas transportadoras funciona como uma reserva 
hormonal. Os receptores dos hormônios esteroides, 
por estes possuírem características lipofílicas e 
poderem se difundir pela membrana, estão DENTRO 
DA CÉLULA; tanto no citoplasma, quanto no núcleo. 
 Os compostos esteroides são absorvidos muito 
prontamente no trato gastrointestinal e podem desse 
modo ser administrados por via oral. 
Hormônios esteroides: São os hormônios do córtex 
das adrenais (cortisol e aldosterona), do testículo 
(testosterona), dos ovários (estrogênios e 
progesterona), e um hormônio secretado pelos rins 
(1,25-Diidroxicolecalciferol). 
IODOTIRONINAS 
Os hormônios tireóideos são iodotironinas que são 
produzidas pela associação de resíduos de tirosina 
iodados ligados por um éter. 
Os hormônios tireóideos atravessam as membranas 
celulares tanto por difusão quanto por sistemas de 
transporte. Eles são estocados no ambiente 
extracelular da tireoide como parte integral da 
molécula glicoproteica tireoglobulina. 
 
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Transporte 
Os hormônios tireóideos são pouco solúveis no sangue 
e fluidos aquosos e são transportados no sangue 
ligados (> 99/%) a proteínas séricas de ligação. 
A principal proteína de transporte é a globulina de 
ligação a hormônio tireóideo (TBG). Os hormônios 
tireóideos apresentam uma meia-vida longa. (T4 = 7 
dias; T3 = 18 horas). 
Os hormônios tireóideos são similares aos hormônios 
esteroides porque o receptor do hormônio tireóideo 
(TR) é intracelular e atua como um fator de transcrição. 
Os hormônios tireóideos podem ser administrados 
oralmente, e hormônio suficiente pode ser absorvido 
intacto e representar um modo eficiente de terapia. 
DESCREVER O EIXO HIPOTALÂMICO HIPÓFISE 
Eixo Hipotálamo-hipófise Hipotálamo. 
É o principal centro integrador de informações geradas 
em diferentes regiões do organismo. Ele faz a ligação 
entre o sistema
nervoso e o endócrino. Quase toda 
função hipofisária é controlada pelos sinais hormonais 
e nervosos do hipotálamo. De fato, quando é 
seccionada a ligação entre o hipotálamo e a hipófise, 
quase todos os hormônios diminuem sua secreção, 
exceto a prolactina (visto que a ação do hipotálamo 
sobre a hipófise, em relação a esse hormônio, é 
inibitória). 
Somente a divisão medial do hipotálamo está 
envolvida com o sistema endócrino. A porção lateral 
está integrada ao sistema límbico. 
Os neurônios do hipotálamo liberam hormônios de 
liberação hipotalâmicos (XRHs) específicos que 
estimulam a secreção de hormônios tróficos 
hipofisários (XTHs) também específicos. Em alguns 
casos, a produção de um hormônio trófico hipofisário 
é regulada secundariamente por um hormônio 
inibidor da liberação (XIH). 
Os hormônios tróficos da hipófise agem então sobre 
glândulas-alvo endócrinas periféricas específicas e 
estimulam essas glândulas a liberar hormônios 
periféricos (X). 
O hormônio periférico X tem duas funções gerais: 
 Regular vários aspectos da fisiologia humana; e 
 Exercer uma retroalimentação negativa sobre a 
glândula hipófise e o hipotálamo, inibindo a 
produção e a secreção de hormônios tróficos e de 
hormônios de liberação, respectivamente. 
 
A regulação que ocorre no nível hipotalâmico é 
neurohormonal. E ocorre através de dois sistemas: 
1- Sistema Parvicelular (formado por corpos 
celulares pequenos): Núcleos do hipotálamo 
produzem hormônios que vão para a 
adenohipófise através do sistema porta-
hipofisário. 
 Sistema Porta-Hipofisário: É uma rede de 
capilares venosos que fazem a ligação vascular 
entre o hipotálamo e a hipófise. O hipotálamo 
secreta seus produtos na Eminência Média, 
porção mais inferior do hipotálamo que se liga 
ao pedúnculo hipofisário ou infundíbulo da 
hipófise. 
2- Sistema Magnocelular: Núcleo Paraventricular e 
Núcleo Supraóptico produzem hormônios que são 
liberados na circulação sanguínea, nos capilares 
sinusoides da neuro-hipófise. Ambos os núcleos 
produzem Ocitocina e ADH. Vale destacar que 
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esses hormônios são produzidos no hipotálamo e 
encaminhados para a hipófise posterior (não é pelo 
sistema porta, mas sim pelos próprios axônios dos 
neurônios que produziu a substância), onde são 
secretados. 
Os eixos endócrinos têm as seguintes características 
importantes: 
1- Normalmente a atividade de u m eixo específico é 
mantida em u m ponto de equilíbrio, que varia de 
um indivíduo para outro, em geral dentro de um 
intervalo de variação normal. Esse ponto de 
equilíbrio é determinado basicamente pela 
integração entre a estimulação hipotalâmica e a 
retroalimentação hormonal negativa periférica. 
Vale destacar que a retroalimentação negativa não 
é exercida principalmente pelas respostas 
fisiológicas reguladas por um eixo endócrino 
específico, mas pelo hormônio periférico que age 
sobre a pituitária e sobre o hipotálamo. Assim, 
quando o nível de um hormônio periférico cai, a 
secreção dos hormônios liberadores hipotalâmicos 
e dos hormônios tróficos pituitários aumenta. 
Quando o nível do hormônio periférico se eleva, o 
hipotálamo e a pituitária diminuem a secreção por 
causa da retroalimentação negativa. Embora 
certos parâmetros fisiológicos não endócrinos (p. 
ex., hipoglicemia aguda) sejam capazes de regular 
alguns eixos endócrinos, os eixos funciona m de 
modo semiautomático com relação às alterações 
fisiológicas que produzem. Isso significa que um 
hormônio periférico (p. ex., o hormônio 
tireoidiano) é capaz de regular vários sistemas de 
órgãos sem que esses sistemas de órgãos exerçam 
uma regulação por retroalimentação negativa 
sobre esse hormônio. Sob o ponto de vista clínico, 
essa autonomia parcial implica que vários aspectos 
da fisiologia de um paciente estão à mercê de 
quaisquer distúrbios que porventura ocorra m e m 
u m determinado eixo. 
2- Em muitos casos, os hormônios hipofisiotróficos 
hipotalâmicos são secretados e m pulsos e estão 
atrelados a ritmos diários e sazonais por 
intermédio de estímulos do SNC. Além disso, os 
núcleos hipotalâmicos recebem uma variedade de 
estímulos neuronais oriundos de níveis mais altos 
e mais baixos do cérebro. Esses estímulos podem 
ser de curta duração (p. ex., vários tipos de 
estresse/infecções) ou de longa duração (p. ex., 
início da função reprodutor a na puberdade). 
Assim, a inclusão do hipotálamo em um eixo 
endócrino permite a integração de uma 
quantidade considerável de informação para a 
determinação o u alteração do ponto de equilíbrio 
desse eixo (ou ambas). Clinicamente, isso significa 
que um ampla gama de estados neurogênicos 
complexos é capaz de alterar a função pituitária. O 
nanismo psicossocial é um exemplo 
impressionante disso. Crianças que sofrem abusos 
ou são submetidas a intenso estresse emocional 
apresentam taxas de crescimento mais baixas 
como consequência da diminuição da secreção do 
hormônio do crescimento pela glândula pituitária. 
3- Níveis anormalmente altos ou baixos de um 
hormônio periférico (p. ex., hormônio tireoidiano) 
pode m resultar de um defeito no nível da glândula 
endócrina periférica (p. ex., tireóide), da glândula 
pituitária ou do hipotálamo. Dependendo do nível 
afetado, tais defeitos são chamados 
respectivamente de distúrbios endócrinos 
primário, secundário e terciário A compreensão 
total do funcionamento das alças de 
retroalimentação existentes dentro de um eixo 
permite ao médico determinar onde está o defeito. 
As deficiências endócrinas primárias tendem a ser 
as mais graves porque com frequência são 
acompanhadas da ausência do hormônio 
periférico. 
 
 
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Hormônios Hipotalâmicos: 
TRH – Hormônio Liberador de Tireotrofina 
 Estimula a secreção de TSH. Possui a capacidade de 
induzir a secreção, também, de Prolactina (não se 
considera como uma secreção fisiológica, pois ocorre 
quando o TRH está muito elevado, como em casos de 
hipotireoidismo). 
Gnrh – Hormônio Liberador de Gonadotrofina 
Estimula a secreção de FSH e LH. A “inibina” é um fator 
inibidor especificamente do FSH. Por isso, o fsh é 
menor no período reprodutivo que no infértil, já que é 
produzido, nas mulheres, pelas células foliculares e 
pelo corpo lúteo; e nos homens pelas células de Sertoli. 
PRH – Hormônio Liberador de Prolactina 
Promove a liberação de Prolactina. A ação do hormônio 
abaixo, porém, e mais forte. 
PIH – Hormônio Inibidor de Prolactina 
É a própria dopamina. A secreção de Prolactina pela 
adeno- hipófise está constantemente sendo inibida 
pelo hipotálamo, através da ação da Dopamina, GABA, 
entre outros. 
GHRH – Hormônio Liberador do Hormônio do 
Crescimento 
Promove a liberação do GH. 
GHIH – Hormônio Inibidor do Hormônio do 
Crescimento 
É também chamado de Somatostatina. Possui função 
inibitória sobre a secreção de GH. A secreção do GHIH 
é regulada tanto pelo GH quanto pelo IGF-1 
(Somatomedina-C). O IGF-1 é produzido pelos 
hepatócitos sob estímulo do GH (logo, 
GH alto implica Somatomedina-C alta), fazendo 
feedback negativo sobre a liberação de GH, na adeno-
hipófise, e sobre a liberação de GHRH, no hipotálamo. 
Também aumenta a secreção do GHIH (feedback 
positivo). 
CRH – Hormônio Liberador de Corticotrofinas 
Estimula a liberação de ACTH pela adeno-hipófise. 
 
 
HIPÓFISE 
A glândula pituitária (também chamada de hipófise) é 
uma estrutura endócrina pequena (cerca de 0,5 g de 
peso), porém complexa, situada na base do 
prosencéfalo. Possui um componente epitelial 
denominado adeno-hipófise e uma estrutura neural 
chamada de neuro-hipófise. A adeno- hipófise é 
composta de cinco tipos de células que secretam seis 
hormônios. A neuro-hipófise libera vários neuro- 
hormônios. Todas as funções endócrinas da glândula 
pituitária são reguladas pelo hipotálamo e por alças de 
retroalimentação
positiva e negativa. 
ANATOMIA 
O exame microscópico da pituitária revela dois tipos 
distintos de tecido: um epitelial e outro neural. 
A parte epitelial da pituitária humana é denominada 
adeno- hipófise. 
IRRIGAÇÃO 
A irrigação da neurohipófise é feita pela artéria 
hipofisária posterior, que se ramifica em capilares 
fenestrados. Nesses capilares são liberados os 
hormônios que serão levados ao resto do corpo. A 
irrigação da adenohipófise é feita pela artéria 
hipofisária anterior originária da carótida interna. 
Alguns ramos vão direto à pars distalis; a maioria 
entretanto, forma plexos capilares na eminência média 
que drenam para as veias portais que atravessam o talo 
hipofisário e atingem a adenohipófise. Eles formam o 
Sistema Porta- hipotalâmico-hipofisário. 
A razão para um sistema de condução sanguínea direta 
é garantir a chegada dos fatores hipotalâmicos na 
hipófise sem diluição no organismo. 
ADENO-HIPÓFISE OU HIPÓFISE ANTERIOR: 
A adeno-hipófise constitui a porção anterior da 
glândula e com frequência é denominada lobo anterior 
da pituitária, e seus hormônios são chamados de 
hormônios da pituitária anterior. A adeno-hipófise é 
composta de três partes: 
I. a pars distalis, que constitui cerca de 90/% da 
adeno-hipófise; 
II. a pars tuberalis, que envolve a haste; e 
III. a pars intermedia, que regride e está ausente 
nos adultos humanos. 
 
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GH 
Promove o crescimento do organismo e regula o 
metabolismo. É sintetizado pelos neurônios 
somatotróficos, que correspondem a cerca de 50% dos 
neurônios da hipófise anterior. 
Adenocorticotropina (ACTH) 
Controla a secreção de alguns hormônios do córtex 
adrenal, que afetam o metabolismo da glicose, de 
proteínas e das gorduras.15%~20% das células. O 
estresse pode aumentar a secreção desse hormônio. 
Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH) 
Controla a secreção de T3 e T4 pela tireoide. Tais 
hormônios controlam a velocidade da maioria das 
reações químicas intracelulares do organismo. Sua 
secreção se dá pelos neurônios tireotróficos, que 
representam de 3%~5% das células da adeno-hipófise. 
Prolactina 
Promove o desenvolvimento da glândula mamária e da 
produção do leite. É sintetizada nos Lactotrofos 
(5%~7%das células da Hipófise anterior). Na 
amamentação, essa quantidade pode chegar a 70%. O 
PIH (Hormônio Inibidor da Prolactina – Dopamina), a 
Somastatina (GHIH) e o GABA são fatores inibitórios da 
liberação de prolactina. O estímulo sensorial da sucção 
do leite é primordial para a síntese efetiva do 
galactogênese, produção do leite, ainda é refreada no 
pré-parto por dois fatores: o alto nível de cortisol e de 
estrogênios livres. 
Gonadotrofinas – FSH (Folículo Estimulante) e LH 
(Luteinizante) 
Controlam o crescimento das gônadas, bem como sua 
atividade hormonal (estrogênios e testosterona) e 
reprodutiva. Correspondem a cerca de 10%~15% das 
células. 
- Observações: 
NEURO-HIPÓFISE OU HIPÓFISE POSTERIOR: 
A parte neural da pituitária é denominada neuro-
hipófise e consiste em uma projeção para baixo do 
tecido hipotalâmico. A porção mais inferior da neuro-
hipófise é chamada de pars nervosa ou lobo posterior 
da pituitária (ou simplesmente "pituitária posterior"). 
 
Anatomia da Neuro-hipófise 
Na extremidade superior da neuro-hipófise, 
desenvolve-se uma tumefação em forma de funil 
denominada eminência média. O restante da neuro-
hipófise, a porção que se estende para baixo da 
eminência média até a pars nervosa, é chamado de 
infundíbulo. 
O infundíbulo e a pars tuberalis constituem a haste da 
pituitária— uma conexão física entre o hipotálamo e a 
glândula pituitária. 
A pars nervosa é uma estrutura neurovascular e 
corresponde ao local de liberação de neuro-
hormônios, adjacente a um leito de capilares 
fenestrados. 
Os hormônios peptídicos liberados são o hormônio 
antidiurético (ADH, ou arginina vasopressina) e a 
Ocitocina. 
Os corpos celulares dos neurônios que se projetam 
para a pars nervosa estão localizados nos Núcleos 
Supraópticos (NSO) e nos Núcleos Paraventriculares 
(NPV) do hipotálamo (neste contexto, um "núcleo" 
corresponde a um grupo de corpos celulares de 
neurônios situado dentro do sistema nervoso central 
[SNC] — e um "gânglio" corresponde a um grupo de 
corpos celulares de neurônios situado fora do SNC). 
Os corpos celulares desses neurônios são denominados 
magnocelulares (corpos celulares grandes) e projetam 
seus axônios para baixo, pela haste infundibular, como 
tratos hipotalâmico-hipofisários. Esses axônios 
terminam na pars nervosa. Além das terminações e dos 
processos axônicos provenientes dos NSO e NPV, há 
células de suporte semelhantes às células gliais que são 
denominadas pituícitos. A pituitária posterior é 
amplamente vascularizada, e seus capilares são 
fenestrados, o que facilita a difusão dos hormônios 
para dentro dos vasos. 
Vasopressina ou ADH (antidiurético) 
Age sobre os túbulos contorcidos distais (porção 
terminal) e sobre o ducto coletor, controlando a 
excreção de água na urina. 
Ocitocina 
Auxilia na ejeção do leite pelas glândulas mamárias e, 
possivelmente, nas contrações uterinas no momento 
do parto. 
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Pars Intermediária 
É uma pequena zona entre as duas regiões hipofisárias. 
É praticamente avascular. Possui função 
extremamente reduzida em humanos, porém é muito 
funcional em animais inferiores na secreção de 
melanotrofos. 
DESCREVER OS HORMÔNIOS DO HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE, CONSIDERANDO SUA 
REGULAÇÃO, MECANISMO DE AÇÃO E FEEDBACK 
Sistema de Feedback: 
NEGATIVO 
Responsável por assegurar o nível apropriado de 
atividade hormonal no tecido-alvo. Isso ocorre porque 
o hormônio, ou um de seus produtos, exerce um efeito 
inibidor sobre a glândula que está secretando tal 
hormônio. Portanto, quando o grau de atividade do 
tecido-alvo se eleva até o nível apropriado, os sinais de 
feedback negativo serão suficientes para lentificar a 
secreção do hormônio. 
Exemplo: Eixo TRH, TSH, T3e T4. 
 
POSITIVO 
A ação biológica do hormônio causa uma secreção 
adicional do mesmo. Um exemplo é a secreção de LH 
momentos antes da ovulação: os níveis de LH 
aumentam torno do 14ºdia, os folículos produziram 
estrógeno suficiente para provocar a adeno-hipófise a 
secretar um adicional de LH, o que estimula a ovulação. 
Mecanismo de ação dos hormônios: 
1- Receptores de Membrana 
A ligação do hormônio aos seus receptores, na 
membrana da célula-alvo, pode provocar dois efeitos: 
 Abertura de canais iônicos: É o que ocorre com as 
substâncias neurotransmissoras, que ativam canais 
iônicos, alterando a condutância da membrana; 
 Ativação de uma Proteína G: Muitos hormônios 
ativam proteínas que regulam indiretamente a 
atividade de proteínas-alvo. Essas são as chamadas 
“proteínas heterotriméricas ligadas ao GDP”, ou 
simplesmente Proteína G. Procedimento: 
 
I. Ligação do hormônio ao receptor; 
II. Ativação da proteína G, que muda de 
conformação, trocando seu GDP por GTP; 
III. Essa mudança conformacional dissocia a sua 
subunidade alfa das subunidades beta e gama, que 
se mantêm unidas; 
IV. A subunidade alfa age sobre outras proteínas, 
ativando segundos mensageiros. Duas proteínas 
podem ser ativadas: 
 
 Adenilato-Ciclase: Nessa rota, a Adenilato- ciclase 
converte ATP em AMPC, que atua como segundo 
mensageiro intracelular. O AMPC ativa “proteínas 
dependentes de AMPC”, que por sua vez, 
produzem o efeito esperado do hormônio. 
 Fosfolipase C: Essa proteína, ao ser ativada pela 
subunidade alfa, degrada PIP2(bifosfato 
defosfatidilinositol, um fosfolipídio de membrana) 
em IP3(inositol trifosfato) e DAG (diacilglicerol). 
 
2- Receptores Intracelulares 
O hormônio esteroide se difunde pela membrana, 
encontrando seu receptor no citoplasma ou no núcleo 
da célula; 
O complexo receptor-hormônio se liga ao núcleo 
celular;
A combinação se liga a pontos específicos do filamento 
de DNA nos cromossomos, o que ativa processos de 
transcrição de genes específicos para formar RNAm; 
O RNAm se difunde para o citoplasma, onde promove 
o processo de tradução nos ribossomos para formar 
novas proteínas. Observação: A ação dos hormônios 
esteroides, por envolver um processo de transcrição 
nuclear e posterior tradução de proteínas, dura mais 
tempo (várias horas ou até mesmo dias) que a ação 
praticamente instantânea dos hormônios 
hidrossolúveis.

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