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A CONTRIBUIÇÃO DA MULHER kALUNGA PARA SOCIEDADE COM SUAS TRADIÇÕES E DANÇA. Ana D'arc, Bruna Mikaella

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO
ANA D’ARC RIBEIRO
BRUNA MIKAELLA LEONEL DOS SANTOS 
A CONTRIBUIÇÃO DA MULHER KALUNGA PARA A SOCIEDADE: COM SUAS TRADIÇÕES E DANÇA 
Catalão
2021
ANA D’ARC RIBEIRO
BRUNA MIKAELLA LEONEL DOS SANTOS 
Trabalho apresentado à disciplina de Geografia de Goiás, do curso de Geografia da Unidade Acadêmica Especial – Instituto de Geografia, da Universidade Federal Catalão, como requisito para obtenção de nota parcial para aprovação na referida disciplina.
Profª. Drª Carmem Lúcia da Costa.
 Catalão 
 2021
A CONTRIBUIÇÃO DA MULHER KALUNGA PARA A SOCIEDADE, SUAS DANÇAS E TRADIÇÕES. 
Resumo: O estado de Goiás conhecida por sua dinâmica econômica, mas por outro lado é o portal de entrada para conhecer histórias do passado e a cultura. Conforme Chaveiro “O Cerrado é fruto da história da Terra”. A região do Cerrado abriga ricas e originais culturas: o povo quilombola Kalunga. Entre tantas histórias e culturas as mulheres Kalungas com seu protagonismo feminino com sua cultura e a dança, um momento de diversão, de lazer, descontração, resistência, aprendizagem e experiências estéticas.
INTRODUÇÃO
O estado de Goiás conhecida por sua dinâmica econômica, mas por outro lado é o portal de entrada para conhecer histórias do passado e a cultura. Conforme Chaveiro “O Cerrado é fruto da história da Terra”. A região do Cerrado abriga ricas e originais culturas: o povo quilombola Kalunga. O Território Kalunga localiza-se na Região Administrativa Nordeste do Estado de Goiás, microrregião da Chapada dos Veadeiros. O Sítio Histórico Kalunga, juntamente com o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, forma uma das maiores áreas de Cerrado preservadas no estado Goiás. 
Este trabalho está alicerçado no artigo “Gênero e diversidade na escola: espaço e diferença: abordagens geográficas da diferença étnica, racial e de gênero” de Carmem Lúcia da Costa (2018) e o documentário “as tradições Kalungas” (2014) plataforma you tube no qual foi analisado a mulher Kalunga e seu cotidiano, sua cultura e sua tradição. A mulher, ao longo dos processos históricos e socioculturais, tem buscado condições favoráveis ao exercício da cidadania e emancipação política na sociedade brasileira e mundial.
Desse modo, os direitos da mulher, assim como o de todos os cidadãos, estão presentes na CF/1988, que no seu Preâmbulo garante: 
Assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida na ordem interna e internacional
O papel da mulher em algumas comunidades quilombolas, por exemplo, elemento chave para o estabelecimento de relações sociais, quando marcadas pelo respeito, convivência pacífica, cooperação e a qualidade de vida dentro de uma comunidade quilombola.
Apesar da escassez de estudos sobre o papel das mulheres nas comunidades quilombolas, não se pode deixar de destacar questões importantes como sua função para a preservação das tradições, a necessidade de transmitir o que sabem e o que foram aprendendo e para apontar qual a sua origem para as novas gerações. No documentário percebe-se que são mulheres fortes, alegre e pronta para vencer qualquer obstáculo que se levantar em seu percurso.
As formas de organização de resistências, essas mulheres tiveram participação efetiva nos quilombos, mas por conta da aproximação a sociedade a invisibilidade das mulheres negras ter sido exorbitante, as mulheres Kalungas demonstram sua força e por mais que sejam negras, sabem do racismo presente na sociedade, à desigualdade social. Para Hidata (2011) “O processo de globalização tornou mais nítida a diversidade, pois justamente nesse processo as desigualdades entre os sexos entre classes sociais e entre raças aparecem de uma maneira mais visível”.
Ao falar de quilombos é falar de resistência e por isso é importante marcar o papel das mulheres nesse processo que é histórico, mas também contemporâneo. Historicamente, esses territórios não eram espaços que tinham apenas referências masculinas em sua organização política, econômica e social. As mulheres sempre foram muito importantes para sua estruturação, desenvolvimento e luta. 
A MULHER KALUNGA
A mulher Kalunga tem participação ativa em processos e intentos de libertação. E com essas mulheres negras não podem passar pela história como meras coadjuvantes. Apesar das transformações nas condições de vida e papel das mulheres em todo o mundo, em especial a partir dos anos de 1960, mesmo assim a mulher continua vivendo uma situação marcada pela dupla discriminação: ser mulher em uma sociedade machista, e ser negra numa sociedade racista.
É preciso reconhecer o processo de luta da mulher negra, que não ficaram e não estão passivas frente às violações de direitos no mundo do trabalho, do contrário, as conquistas legais são resultado das suas lutas. Costa (2018) declara que “E cada vez mais, as mulheres lutam por direitos iguais e a necessidades específicas no mundo do trabalho”. Para seguir vencendo e quebrando esses paradigmas é necessário intensificar a luta pela garantia dos direitos fundamentais a todos os cidadãos e cidadãs. É necessário também o reconhecimento de todos e todas de que vivemos num país marcado historicamente por desigualdades raciais, responsáveis pela existência de graves desequilíbrios no que se refere a oportunidades e tratamento da mulher negra na sociedade brasileira. 
Para o Brasil evoluiu no processo da busca da equidade de gênero e raça, é necessário entender que o fator etnicorracial constitui elemento importante na distribuição de oportunidades de emprego, serviços, educação e outros benefícios. A mulher negra Kalunga é destacada por sua personalidade forte, batalhadora e principalmente por sua liderança em exercício da cidadania. Assim Almeida (2010) declara:
Promover outras formas de cidadania e de reivindicar os direitos encontra base nas formações locais, especialmente, as ações promovidas pelas mulheres negras, que em sua grande maioria, estão à frente da liderança das comunidades quilombolas. São matriarcas que vão aos governantes com as demandas, articulam parcerias, organizam distribuição de alimentos, roupas, formação política, conhecem toda a comunidade. “Quando uma mulher quilombola tomba, o quilombo se levanta” (ALMEIDA 2020). 
Já Costa (2018) diz: “A reestruturação produtiva e do mundo no capitalismo tem colocado em questão os lugares, uma vez que a mulher é cada vez mais chamada a ocupar o espaço público”. Sobre isso, a mulher Kalunga tem sido protagonista nesse espaço no qual as mulheres cuidam de suas famílias, filhos, assumindo trabalhos precários, mas por outro lado elas são dona de casa, mas sonha com sua liberdade, seu grito de vitória, no quilombo as matriarcas estão se inserindo no mundo do trabalho, como líderes do quilombo, buscam formação política para reivindicar seus direitos perante o Poder Executivo. Elas assumem poderes que eram exercidos pelo patriarcado. Nogueira (2000) enfatiza era necessário construir um ser mulher um sujeito feminino que fosse capaz de identificar suas especificidades e lutar para que fossem consideradas enquanto tal.
Para compreender melhor a história dessas mulheres, suas experiências por meio de seus relatos do dia a dia, uma maneira de dar voz ao silêncio representado pelas tradições e danças que compõem sua cultura. De acordo com Lefbvre (1991) era o reconhecimento da vida cotidiana como um aspecto fundamental da realidade
Então ao conhecer o cotidiano dessas mulheres guerreiras que relata com espontaneidade e com alegria suas histórias de luta, como as mulheres da família de dona Dirani uma mulher acolhedora, e com seu olhar de cumplicidade, ladeada por sua família relata com espontaneidade e prazer a sua realidade como:a casa não tem energia elétrica, nem sequer água tratada, a água usada nos afazeres domésticos vem do rio Paranã, a comida preparada no fogão de lenha. De acordo com Lefbvre (1991) “A identidade coletiva dos indivíduos estabelecia-se, portanto, através de uma relação positiva”. Anita tem 13 anos é filha de dona Dirani quer seguir os passos da mãe gosta da lida na roça e ajudar a mãe nos afazeres domésticos, mas também é muito vaidosa e gosta de se arrumar. 
Com suas vestimentas coloridas, as saias rodadas (ou não), as mais velhas com seus lenços coloridos (ou não) na cabeça, as mais jovens usam sempre adornos na cabeça como tiaras ou laços coloridos traços de uma personalidade forte, espontaneidade, marcas de que não se deixaram ser oprimidas pela sociedade. Enquanto as mulheres buscam um padrão de beleza global baseado em padrões estéticos inspirado pela mídia social, as mulheres Kalungas expressam sua espontaneidade, beleza, alegria na dança onde elas expressam sua sensualidade, beleza e seu poder frente à sociedade machista e racista.
AS FESTAS E A DANÇA TRADIÇÕES KALUNGAS
As festas na comunidade Kalunga são rituais de grande expressão cultural, não somente uma mera comemoração, elas representam a cultura local e têm um papel social, de união, alegria e tradição. Através das festas, os Kalungas se reencontram com sua identidade cultural e expressam seus costumes através da dança, que tem um forte simbolismo para a cultura. A dança da Sussa de origem africana, com movimentos sensuais, com os giros das saias e os sorrisos das mulheres que expressam a alegria nessa dança que é considerada sagrada. Conforme Costa (2010) A festa é um direito dos que a fazem e dos que hoje a acompanham, seja para rezar, para dançar. 
Assim as festas são momentos de reunir as famílias e de fortalecer sua fé. No quilombo Kalunga as festas é o momento de confirmação das tradições, um espaço sociocultural, em que as pessoas se agrupam com costumes semelhantes que constroem e compartilham seus saberes e vivências. O momento é marcado pelo som de violas, pandeiros e sanfonas. As celebrações embasadas em rituais africanas, que se misturam com o catolicismo repassado de geração em geração.
Portanto, os relatos dona Dainda líder da comunidade quilombola Kalunga em Goiás conhecida por sua personalidade forte e batalhadora afirma que seus avós dançavam a Sussa desde criança, é na dança que eles encontram a alegria e a fortaleza, na qual faz o destaque principal dessas mulheres, que é percebido pelas suas vestimentas, modo de falar e agir no seu dia a dia. E ainda é o momento de expressarem o lado feminino, sua a sensualidade com suas saias imponentes e coloridas no qual as mulheres Kalungas assumem o poder da conquista, tem o poder de parar o quilombo devido a tanta beleza e sensualidade expressada em uma dança. Na tradição de acordo com dona Dainda para dançar bem a mulher tem que conseguir enrolar o homem na saia, afirmando assim personalidade forte e batalhadora das mulheres Kalungas. 
Assim as mulheres Kalunga como dona Dirani e dona Dainda marcadas por sua força, espontaneidade, criatividade, se unem em prol da tradição e deixa claro que o ato de festejar e dançar são momentos de celebração desse povo, em meio à poeira vermelha do solo do Cerrado goiano, um momento de diversão, de lazer, descontração, resistência, de aprendizagem e experiências estéticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Portanto ao observar o cotidiano da mulher Kalunga do e o papel que desempenham na comunidade, mesmo frente as desigualdades sociais impostas a elas por séculos, não sendo extintas, muito pelo contrário, elas ainda existem. Mesmo assim, o papel que a mulher exerce nas comunidades quilombolas é fundamental, tanto para a sua sobrevivência e subsistência, quanto para a cultura tradicional.
Desta forma a mulher Kalunga vem participando de um processo de transformação no qual toda a sociedade reconhece sua importância para a sociedade. Importância essa que é representada pela sua alegria, cumplicidade e perseverança que faz parte do seu cotidiano durante várias gerações. Sua história é uma riqueza de detalhes que precisa ser descrita minuciosamente. Uma trajetória que precisa ser retomada, rescrita e analisada para descobrir mais sobre sua postura e suas relações que contribuíram para a formação étnico racial do quilombo. 
Sendo assim, nas festas da comunidade Kalunga pode-se observar que as danças é um dos rituais de forte representação, pois, as danças trazem consigo uma serie de símbolos e códigos que lhe dão sentido e significados tanto para a comunidade que a tem como um elemento de identificação de sua cultura como para os visitantes que a percebem como uma manifestação artística na forma de festas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. Quilombos de Goiás e a falta de direito à cidade. 2020. Disponível em: https://projetocolabora.com.br. Acessado em 20 de julho de 2021.
BRASIL. O-preambulo-da-constituicao-brasileira-de-1988. Disponível em: CF/1988htm. Acessado em 22 de julho de 2021.
TRADIÇÕES KALUNGAS. Minissérie São Jorge das tradições. 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=67bd1ZJicf4. Acessado em 22 de maio de 2021.
CHAVEIRO, E. F. Dentro de si, no fundo do mundo: o sujeito no espaço contemporâneo. In: COSTA, C. L. Gênero e diversidade na escola: espaço e diferença: abordagens geográficas da diferença étnica, racial e de gênero. Goiânia: CIAR/Gráfica UFG, 2018. (Disponível em: https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/genero-e-diversidade-na-escola/index.html).
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