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resenha David Ricardo

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ECONOMIA DO DESENVOLVIMENTO
Resenha Princípios De Economia Política e Tributação – David Ricardo
Natália Matos
David Ricardo foi um dos principais representantes da escola clássica da economia. Nascido na Inglaterra no ano de 1772, a produção intelectual do autor ocorre em uma época marcada por transformações simultâneas no plano econômico, social e político da história mundial, sobretudo com as revoluções industriais e francesa, queda da monarquia e transformação do liberalismo de mera doutrina político filosófica para uma força político real. A presente resenha tem como obra fundante do autor o livro Princípios De Economia Política e Tributação, e apresentará algumas de suas principais ideias, trabalhadas entre o capítulo II e IV. 
Ricardo, assim como grande parte dos economistas, enfrenta o tema da renda da terra, entendida enquanto porção do produto da terra paga ao seu proprietário pelo uso das forças originais e indestrutíveis do solo, ou seja, é a compensação paga a este proprietário. O autor salienta a importância de se ter clareza acerca deste conceito para que este não seja confundido com a ideia de lucro, uma vez que as leis que os regulam diferem muito e raramente operam na mesma direção. 
Sobre o tema, Ricardo afirma que se confere valor ao uso da terra porque ela não é ilimitada em quantidade nem uniforme na qualidade, caso o contrário, seu uso nada custaria. O aumento crescente da população cria maior demanda pela terra, que custarão mais ou menos de acordo com a sua qualidade, a partir de uma análise sobre o capital e o trabalho investido para que haja produtividade. Segundo o autor: 
As terras mais férteis e mais favoravelmente localizadas serão cultivadas primeiro, e o valor de troca de seus produtos será ajustado da mesma forma que o de todas as demais mercadorias, isto é, pela quantidade total de trabalho necessário, sob várias formas, da primeira à última, para produzi-los e colocá-los no mercado. Quando a terra de qualidade inferior começa a ser cultivada, o valor de troca dos produtos agrícolas aumenta, pois torna-se necessário mais trabalho para produzi-los.
Desta forma, tendo em vista essa diferença entre a qualidade das o valor de troca de todas as mercadorias é sempre regulado não pela menor quantidade de trabalho que bastaria para produzi-las em condições iguais ou favoráveis, desfrutadas por quem tem uma maior facilidade de produção, diante da qualidade superior da terra, mas pela maior quantidade de trabalho compulsoriamente aplicada por aqueles que não dispõem de tais facilidades e continuam a produzi-las ainda que sob condições desfavoráveis, e com todas as adversidades, inclusive naturais, que precise enfrentar. 
Em suas considerações, Ricardo analisa os efeitos do crescimento natural da riqueza e da população sobre a renda, em um país em que a terra apresenta diferentes capacidades produtivas, concluindo ao final que com cada porção de capital adicional que se precisa empregar na terra de menor retorno, a renda aumenta. Dos mesmos princípios resultaria a ideia de que quaisquer condições da sociedade que tornassem desnecessário empregar o mesmo volume de capital na terra, em um cenário de se tornar mais produtivo este volume empregado, fariam baixar a renda. 
O autor também enfrenta o tema sobre o preço natural e o de mercado. O primeiro, conforme o que as ideias já abordadas, corresponde a quantidade de trabalho necessária à produção de cada produto. Já o preço de mercado está relacionado à demanda, ao grau de necessidades e dos desejos humanos, o que é mais um fator que influencia que mercadorias estejam sujeitas a variações acidentais e temporárias de preço, estabelecido de modo que o produtor aufira lucro. 
Uma vez traçado este panorama, o economista delineia algumas relações entre o trabalho e seu preço natural, em sendo aquele necessário para permitir que os trabalhadores, em geral, subsistam e perpetuem sua descendência, sem aumento ou diminuição.
Neste interim, o preço natural do trabalho, portanto, depende do preço dos alimentos, dos gêneros de primeira necessidade e das comodidades exigidas para sustentar o trabalhador e sua família. Se há um aumento no preço desses produtos, a consequência lógica decorrente disto é o aumento do preço natural. Da mesma forma que uma vez configurada uma queda no preço daqueles bens, cairá também o preço natural do trabalho.
No que diz respeito ao preço de mercado do trabalho, de acordo com o autor é aquele realmente pago por este, como resultado da interação natural das proporções entre a oferta e a demanda. Da mesma forma que acontece quando se fala de renda da terra, o trabalho é caro quando escasso, e barato quando abundante. 
Se o preço de mercado do trabalho excede o preço natural, a condição do trabalhador é próspera, tendo em vista que ele poderá investir naquilo que é importante para a sua subsistência e no que corrobora para os “prazeres da vida”, de acordo com Ricardo. Em contrapartida, quando o preço de mercado do trabalho é inferior ao seu preço natural, a situação dos trabalhadores torna-se miserável, de modo que a pobreza os leva a privações para que ao menos possam manter o mínimo para subsistir. 
O autor continua a sua reflexão partindo desta vez da ideia do capital, entendido como parte da riqueza de um país empregada na produção, e consiste em alimentos, roupas, ferramentas, matérias-primas, maquinaria, e outros elementos necessários à realização do trabalho. O capital também influenciará no preço natural do trabalho:
(...) na medida em que a sociedade progride e que aumenta o seu capital, os salários de mercado do trabalho subirão, mas a permanência dessa elevação dependerá de que o preço natural do trabalho também aumente. E isso dependerá de uma elevação do preço natural dos bens de primeira necessidade em que se gastam os salários.
O autor salienta ainda, a importância de entender que o preço natural do trabalho não é absolutamente fixo e constante. Ele vai se adequar as diferentes e plurais realidades, inclusive dentro de um mesmo país, o que fica bastante claro se transpormos este pensamento para o Brasil, que na sua heterogeneidade possui contextos sociais, econômico tão diversos, sobretudo entre as regiões. 
 
 David Ricardo, com uma linguagem simples e acessível ao leitor, traz na obra Princípios de Economia Política e Tributação um conjunto de reflexões no que diz respeito a algumas das principais dinâmicas econômicas durante o final do século XVIII e século XIX, tornando-se um dos principais expoentes da economia política da história.

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