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1 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA: Um estudo de caso sobre o uso de Epi´s nos Empreendimentos de unidades unifamiliares de Jucurutu.¹ Angela Maria Nunes da Cruz Costa² Francisco Adalberto Pessoa³ RESUMO O desenvolvimento Econômico do Brasil está diretamente ligado a solução dos seus problemas sociais, dentre os quais se destaca o déficit habitacional. O presente trabalho versa sobre os uso dos equipamentos de Segurança do trabalho dentro das obras civis do Programa Minha Casa, Minha Vida. Uma vez que não há a obrigatoriedade de execução do programa por empresas constituídas, os canteiros de obras não oferecem o mínimo de condições de segurança ao operário, deixando de atender em muitos casos a Norma Regulamentadora 06 – NR 06 do Ministério do Trabalho. A norma trata com especificidade da obrigatoriedade de distribuição de forma gratuita dos equipamentos de proteção individual – EPI`S. Desta forma sem que haja fiscalização por parte dos órgãos competentes o programa segue a todo vapor deixando de forma vulneráveis o operário a patologias oriundas da construção civil. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, consultas a documentos eletrônicos e visita in loco. Por fim faz um comparativo entre a o que dizem as normas existentes, que amparam os trabalhador e o que de fato ver-se na prática. Palavras-chaves: Programa Minha Casa, Minha Vida, Segurança do Trabalho, Norma Regulamentadora NR- 06. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 2 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br MY HOUSE PROGRAM, MY LIFE: A case study on the use of Epi´s in the Jucurutu family unit developments. ¹ ABSTRACT The economic development of Brazil is directly linked to the solution of its social problems, among which the housing deficit stands out. The present work deals with the calculations in Work Safety within the civil works, the My House, My Life Program. Since there is no compulsory execution of the program by established companies, construction sites do not offer the minimum safety conditions to the worker, in many cases failing to comply with Regulatory standard 06 - NR 06 of the Ministry of Labor. The standard deals with the specificity of compulsory distribution of free of charge personal protective equipment - EPI`S. In this way, without any supervision by the competent bodies, the program continues at full speed leaving the worker vulnerable to pathologies arising from construction. The methodology used was the bibliographical research, consultations to electronic documents and on-site visit. Finally, he makes a comparison between what the existing norms say, which support the worker and what they actually see themselves in practice. Keywords: My Home Program, My Life, Work Safety, Regulatory Norm NR- 06. 1 INTRODUÇÃO A insuficiência de habitações no Brasil, sobre tudo para as camadas mais pobres da população, deve ser vista com bastante atenção, já que a habitação é não mais que uma necessidade, e serve como medida para a mensuração do desenvolvimento econômico e social de uma nação. Entende- se por déficit habitacional “a noção mais imediata e intuitiva de necessidade de construção de novas moradias para a solução de problemas sociais e mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 3 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br específicos de habitação detectados em certo momento” (SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO, 2009, p. 15). Para tanto houve a necessidade de implantar um programa que de forma ampla atendesse a necessidade de moradia, com custo relativamente baixo e fomentasse o desenvolvimento econômico do País, dessa forma a construção civil do País ganhou um reforço para funcionar a todo vapor. Os imóveis construídos podem ser produzidos tanto por pessoa jurídica como pessoa física, deixando dessa forma uma lacuna no tocante da preservação da saúde do trabalhador, uma vez que a pessoa física muitas vezes sem conhecimento algum do que diz a lei sobre o uso de Epi´s, faz de tudo para baratear o custo de unidade produzida e aumentar seus ganhos. Independentemente de ser pessoa física ou jurídica o mercado imobiliário o preço de venda de um empreendimento determina-se pela sua localização, seu padrão construtivo e o tipo de uso. Para que um empreendimento saia do papel é necessário verificar se os custos são compatíveis com o preço de venda e na intenção de obter cada vez mais ganhos o construtor deixa de cumprir com boa parte das exigências em relação a saúde do trabalhador, não fornecendo o básico que são os equipamentos de proteção individual - EPI, como bota, óculos de proteção, capacete e fardamento, protetor auricular e luva pigmentada ou de raspa. O fornecimento desses equipamentos muitas vezes não são mensurados pelo construtor e boa parte do construtores ver o fornecimento de Epi´s como fator redutor do lucro. Segundo Parga (2003, P.14, grifo nosso), o lucro é “... uma porcentagem incidente sobre todo e qualquer gasto, sem exceção, que tenha como fator gerador a obra, nas suas mais distintas fases, destinado a remunerar a empresa pelos serviços que irá prestar.”. Sem mensurar os custos com esses equipamentos tanto se está deixando de atender as NR como também a portaria do Ministério do Trabalho. Nesse contexto vamos seguir com os conceitos de como se denominada os custos com segurança do trabalho. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 4 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br Nesse contexto de custo podemos dividi-los em três os custos diretos, indiretos e os acessórios. E podem ser entendidos como: a) Custos diretos: são aqueles que são aplicados diretamente aos serviços, tais como salários e encargos sociais dos funcionários que irão realizar sua execução, materiais e ferramentas empregadas; b) Custos indiretos: não estão ligados diretamente ao serviço, mas fazem parte do custo total da obra tais como equipamentos, projetos, custos de supervisão, administrativo e de estrutura provisória de água, luz e telefone. c) Custos acessórios: São custos financeiros de financiamentos, multas por atrasos e incorreções dos orçamentos. (PARGA, 2003) Partindo dessa abordagem de custos, os relativos à segurança do trabalho são chamados de custos indiretos. Que por sua vez é gerada por atendimento a legislação especifica e prevenção de acidentes. A Portaria n. 3214/1978, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), regulamentou o capitulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), dividiu a legislação em Normas regulamentadoras(NR). Assim a NR-1, item 1.1(BRASIL, 1978): As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. A NR-18 é a norma que regulamenta a segurança do trabalho na indústria da Construção Civil. Na NR-18, item 18.1.1, são estabelecidas "[...] diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 5 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br Indústria da Construção." (BRASIL, 1978). O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção PCMAT é um documento que contempla a maioria dos itens de segurança do trabalho exigidos no canteiro de obras. A NR-18, item 18.3.1, determina que "São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos complementares de segurança." (BRASIL, 1978). Com a expansão do mercado imobiliário alavancado pelo Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, torna-se cada vez mais comum ir a um canteiro de obras e ver operários sem proteção alguma, sem monitoramento das ações do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho da Indústria da Construção Civil) 2. REFERENCIAL TEÓRICO Objeto de estudo da presente pesquisa é falta de uso de Epi´s nos canteiros de obra do PMCMV. Uma vez que deixa de ser exclusividade das empresas de construção civil, o programa vem sendo executado por qualquer pessoa física que tenha recursos para investir. Neste tocante trataremos da forma como o operário vem sendo exposto, é comum visitar canteiros de obras do PMCMV e deparar-se com pessoas trabalhando sem o uso de Epi´s – Equipamentos de proteção individual, expondo o trabalhador a patologias oriundas da construção civil Através da pesquisa fazem-se necessários a conceituação dos modelos de gestão existentes, apresentação de Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho que tratam do assunto e da sua obrigatoriedade. A negligência das empresas do setor de construção civil em relação a segurança do trabalho podem gerar custos ainda mais elevados, como mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 6 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br pagamento de indenizações, atrasos e embargos. O atual regime de construção implementados pelo avanço do Programa Minha Casa, Minha vida, onde a execução deixou de ser privilégio de Empresas de construção civil e passa a ser desenvolvida por pessoa física de modo a deixar cada vez mais vulnerável a saúde do operário vem crescendo a cada dia. A partir desse pressuposto de que os canteiros de obras são campo de atuação de médicos, advogados e etc. e que as obras do programa podem ser executadas por qualquer pessoa mesmo com nível de instrução, não fazem um orçamento compatível com a execução das unidades unifamiliares objeto de estudo deste trabalho onde sejam introduzidos os custos diretos, indiretos e acessórios como inclusão do PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil) e os Epi´s necessários como para desenvolver uma construção segura e com risco de acidentes de trabalhos amenizados. Fazem parte da lista de Equipamentos de Proteção de Individual daqui pra frente tratado apenas como Epi´s: 1) Bota 2) Luva pigmentada 3) Luva de raspa 4) Protetor auricular 5) Capacete 6) Óculos de proteção 7) Máscara com respirador 8) Fardamento (Composto por calça e camisa de manga longa) Todos fornecidos gratuitamente como orienta a NR – Norma Regulamentadora no item 6.1, observados os critérios de Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão competente. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 7 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br Embora a Portaria 3214 que entrou em vigor no dia 8 (oito) de junho de 1978. Aprovou 28 (vinte e oito) Normas Regulamentadoras, que regulamentam o Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho. A necessidade de estabelecer diretrizes que possam garantir a segurança nas obras do PMCMV estão cada vez mais evidentes. E cada vez mais comum frequentar as obras do Programa sem menor estrutura para execução. Para Silva (2003, p. 23): A relevância dos custos da não qualidade nada mais é do que tentar avaliar o quanto as empresas estão perdendo ou deixando de ganhar por não estarem produzindo com qualidade, em consequência, principalmente, de suas falhas internas. Falhas estas que podem gerar riscos à saúde de trabalhadores e acidentes do trabalho. De acordo com Félix (2005, p. 17): O custo da prevenção também é um investimento empresarial como a qualidade, necessários ao combate às despesas com o custo de falhas durante seu processo administrativo e produtivo. A segurança e saúde ocupacional, hoje é uma função empresarial. As empresas deveriam minimizar os riscos aos quais estão expostos seus colaboradores. A inexistência de um sistema eficaz de segurança e saúde ocupacional interfere em todo o processo administrativo, inclusive nos relacionamentos humanos, qualidade dos produtos e de serviços e no aumento de custos diretos e indiretos. A obrigatoriedade do uso dos Epi´s foram levantadas para a indústria da construção civil, conforme revisão bibliográfica, conforme definidos acima os custos com acidentes de trabalho podem ser maiores do que os gastos com a implantação de um programa de segurança do trabalho. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 8 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br 3 MEDOLOGIA Trata-se de um estudo de abordagem bibliográfica. A pesquisa foi realizada no utilizando como objeto de estudo o canteiro de obra de empreendimentos onde são construídas unidades residenciais unifamiliares delimitando a cidade de Jucurutu no Estado do Rio Grande do Norte. Além da pesquisa bibliográfica e exposição dos conceitos necessários para análise da quanto custa e a necessidade do uso de equipamento de proteção individual no canteiros que executam as obras do Programa Minha Casa, Minha vida, nesse estudo delimitado a cidade de Jucurutu/RN. Será feita uma análise qualitativa.A pesquisa qualitativa costuma ser direcionada e não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico para análise dos dados; seu foco de interesse é amplo e dela fazem parte a obtenção de dados descritivo mediante contato direto do pesquisador com a situação do objeto em estudo. A amostra a ser consultada é relativamente pequena é detrimento do campo de estudo escolhido para realização deste trabalho. Desta forma foram coletados dados nos canteiros de obras x, y e z. A partir da coleta de dados e em consonância com a revisão bibliográfica realizada, apresentaremos os resultados do uso de Epi´s durante o processo de construção de unidades unifamiliares do Programa Minha Casa, Minha vida no Munícipio de Jucurutu Estado do Rio Grande do Norte, nas etapas seguintes 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Característica dos Canteiros de obras em estudo. O propósito deste trabalho é iniciar uma reflexão diante da falta de uso de equipamentos de proteção individual, tais como: botas, luvas, óculos de mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 9 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br proteção, fardamento composto por calça e camisa de manga longa, capacete e máscara nos canteiros de obras do MCMV no município de Jucurutu. Haja vista a sua obrigatoriedade prevista na NR 18 do Ministério do Trabalho e Emprego. A segurança e a saúde do trabalhador deveriam ser consideradas como missão da organização e não uma simples submissão a regulamentos e procedimentos. A partir dessa realidade o Programa de Condições e Meio Trabalho na Indústria da Construção Civil – PCMAT, vem sendo apresentado a empresas apenas como meio de cumprir a lei e não como de fato deveria ser, o PCMAT não é apresentado e implantado como medida para prevenir os riscos ambientais de trabalho. Ao analisar o setor da Construção Civil, observa-se que ela requer para análise, uma visão maior, voltada ao seu macro ambiente, pois a natureza do seu processo produtivo é substancialmente diferenciada da maioria dos processos industriais contemporâneos. Esta diferenciação diz respeito às relações entre os níveis hierárquicos, à tecnologia requerida pelo processo produtivo, à quantidade e às características dos bens intermediários envolvidos na produção, a organização industrial e ao valor agregado aos produtos finais. Nesse contexto explanaremos a realidade presenciada nos canteiros de obra X, Y e Z onde se constroem unidades unifamiliares no Município de Jucurutu. Onde não há política de segurança e saúde ocupacional. Pode-se assegurar claramente que há intenção por parte do empregador em resguardar a integridade física e mental do trabalhador. No canteiro de Obras X, funciona um loteamento composto de 20 (vinte) glebas, onde as glebas estão sendo construídas num conjunto de 04 (quatro) unidades por etapa, os imóveis construídos tem em média 55 m² de área, com dois dormitórios, executadas em alvenaria convencional. Para cada unidade mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 10 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br em execução temos 02 (dois) operários, totalizando a quantia de 09 (Nove) operários a cada etapa executada, com o acréscimo de um Betoneiro. No canteiro de obras Y, funciona um loteamento composta por 15 glebas, a realidade encontrada não difere muito do anterior. As glebas são construídas num conjunto de 04 (quatro) unidades por vez. Executados em alvenaria convencional unidades unifamiliares com área de 58 m², dois dormitórios. Para cada unidade em execução são utilizados 02 (dois) operários totalizando a quantidade de 09 (nove) operários por cada etapa executada, com acréscimo do Betoneiro. Nossa última amostra de estudo foi o canteiro de obras do loteamento Z. Aparentemente possuí as mesmas característica encontradas nos demais. Imóveis construídos a partir 55 m² com 02 (dois) dormitórios. Construídas a cada 02 (duas) unidades. Empreendimentos executados com alvenaria convencional. Para cada unidade construída 02 (dois) operários, totalizando 04 (quatro) por cada etapa construída. A competitividade e a qualidade dos empreendimentos construídos são fatores cruciais para o desenvolvimento e crescimento do setor empresarial. O investimento em prevenção também representa crescimento e combate as despesas com o custo das falhas durante seu processo administrativo e produtivo. Durante execução do Programa no campo de estudo citado é nítido a falta de zelo com a saúde e segurança do trabalhador, foram poucos casos em que os trabalhadores portavam algum tipo de Epi dentro dos elencados acima. Sendo as obras executadas por pessoas físicas e jurídicas aumentam a incidência da falta de proteção e preocupação com o operário. 4.2 Custo do Equipamento de Proteção A segurança da obra e a prevenção de acidentes estão associadas ao processo produtivo em um ambiente de trabalho. A expansão da indústria da mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 11 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br construção civil provocada pela implantação do Programa de Habitação Popular denominado Minha Casa Minha Vida, acarretou na mesma proporção o crescimento de Construtores que seduzidos pelo lucro gerado entram no mercado sem planejamento. A falta de planejamento dentro dos Empreendimentos que são objetos de estudo deste trabalho, foram encontrados em todos. Logo a seguir detalharemos o custo unitário dos Equipamentos de proteção individual, cujo uso é necessário para a manutenção da saúde física e mental do trabalhador. Existe uma cultura de associar o custo dos Epi´s a despesas desnecessária nas obras. Detalharemos no quadro abaixo o preço de custo os Epi’s, relativamente insignificante dentro da margem de lucro da obra. Os preços abaixo citados são por unidade de produto adquirida. Levando em consideração que todos os empreendimentos possuem em média entre 9 e 10 operários e a duração estimada do Epi´s chega a ser praticamente igual tempo de obra com exceção para os descartáveis. Quadro - Tempo de durabilidade e custo de Epi´s por operário. Item Descrição do produto Duração em média Preço Unit 1 Bota Vulcaflex 6 meses R$ 38,82 2 Luva Pigmentada 5 a 10 dias R$ 2,39 3 Luva de Raspa 2 a 2 semanas R$ 8,46 4 Protetor auricular com plug 1 a 2 meses R$ 0,84 5 Óculos de proteção 6 meses R$ 2,87 6 Máscara com respirador 5 dias R$ 1,83 7 Capacete 1 ano R$ 39,40 8 Fardamento 6 meses R$ 60,00 Custo total R$ 154,61 Fonte: Revista Proteção/ De acordo com o número de funcionários e a duração estimada dos equipamentos de proteção individual por funcionários. A relevância de custo na aquisição de Epi’s seria mínima, observando a margem de lucro dos construtores que fazem empreendimentos do PMCMV em Jucurutu. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 12 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como partedos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br Os imóveis dos referidos Empreendimentos chegam a serem vendidos em média pelo valor 110.000,00 (Cento e dez mil reais). Portanto o valor gasto em segurança e saúde do trabalho se tornariam custo mínimos, haja vista a quantidade de operários envolvidos em cada etapa. Levando em consideração os preços apresentados acima, que por sua vez foram pesquisados com fornecedores, o custo com equipamento de proteção individual representaria em média 1,9% do valor do imóvel. Isso por que o valor atribuído o valor de R$ 200,00 (Duzentos reais) em detrimento os Epi’s de desgaste contínuo ou descartáveis. 4.3 Custos dos acidentes de trabalho Os acidentes de trabalho geram custos para empresas. E estão divididos em custos diretos e indiretos. Custos diretos Todas as despesas ligadas diretamente ao atendimento do acidentado, que não de responsabilidade do INSS, despesas médicas, odontológicas, hospitalares, farmacêuticas – incluída cirurgia reparadora. Após a alta, caso tenha ficado com alguma redução laborativa, receberá um auxílio acidente. Despesas de reabilitação médica e ocupacional. Transporte do acidentado durante o tratamento quando o estado crítico exigir Seguro de acidente Custos indiretos mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 13 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o acidentado. Após o acidente há sempre um período onde os companheiros param para socorrê-lo, comentar o ocorrido ou prescindem da ajuda do acidentado. Há também a hipótese da máquina que operavam ficar danificada no acidente. Acidentes sem perda de tempo, quando o acidente recebe o tratamento na própria empresa. Tempo de ida e volta ao ambulatório médico, tempo de espera para atendimento, tempo gasto em curativos. Salários adicionais pagos por trabalhos em horas extras Em virtude do acidente, atrasos na produção ou serviços urgentes de reparo ou por substituição de equipamento envolvido no acidente, podem interagir trabalhos em horários extraordinários. Salários pagos a supervisores durante o tempo dispendido em atividades decorrentes do acidente. Elencamos apenas alguns pontos dentre os principais custos que os acidentes de trabalho geram a empresa Além dos gastos com possíveis processos judiciais e indenizações e possibilidade de denegrir a imagem da empresa. Percebemos então que os custos indiretos além de corresponderem pela maior parcela do custo em alguns casos esse custo pode ser imensurável. Sendo dessa forma a prevenção a forma mais barata e eficaz de evitar ônus para a obra. O que vale mais a pena? Arcar com esses custos ou colocar dentro do BDI (Benefícios e despesas indiretas) da obra os custos com segurança e saúde do trabalhador? 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 14 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br A proposição deste trabalho foi fazer uma reflexão sobre o uso de Epi´s dentro dos Empreendimentos do PMCMV na Cidade de Jucurutu. Fora apresentada a NR 18 que trata da obrigatoriedade do uso de Epi´s e seu fornecimento de forma gratuita. Tendo em visto que as empresas da amostra independente do seu porte precisam desenvolver um planejamento incluindo as despesas com segurança do trabalho. Neste sentido faz de suma importância duas medidas para as NR impostas pelo Ministério do Trabalho deixem de ser apenas mecanismos de simples submissão a regulamentos e procedimentos estar em dia com a lei. A primeira é aumentar a fiscalização, pois os trabalhadores devem estar bem acompanhados e bem protegidos para que não haja ou se houver que seja em menor incidência a chance de adquirir doenças pelo exercício continuo do seu labor. A segunda é que os órgãos públicos coloquem dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida a segurança e saúde do trabalhador como pré- requisito para financiamento. Uma vez que os custos que hoje não oneram sobre o empresário e/ou Construtor terão impacto negativo no futuro na concessão de auxílios que sejam por doenças laborativas ou acidentes de trabalho. Ao calcular o custo dos equipamentos de proteção individual por operário, percebemos que esse valor não teria impacto significativo nos custos da obra, sendo observados o valor de venda do imóvel construído. Observe que esses valores são repassados a vista pela instituição financeira. Quando se tem um controle do investimento e do retorno, o negócio torna-se preparado para os desafios propostos e tende a se desenvolver com mais eficiência e eficácia. Observadas as diretrizes de lucratividade, custos de produção e preço de venda, podemos ter o do PMCMV de forma planejada, obedecendo as normas regulamentadoras e implantando os programas necessários a proteção de segurança e saúde do trabalhador. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br 15 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. Normas técnicas para elaboração de trabalhos acadêmicos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2013 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.721: Avaliação dos custos de construção para as incorporações imobiliárias e outras disposições para condomínios edílicos. 2004 BRASIL. 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Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) – Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005. Disponível em: http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/14/TDE-2006-06- 23T120202Z-175/Publico/MARIACHRISTINAFELIX.pdf. Acesso em 14 de novembro 2016. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análisee interpretação de dados. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MTE - Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança do Trabalho. Conjunto de 36 normas regulamentadoras mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br http://trabalho.gov.br/dados-abertos/dados-da-previdencia/previdencia-social-e-inss/anuario-estatistico-da-previdencia-social-aeps http://trabalho.gov.br/dados-abertos/dados-da-previdencia/previdencia-social-e-inss/anuario-estatistico-da-previdencia-social-aeps http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/14/TDE-2006-06-23T120202Z-175/Publico/MARIACHRISTINAFELIX.pdf http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/14/TDE-2006-06-23T120202Z-175/Publico/MARIACHRISTINAFELIX.pdf 16 ¹Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gerenciamento de Obras. ² Graduada em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do norte – UERN Angelacosta@outlook.com ³ Orientador. Engenheiro Civil – Professor da Universidade Potiguar – Adalberto.pessoa@unp.br pela Portaria n.3214, 08 de junho de 1978 e atualizadas até agosto de 2014.1978. Disponível em http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no- trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras. Acesso em 20 de novembro de 2016 PARGA, P. Cálculo do preço de venda na construção civil. 2 ed. (2 tiragem), São Paulo, Pini, 2003, (tiragem 2004). PROTEÇÃO, Revista. Super Guia de Proteção. Disponível em http://www.protecao.com.br/conteudo/outras_publicacoes/super_guia_de_p_r_ o_t_e_c_a_o/Jyy4_AJ. Acesso em 10/12/2016 SILVA, E.N. da. Proposta de modelo de avaliação dos custos dos acidentes de trabalho e doenças relacionadas com o trabalho baseado no método de custeio por atividade (ABC – Activity-Based Costing) 2003. 165 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1844/000359682.pdf?sequen ce=1. Acesso em 12 de novembro de 2016. mailto:Angelacosta@outlook.com mailto:Adalberto.pessoa@unp.br http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1844/000359682.pdf?sequence=1 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1844/000359682.pdf?sequence=1
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