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Competências - Modificação, prevenção e conflitos

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MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
A modificação de competência só é possível para as competências relativas, nunca para as absolutas. Somente a competência do foro pode ser alterada, nunca a do juízo, pois essa é absoluta. São causas de modificação a prorrogação, a derrogação, a conexão e a continência.
Prorrogação de competência: Cabe ao réu alegar a incompetência como preliminar de contestação, sob pena de preclusão. Não pode ser reconhecida ex officio e, caso o réu não se manifeste, o foro que era incompetente torna-se plenamente competente (prorrogação de competência).
Derrogação: Ocorre quando há eleição de foro, por força de acordo entre as partes (do contrato), que escolhem qual será o foro competente para processar e julgar as demandas relativas ao contrato celebrado. A eleição de foro só cabe em ações fundadas no direito das obrigações (art. 63). A cláusula deve constar de contrato escrito e aludir expressamente determinado negócio jurídico (art. 63, §1º). 
As regras de foro não impedirão a reunião de ações conexas, para julgamento conjunto. O foro de eleição não obriga somente os contratantes, atinge também os seus sucessores, por ato inter vivos ou mortis causa (herança). 
Em contrato de adesão[footnoteRef:1], a cláusula só vale se não prejudicar o direito de acesso à justiça do aderente. Se a relação entre as partes for regida pelo Código do Consumidor, a cláusula só valerá se não for abusiva, não restringir e prejudicar os direitos do consumidor, devendo constar em destaque no contrato. [1: Aquele cujas cláusulas vêm completamente redigidas por uma das partes, cabendo ao outro tão somente aderir ou não aderir, sem chance de discussão. ] 
A nulidade da eleição do foro pode ser declarada ex officio pelo juiz, se abusiva (art. 63, §3) e somente antes de o réu ser citado. Caso o réu já tiver sido citado, incumbe a ele alegar a abusividade (art. 63, §4º). Esse é o único caso em que a incompetência relativa pode ser reconhecida pelo juízo de ofício. 
Caso o autor ajuíze uma demanda em foro que não o eleito, o réu pode alegar sua incompetência como preliminar, desde que, fique evidenciado que o foro de eleição seja mais benéfico a ele. No caso de o autor da demanda propor o ajuizamento no foro de domicilio do réu, a renúncia do foro eleito lhe beneficia, não interessando a ele alegar incompetência. 
Conexão: Mecanismo processual que permite a reunião de duas ou mais ações em andamento, um julgamento conjunto. Para que duas ações sejam conexas, é preciso que tenham elementos comuns. Por essa razão, procura-se evitar julgamento por juízos diferentes, pois o legislador visa evitar o surgimento de resultados conflitantes. A reunião também se justifica por conta da economia processual, uma única instrução e uma única sentença prolatada em conjunto.
O caput do art. 55 do CPC determina que são conexas duas ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir, desde que tenham um objetivo comum, não sendo suficiente a coincidência entre as partes. A reunião de ações, no entanto, não se justifica caso o risco de sentenças conflitantes inexiste ou se a reunião não trouxer nenhuma vantagem em termos de economia processual. 
A reunião é para que haja o julgamento em conjunto, portanto, se uma das ações já tiver sido julgada e sentenciada, isso não ocorre, seguindo o entendimento da Súmula 235 do STJ e o art. 55, §1º. A lei atual determina a reunião de processos: a) em processos de ações conexas de execução de título extrajudicial e da ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; b) e em processos de execuções fundadas no mesmo título executivo. 
Conforme estabelece o art. 286, I, as causas que ajuizadas por relação de conexão ou continência deverão ser distribuídas por dependência, ou seja, a nova ação deverá ser distribuída para o mesmo juízo que tramita a anterior. É possível, no entanto, que duas ações conexas tramitem em lugares diferentes, pois a nova não distribuída por dependência ao juízo onde corria a antiga. Para a sua reunião, é necessário identificar qual juízo será prevento[footnoteRef:2], resposta dada pelo art. 59: “o registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo”. [2: Diz-se de competência ou jurisdição.] 
A prevenção é sempre gerada pelo registro ou distribuição da ação, ocorrendo onde houver mais de um juiz (art. 284). Onde houver apenas um juiz, o registro irá definir a prevenção. O registro e a distribuição são feitos logo após a propositura da ação (art. 312). Quando houver duas ações conexas, será necessário apurar em que data ocorreu o registro ou distribuição (o que tiver ocorrido primeiro) de ambas, para verificar em qual delas ocorreu primeiro, sendo este o juízo prevento. 
Caso duas ações conexas estejam vinculadas a foros diferentes, por regra de competência absoluta, não será possível sua reunião. Quando não possível sua reunião, para evitar o proferimento de sentenças conflitantes, é possível suspender uma das ações até o desfecho da outra (art. 313, V, a).
O art. 55, §1º estabelece que os processos de ações conexas serão reunidos para julgamento conjunto, salvo se um deles já tiver sentença proferida. Será determinada pelo juiz de oficio, não depende de solicitação pelas partes. Extraímos daí a ideia de que a conexão é matéria de ordem pública, que pode ser reconhecida de oficio e em qualquer momento do processo, desde que a sentença não tenha sido proferida. Há interesse público na reunião, de forma a evitar sentenças conflitantes. 
É possível ao juiz reconhecer a reunião de oficio ou pela alegação das partes, em qualquer momento do processo, ainda que pela via inadequada. O Ministério Público também pode requerer a reunião dos processos. 
A obrigatoriedade da reunião em caso de haver conexão é uma matéria controversa no direito civil. Existe o entendimento de que ao juiz, deve ser deixado não uma margem de discricionariedade (conveniência e oportunidade), e sim uma margem de avaliação, ele deverá analisar se naquele caso concreto a reunião será economicamente proveitosa. Por exemplo, caso o risco de decisões conflitantes seja muito pequeno, e os processos estejam em fases muito distintas, é permitido ao juiz o indeferimento do pedido de reunião. 
Continência: É uma relação entre duas ou mais ações quando houver partes e causa de pedir idênticas, sendo que o objeto de uma pode ser mais amplo abranger as outras. O risco neste caso é ainda maior comparado ao de conexão, visto a existência de dois elementos em comum (as partes e a causa de pedir) e a relação entre os pedidos. 
A reunião de ações só acontecerá se a ação continente (a mais ampla) for proposta posteriormente à ação contida. Caso contrário, não ocorrerá a ação de reunião, e sim extinção sem resolução de mérito, da ação contida ajuizada posteriormente. Não haverá nenhuma avaliação do juiz acerca da necessidade de reunião, visto que, o liame dela decorrente é ainda maior. Todas as regras da conexão que são aplicáveis à continência.
PREVENÇÃO 
A prevenção é fundamental para fixar a competência de determinado juízo, quando há mais de um competente para apreciação de determinada causa, além de identificar qual dos juízos irá vincular as outras ações decorrentes de casos de conexão ou continência. A prevenção é dada pelo registro ou distribuição da petição inicial (art. 59). 
A prevenção expansiva vincula uma ação nova com outra previamente ajuizada, semelhante ou idêntica. Em caso de semelhança, a nova ação deverá ser distribuída por dependência para o juízo onde tramita a previamente ajuizada (art. 286, I). No caso das ações conexas ou com relação de continência já terem sido ajuizadas em juízos diferentes, a reunião deve ser feita no juízo prevento (art. 58). A prevenção, em caso de ações idênticas, ocorre quando, sendo extinto o primeiro processo sem resolução de mérito, houver reiteração do pedido (art. 286, II). A nova demanda será distribuída por dependência ao juízo no qual tramitou a antiga. 
A prevenção também pode ocorrer em 2ª instância. O primeiro recurso protocoladoperante o tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso decorrente interposto no próprio processo ou em um conexo (art. 930, parágrafo único).
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
É um incidente processual instaurado quando dois ou mais juízos ou tribunais se dão por competentes para a mesma demanda, ou quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação dos processos (art. 66). 
Procedimento: O conflito poderá ser suscitado pelas partes, pelo Ministério Público[footnoteRef:3] ou pelo juiz (art. 951). O conflito suscitado pelas partes ou pelo MP pressupõe a efetiva concordância entre os juízes envolvidos. O réu que arguiu a incompetência relativa não poderá suscitar o conflito, mas não impede que a parte que não arguiu que suscite a incompetência (art. 952). [3: Nas hipóteses do art. 178. Caso contrário, ele não intervirá. ] 
É fundamental identificar o órgão que promoverá o julgamento do conflito, e que as decisões proferidas por tal órgão sejam aptas a vincular todos. Identificado o órgão julgador, o conflito será suscitado por petição ao seu presidente, ou ex officio pelo juiz, ou pelas partes ou pelo Ministério Público. 
O relator, de ofício ou a pedido das partes, pode determinar a suspensão do processo até que haja decisão, quando o conflito for positivo. Quando negativo, um dos juízes será designado para resolver as questões de urgência. O conflito de competência só é cabível caso a sentença transitada em julgado por um dos juízes conflitantes não exista (Súmula 59 do STJ).

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