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OUSE-PRA-GERAL-DIREITO-PROCESSUAL-CIVIL

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SUMÁRIO
1. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA .......................................................................................... 3
1.1. Prorrogação de competência ............................................................................................. 3
1.2. Derrogação de competência............................................................................................... 3
1.3. Conexão e continência........................................................................................................ 5
1.4. Prevenção .......................................................................................................................... 10
2. CONFLITO DE COMPETÊNCIA............................................................................................... 11
3. COOPERAÇÃO DA JURISDIÇÃO NACIONAL ......................................................................... 14
4. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ................................................................................ 15
4.1. Competência territorial da justiça federal ....................................................................... 19
4.2. Juízo estadual com competência federal......................................................................... 21
4.3. Competência do TRF ......................................................................................................... 22
5. LEITURA DA LEI ..................................................................................................................... 23
6. FONTES ................................................................................................................................. 23
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SUMÁRIO
1. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA .......................................................................................... 3
1.1. Prorrogação de competência ............................................................................................. 3
1.2. Derrogação de competência............................................................................................... 3
1.3. Conexão e continência........................................................................................................ 5
1.4. Prevenção .......................................................................................................................... 10
2. CONFLITO DE COMPETÊNCIA............................................................................................... 11
3. COOPERAÇÃO DA JURISDIÇÃO NACIONAL ......................................................................... 14
4. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ................................................................................ 15
4.1. Competência territorial da justiça federal ....................................................................... 19
4.2. Juízo estadual com competência federal......................................................................... 21
4.3. Competência do TRF ......................................................................................................... 22
5. LEITURA DA LEI ..................................................................................................................... 23
6. FONTES ................................................................................................................................. 23
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1. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Somente as regras de competência relativa estão sujeitas à modificação de com-
petência (jamais as absolutas). A modificação de competência ocorrerá quando as regras 
gerais de competências apontarem para um determinado foro, porém, em razão de alguma 
circunstância do caso concreto, o foro competente será diverso daquele previsto nas regras 
gerais. 
As hipóteses de modificação de competência se classificam em: 
•	 Prorrogação; 
•	 Derrogação; 
•	 Conexão e 
•	 Continência. 
1.1. Prorrogação de competência
A prorrogação de competência ocorre na hipótese de incompetência relativa, que 
não pode ser reconhecida de ofício. Assim, cabe ao réu alegar a incompetência em prelimi-
nar de contestação, sob pena de preclusão.
Se o réu não se manifestar no momento oportuno, o foro que era anteriormente 
incompetente (relativamente) para julgar a causa, torna-se plenamente competente, e não 
será mais possível alegar a incompetência do foro. Esse fenômeno é chamado de prorro-
gação de competência, tendo em vista que não poderá mais ser alegada a incompetência 
relativa após a contestação.
1.2. Derrogação de competência
A derrogação de competência ocorre quando existe eleição de foro, ou seja, 
quando as partes firmam acordo de vontades anterior (contrato), escolhendo qual o foro 
será competente para processar e julgar futuros imbróglios relativos ao negócio jurídico ce-
lebrado. 
O artigo 63 do CPC dispõe sobre a eleição de foro. Vejamos:
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor 
e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de 
direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumen-
to escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
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§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode 
ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa 
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de elei-
ção de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Segundo consta no §1º do art. 63 supra, a eleição de foro só cabe em ações oriun-
das de direitos e obrigações (fundadas no direito das obrigações), bem como a cláusula de 
eleição de foro deve constar de contrato escrito. Ademais, como dito, não pode existir foro 
de eleição nos casos de competência absoluta, como em caso de competência funcional, ou 
de juízo, ou nas ações reais sobre imóveis.
É importante destacar que as regras previstas na eleição de foro não se sobre-
põem às da conexão, isto é, se existirem ações conexas, elas deverão ser reunidas para jul-
gamento conjunto, mesmo que haja eleição de foro diverso para a segunda ação. 
Além disso, o foro de eleição obrigará não apenas os que contrataram entre si, 
mas também os seus sucessores, por ato inter vivos ou mortis causa.
A dúvida que paira entre os doutrinadores seria em relação ao cabimento de elei-
ção de foro em contrato de adesão. O contrato de adesão é aquele cujas cláusulas foram 
elaboradas unilateralmente, sem um acordo de vontade anterior, de modo que o outro ape-
nas irá aderir, ou não, ao contrato, nos termos em que lhe é apresentado.
Então, segundo a melhor doutrina, o cabimento do foro de eleição em contrato 
de adesão dependerá do caso concreto: se a cláusula for abusiva e dificultar o acesso à jus-
tiça da parte aderente, esta será ineficaz. 
Nesse contexto: 
“Não se configura a abusividade da cláusula de foro de eleição quan-
do o aderente é empresa de considerável porte, dispondo presumi-
velmente de condições para exercer sua defesa no foro indicado no 
contrato. Nesse caso, não cabe ao juiz suscitar de ofício a sua incom-
petência (Súmula 33) ” (STJ – 2ª Seção, CC 13.632-6/MG, Rel. Min. Ruy 
Rosado). 
Caso a relação entre os litigantes seja regida pelo Código de Defesa do Consu-
midor, a cláusula de eleição de foro poderá ter validade, desde que não seja abusiva, não 
prejudique os direitos do consumidor, nem restrinja o seu direito de defesa além disso, deve 
estar destacada no contrato.
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§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode 
ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa 
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de elei-
ção de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Segundo consta no §1º do art. 63 supra, a eleição de foro só cabe em ações oriun-
das de direitos e obrigações (fundadas no direito das obrigações), bem como a cláusulade 
eleição de foro deve constar de contrato escrito. Ademais, como dito, não pode existir foro 
de eleição nos casos de competência absoluta, como em caso de competência funcional, ou 
de juízo, ou nas ações reais sobre imóveis.
É importante destacar que as regras previstas na eleição de foro não se sobre-
põem às da conexão, isto é, se existirem ações conexas, elas deverão ser reunidas para jul-
gamento conjunto, mesmo que haja eleição de foro diverso para a segunda ação. 
Além disso, o foro de eleição obrigará não apenas os que contrataram entre si, 
mas também os seus sucessores, por ato inter vivos ou mortis causa.
A dúvida que paira entre os doutrinadores seria em relação ao cabimento de elei-
ção de foro em contrato de adesão. O contrato de adesão é aquele cujas cláusulas foram 
elaboradas unilateralmente, sem um acordo de vontade anterior, de modo que o outro ape-
nas irá aderir, ou não, ao contrato, nos termos em que lhe é apresentado.
Então, segundo a melhor doutrina, o cabimento do foro de eleição em contrato 
de adesão dependerá do caso concreto: se a cláusula for abusiva e dificultar o acesso à jus-
tiça da parte aderente, esta será ineficaz. 
Nesse contexto: 
“Não se configura a abusividade da cláusula de foro de eleição quan-
do o aderente é empresa de considerável porte, dispondo presumi-
velmente de condições para exercer sua defesa no foro indicado no 
contrato. Nesse caso, não cabe ao juiz suscitar de ofício a sua incom-
petência (Súmula 33) ” (STJ – 2ª Seção, CC 13.632-6/MG, Rel. Min. Ruy 
Rosado). 
Caso a relação entre os litigantes seja regida pelo Código de Defesa do Consu-
midor, a cláusula de eleição de foro poderá ter validade, desde que não seja abusiva, não 
prejudique os direitos do consumidor, nem restrinja o seu direito de defesa além disso, deve 
estar destacada no contrato.
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A nulidade da eleição de foro nos contratos de adesão deve ser declarada de ofí-
cio, conforme art. 63, §3º, do CPC, que consagra o entendimento do STJ de que antes da ci-
tação a cláusula de eleição de foro, se for abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo 
juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro do domicílio do réu.
O §4º dispõe que, se o réu já tiver sido citado, a incumbência será sua de alegar a 
abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
É válido ressaltar que o §3º traz o único caso em que a incompetência relativa 
poderá ser reconhecida de ofício pelo juiz, isto é, quando for decorrente do reconhecimento 
de ineficácia de foro de eleição, antes da citação do réu.
Se o autor ajuíza a demanda em outro foro que não o eleito, a incompetência re-
lativa deverá ser alegada em preliminar de contestação pelo réu, sob pena de prorrogação 
da competência e renúncia tácita ao foro de eleição. Assim, tem-se que o foro de eleição 
pode ser renunciado.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Nos casos em que a parte questiona a própria validade do contrato, ela não precisará res-
peitar o foro de eleição referente a esse ajuste.
Ex.: duas empresas fizeram um contrato e elegeram como foro de eleição a comarca de 
Florianópolis; ocorre que o contrato, apesar de aprovado, não chegou a ser assinado. Uma 
das empresas ajuizou ação questionando a validade desse ajuste pelo fato de ele não ter 
sido assinado. Neste caso, em que a própria validade do contrato está sendo objeto de 
apreciação judicial pelo fato de que não houve instrumento de formalização assinado pe-
las partes, a cláusula de eleição de foro não deve prevalecer, ainda que ela já tenha sido 
prevista em contratos semelhantes anteriormente celebrados entre as mesmas partes.
STJ. 3ª Turma. REsp 1491040-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 3/3/2015 
(Info 557). (Dizer o Direito). 
1.3. Conexão e continência
Conexão é um mecanismo processual que permite a reunião de dois ou mais pro-
cessos em andamento, para que sejam julgados conjuntamente, de modo que pode pro-
duzir efeito para modificar a competência relativa. Haverá conexão quando duas ou mais 
demandas possuírem entre si algum vínculo. 
A reunião das demandas conexas ocorre, precipuamente, para evitar que deci-
sões conflitantes sejam proferidas, bem como por razões de economia processual, uma 
vez que poderá ser feita uma única instrução e ser prolatada sentença conjunta.
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Nesse sentido, o Código de Processo Civil dispõe, em seu art. 55, o seguinte: 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for 
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão con-
junta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - À execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relati-
va ao mesmo ato jurídico;
II - Às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que pos-
sam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditó-
rias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
O legislador utilizou-se do critério dos elementos da ação para definir a conexão, 
de modo que, conforme art. 55, caput, do CPC, serão conexas duas ações quando lhes for 
comum o pedido ou a causa de pedir, não basta a coincidência apenas das partes, ou seja, 
deve haver um elemento objetivo. Entretanto, poderá surgir a necessidade de conciliar os 
elementos subjetivos e objetivo com o finalístico, ou seja, a finalidade da conexão (evitar 
decisões conflitantes e obter economia processual).
Caso não haja risco de sentenças conflitantes ou, se a reunião não trouxer ne-
nhum proveito em termos de economia processual, não há que se falar em conexão.
Nesse contexto, o §1º do art. 55 traz a reunião das causas em um mesmo juízo, 
determinando que as causas conexas tenham decisão conjunta. Só não haverá a reunião se 
um dos processos já houver sido sentenciado.
O art. 55, § 3º, determina a reunião para julgamento conjunto de processos que 
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, mesmo sem co-
nexão entre eles (mesmo que não haja um dos elementos definidores da conexão). 
O CPC/2015 determina a reunião de ações conexas em caso de processo de título 
extrajudicial e de processo de conhecimento relativo ao mesmo ato jurídico, além de deter-
minar também a conexão nos casos de ações fundadas no mesmo título executivo. 
Importante ressaltar que, segundo Fredie Didier Jr., pode haver um efeito jurídico 
diferente em relação a conexão. Vejamos suas palavras:
“É possível, porém, que a conexão produza efeito jurídico. Imagi-
ne-se o caso de causas conexas que tramitem em juízos com com-
petências materiais distintas ou que tramitem por procedimentos 
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Nesse sentido, o Código de Processo Civil dispõe, em seu art. 55, o seguinte: 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for 
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão con-
junta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - À execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relati-
va ao mesmo ato jurídico;
II - Às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que pos-
sam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditó-
rias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
O legislador utilizou-se do critério dos elementos da ação para definir a conexão, 
de modo que, conforme art. 55, caput, do CPC, serão conexas duas ações quando lhes for 
comum o pedido ou a causa de pedir, não basta a coincidência apenas das partes, ou seja, 
deve haver um elemento objetivo. Entretanto, poderá surgir a necessidade de conciliar os 
elementos subjetivos e objetivo com o finalístico, ou seja, a finalidade da conexão (evitar 
decisões conflitantes e obter economia processual).
Caso não haja risco de sentenças conflitantes ou, se a reunião não trouxer ne-
nhum proveitoem termos de economia processual, não há que se falar em conexão.
Nesse contexto, o §1º do art. 55 traz a reunião das causas em um mesmo juízo, 
determinando que as causas conexas tenham decisão conjunta. Só não haverá a reunião se 
um dos processos já houver sido sentenciado.
O art. 55, § 3º, determina a reunião para julgamento conjunto de processos que 
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, mesmo sem co-
nexão entre eles (mesmo que não haja um dos elementos definidores da conexão). 
O CPC/2015 determina a reunião de ações conexas em caso de processo de título 
extrajudicial e de processo de conhecimento relativo ao mesmo ato jurídico, além de deter-
minar também a conexão nos casos de ações fundadas no mesmo título executivo. 
Importante ressaltar que, segundo Fredie Didier Jr., pode haver um efeito jurídico 
diferente em relação a conexão. Vejamos suas palavras:
“É possível, porém, que a conexão produza efeito jurídico. Imagi-
ne-se o caso de causas conexas que tramitem em juízos com com-
petências materiais distintas ou que tramitem por procedimentos 
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distintos. Nesse caso, não será possível a reunião dos processos, 
quer porque haveria alteração de competência absoluta (que não se 
admite no direito brasileiro), quer porque as causas não poderiam 
ser reunidas para tramitar por procedimentos diversos. A conexão, 
então, fará com que uma das causas fique suspensa, à espera da 
decisão da outra, de modo a evitar que sejam proferidas decisões 
contraditórias (art. 313, V, “a”, CPC). Se não for possível a reunião, a 
conexão pode gerar a suspensão de um dos processos, portanto. É 
preciso, portanto, distinguir o fato jurídico conexão dos efeitos jurí-
dicos da conexão. Conexão não é a reunião dos processos. Conexão 
é o fato que pode ter essa consequência. Pode haver conexão, como 
visto, sem que haja a reunião dos processos. Essa distinção entre o 
fato (conexão) e o efeito (reunião) está bem posta no enunciado n. 
235 da súmula da jurisprudência do STJ: “A conexão não determina a 
reunião dos processos, se um deles já foi julgado”. (..)”
Note-se que a conexão não implica na reunião de processos quando se tratar de 
competência absoluta. Nos casos em que não for possível a reunião, será possível a suspen-
são de uma das demandas até o desfecho da outra, para que não haja decisões conflitantes, 
nos termos do art. 313, V, “a”, do CPC.
Observação: na esfera criminal, a questão foi resolvida com a edição da Súmula 122 do 
STJ que diz que, havendo crimes conexos, um de competência da Justiça Estadual e outro 
da Federal, competirá à Justiça Federal o julgamento unificado de ambos. 
A conexão foi tratada como matéria de ordem pública, uma vez que pode ser 
conhecida de ofício pelo juiz a qualquer tempo, desde que nenhum dos processos tenha 
sido sentenciado, não obstante o art. 337, VIII, do CPC determine que o réu deve alegar a 
conexão como preliminar na contestação (esse dispositivo não impede que o juiz conheça 
a conexão alegada em momento posterior por petição simples). O Ministério Público pode 
requerer a reunião.
Observação: Ainda em relação à conexão, há divergência se a reunião dos processos é 
obrigatória ou facultativa.
Segundo Cássio Scarpinella Bueno, a melhor intepretação é a que entende que a hipótese 
é de dever e não de mera possibilidade ou faculdade de atuação do juiz para os fins do 
instituto aqui discutido. 
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Por outro lado, há quem defenda a existência de uma margem de avaliação do juiz, ana-
lisando se a reunião será proveitosa ou não para o processo no respectivo caso concreto. 
Nesse contexto, foi decidido no V Encontro Nacional dos Tribunais de Alçada que:
“O artigo 105 (artigo 55, §1º do CPC), deixa ao juiz certa margem de discricionariedade na 
avaliação da intensidade da conexão, e na gravidade resultante da contradição de julga-
dos e, até, na determinação da oportunidade da reunião dos processos”.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
A conexão entre duas causas ocorre quando elas, apesar de não serem idênticas, possuem 
um vínculo de identidade entre si quanto a algum dos seus elementos caracterizadores. 
São duas (ou mais) ações diferentes, mas que mantêm um vínculo entre si.
Segundo o texto do CPC 1973, existe conexão quando duas ou mais ações tiverem o mes-
mo pedido (objeto) ou causa de pedir.
Quando o juiz verificar que há conexão entre duas causas, ele poderá ordenar, de ofício ou 
a requerimento, a reunião delas para julgamento em conjunto. Essa é a regra geral, não 
sendo aplicável, contudo, quando a reunião implicar em modificação da competência ab-
soluta.
O conceito de conexão previsto na lei é conhecido como concepção tradicional (teoria 
tradicional) da conexão. Existem autores, contudo, que defendem que é possível que 
exista conexão entre duas ou mais ações mesmo que o pedido e a causa de pedir sejam 
diferentes. Em outras palavras, pode haver conexão em situações que não se encaixem 
perfeitamente no conceito legal de conexão. Tais autores defendem a chamada teoria ma-
terialista da conexão, que sustenta que, em determinadas situações, é possível identificar 
a conexão entre duas ações não com base no pedido ou na causa de pedir, mas sim em 
outros fatos que liguem uma demanda à outra. Eles sustentam, portanto, que a definição 
tradicional de conexão é insuficiente.
Essa teoria é chamada de materialista porque defende que, para se verificar se há ou não 
conexão, o ideal não é analisar apenas o objeto e a causa de pedir, mas sim a relação 
jurídica de direito material que é discutida em cada ação. Existirá conexão se a relação 
jurídica veiculada nas ações for a mesma ou se, mesmo não sendo idêntica, existir entre 
elas uma vinculação.
Essa concepção materialista é que fundamenta a chamada “conexão por prejudicialida-
de”. Podemos resumi-la em uma frase: quando a decisão de uma causa interferir na solu-
ção da outra, há conexão. 
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Por outro lado, há quem defenda a existência de uma margem de avaliação do juiz, ana-
lisando se a reunião será proveitosa ou não para o processo no respectivo caso concreto. 
Nesse contexto, foi decidido no V Encontro Nacional dos Tribunais de Alçada que:
“O artigo 105 (artigo 55, §1º do CPC), deixa ao juiz certa margem de discricionariedade na 
avaliação da intensidade da conexão, e na gravidade resultante da contradição de julga-
dos e, até, na determinação da oportunidade da reunião dos processos”.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
A conexão entre duas causas ocorre quando elas, apesar de não serem idênticas, possuem 
um vínculo de identidade entre si quanto a algum dos seus elementos caracterizadores. 
São duas (ou mais) ações diferentes, mas que mantêm um vínculo entre si.
Segundo o texto do CPC 1973, existe conexão quando duas ou mais ações tiverem o mes-
mo pedido (objeto) ou causa de pedir.
Quando o juiz verificar que há conexão entre duas causas, ele poderá ordenar, de ofício ou 
a requerimento, a reunião delas para julgamento em conjunto. Essa é a regra geral, não 
sendo aplicável, contudo, quando a reunião implicar em modificação da competência ab-
soluta.
O conceito de conexão previsto na lei é conhecido como concepção tradicional (teoria 
tradicional) da conexão. Existem autores, contudo, que defendem que é possível que 
exista conexão entre duas ou mais ações mesmo que o pedido e a causa de pedir sejam 
diferentes. Em outras palavras, pode haver conexão em situações que não se encaixem 
perfeitamente no conceito legal de conexão. Tais autores defendem a chamada teoria ma-
terialista da conexão, que sustenta que, em determinadas situações, é possível identificar 
a conexão entre duas ações não com base no pedido ou na causa de pedir, mas sim em 
outros fatos que liguem uma demanda à outra. Eles sustentam, portanto, que a definição 
tradicional de conexão é insuficiente.
Essa teoria é chamada de materialista porque defende que, para se verificar se há ou não 
conexão, o ideal não é analisar apenas o objeto e a causa de pedir, mas sim a relação 
jurídica de direitomaterial que é discutida em cada ação. Existirá conexão se a relação 
jurídica veiculada nas ações for a mesma ou se, mesmo não sendo idêntica, existir entre 
elas uma vinculação.
Essa concepção materialista é que fundamenta a chamada “conexão por prejudicialida-
de”. Podemos resumi-la em uma frase: quando a decisão de uma causa interferir na solu-
ção da outra, há conexão. 
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No caso concreto, havia duas ações: em uma delas o autor (empresa 1) executava uma 
dívida da devedora (empresa 2). A executada, por sua vez, ajuizou ação declaratória de 
inexistência da relação afirmando que nada deve para a empresa 1. Nesta situação, o STJ 
reconheceu que havia conexão por prejudicialidade e decidiu o seguinte: “pode ser reco-
nhecida a conexão e determinada a reunião para julgamento conjunto de um processo 
executivo com um processo de conhecimento no qual se pretenda a declaração da inexis-
tência da relação jurídica que fundamenta a execução, desde que não implique modifica-
ção de competência absoluta.”
STJ. 4ª Turma. REsp 1221941-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/2/2015 (Info 
559). (Dizer o Direito). 
Além da conexão, vamos encontrar no art. 56 do CPC a continência, cujo conceito 
acaba por abranger o de conexão, uma vez que traz como um de seus requisitos a identida-
de da causa de pedir, de modo que a continência será um tipo de conexão, sendo definida 
como:
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando 
houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido 
de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
Continência é uma relação entre duas ou mais ações quando houver identidade 
de partes e de causa de pedir, sendo que o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o 
das outras. A razão de ser do instituto também é para evitar decisões conflitantes. Mas, a 
reunião só se dará se a ação continente (mais ampla) for proposta posteriormente à ação 
contida.
CONTINÊNCIA
Ação Continente Mais ampla. 
Ação Contida Mais estreita.
Na continência, existem duas situações possíveis de ocorrer: a) a ação maior 
(continente) é anterior à ação menor (contida); b) a ação maior é posterior à ação menor. 
O artigo 57 do Código irá disciplinar os referidos casos, dizendo: 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido 
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será 
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações 
serão necessariamente reunidas.
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Dessa forma, se a ação continente for proposta antes da ação contida, a última 
(ação contida – menor) será extinta sem resolução de mérito. Entretanto, se a ação conti-
nente for proposta depois da ação contida, as duas ações serão reunidas para sentença.
Quanto à forma de reunião das ações, as regras existentes são aplicáveis tanto às 
ações conexas quanto às continentes, as quais estão definidas no art. 286, inciso I, do CPC, 
que estabelece que as ações relacionadas a outras já ajuizadas deverão ser distribuídas por 
dependência. Ou seja, a nova ação deverá ser distribuída para o mesmo juízo da ação que 
já tramitava. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento 
o juízo. 
CONSEQUÊNCIAS DA CONTINÊNCIA
Ação continente (mais ampla) proposta 
ANTES da ação contida (menor)
Ação contida (menor) será extinta sem 
resolução de mérito.
Ação continente (mais ampla) proposta 
DEPOIS da ação contida (menor) Ações serão reunidas.
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA.
Foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa pela Banca: FMP Concurso Órgão: PGE-
AC Prova: Procurador do Estado: “Determina-se a competência no momento do registro 
ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato 
ou de direito ocorridas posteriormente, mesmo quando suprimirem órgão judiciário ou 
alterarem a competência absoluta.”
Além do exposto, as partes poderão alegar a conexão ou a continência, poden-
do o juiz também reconhecer de ofício. Ao réu caberá alegar a conexão em preliminar de 
contestação (art. 337, VIII). Entretanto, a conexão é considerada matéria de ordem pública, 
podendo o réu ou o autor fazer a alegação posteriormente, ficando a cargo do juiz, após 
avaliação da necessidade, o deferimento ou não da reunião (na continência, a reunião é 
necessária).
1.4. Prevenção
Há casos em que existe mais de um juízo com competência para o julgamento de 
determinada demanda, de modo que é necessário definir qual deles o fará. 
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Dessa forma, se a ação continente for proposta antes da ação contida, a última 
(ação contida – menor) será extinta sem resolução de mérito. Entretanto, se a ação conti-
nente for proposta depois da ação contida, as duas ações serão reunidas para sentença.
Quanto à forma de reunião das ações, as regras existentes são aplicáveis tanto às 
ações conexas quanto às continentes, as quais estão definidas no art. 286, inciso I, do CPC, 
que estabelece que as ações relacionadas a outras já ajuizadas deverão ser distribuídas por 
dependência. Ou seja, a nova ação deverá ser distribuída para o mesmo juízo da ação que 
já tramitava. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento 
o juízo. 
CONSEQUÊNCIAS DA CONTINÊNCIA
Ação continente (mais ampla) proposta 
ANTES da ação contida (menor)
Ação contida (menor) será extinta sem 
resolução de mérito.
Ação continente (mais ampla) proposta 
DEPOIS da ação contida (menor) Ações serão reunidas.
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA.
Foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa pela Banca: FMP Concurso Órgão: PGE-
AC Prova: Procurador do Estado: “Determina-se a competência no momento do registro 
ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato 
ou de direito ocorridas posteriormente, mesmo quando suprimirem órgão judiciário ou 
alterarem a competência absoluta.”
Além do exposto, as partes poderão alegar a conexão ou a continência, poden-
do o juiz também reconhecer de ofício. Ao réu caberá alegar a conexão em preliminar de 
contestação (art. 337, VIII). Entretanto, a conexão é considerada matéria de ordem pública, 
podendo o réu ou o autor fazer a alegação posteriormente, ficando a cargo do juiz, após 
avaliação da necessidade, o deferimento ou não da reunião (na continência, a reunião é 
necessária).
1.4. Prevenção
Há casos em que existe mais de um juízo com competência para o julgamento de 
determinada demanda, de modo que é necessário definir qual deles o fará. 
11
Assim, tem-se que a prevenção tem como função fixar a competência de determi-
nado juízo, quando houver mais de um competente para determinada causa; e para identifi-
car qual dos juízos atrairá outras ações, como em casos de conexão ou continência.
Nos termos do art. 59 do CPC, a prevenção é dada pelo registro ou distribuição 
da petição inicial. 
Nos casos de conexão ou continência, a nova ação deverá ser distribuída por 
dependência para o juízo onde se encontra a ação ajuizada anteriormente. Caso as ações 
conexas já tenham sido ajuizadas em juízos distintos, deverá haver a reunião das ações no 
juízo prevento (art. 58, CPC).
No caso de ações idênticas, a nova demanda será distribuída por dependência ao 
juízo em que tramitou a ação antiga extinta sem resolução de mérito, conforme art. 286, II, 
do CPC:
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer 
natureza: 
(...)
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, 
for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros auto-
res ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
Também há prevenção em segunda instância, quando o primeiro recurso proto-
colado no tribunal tornará prevento o relator para os demais recursos subsequentes inter-
postos no mesmo processo ou em processo conexo (art. 930, parágrafo único, do CPC).
COMO ESSE ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVA.
Foi considerada CORRETA a seguinte alternativa pela Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª RE-
GIÃO Prova: AnalistaJudiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal: “De acordo com o 
Novo Código de Processo Civil, considera-se proposta a ação quando a petição inicial for 
protocolada, sendo que o efeito da prevenção está vinculado à distribuição ou ao registro 
da petição inicial.”
2. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
O conflito de competência constitui um incidente processual que pode ocorrer 
das seguintes formas: a) quando dois ou mais juízos ou tribunais se declaram competentes 
para julgar a mesma causa, caso em que haverá conflito positivo; ou b) quando dois ou 
mais juízes ou tribunais se declaram incompetentes, caso em que ocorrerá o conflito nega-
12 12
tivo; ou, ainda, c) quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou 
separação de processos, conforme art. 66 do CPC, in verbis:
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo 
um ao outro a competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião 
ou separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada de-
verá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. 
Isso porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional.
STJ. 2ª Seção. CC 111230-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2013 (Info 522). 
(Dizer o Direito). 
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O art. 115 do CPC 1973 (art. 66 do CPC 2015) precisa ser interpretado extensivamente, de 
modo que, para que haja conflito de competência, basta a mera potencialidade ou risco 
de que sejam proferidas decisões conflitantes.
É possível que se reconheça a conexão, mas sem que haja a reunião de processos. Isso 
ocorre, por exemplo, quando a reunião implicaria em modificação da competência 
absoluta.
O efeito principal da conexão é a reunião. Se não for possível, poderá ser determinada 
suspensão de um dos processos para evitar o desperdício da atividade jurisdicional e a 
prolação de decisões contraditórias.
STJ. 2ª Seção. AgRg no CC 112956-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/4/2012 
(Info 496). (Dizer o Direito). 
Súmula 59 do STJ: Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em 
julgado, proferida por um dos Juízos conflitantes.
O procedimento da solução do conflito de competência está disposto nos arts. 
951 a 959 do CPC.
Os legitimados para suscitar conflito de competência são as partes, o Ministério 
Público ou o juiz, conforme menciona o art. 951 do CPC: 
1312
tivo; ou, ainda, c) quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou 
separação de processos, conforme art. 66 do CPC, in verbis:
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo 
um ao outro a competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião 
ou separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada de-
verá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. 
Isso porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional.
STJ. 2ª Seção. CC 111230-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2013 (Info 522). 
(Dizer o Direito). 
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O art. 115 do CPC 1973 (art. 66 do CPC 2015) precisa ser interpretado extensivamente, de 
modo que, para que haja conflito de competência, basta a mera potencialidade ou risco 
de que sejam proferidas decisões conflitantes.
É possível que se reconheça a conexão, mas sem que haja a reunião de processos. Isso 
ocorre, por exemplo, quando a reunião implicaria em modificação da competência 
absoluta.
O efeito principal da conexão é a reunião. Se não for possível, poderá ser determinada 
suspensão de um dos processos para evitar o desperdício da atividade jurisdicional e a 
prolação de decisões contraditórias.
STJ. 2ª Seção. AgRg no CC 112956-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/4/2012 
(Info 496). (Dizer o Direito). 
Súmula 59 do STJ: Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em 
julgado, proferida por um dos Juízos conflitantes.
O procedimento da solução do conflito de competência está disposto nos arts. 
951 a 959 do CPC.
Os legitimados para suscitar conflito de competência são as partes, o Ministério 
Público ou o juiz, conforme menciona o art. 951 do CPC: 
13
Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer 
das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz.
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos con-
flitos de competência relativos aos processos previstos no art. 178, 
mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar.
Observação: o MP será parte nos conflitos que suscitar e será fiscal da ordem jurídica 
nos que forem suscitados pelos outros legitimados. Além disso, o conflito suscitado pelo 
MP ou pelas partes pressupõe a discordância entre os juízes envolvidos, que se acham 
competentes ou incompetentes.
Caso o réu tenha arguido a incompetência relativa, não poderá suscitar o conflito 
de competência, pois ou o juiz acolherá a alegação, ou não acolherá, cabendo recurso con-
tra essa decisão. Portanto, o art. 952 do CPC impede o venire contra factum proprium.
Diante disso, o legislador objetivou impedir que as partes utilizassem, simulta-
neamente, ambos os meios de controle de competência. Ademais, a suscitação do conflito 
deverá ser feita por petição e instruída com todos os documentos necessários. (artigo 953, 
parágrafo único do CPC) 
O órgão que deverá promover o julgamento do conflito deve ser apto a proferir 
decisão que vincule todos os envolvidos:
	No caso de conflito de competência entre juízes estaduais a competência para 
decidir será do Tribunal de Justiça. 
	Se os juízes forem federais, caberá ao Tribunal Regional Federal. 
	Se ocorrer conflito entre juízes federais e estaduais, entre eles e juízes do tra-
balho, ou entre juízes estaduais de diferentes Estados, o conflito será resolvido pelo Supe-
rior Tribunal de Justiça. 
	Será competente o STF, conforme art. 102, I, o, na seguinte hipótese: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: o) os conflitos de competência 
entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tri-
bunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal. 
14 14
Súmula n. 180 do STJ: “Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho 
dirimir conflito de competência verificado, na respectiva região, entre Juiz Estadual e 
Junta de Conciliação e Julgamento (atual vara do trabalho)”. 
Súmula n. 428 do STJ: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de 
competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”. 
Identificado o órgão julgador, o conflito será suscitado ao seu presidente, por ofí-
cio do juiz ou por petição (suscitado pelas partes ou pelo MP).
Após a distribuição, o relator designado ouvirá ambos os juízos em conflito, se 
este tiver sido suscitado pelas partes ou pelo MP; se o conflito foi suscitado de ofício por um 
dos juízos, o relator ouvirá o outro juízo e, após, colherá o parecer do MP no prazo de 05 dias, 
nos casos em que ele intervém.
O relator poderá determinar, caso o conflito seja positivo, a suspensão do proces-
so até que haja decisão. Além disso, tanto no conflito positivo quanto no negativo, o relator 
designará um dos juízes conflitantes para resolver as medidas urgentes (art. 955 do CPC). 
O Relator ainda pode julgar monocraticamente o conflito de competência no 
caso de existência de: I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do SuperiorTribunal de 
Justiça ou do próprio tribunal; II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em 
incidente de assunção de competência (Art. 955, parágrafo único).
Por fim, ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente, pro-
nunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompetente (art. 957 do CPC). 
3. COOPERAÇÃO DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
Existe no ordenamento jurídico brasileiro a cooperação entre os órgãos jurisdi-
cionais, a qual, inclusive, pode ser realizada entre órgãos jurisdicionais de diferentes áreas 
do Poder Judiciário. 
Diante disso, pode ser vislumbrada uma conexão probatória entre causas indi-
viduais ou coletivas, sendo possível a unificação da produção de provas para aumentar a 
eficácia dos processos. Vejamos o art. 69 do CPC que traz os objetos da cooperação jurisdi-
cional: 
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente 
atendido, prescinde de forma específica e pode ser executado como:
I - auxílio direto;
II - reunião ou apensamento de processos;
15 15
III - prestação de informações;
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime pre-
visto neste Código.
§ 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consis-
tir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para:
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III - a efetivação de tutela provisória;
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e pre-
servação de empresas;
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recupera-
ção judicial;
VI - a centralização de processos repetitivos;
VII - a execução de decisão jurisdicional.
§ 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre ór-
gãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.
Para o pedido de cooperação, os órgãos judiciais poderão se valer das cartas de 
ordem, precatória e arbitral.
4. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 
O art.109 da CF retrata as causas que devem ser julgadas na Justiça Federal. A 
competência da Justiça Federal é constitucional e taxativa. 
As hipóteses de competência da Justiça Federal previstas no mencionado artigo 
serão fundadas na qualidade das pessoas ou na matéria discutida, razão pela qual serão de 
competência absoluta. 
O inciso I do art. 109 da CF determina a competência da Justiça Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa públi-
ca federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assisten-
tes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho 
e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
Note-se que o texto supra não traz expressamente as fundações públicas federais 
nem os conselhos de fiscalização profissional, mas estes também se incluem no rol.
16 16
O próprio dispositivo traz algumas exceções: as causas de competência da justi-
ça especial; as que versem sobre acidente do trabalho e falência. Inclusive o artigo 45, I e 
II, do CPC repete o mesmo teor, vejamos:
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão 
remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas 
empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho 
de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou 
de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de 
trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
Assim, temos o exemplo do enunciado n. 244 da súmula do antigo TRF: 
A intervenção da União, suas autarquias e empresas públicas em 
concurso de credores ou de preferência não desloca a competência 
para a Justiça Federal. 
Diante disso, em caso de processo de falência, mesmo que haja intervenção da 
União em concurso de credores, não ocorrerá o deslocamento da competência para a Jus-
tiça Federal. 
As chamadas ações acidentárias serão julgadas e processadas na Justiça Comum 
Estadual. Ocorre que existirão duas pretensões para o autor, uma no âmbito da seguridade 
social, contra o INSS, e outra de natureza reparatória, contra o empregador. A segunda ação 
não terá natureza acidentária, e após a EC n. 45 a competência para julgar o referido proces-
so será a Justiça do Trabalho. O entendimento exposto foi consolidado no n. 22 da súmula 
vinculante do STF:
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações 
de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de aci-
dente de trabalho propostas por empregado contra empregador, 
inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em 
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 
45/04. 
Nesse diapasão, observemos alguns enunciados da Súmula do STJ:
Súmula n. 82 do STJ: “Compete à Justiça Federal, excluídas as re-
clamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movi-
mentação do FGTS”.
1716
O próprio dispositivo traz algumas exceções: as causas de competência da justi-
ça especial; as que versem sobre acidente do trabalho e falência. Inclusive o artigo 45, I e 
II, do CPC repete o mesmo teor, vejamos:
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão 
remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas 
empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho 
de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou 
de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de 
trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
Assim, temos o exemplo do enunciado n. 244 da súmula do antigo TRF: 
A intervenção da União, suas autarquias e empresas públicas em 
concurso de credores ou de preferência não desloca a competência 
para a Justiça Federal. 
Diante disso, em caso de processo de falência, mesmo que haja intervenção da 
União em concurso de credores, não ocorrerá o deslocamento da competência para a Jus-
tiça Federal. 
As chamadas ações acidentárias serão julgadas e processadas na Justiça Comum 
Estadual. Ocorre que existirão duas pretensões para o autor, uma no âmbito da seguridade 
social, contra o INSS, e outra de natureza reparatória, contra o empregador. A segunda ação 
não terá natureza acidentária, e após a EC n. 45 a competência para julgar o referido proces-
so será a Justiça do Trabalho. O entendimento exposto foi consolidado no n. 22 da súmula 
vinculante do STF:
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações 
de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de aci-
dente de trabalho propostas por empregado contra empregador, 
inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em 
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 
45/04. 
Nesse diapasão, observemos alguns enunciados da Súmula do STJ:
Súmula n. 82 do STJ: “Compete à Justiça Federal, excluídas as re-
clamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movi-
mentação do FGTS”.
17
Súmula n. 161 do STJ: “É da competência da Justiça Estadual auto-
rizar o levantamento dos valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em 
decorrência do falecimento do titular da conta”.
Súmula n. 270 do STJ: “O protesto pela preferência de crédito, apre-
sentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Esta-
dual, não desloca a competência para a Justiça Federal”. 
O conselho de fiscalização profissional é considerado como entidade autárqui-
ca federal. Portanto, se sujeitam a um regime peculiar, ostentando algumas características, 
prerrogativas e sujeições. Inclusive, o STJ editou o enunciado 66 da súmula, que diz: “Com-
pete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por Conselho de fiscali-
zação profissional”. 
Não compete à Justiça Federal julgar as causas que tenham a sociedade de eco-
nomiamista como polo da demanda. Observemos o enunciado 42 da súmula do STJ:
“Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cí-
veis em que é arte sociedade de economia mista e os crimes pratica-
dos em seu detrimento.“
Assim, ações que envolvem o Banco do Brasil e a Petrobras, por exemplo, são de 
competência da Justiça Estadual. Mas são de competência da JF as ações ajuizadas em face 
do Banco Central (autarquia), INPI (autarquia) e Caixa Econômica Federal (empresa públi-
ca). 
O artigo 109, inciso II, da CF, trata das causas que envolvem pessoas residentes 
no Brasil ou Município brasileiro contra Estado estrangeiro ou organismo internacional. Es-
tas causas devem tramitar na Justiça Federal, salvo os casos de competência da Justiça do 
Trabalho. 
Já em relação ao artigo 109, inciso VIII da CF, observa-se a competência dos juí-
zes federais para processar e julgar os mandados de segurança e habeas data contra atos de 
autoridades federais.
Segundo o artigo 1, §1º, da Lei 12.016/2009, “Equiparam-se às autoridades, para 
os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores 
de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas na-
turais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas 
atribuições”. 
18 18
Continuando, o artigo 109, inciso X, segunda parte, da CF, elucida que compete 
ao Juiz federal executar sentença estrangeira, após a homologação pelo STJ. 
Em relação ao artigo 109, inciso III da CF, teremos a competência da Justiça Fe-
deral em razão da matéria. Vejamos o que diz o inciso: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
III- as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional
O artigo 109, inciso V-A, determina que o juízo federal é competente para julgar as 
causas relativas a grave violação de direitos humanos. 
Ademais, o mencionado inciso está vinculado ao §5º do artigo 109: 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procura-
dor-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimen-
to de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos 
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou pro-
cesso, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Fe-
deral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Diante do tema, vejamos um Incidente de Deslocamento de Competência Nº 1 – 
PA (2005/0029378-4), j. 08/06/2005, julgado pelo Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima:
CONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO DOLO-
SO QUALIFICADO. (VÍTIMA IRMÃ DOROTHY STANG). CRIME PRATICA-
DO COM
GRAVE VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS. INCIDENTE DE DESLO-
CAMENTO DE COMPETÊNCIA – IDC. INÉPCIA DA PEÇA INAUGURAL. 
NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA CONTIDA. PRELIMINARES RE-
JEITADAS.
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E À AUTONOMIA DA UNI-
DADE DA FEDERAÇÃO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONA-
LIDADE. RISCO DE DESCUMPRIMENTO DE TRATADO INTERNACIONAL 
FIRMADO PELO BRASIL SOBRE A MATÉRIA NÃO CONFIGURADO NA HI-
PÓTESE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO.
Segundo entendimento do Ministro relator Arnaldo Esteves Lima, 
além dos dois requisitos previstos no §5º para justificar o desloca-
mento de competência (ocorrência de grave violação de direitos hu-
1918
Continuando, o artigo 109, inciso X, segunda parte, da CF, elucida que compete 
ao Juiz federal executar sentença estrangeira, após a homologação pelo STJ. 
Em relação ao artigo 109, inciso III da CF, teremos a competência da Justiça Fe-
deral em razão da matéria. Vejamos o que diz o inciso: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
III- as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional
O artigo 109, inciso V-A, determina que o juízo federal é competente para julgar as 
causas relativas a grave violação de direitos humanos. 
Ademais, o mencionado inciso está vinculado ao §5º do artigo 109: 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procura-
dor-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimen-
to de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos 
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou pro-
cesso, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Fe-
deral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Diante do tema, vejamos um Incidente de Deslocamento de Competência Nº 1 – 
PA (2005/0029378-4), j. 08/06/2005, julgado pelo Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima:
CONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO DOLO-
SO QUALIFICADO. (VÍTIMA IRMÃ DOROTHY STANG). CRIME PRATICA-
DO COM
GRAVE VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS. INCIDENTE DE DESLO-
CAMENTO DE COMPETÊNCIA – IDC. INÉPCIA DA PEÇA INAUGURAL. 
NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA CONTIDA. PRELIMINARES RE-
JEITADAS.
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E À AUTONOMIA DA UNI-
DADE DA FEDERAÇÃO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONA-
LIDADE. RISCO DE DESCUMPRIMENTO DE TRATADO INTERNACIONAL 
FIRMADO PELO BRASIL SOBRE A MATÉRIA NÃO CONFIGURADO NA HI-
PÓTESE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO.
Segundo entendimento do Ministro relator Arnaldo Esteves Lima, 
além dos dois requisitos previstos no §5º para justificar o desloca-
mento de competência (ocorrência de grave violação de direitos hu-
19
manos e “assegurar o cumprimento de obrigação decorrentes de tra-
tados internacionais”), seria necessário ainda um terceiro, a saber, 
“a incapacidade (oriunda da inércia, negligência, falta de vontade 
política, de condições pessoais, materiais, e etc.) de o Estado-mem-
bro, por suas instituições e autoridades, levar a cabo em sua exten-
são, a persecução penal”. Vindo o relator a rejeitar o incidente. 
O artigo 109, inciso XI, da CF, aduz que será competência da Justiça Federal a 
disputa sobre direitos indígenas. 
Ocorre que o STJ editou a súmula 140, entendendo que compete à Justiça Co-
mum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima. 
Desse modo, será competente a justiça federal em casos de processos que tra-
tam do interesse da coletividade indígena. Já nos casos de interesse individual do índio, a 
Justiça Federal não será competente, e sim, a Justiça Comum. 
O artigo 109, inciso X, parte final, refere-se às questões de nacionalidade e na-
turalização. Neste ponto, a Lei de Registros Público, em seu artigo 32, §4º, menciona que o 
interessado em aderir a nacionalidade brasileira deverá fazer perante o Juízo Federal. 
Pois bem, quem poderia decidir se existe interesse ou não da União em intervir 
no processo? 
Sobre o tema, o STJ editou a súmula 150:
“Compete a Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse 
jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autar-
quias ou empresas públicas”. 
A respeito do assunto, vejamos o REsp n. 114.359-SP, Rel. Min. Ruy Rosado de 
Aguiar: 
“A súmula 150/STJ não impede que o juiz estadual afaste a alegação 
do interesse da União, quando sem fundamentação razoável, do 
ponto de vista jurídico, ou por absoluta impossibilidade física, como 
tem sido reconhecido, em casos tais, na instância ordinária”. 
4.1. Competência territorial da justiça federal 
A competência é territorial quando for delimitado por um elemento geográfico. 
Assim, a justiça Federal se organiza por seções judiciárias, presentes na capital de cada Es-
20 20
tado-Membro, podendo haver ainda as subseções judiciárias, localizadas em cidades do 
interior. 
As normas da competência territorial estão previstas no §§1º e 2º do artigo 109, 
da CF. vejamos: 
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção 
judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na 
seção judiciária em que for domiciliado o autor,naquela onde hou-
ver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja 
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
Inclusive, o texto da norma constitucional foi reproduzido no artigo 51, caput e 
parágrafo único, do CPC. Assim, nas causas em que a União for ré, o autor terá quatro op-
ções, podendo propor a ação: a) na seção judiciária em que o autor for domiciliado; b) no 
foro em que ocorreu o ato ou fato; c) onde está situada a coisa, d) no Distrito Federal. 
Contudo, em que pese a existência expressa de apenas 4 opções para o autor, a 
jurisprudência adiciona um 5ª opção: se o autor for domiciliado no interior, ele poderá 
também propor a ação na capital do Estado (STF. 2ª Turma. ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 19/11/2019). Desse modo, o autor, se quiser ajuizar demanda 
contra a União, terá cinco opções, podendo propor a ação:
1) no foro do domicílio do autor;
2) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda;
3) no lugar em que estiver situada a coisa;
4) na capital do Estado-membro; ou
5) no Distrito Federal.
O STF, inclusive, já possuía entendimento sumulado de que nas causas protoco-
ladas por segurado contra o INSS seria possível a propositura da demanda diante o juízo 
federal da capital do Estado-membro. Vejamos:
Súmula 689: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previ-
denciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas fede-
rais da capital do Estado-membro.
2120
tado-Membro, podendo haver ainda as subseções judiciárias, localizadas em cidades do 
interior. 
As normas da competência territorial estão previstas no §§1º e 2º do artigo 109, 
da CF. vejamos: 
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção 
judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na 
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde hou-
ver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja 
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
Inclusive, o texto da norma constitucional foi reproduzido no artigo 51, caput e 
parágrafo único, do CPC. Assim, nas causas em que a União for ré, o autor terá quatro op-
ções, podendo propor a ação: a) na seção judiciária em que o autor for domiciliado; b) no 
foro em que ocorreu o ato ou fato; c) onde está situada a coisa, d) no Distrito Federal. 
Contudo, em que pese a existência expressa de apenas 4 opções para o autor, a 
jurisprudência adiciona um 5ª opção: se o autor for domiciliado no interior, ele poderá 
também propor a ação na capital do Estado (STF. 2ª Turma. ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 19/11/2019). Desse modo, o autor, se quiser ajuizar demanda 
contra a União, terá cinco opções, podendo propor a ação:
1) no foro do domicílio do autor;
2) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda;
3) no lugar em que estiver situada a coisa;
4) na capital do Estado-membro; ou
5) no Distrito Federal.
O STF, inclusive, já possuía entendimento sumulado de que nas causas protoco-
ladas por segurado contra o INSS seria possível a propositura da demanda diante o juízo 
federal da capital do Estado-membro. Vejamos:
Súmula 689: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previ-
denciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas fede-
rais da capital do Estado-membro.
21
4.2. Juízo estadual com competência federal
O artigo 109, em seus §§3º e 4º, possibilita que a lei infraconstitucional, caso 
preenchidos alguns requisitos, atribua competência da Justiça Federal para a Justiça Esta-
dual, se não houver sede da Justiça Federal no local. 
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça 
Federal em que forem parte instituição de previdência social e segu-
rado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando 
a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. 
(Redação dada pela EC nº 103/2019)
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sem-
pre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de 
primeiro grau.
Além disso, prevê que se houver recurso contra alguma dessas decisões na Justi-
ça Comum, deverá ser o mesmo encaminhado para o Tribunal Regional Federal. 
Destaca-se a inovação trazida pela EC nº 103/2019 (Reforma da Previdência), que 
buscou mitigar a competência federal delegada em matéria previdência. A redação original 
do §3º do art. 109 da CF estabelecia que nos locais onde não houvesse vara federal, seriam 
processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro de domicílio dos segurados ou bene-
ficiários, as causas em que fosse parte instituição de previdência social (INSS). O objetivo 
do constituinte era facilitar o acesso à justiça, permitindo que grupos mais pudessem, sem 
deslocar-se do foro de seu domicílio, demandar perante a Justiça que lhes é mais próxima e 
acessível, isto é, a Justiça Estadual.
Contudo, com a nova redação, eliminou-se a eficácia plena do dispositivo que 
estabelecia a competência da Justiça Estadual do foro do domicílio do segurado ou benefi-
ciário, nos locais onde não houvesse unidade da Justiça Federal, para as ações previdenciá-
rias e assistenciais contra o INSS.
A partir da EC nº 103, a competência material federal delegada continua a existir, 
porém, nos termos dos contornos que lhe emprestar lei federal (art. 22, I, da CF). Compe-
tirá ao legislador federal sopesar valores como acesso à justiça, organização judiciária e ra-
cionalidade e eficiência do serviço público judicial, para definir em que situações é razoável 
admitir a delegação.
Com isso, foi aprovada a Lei n. 13.876/2019, que limita o julgamento de causas 
previdenciárias na justiça estadual somente aos casos em que o domicílio do segurado seja 
em cidade localizada a mais de 70 quilômetros de município sede de vara federal. Até então, 
não havia limite de quilometragem para uma causa ser julgada pela justiça estadual se não 
22 22
houvesse sede federal na cidade do interessado. Cabe ao respectivo tribunal regional fede-
ral indicar as comarcas que se enquadram nesse critério de distância. 
ANTES DA EC 103/2019 DEPOIS DA EC 103/2019
§ 3º - Serão processadas e julgadas na 
justiça estadual, no foro do domicílio dos 
segurados ou beneficiários, as causas em 
que forem parte instituição de previdência 
social e segurado, sempre que a comarca 
não seja sede de vara do juízo federal, e, 
se verificada essa condição, a lei poderá 
permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça 
estadual.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de 
competência da Justiça Federal em que 
forem parte instituição de previdência 
social e segurado possam ser processadas 
e julgadas na justiça estadual quando a 
comarca do domicílio do segurado não for 
sede de vara federal.
4.3. Competência do TRF
O artigo 108 da CF trata sobre a competência do Tribunal Regional Federal, sendo 
tal competência caracterizada como funcional. 
O inciso I do mencionado artigo refere-se à competência originária, que diz: 
Artigo 108: (..)
 I - Processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça 
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsa-
bilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou 
dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os “habeas-data” contra ato do pró-
prio Tribunal ou de juiz federal;
d) os “habeas-corpus”, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao 
Tribunal;
A competência recursal do TRF está disposta no artigo 108, inciso II, da CF. 
II - Julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes fede-
rais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da 
área de sua jurisdição.
2322
houvesse sedefederal na cidade do interessado. Cabe ao respectivo tribunal regional fede-
ral indicar as comarcas que se enquadram nesse critério de distância. 
ANTES DA EC 103/2019 DEPOIS DA EC 103/2019
§ 3º - Serão processadas e julgadas na 
justiça estadual, no foro do domicílio dos 
segurados ou beneficiários, as causas em 
que forem parte instituição de previdência 
social e segurado, sempre que a comarca 
não seja sede de vara do juízo federal, e, 
se verificada essa condição, a lei poderá 
permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça 
estadual.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de 
competência da Justiça Federal em que 
forem parte instituição de previdência 
social e segurado possam ser processadas 
e julgadas na justiça estadual quando a 
comarca do domicílio do segurado não for 
sede de vara federal.
4.3. Competência do TRF
O artigo 108 da CF trata sobre a competência do Tribunal Regional Federal, sendo 
tal competência caracterizada como funcional. 
O inciso I do mencionado artigo refere-se à competência originária, que diz: 
Artigo 108: (..)
 I - Processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça 
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsa-
bilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou 
dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os “habeas-data” contra ato do pró-
prio Tribunal ou de juiz federal;
d) os “habeas-corpus”, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao 
Tribunal;
A competência recursal do TRF está disposta no artigo 108, inciso II, da CF. 
II - Julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes fede-
rais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da 
área de sua jurisdição.
23
Diante disso, o TRF é responsável para julgar os recursos interpostos contra deci-
sões de juízes federais e dos juízes estaduais, quando investidos de jurisdição federal. Além 
disso, o TRF será responsável para julgar os embargos de declaração opostos contra as suas 
decisões. 
COMO ESSE ASSUNTO CAIU EM PROVA
Ano: 2017 / Banca: CESPE / Órgão: TRF - 5ª REGIÃO / Prova: Juiz Federal Substituto
Foi considerada CORRETA a seguinte assertiva: “Com base na jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), a justiça federal possui competência para julgar demanda 
proposta por estudante acerca de credenciamento de instituição privada de ensino 
superior junto ao Ministério da Educação, com vistas à expedição de diploma de ensino a 
distância ao autor”.
5. LEITURA DA LEI
Novo Código de Processo Civil, Arts. 54 a 69.
6. FONTES
Serviram de base para a produção deste resumo: 
•	 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e do STJ: Anotadas e 
organizadas por assunto. 3. ed. Salvador: Juspodivm, 2018.
•	 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade mecum de jurisprudência: Dizer o 
Direito. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2018.
•	 DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil – V.1: Introdução ao 
Direito Processual Civil, Parte Geral e Processo de Conhecimento. 20. ed. Salvador: 
Juspodivm, 2018.
•	 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito processual civil esquematizado. 8. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

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