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Seminário - Da Convolação da Recuperação Judicial em Falência

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Recuperação Judicial de Empresas
Da convolação da Recuperação Judicial em falência
Distinção entre os conceitos de Empresa e de Sociedades Empresárias e Empresários
Empresa: Segundo o artigo 966, caput do Código Civil, a empresa pode ser conceituada como a “atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
Sociedades Empresárias e Empresários: Os responsáveis por exercer profissionalmente a empresa, ou seja, atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Exemplos de sociedades empresárias: 1) Sociedade Limitada (LTDA), 2) Sociedade Anônima (S.A), 3) EIRELI (extinta com a Lei 14.195/21 e dando origem às sociedades limitadas unipessoais), etc. 
Princípio Da Preservação Da Continuidade Da Empresa
É um dos princípios basilares do direito falimentar brasileiro, positivado no artigo 47 da nossa Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei 11.101/05), e afirma que “a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”. 
Diante disso, à luz desse princípio, podemos ver que o instituto da falência só deverá ser suscitado se não houver de nenhuma forma a possibilidade de se recuperar e reabilitar economicamente essa sociedade empresária ou empresário por meio da recuperação judicial, pois há um interesse público por parte do Estado em manter a atividade empresarial por ser a fonte geradora de riquezas em empregos na sociedade. 
A Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei 11.101/05) tem como finalidade a tutela dos empresários e das sociedades empresárias, excetuando-se é claro as sociedades empresárias listadas no artigo 2º, incisos I e II da Lei 11.101/05. Contudo, a maior preocupação do Estado é justamente com a preservação da empresa ao invés da sociedade empresária ou empresário, pois o que vai gerar de forma clara e efetiva ganhos econômicos e geração de empregos será a atividade empresarial (empresa), já que o empresário ou os sócios da sociedade podem ser substituídos mantendo-se a mesma atividade econômica (empresa). 
Efeitos Da Extinção De Uma Empresa
ECONÔMICO: Perda da arrecadação tributária por parte dos Entes Federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios); diminuição do montante de valores econômicos circulante na economia, aumento no volume de investimentos em programas assistencialistas (Bolsa Família- transformado em Auxílio Brasil pelo Governo Federal neste ano), aumento no número de pessoas recebendo o seguro desemprego, etc. 
SOCIAL: Desemprego (diretos e indiretos). 
POLÍTICO: Necessidade de políticas públicas de amparo e inclusão dos desempregados ao mercado de trabalho, inflação gerada pela diminuição de valores econômicos circulando na economia. 
Assembleia Geral de Credores
A Assembleia Geral de Credores é o órgão colegiado e deliberativo responsável pela manifestação do interesse ou vontade predominantes entre os que titularizam crédito perante a sociedade empresária requerente da recuperação judicial sujeitos aos efeitos desta.
Em vista da complexidade dos interesses envolvidos e dos fundamentos técnicos da recuperação de qualquer empresa em crise, fazem-se necessárias a constituição e a operacionalização de instâncias deliberativas e fiscais para que a empresa explorada pela sociedade devedora consiga remodelar-se e sobreviver. (Fábio Ulhôa Coelho)
Atribuições da Assembleia Geral de Credores
Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não prevista no plano de recuperação judicial;
II – na falência:
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
Convocação para Assembleia
Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por meio de edital publicado no diário oficial eletrônico e disponibilizado no sítio eletrônico do administrador judicial, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá:
I – local, data e hora da assembleia em 1ª (primeira) e em 2ª (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1ª (primeira);
II – a ordem do dia;
III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembléia.
Da Assembleia Geral de Credores 
Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes.
§ 7º Do ocorrido na assembleia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei.
Da Assembleia Geral de Credores 
Art. 39 - § 2º As deliberações da assembleia-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão judicial acerca da existência, quantificação ou classificação de créditos.
§ 3º No caso de posterior invalidação de deliberação da assembleia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa.
§ 4º Qualquer deliberação prevista nesta Lei a ser realizada por meio de assembleia-geral de credores poderá ser substituída, com idênticos efeitos, por:
I - termo de adesão firmado por tantos credores quantos satisfaçam o quórum de aprovação específico, nos termos estabelecidos no art. 45-A desta Lei;
II - votação realizada por meio de sistema eletrônico que reproduza as condições de tomada de voto da assembleia-geral de credores; ou
III - outro mecanismo reputado suficientemente seguro pelo juiz.
§ 5º As deliberações nos formatos previstos no § 4º deste artigo serão fiscalizadas pelo administrador judicial, que emitirá parecer sobre sua regularidade, previamente à sua homologação judicial, independentemente da concessão ou não da recuperação judicial.
§ 6º O voto será exercido pelo credor no seu interesse e de acordo com o seu juízo de conveniência e poderá ser declarado nulo por abusividade somente quando manifestamente exercido para obter vantagem ilícita para si ou para outrem.
Classes de Credores
Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;
II – titulares de créditos com garantia real;
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.
IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.
Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativonos termos do art. 145 desta Lei.
Da Assembleia Geral de Credores 
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.
§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes.
§ 2º Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.
§ 3º O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.
Da Assembleia Geral de Credores 
Art. 45-A. As deliberações da assembleia-geral de credores previstas nesta Lei poderão ser substituídas pela comprovação da adesão de credores que representem mais da metade do valor dos créditos sujeitos à recuperação judicial, observadas as exceções previstas nesta Lei. 
§ 1º Nos termos do art. 56-A desta Lei, as deliberações sobre o plano de recuperação judicial poderão ser substituídas por documento que comprove o cumprimento do disposto no art. 45 desta Lei.
§ 2º As deliberações sobre a constituição do Comitê de Credores poderão ser substituídas por documento que comprove a adesão da maioria dos créditos de cada conjunto de credores previsto no art. 26 desta Lei.
Da Assembleia Geral de Credores 
Art. 45 - A § 3º As deliberações sobre forma alternativa de realização do ativo na falência, nos termos do art. 145 desta Lei, poderão ser substituídas por documento que comprove a adesão de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos.
§ 4º As deliberações no formato previsto neste artigo serão fiscalizadas pelo administrador judicial, que emitirá parecer sobre sua regularidade, com oitiva do Ministério Público, previamente à sua homologação judicial, independentemente da concessão ou não da recuperação judicial.
Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembléia.
Comitê de Credores
Constituição: 
Órgão facultativo na falência e na recuperação judicial.
Sua existência somente se justifica nas empresas com grande complexidade organizacional. 
Instalação: 
Cabe aos credores decidir pela conveniência ou não de sua instalação.
Atribuições (Art. 27, I, alíneas a - f): 
Na recuperação judicial e na falência: 
Fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial. 
Zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei. 
Comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prezuízo aos interesses dos credores. 
Apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados. 
Requerer ao juiz a convocação da assembleia-geral de credores.
Manifestar-se nas hipóteses previstas na lei.
Atribuições (Art. 27, II, alíneas a - c): 
 Na recuperação judicial: 
Fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando relatório. 
Fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial. 
Submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
As decisões do Comitê serão tomadas por maioria e consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, ficando à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor. 
Em caso de impasse, este será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz.
Composição (Art. 26): 
Um representante da classe dos credores trabalhistas, com dois suplentes. 
Um representante da classe dos credores garantidos ou com privilégios especiais, com dois suplentes. 
Um representante indicado pela classe dos credores quirografários ou com privilégios gerais, com dois suplentes. 
Um representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes.
Classes representadas: 
Créditos trabalhistas e de acidentes de trabalho. 
Créditos com garantia real. 
Créditos quirografários, com privilégio especial e geral e créditos subordinados.
Ausência do Comitê (Art. 28): 
- Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições. 
 
Remuneração dos membros do Comitê de Credores (Art. 29): 
- Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa. 
Presidência do Comitê:
  Caberá aos próprios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá presidi-lo.
Impedimentos (Art. 30): 
- Conforme dispõe o art. 30, da Lei 11.101/2005, não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovadas.
 Destituição do membro do comitê de credores (Art. 31) 
Conforme dispõe o art. 31 da Lei 11.101/2005, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, determinar a destituição do membro do comitê de credores quando verificar ilegalidade, descumprimento de seus deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
Responsabilidade civil dos membros do comitê de credores (Art. 32)
 - Nos termos do que dispõe o art. 32 da Lei 11.101/2005, os membros do Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
Convolação da Recuperação Judicial em Falência 
O que é a Convolação da Recuperação Judicial em Falência ?	
	A palavra convolação consiste, no Direito, passar de um estado civil para outro. Assim, a convolação aqui tratada ocorre quando a recuperação judicial de determinada empresa não alcança êxito devido à realização de certos motivos expressos em lei, que ensejam decretação da falência da empresa durante a recuperação judicial.
Hipóteses da convolação da recuperação judicial em falência. 
	Estão previstas na Lei 11.101/2005 nos art. 61, § 1.º e no art. 73 em seus incisos. 	 	 Observação: a maioria dos dispositivos que tratam desta temática sofreu alterações pela Lei 14.112/20, que trouxe profundas modificações a Lei de Falência.
Art. 61- Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz poderá determinar a manutenção do devedor em recuperação judicial até que sejam cumpridas todas as obrigações previstas no plano que vencerem até, no máximo, 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial, independentemente do eventual período de carência. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 1.º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.
Porém, se o descumprimento de alguma obrigação do planoocorrer após esse prazo, não será o caso de convolar a recuperação em falência, mas poderá credor interessado executar a dívida ou requerer a falência do devedor com base no art. 94, III, alínea g, da LRE.
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial:
I– por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei;
Na forma do artigo 42, ou seja, desde que tal proposta seja formulada à assembleia e obtenha votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes.		
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei.
Assim, conforme o art.53, a partir do momento em que o juiz defere o pedido de recuperação, a empresa tem o prazo de 60 dias para apresentar as medidas que adotará para superar as dificuldades. Sendo esse prazo improrrogável e caso o plano de recuperação não seja apresentado até a data-limite, ocorrerá a convolação de recuperação judicial em falência.			
III - quando não aplicado o disposto nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 56 desta Lei, ou rejeitado o plano de recuperação judicial proposto pelos credores, nos termos do § 7º do art. 56 e do art. 58-A desta Lei; 
 - Logo, caso seja rejeitado o plano de recuperação elaborado pelos devedores, a recuperação será convolada em falência somente se: a) ausentes as condições de votação do plano de recuperação judicial ofertado pelos credores; ou b) se o plano elaborado pelos credores for rejeitado.
-Cujas condições são: o administrador judicial submeter, no ato, à votação da assembleia-geral de credores a concessão de prazo de 30 (trinta) dias para que seja apresentado plano de recuperação judicial pelos credores. Devendo essa concessão de prazo aprovada por credores que representem mais da metade dos créditos presentes à assembleia-geral de credores, assim como, o plano dos credores deve satisfazer as condições do § 6º do art. 53, sob pena de convolação em falência. 
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei.
V - por descumprimento dos parcelamentos referidos no art. 68 desta Lei ou da transação prevista no art. 10-C da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; e (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) .
- Também ocorrerá a convolação em falência caso a empresa recuperanda não as pague parcelas de seus débitos tributários – que são aqueles provenientes do não pagamento de obrigação legal relativa a tributos, contribuição ou multas referentes a Fazenda Pública e ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), visto que o art.68 permite o parcelamento de dívidas tributárias, em caso de recuperação judicial. No entanto, de acordo disposição contida no § 4º do art. 10-A da Lei 10.055/02, não é qualquer descumprimento do parcelamento que ensejará a convolação em falência, mas apenas aquelas que redundam na exclusão do devedor do parcelamento.
VI - quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que implique liquidação substancial da empresa, em prejuízo de credores não sujeitos à recuperação judicial, inclusive as Fazendas Públicas. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020). 
- Esta hipótese se refere a um dos meios de recuperação judicial que é a venda integral da sociedade devedora, desde que assegurado aos credores extraconcursais condições, no mínimo, equivalentes àquelas que teriam em caso de falência. prevista no art. 50, inciso XVIII. Portanto, o inciso VI estabelece que o desrespeito aos direitos dos credores extraconcursais, na hipótese de venda integral da devedora, confere-lhes a prerrogativa de requerer a convolação da recuperação judicial em falência, visto que a venda afetariam seus créditos.
§ 1º. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 2º A hipótese prevista no inciso VI do caput deste artigo não implicará a invalidade ou a ineficácia dos atos, e o juiz determinará o bloqueio do produto de eventuais alienações e a devolução ao devedor dos valores já distribuídos, os quais ficarão à disposição do juízo. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
- Este inciso apresenta como um meio de concessão de poderes à Fazendas Públicas, pois assim como o inciso VI, o Fisco é colocado como uma posição dentro da qual a entidade pode impedir a alocação eficiente de ativos da empresa recuperanda ao subordinar a distribuição de valores aos seus interesses particulares. Em outras palavras, o Fisco pode efetivamente vetar a recuperação judicial, ou manipulá-la, sob o pretexto de esvaziamento patrimonial, caso não vislumbre uma prioridade distributiva no procedimento recuperacional.
§ 3º Considera-se substancial a liquidação quando não forem reservados bens, direitos ou projeção de fluxo de caixa futuro suficientes à manutenção da atividade econômica para fins de cumprimento de suas obrigações, facultada a realização de perícia específica para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
- Explicação da definição de liquidação substancial citada no inciso VI do mesmo artigo.
Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recuperação judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei.
-Por fim neste artigo prevalece-se o princípio da continuidade da empresa. Assim, em geral considera-se que todos os atos praticados durante a recuperação judicial foram realizados de modo a garantir a continuidade da empresa, sua sobrevivência e sua recuperação. Porém é um presunção relativa, devendo ser coibidos todos os abusos praticados por meio da Lei de recuperação judicial, do Direito Civil e até mesmo pelo Direito Penal.
-Nesse sentido, a convolação em falência também interfere no modo de tratamento de alguns credores :
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
-A lei falimentar, portanto, privilegia os credores que firmaram relações jurídicas válidas com o devedor durante a execução regular do seu plano de recuperação judicial. Pois os créditos extraconcursais são créditos gerados a partir de uma obrigação que a empresa contraiu depois de entrar no processo de recuperação, o qual não possui nenhuma garantia. Por isso, o legislador no art.84 estabeleceu uma ordem de preferência no momento do pagamento ao credor extraconcursal, ao afirmar que os créditos extraconcursais serão pagos com precedência sobre os mencionados no art.83.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO !!

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