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Gabriel Amaral - 006 Radiologia Introdução A Radiação é a propagação de energia na forma de ondas eletromagnéticas ou partículas. Ela não é, necessariamente, ruim ou perigosa; isso depende do tempo de exposição, da intensidade e do tipo. A radiação perigosa é a de ondas curtas, porque tem uma frequência maior e energia maior; com isso, é capaz de ionizar uma célula. Radiação eletromagnética É formada pela vibração simultânea de campos eletromagnéticos perpendiculares entre si. Ela se divide em: ionizante e não ionizante. - Ionizante: libera elétrons e deixa o átomo carregado. O Raio X é uma forma de radiação ionizante. - Não ionizante: não são capazes de arrancar os elétrons. Raio X A grande vantagem do Raio X em relação aos elementos radioativos, raios gama, é que ele pode ser produzido no momento desejado e também interrompido. Por isso, é muito utilizado no meio médico. Tubo de Raio X Utilizado para a produção do Raio X. Neste caso, ele converte energia elétrica em energia térmica (99%) + raio x (1%). Isso funciona como um circuito elétrico. No tubo, existem duas substâncias importantes: catodo, de onde saem os elétrons, e anodo, onde é produzido o raio x. - Catodo: existem 2 ou 1 filamentos de tungstênio, além de uma capa focalizadora. Esses filamentos, através de uma corrente elétrica, são aquecidos a 2200 ºC. O calor produzido é transferido para os elétrons, formando uma nuvens de elétrons. Depois de ser formada, essa nuvem é expelida em direção ao alvo (anodo). Sendo assim, ocorre uma Emissão Termoiônica, que é a ejeção de elétrons por aquecimento de um material. Física do Raio X Gabriel Amaral - 006 Radiologia - Anodo: é positivo e, por isso, atrai a nuvem de elétrons. Esse anodo é um disco de tungstênio (pode ser Molibidênio ou Rodio), que roda em alta velocidade para que um lado não sofra mais desgaste que outro. Quando os elétrons do catodo encontram os átomos do anodo, ocorre a produção do raio x, que é liberado em direção ao paciente. > Como também ocorre a liberação de calor, existe um sistema de resfriamento no tubo. Projeção Sendo assim, o tubo de raio x fica posicionado acima do paciente/ a frente, gerando os raios em direção ao paciente. Abaixo do paciente/ a frente está um detector de raio x, que reconhece os raios para a leitura do que passou e o que não passou, criando a radiografia. Geração da radiação De acordo com o modelo atômico de Bohr, existem camadas de eletrosferas com um núcleo no centro; quanto mais distante a camada de eletrosfera estiver do núcleo, mais energizada. - Absorção: quando o elétron emitido chega à camada, ele absorve a energia do elétron presente na camada e, com o ganho de energia, salta para a próxima camada mais externa. - Emissão: Com isso, ele fica instável e retorna para a camada anterior. Ao fazer isso, ele libera um fóton de raio x. Geração – Anodo No anodo são gerados dois tipos de radiação: - Frenagem: não é muito desejada, pois são fótons de baixa energia formados pela Gabriel Amaral - 006 Radiologia desaceleração do elétron. Este fóton de baixa energia promove imagem com ruídos. - Raios X Característicos: formados pela perda de energia do elétron ao retornar para o estado fundamental (camada anterior). Fatores de interferência Fatores que afetam a qualidade e a quantidade dos raios x. - Fatores de exposição: mA e kV; - Material do alvo (anodo); - Distância do paciente ao tubo; - Filtração do feixe; Fatores de exposição - mA: é a quantidade e intensidade de raios x; é a corrente elétrica. A corrente elétrica está relacionada à temperatura dos filamentos e à liberação de elétrons. Sendo assim, a corrente elétrica deve ser regulada para amentar a quantidade da nuvem de elétrons; logo, a quantidade e intensidade do raio x. - kV: é a diferença de potencial do circuito elétrico. Quando maior a tensão na corrente, maior a energia que o elétron vai chegar no anodo e, consequentemente, maior a energia do fóton. Para que o raio x possa ser formado, esses dois parâmetros (mA e kV) devem estar regulados. Qualidade da imagem - Contraste: está diretamente relacionado com o poder de penetração do rx. A energia do raio x é influenciada por três fatores: > Material do anodo; > Filtragem; > kV. É importante entender como que o contraste pode ser alterado porque cada tipo de raio x requer um contraste diferente. Por exemplo, o contraste de uma mamografia deve ser muito alto, porque devem ser visualizadas microcalcificações. Logo, kV deve estar baixo. No caso de um rx de tórax, o contraste não deve ser tão alto, para que mais estruturas sejam visualizadas. Logo, kV deve estar alto. Gabriel Amaral - 006 Radiologia Além do contraste, a imagem da estrutura a ser visualizada deve ser bem definida. Neste caso, entram os seguintes requisitos: - Ruído: causado pela radiação secundária, trazendo um aspecto de granulado à imagem obtida. Logo, o ideal é reduzir ao máximo esse ruído. Material do Anodo O número atômico do anodo influncia na quantidade e na qualidade do raio x. Normalmente, esse número atômico é grande. - Mais usado: tungstênio (z = 74); - Mamografias: Molibidênio (z = 42) e Rodio (z = 45); Filtração do feixe Na saída do tubo, existe um filtro responsável por remover os raios x de baixa energia (de frenagem). Com isso, a qualidade do feixe é melhorada. Além disso, isso permite que a radiação desnecessária, que atingiria o paciente, seja diminuída. Distância Quanto mais distante o paciente estiver do tubo, menor é a quantidade de raios que o atingem. - Lei do inverso do quadrado da distância: a quantidade de fótons de rx que atinge o receptor é inversamente proporcional ao quadrado da distância à fonte. Interação com a matéria É a interação do raio x com o corpo do paciente. Os raios x através pelo ar e chegam ao corpo do paciente e os fótons interagem com os tecidos. A radiação transfere sua energia para os átomos que encontram, podendo causar dois fenômenos: ionização e/ou excitação. Sendo assim, existem quatro possibilidades básicas: - Não haver interação; - Espalhamento de Rayleight: interação com o núcleo, em que o fóton é absorvido por ele e depois é liberado. Para o observador, é como se o fóton desviasse do seu percurso. Ionização - Efeito fotoelétrico: é o que produz uma imagem melhor. Neste caso, o fóton transfere toda a sua energia, fazendo surgir um elétron. É o maior contribuinte para formar o contraste. - Efeito Compton: o fóton cede parte da sua energia para um elétron. Com isso, surge outro fóton de energia mais baixa. Isso contribui para a radiação espalhada. Gabriel Amaral - 006 Radiologia Áreas que absorvem muitos fótons, como os ossos, aparecem nas imagens com coloração branca. Áreas que absorvem poucos fótons, como o ar dos pulmões, aparecem na imagem como regiões mais escuras. Classificação da radiação - Primária: são os fótons que saem do anodo e atravessam a janela radio transparente em direção ao paciente. - Secundária: é o produto da interação da radiação primária com o paciente - Espalhada: é um tipo de radiação secundária. Ocorre diminuição da radiação e mudança na direção (se espalha pela sala). Essa radiação causa deterioração do contraste da imagem e do contraste. > Grade anti-difusora: presente antes do filtro, para diminuir a quantidade de radiação espalhada. Receptores radiográficos Existem dois tipos de radiografia:convencional e digital (DR e CR). - Convencional: no receptor, existe um filme e 2 telas intensificadoras. As telas intensificadoras são folhas plásticas com material fluorescente. Ela torna possível diminuir a exposição do paciente ao raio x. - Radiologia Computadorizada (CR): Na CR, existe um detector de fósforo foto- estimulável, em que o fósforo é um material que emite luz ao ser atingido por raio x. Neste caso, o chassi é introduzido na leitora de CR, onde é realizada uma leitura com laser, que faz com que os elétrons liberem energia em forma de luz. A luz é captada e transformada em sinais elétricos e, em seguida, em escalas de cinza, possibilitando a visualização do raio x. - Radiologia Digital (DR): neste caso, não existe chassi, pois o próprio aparelho que recebe, captura, transforma em imagem e transfere as imagens formadas para a workstation. Proteção radiológica Efeitos biológicos da radiação São as respostas do nosso organismo a um agente agressor ou modificador. Neste caso, a radiação. São classificados em: - Efeitos agudos: clinicamente verificáveis. - Efeitos tardios: estudos epidemiológicos feitos pelo aumento da doença na população. Gabriel Amaral - 006 Radiologia - Determinísticos: relacionados às doses elevadas de radiação absorvida. Ou seja, ocorrem quando a exposição ultrapassa o limiar de dose. - Estocásticos: são efeitos tardios característicos da exposição à pequenas doses. Por exemplo, carcinogênese. Níveis de danos - Somáticos: são manifestados apenas no indivíduo que recebe a radiação, mas não nas gerações posteriores (não afeta a genética). - Genéticos: quando há danos nas células germinativas, levando à transmissão para as gerações futuras. Princípios - Justificativa: sempre que a radiação for ser utilizada, seu uso deve ser justificado com relação às alternativas possíveis. - Otimização: utilizar a radiação o mais baixo possível. - Limitação de dose: deve ser respeitado tanto pelo público quanto pelos expostos ocupacionais. Limitação de dose - Dose efetiva: referente ao que o corpo inteiro pode receber; - Dose equivalente: referente aos órgãos específicos. Essa limitação é realizada através de dosímetros pessoas e no cálculo da blindagem das instalações. - Dosimetria individual: é um equipamento utilizado pelo trabalhador da área. Todo final de mês ele deve entregar esse dosímetro para que seja calculada a quantidade de radiação que ele foi exposto. Grandezas e Unidades - Dose absorvida: mensura a quantidade de radiação recebida por um meio material. Ou seja, medida da quantidade de energia absorvida por um elemento de massa. Unidade: Gray (Gy). - Dose equivalente/Dose efetiva: nestes casos, trata-se do corpo humano. Por isso, a unidade é Sievert (S). Gabriel Amaral - 006 Radiologia Utilizada para estabelecer os limites máximos de exposição de um ser humano. Como já falado, dose efetiva se refere ao corpo todo, enquanto dose referente trata de um órgão específico. - Exposição: capacidade de um feixe de fótons de ionizar o ar. Comumente utilizada em monitorações rotineiras. Unidade: Roentgen (R). Tomografia Computadorizada É uma evolução do raio x. O tubo de raio x roda em torno do paciente, enquanto vários detectores vão detectando os dados e enviando para o computador. Com isso, é possível visualizar o paciente de forma global, em diversos planos. Além disso, se comparar a TC com raio x convencional, na TC é muito mais fácil distinguir as densidades e não há sobreposição de estruturas. Um problema desta forma de radiologia é que, obviamente, emite muito mais radiação do que o raio x convencional. Fases Se refere ao momento em que a aquisição é feita em relação à administração do contraste. Sendo assim: - Pré-contraste; - Arterial: fase em que o contraste está, predominantemente, nas artérias (+/- 30seg). Nesta fase, normalmente o tórax é visualizado melhor. - Venosa: fase em que o contraste já está na veia porta (cerca de 60seg+). Nesta fase, o abdômen é visualizado melhor. > Metástases não captam contraste. Para visualizar lesões no fígado causadas por metástase, a melhor fase é a venosa. - Tardia: contraste já está sendo excretado pelos rins, permitindo melhor visualização das estruturas urinárias. Artefatos Causam interferência na interpretação da tomografia. Podem ser metais, movimentos, alta concentração de contraste. Gabriel Amaral - 006 Radiologia Janelamento É uma forma de selecionar aquilo que deseja ser visto. Para isso, é necessário entender a escala de cinzas e o que cada cor representa. Unidade: Hounsfield - Partes moles: para ver a maioria dos órgãos, músculos e gordura. Neste caso, o pulmão aparece como uma região completamente preta. - Pulmonar: para visualizar o parênquima pulmonar. > No caso dessa TC, pode ser observado pneumotórax esquerdo. Na imagem de partes moles, mesmo sendo o mesmo paciente, isso não é possível observar. - Óssea: para ver detalhes ósseos, como fraturas, lesões escleróticas e metástases. Ressonância magnética Os átomos do nosso estão dispersos em um alinhamento aleatório. A RNM cria um campo eletromagnético muito forte, que faz com que esses elétrons se alinhem entre si. Neste caso, a imagem da ressonância é feita com base no Hidrogênio. A Precessão do H+ é 42,58 MHz. Sendo assim, o campo eletromagnético é formado e uma frequência de rádio equivalente à velocidade de rotação do hidrogênio é emitida. Com isso, eles entram em fase. Quando esse estímulo de radiofrequencia cessa, os átomos voltam ao sseu estado precedente e, nesse momento, liberam uma Gabriel Amaral - 006 Radiologia energia, que pode ser medida em duração de relaxamento ou frequência de rádio. Cada parte do nosso corpo possui valores de tempo de relaxamento (T1 ou T2) diferentes. Com isso, a imagem é formada. > Nos valores em T1, a água é mais escura, sendo melhor a visualização anatômica de estruturas de tecido mole. > Nos valores de T2 a água é mais clara, sendo melhor para a visualização patológica, como inflamação e edema. Resumindo: utilização de um campo magnético muito forte e pulsos de radiofrequência para alinhas as moléculas de H+ nos tecidos. A subsequente perda de alinhamento com o tempo produz o sinal da RM. - Vantagens: > Não tem radiação ionizante; > Alta capacidade de mostrar características dos diferentes tecidos do corpo. - Desvantagens: > O campo magnético de altíssima magnitude é perigoso para quem tem marca passos, implantes metálicos, pinos ósseos, clips vasculares, etc. > Tempo maior de duração do exame se comparado à TC. > Alto custo. > Pessoas claustrofóbicas não conseguem fazer. Contraste Gadolínio. É muito seguro, mas não pode ser utilizado por pacientes com insuficiência renal porque pode causar fibrose neurogênica sistêmica. Ultrassonografia Introduzida na medicina em 1942. A ultrassonografia utiliza ondas mecânicas, acima de 20 kHz. Ultrassom diagnóstico varia de 1 MHz a 20 MHz. Mecanismo Através de um transdutor. São utilizados cristais piezoelétricos, que recebem um estímulo elétrico, vibram, quebram e emitem o ultrassom. O ultrassom chega até o paciente e retornar para o transdutor, que é responsável por formar a imagem. Gabriel Amaral - 006 Radiologia - Termos no Raio X: em transparência. hipotransparente e hipertransparente. - Termos na TC: em densidade. - Termos na RNM: sinal. - Termos na ultrassom:ecogenicidade. - Sólido/Gás: refletem as ondas (brilham). Logo, para ossos e gases o ultrassom é ruim, pois reflete. - Líquido: ondas transmitidas, não refletem; logo, fica escuro; - Efeito posterior: sombra ou reforço. - Operador – dependente: o ultrassom é operador dependente. Logo, o exame feito pelo profissional deve ser analisado por ele. Termos - Ecogênico: aquilo que brilha. - Hipoecogênica/Anecoica: aquilo que não brilha. Sistema Doppler É uma vantagem do ultrassom. Permite a visualização da direção do sangue, que está chegando e o que está saindo. Gabriel Amaral - 006 Radiologia
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