Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GRANULÓCITOS E RESPOSTA IMUNE • Granulócitos: apresenta grânulos no citoplasma e núcleo de formato irregular. Esses grânulos podem ser específicos de cada tipo celular (grânulos específicos), mas também podem ser lisossomos (grânulos azurófilos) ou proteínas que atuam na degradação das macromoléculas (grânulos terciários). • Apresentam núcleos característicos, irregulares e lobulados, e, assim, são descritos como “polimorfonucleares” (em oposição aos núcleos únicos e arredondados apresentados por células “mononucleares”, como os macrófagos). • As células cujos núcleos incorporam corantes básicos, como a hematoxilina, são denominadas basófilos; aquelas cujos núcleos incorporam corantes ácidos, como a eosina, são chamadas eosinófilos; e aquelas cujos núcleos não incorporam corantes, sejam eles ácidos ou básicos, são chamadas neutrófilos. Essas três populações desempenham importantes papeis na defesa do organismo. NEUTRÓFILOS • Fagocitose; • Produção de NO e do peróxido de hidrogênio; • Vida curta tanto no sangue como nos tecidos: • Encontrados nos tecidos inflamados. • Granulócito neutrófilo polimorfonuclear, outra denominação. • Cerca de dois terços da atividade hematopoiética da medula óssea é devotada à produção de neutrófilos. • Essas células vivem apenas por alguns dias e, portanto, devem ser continuamente repostas. • Os neutrófilos constituem cerca de 60% a 75% dos leucócitos na maioria dos carnívoros, ao redor de 50% nos equinos e entre 20% e 30% nos bovinos, nos ovinos e nos roedores de laboratório. • A grande maioria destas células está sequestrada nos capilares do fígado, do baço, dos pulmões e da medula óssea. Durante as infecções bacterianas, o número de neutrófilos circulantes pode aumentar em 10 vezes, dada a liberação das células armazenadas pela medula óssea e outros órgãos. • A produção de neutrófilos é regulada por uma citocina denominada fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) e sua perda, por sua taxa de apoptose. • Neutrófilos que estão morrendo são removidos por macrófagos. • Durante infecções microbianas, os padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs), como o lipopolissacarídeo, se ligam a estes LEUCÓCITOS, ANTICORPOS E EPÍTOPOS Raissa Filgueira Macêdo Agressão e defesa veterinária TLRs e estimulam as células-tronco a produzirem mais neutrófilos. • Os neutrófilos circulantes no sangue são células arredondadas. O citosol dessas células é finamente granulado e em seu centro encontra-se um núcleo de formato irregular, alongado ou segmentado. • Os grânulos primários são sintetizados no estágio de pró-mielócito, os secundários, no estágio mieloide e os terciários, ao final do processo de desenvolvimento. • As proteínas dos grânulos dos neutrófilos aumentam a adesão de monócitos ao endotélio vascular, estimulam a secreção de citocinas por macrófagos e ativam as células dendríticas, promovendo, assim, a apresentação de antígeno. • Os neutrófilos maduros apresentam um pequeno complexo de Golgi, algumas mitocôndrias, poucos ribossomos e alguns retículos endoplasmáticos rugosos. • Enquanto os neutrófilos rolam sobre as superfícies das células endoteliais, ocorre um segundo estágio de adesão. O fator ativador de plaquetas (PAF) secretado pelas células endoteliais, ativa os neutrófilos em rolamento, que passam a expressar uma proteína adesiva chamada CD11a/CD18 ou antígeno associado à função leucocitária 1 (LFA-1). • Após se ligarem às paredes dos vasos sanguíneos e pararem completamente, os neutrófilos migram para os tecidos próximos sob a influência de quimiotáticos. A maioria dos neutrófilos migrantes se comprime entre as células endoteliais, mas cerca de 20% deles realmente atravessam essas células. • Ao chegarem aos sítios de invasão microbiana, os neutrófilos ingerem e destroem bactérias invasoras por meio da fagocitose. Embora seja um processo contínuo, a fagocitose pode ser dividida em pequenos estágios: ativação, quimiotaxia, adesão, ingestão e destruição. • Os neutrófilos atacam e destroem organismos invasores após se tornarem “ativados”. • Os neutrófilos não se movimentam de forma aleatória; ao invés disso, dirigem-se diretamente aos organismos invasores e aos tecidos danificados ao serem atraídos por moléculas quimiotáticas. Estes quimiotáticos são difundidos a partir dos sítios de invasão microbiana e formam um gradiente de concentração. Dentre os outros quimiotáticos, encontram-se as quimiocinas e os lipídios, como o leucotrieno B4 . • Nem todos os animais apresentam neutrófilos igualmente responsivos. Em bovinos que apresentam um genótipo específico do receptor de quimiocina CXCR2, por exemplo, a migração dos neutrófilos é menor do que nos animais normais. Nos bovinos que apresentam esse genótipo, a expressão das cadeias de integrina CD18 e CD11b e, assim, a resistência à mastite, é menor. • Quando um neutrófilo encontra uma bactéria, deve “capturá-la”. Isso não ocorre espontaneamente, uma vez que tanto as células quanto as bactérias em suspensão nos fluidos corpóreos costumam apresentar uma carga negativa (potencial ζ ) e, assim, repelem- se mutuamente. • O neutrófilo flui rapidamente sobre superfícies lipídicas; assim, bactérias hidrofóbicas, como Mycobacterium tuberculosis, são prontamente ingeridas. Por outro lado, Streptococcus pneumoniae possui uma cápsula hidrofílica. Por isso, essa bactéria é pouco fagocitada, a não ser que se torne hidrofóbica, por meio da opsonização. • Essas células são, portanto, mais ativas imediatamente após serem liberadas da medula óssea, mas logo são exauridas e podem realizar apenas um número limitado de eventos fagocíticos. • Assim, os neutrófilos podem ser considerados uma primeira linha de defesa, convergindo rapidamente aos organismos invasores e destruindo-os imediatamente, mas não são capazes de manter tal atividade. BASÓFILOS E MASTÓCITOS • Liberam mediadores que atraem leucócitos para o sítio de agressão. • Contribuem para a passagem dessas células dos vasos para os tecidos. • A importância do papel dos basófilos em relação ao dos mastócitos na anafilaxia sistêmica aguda é incerta. Os basófilos são células relativamente incomuns no sangue, enquanto os mastócitos são numerosos nos tecidos. Ambos os tipos celulares contribuem para a anafilaxia sistêmica. Em camundongos, os basófilos e os mastócitos desenvolvem-se a partir de uma célula-tronco comum. • Embora os mastócitos induzam inflamação aguda, os basófilos provavelmente medeiam mais estados alérgicos crônicos, como dermatites alérgicas crônicas. I BASÓFILOS • São assim chamados porque seus grânulos citoplasmáticos coram-se intensamente com corantes básicos, como a hematoxilina. • Eles normalmente não são encontrados fora da circulação sanguínea, mas podem entrar nos tecidos sob a influência de algumas quimiocinas derivadas de linfócitos T. MASTÓCITOS • São conhecidos por desempenhar um papel fundamental em doenças alérgicas. Eles também possuem uma função principal na imunidade inata. • Por serem localizados próximos a superfícies corporais, bem como por sua capacidade de liberar moléculas pró-inflamatórias dentro de segundos, os mastócitos funcionam como sentinelas. Eles são cobertos por uma gama de receptores que permite a eles reagir em resposta a muitos estímulos diferentes. • Os mastócitos são células grandes (15 a 20 µm de diâmetro) e redondas espalhadas pelo corpo todo no tecido conjuntivo, nas superfícies mucosas, na pele e ao redor dos nervos. Eles são encontrados, em maior número, em locais do corpo expostos a potenciais invasores, como embaixo da pele ou no intestino e nas vias aéreas.• Os mastócitos originam-se de células-tronco mieloides na medula óssea. Os precursores migram para os tecidos, onde maturam e sobrevivem por diversas semanas ou meses. • Os mastócitos desempenham um papel fundamental na inflamação, uma vez que, quando encontram microrganismos invasores, • podem desgranular, liberando seus grânulos nos tecidos. • Se um antígeno encontra o mastócito e faz ligação cruzada com duas moléculas de IgE, o mastócito desencadeia a liberação de seus grânulos e do seu conteúdo nos tecidos adjacentes. • A desgranulação dos mastócitos é o evento central no desenvolvimento de reações alérgicas. • Os grânulos dos mastócitos são carregados com uma mistura complexa de mediadores inflamatórios, enzimas e citocinas. A ativação do receptor ligado à IgE pelo antígeno induz os mastócitos a desgranularem e liberarem as moléculas armazenadas que desencadeiam a produção de novos mediadores. • Os mastócitos desempenham papéis importantes nas imunidades antimicrobianas e antiparasitárias. Eles podem responder dentro de segundos ou minutos à invasão microbiana. Possuem uma grande variedade de PRRs, bem como a capacidade de reconhecer antígenos indiretamente por meio de seus receptores Fc. • Fase tardia é caracterizada por eritema, edema e prurido. Acredita-se que essa reação resulte da liberação de mediadores inflamatórios pelos linfócitos T, pelas células endoteliais, pelos neutrófilos e pelos macrófagos atraídos por fatores quimiotáticos de mastócitos. Os linfócitos Th17 podem desempenhar um papel nesse processo tardio. EOSINÓFILOS • Atividade fagocítica • Podem destruir microrganismos por meio da liberação de proteínas com atividade microbicida, tais como a proteína básica principal e a proteína caitônica eosinofílica. • Os tecidos que sofrem reações de hipersensibilidade do tipo I caracteristicamente contêm grandes números de eosinófilos. Essas células são atraídas para os locais de desgranulação de mastócitos, onde desgranulam e liberam suas próprias moléculas biologicamente ativas. Os eosinófilos podem ser considerados as células efetoras terminais da resposta alérgica. • Os eosinófilos são células polimorfonucleares, ligeiramente maiores que os neutrófilos, com grânulos citoplasmáticos que se coram intensamente com o corante vermelho eosina. • Eles se originam na medula óssea e passam cerca de 30 minutos circulando na corrente sanguínea antes de migrar para os tecidos, onde possuem meia-vida de aproximadamente 12 dias. • Três mecanismos estão envolvidos na mobilização de eosinófilos (Fig. 28-17). Primeiro, tanto os linfócitos Th2 quanto os mastócitos produzem IL-5 e as quimiocinas conhecidas como eotaxinas, que estimulam a liberação de eosinófilos da medula óssea. • s. A mobilização e a ativação dos eosinófilos aumentam sua capacidade de destruir parasitas e suportam a crença de que a principal função das respostas mediadas pela IgE é o controle de parasitas helmínticos. • Embora os eosinófilos possam fagocitar pequenas partículas, eles são muito mais apropriados para destruir grandes parasitas extracelulares, uma vez que podem desgranular no fluido circundante. • Os mastócitos e os eosinófilos interagem extensivamente. Assim, as proteínas básicas derivadas de eosinófilos ativam os mastócitos para liberar histamina. Os mastócitos, por sua vez, liberam agentes quimiotáticos, ativam e aumentam a expressão de receptores eosinofílicos. IMUNOGLOBINAS E ANTICORPOS • Glicoproteínas produzidas pelos linfócitos B que iniciam seu efeito biológico pela ligação com o antígeno. • Podem existir em duas formas: Ligados a membranas na superfície de linfócitos B (receptores de antígenos) e Secretados na circulação, mucosas e tecidos. • Obtidos no Soro ou plasma • Anti-soro – soro rico em um Ac específico. • Sorologia - estudo da interação Ac-Ag. • Funções: Fixar complemento, ligar à superfície de células, ativar a fagocitose, Ligar aos antígenos – Neutralização, Destruição “non- self”. • Ag se liga Ac pela porção Fab – porção Fc se liga a porção externa da membrana – ligação dos componentes do complemento – desencadeia. • Complexo de Ataque da Membrana (MAC) – destruição celular (lise) • Células estranhas cobertas por anticorpos – ligação da porção Fc: - a macrófagos e neutrófilos – ingeridos e destruídos por fagocitose; • cél. NK: lise por liberação perforina (homólogo componente C9 do Complemento. ANTICORPO= SECREÇÃO DO PLASMÓCITO • Cadeia Leve (polipeptídeo formado por 220 aminoácidos): comum a todas moléculas de anticorpos, podendo ser de dois tipos: kappa e lambda. • Cadeia Pesada (polipeptídeo formado por 440 aminoácidos): podem ser de 5 tipos: mi, gama, alfa, delta, epsilon. Determinam o tipo de classe de imunoglobulina – IgM, IgG, IgA, IgD, IgE. FUNÇÃO DA IG • IgM: 1º classe de anticorpo secretado na resposta primária. Forma secretada = pentâmero de 900.000 Mr e 10 sítios de ligação de antígenos. 10% das imunoglobulinas do plasma. Eficiente na ligação com C1q, ativando a Cascata do Complemento e lise celular. • IgG: Ig predominante no plasma = monômero de 150.000 Mr – 75% das Ig séricas. 4 sub- classes: IgG1 a 4. Diferenciam entre si pelo número de pontes dissulfídicas. Predominante é IgG1(65 a 77%). Aloanticorpos de células vermelhas são predominantemente IgG1 e IgG3. • IgA: classe de imunoglobulinas principal nas secreções – 15% do total de Ig no plasma; _ 1/3 dos anticorpos anti-A e anti-B. • IgE: < 1% do total de Ig do plasma; A porção Fc da molécula se liga a basófilos e mastócitos. Porção Fab se liga a um alérgeno - ligação cruzada com outra molécula - liberação histamina (reação alérgica). • IgD: papel na diferenciação do lifócito B. • O isotipo de imunoglobulina (Ig) (classe) codificado pelos segmentos de região constante do gene de imunoglobulina que formam a poro Fc de um anticorpo. A expressão de um isotipo especifco determina a função de um anticorpo atividade da ligação especifica a moléculas receptoras de Fc em diferentes células efetoras imunitárias. • A expressão do isotipo reflete o estágio de maturação de uma célula B. As células B expressam isotipos IgM e IgD com genes variáveis não mutados, que são produzidos a partir do mesmo transcrito inicial após splicing alternativo. A expressão de outros isotipos de anticorpos (IgD, IgM IgG1-4, IgA1-2, IgE) ocorre por meio de um processo de recombinação por troca de classe (CSR) após a exposição ao antígeno. SÍNTESE DE Ac • Estimulação antigênica; • 3 células envolvidas: linfócito B, linfócito T, CAA (célula apresentadora de antígenos); • 1º passo: Reconhecimento Ag pela CAA – endocitose – entregue aos endossomas (proteólise limitada) – MHC classe II transportado pela cadeia invariante (proteína carreadora), do Complexo de Golgi para endossomas – ligação do peptídeo derivado Ag a molécula de MHC classe II, formando um complexo Ag/MHC classe I. • 2º passo: Reconhecimento do complexo Ag/MHC classe II pela célula T helper – outras interações como B7 na CAA e CD28 na cél T helper – ativação celular – síntese do receptor do fator de crescimento IL2 e aumento de secreção da IL2 = estimula proliferação. • 2º passo: Reconhecimento do complexo Ag/MHC classe II pela célula T helper – outras interações como B7 na CAA e CD28 na cél T helper – ativação celular – síntese do receptor do fator de crescimento IL2 e aumento de secreção da IL2 = estimula proliferação. • Após estimulação, algumas céls. B produzem resposta imune primária e outras se tornam céls. B de memória. As primeiras morrem em poucos dias e as outras permanecem circulantes por vários anos. RESPOSTA IMUNOLÓGICA • O sistema imune inato é ativado quando o corpo percebeestar sob ataque. Isso envolve o reconhecimento de sinais de alarme gerados por duas vias. Os sinais de alarme são gerados por microrganismos invasores (sinais exógenos) ou por células mortas e à morte (sinais endógenos). Os sinais exógenos são compostos por moléculas produzidas por invasores microbianos. Coletivamente, essas moléculas são denominadas padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs). Os sinais endógenos são compostos por moléculas liberadas por células danificadas, mortas ou à morte. PADRÕES MOLECULARES ASSOCIADOS A PATÓGENOS (PAMPs) • Dois tipos de sinal desencadeiam as defesas inatas do corpo. Um sinal, gerado pela presença de microrganismos invasores, é detectado por meio da percepção de suas características moléculas de superfície, ou ácidos nucleicos. Essas moléculas são denominadas padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs). • Os sinais gerados pela ligação de PAMPs a TLRs ativam células sentinelas e estimulam nas a secretar diversas moléculas. Algumas dessas moléculas são proteínas denominadas citocinas, que “ligam” o processo inflamatório. • O sistema imune inato não tenta reconhecer todas as possíveis moléculas microbianas. Ao invés disso, o corpo usa receptores que podem se ligar e responder a moléculas essenciais e abundantes comuns a diversos microrganismos mas ausentes dos tecidos animais normais. • São essenciais à sobrevida microbiana e, assim, são comumente compartilhadas por todas as classes de patógeno. • Quando um PAMP se liga a seu TLR correspondente, a célula recebe sinais. Há formação de complexos multiproteicos de sinalização e desencadeamento de cascatas de transdução de sinal e, assim, a célula produz moléculas pró- inflamatórias. • Macrófagos, células dendríticas e mastócitos são ativados quando PAMPs ou DAMPs se ligam a seus PRRs. FAGOCITOSE DE MICRORGANISMO • A fagocitose dos macrófagos é similar à dos neutrófilos. Os macrófagos destroem as bactérias utilizando mecanismos oxidativos e não oxidativos. Diferentemente dos neutrófilos, porém, os macrófagos são capazes de manter a atividade fagocítica e repeti-la. • A fagocitose ocorre primeiramente quando na SUPERFÍCIE do fagócito há presença de um RECEPTOR e o microrganismo (ou moléculas) se liga a ele , gerando o reconhecimento d o fagócito. • Importante ressaltar que apesar da imunidade inata não possuir tanta especificidade como a imunidade adaptativa, ela possui alguns mecanismos de reconhecer de alguma forma os microrganismos. • Processo de englobamento (membrana celular se fecha ao redor do microorganismo) é o inicio da fagocitose, quando o microorganismo é fagocitado é levado para dentro do citoplasma, sendo chamado de Fagossoma. • Posteriormente, há fusão dos lisossomas formando a estrutura fagolisossoma ( contém várias enzimas provenientes dos lisossomas). Porém para continuidade do processo é necessário a ativação dos Macrófagos para que eles produzam moléculas capazes de eliminar os microrganismos . • Apresentam três tipos de mecanismos importantes: espécie reativas de oxigênio; espécies reativas de nitrogênio e enzimas proteolíticas. COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATILIDADE (MHC) • As células apresentadoras de antígenos usam receptores denominados moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) para ligar e apresentar os antígenos. As moléculas de MHC são codificadas por genes localizados no complexo principal de histocompatibilidade. • Receptores apresentadores de antígeno são glicoproteínas codificadas por genes agrupados em uma região gênica chamada complexo principal de histocompatibilidade (MHC). Os receptores são, portanto, chamados de moléculas do MHC. Os fragmentos antigênicos podem induzir uma resposta imune somente quando estão acoplados às moléculas do MHC, e essas moléculas podem se ligar aos receptores de antígeno dos linfócitos T. • O MHC pode ser considerado um agrupamento organizado de genes que controla a apresentação antigênica e, portanto, determina a suscetibilidade às doenças infecciosas ou autoimunes. • As moléculas clássicas de MHC são altamente polimórficas, ou seja, demonstram uma enorme gama de variações estruturais hereditárias, o que permite que cada animal responda a um grupo diferente de antígenos. • As moléculas de MHC de classe I são encontradas em todas as células nucleadas. Sua função é apresentar antígenos endógenos para os linfócitos T CD8+. • As moléculas de MHC de classe II são encontradas nas células apresentadoras de antígenos profissionais, células dendríticas, macrófagos e linfócitos B. Sua função é apresentar antígenos exógenos para os linfócitos T CD4+. • A região de classe III do MHC contém uma mistura de genes, alguns dos quais codificam componentes do sistema complemento. • Conjunto de genes que secreta para a superfície da célula glicoproteínas especializadas para ativação dos linfócitos T. • MHC e a região genética: Descoberto como locus genético determinante da aceitação ou rejeição dos transplantes; Gêmeos idênticos → aceitam o transplante; Indivíduos diferentes → rejeição do transplante. • Codificar proteínas de superfície que reconhecem e apresentam antígenos próprios ou externos para o nosso sistema imune adaptativo. • MHC e tolerância: Quando o doador e o receptor diferem quanto ao MHC, a resposta imune é dirigida contra a molécula ou moléculas MHC estranhas expressas pelo enxerto. • Todos os vertebrados, desde os peixes cartilaginosos até os mamíferos, possuem moléculas de histocompatibilidade que são agrupadas no MHC. Cada MHC tem uma estrutura bem conservada, consistindo em cerca de 200 genes distribuídos entre 3 mb de DNA divididos em três regiões contendo três classes de loci gênicos de MHC. • Os genes de classe I podem ser classificados como os que são altamente polimórficos (genes de classe Ia), e aqueles que mostram muito pouco polimorfismo são os das classes Ib, Ic ou Id. (Polimorfismo refere-se a variações estruturais entre proteínas.) Os genes de classe Id localizam-se fora do MHC, em um cromossomo diferente. Os genes de loci de classe II, por outro lado, codificam moléculas de MHC polimórficas encontradas somente nas células apresentadoras de antígenos profissionais (células dendríticas, macrófagos e linfócitos B) (Tabela 11-1). Os genes da região de classe III codificam proteínas com diversas funções, muitas das quais estão associadas à imunidade inata, como as proteínas do sistema complemento. Embora cada MHC contenha as três regiões gênicas, seu conteúdo genético e arranjo variam entre as espécies. • MCH classe 1: Só apresentam peptídeos; Apresentam uma ampla especificidade quanto à ligação; Só podem apresentar um peptídeo por vez, porem podem acomodar muitos peptídeos diferentes; O peptídeo pode permanecer associado ao MHC durante horas ou muitos dias; A expressão das mol. do MHC é regulada por citocinas; Está presente em quase todas as células nucleadas; Reconhece antígenos intracelulares e apresenta aos Linfócitos T CD8. • Algumas são codificadas por genes encontrados na região MHC de classe I, outras por genes em outros cromossomos. Estas moléculas são classificadas de acordo com sua origem evolucionária. • Os genes da classe Id são similares aos da classe I, mas não são polimórficos e não estão localizados no cromossomo do MHC. Muitos de seus produtos contribuem para a imunidade inata, já que interagem com PAMPs. Por exemplo, as moléculas CD1 se ligam aos lipídeos bacterianos. • MCH classe 2: Apresentam peptídeos às células T CD4+; As mol. de Classe II NÃO sãoconstitutivamente expressas na maioria das células, somente nas células dendríticas e Linf. B!!!; Somente sob estímulo (IFN-gama por ex.); Apresentam Ag protéicos que sofreram endocitose (produzidos fora da célula e encontrados dentro do fagossoma; Encontradas principalmente em células dendríticas, linfócitos B, macrófagos... • Os mamíferos diferem em sua expressão de moléculas de MHC de classe II. Nos roedores, estas moléculas são restritas às células apresentadoras de antígenos profissionais (células dendríticas, macrófagos e linfócitos B), mas podem ser induzidas nos linfócitos T, nos queratinócitos e nas células endoteliais vasculares. • Os linfócitos T em repouso dos camundongos não expressam moléculas de MHC de classe II, mas em suínos, cães, gatos, visons (Mustella) e equinos, os produtos de MHC de classe II são constitutivamente expressos em quase todos os linfócitos T adultos em repouso. Nos bovinos, a maior parte das moléculas de MHC de classe II é expressa somente por linfócitos B e nas células T ativadas. Nos suínos, os linfócitos T em repouso expressam moléculas de MHC de classe II em níveis similares aos dos macrófagos. SUPERANTÍGENOS • Algumas moléculas microbianas, denominadas superantígenos, são capazes de estimular um a cada cinco linfócitos T a se dividir. Originalmente, acreditava-se que essas proteínas eram simplesmente mitógenos não específicos, o que não é verdade. Os superantígenos ativam somente os linfócitos T cuja cadeia β do TCR apresente certo domínio V ao qual pode se ligar. • Todos os superantígenos têm origem microbiana, como estreptococos, estafilococos, micoplasmas e virais, como o vírus da raiva. As respostas aos superantígenos não estão restritas ao MHC (p. ex., eles não dependem de haplótipos específicos do MHC), mas a presença de um antígeno no MHC é necessária para uma resposta efetiva, já que os superantígenos não se ligam no sítio de ligação das moléculas do MHC de classe II, mas sim em outro lugar em sua superfície. • Os superantígenos estimulam uma intensa resposta por parte dos linfócitos T. Alguns superantígenos podem estimular a secreção de citocinas com tamanha intensidade que essas citocinas podem levar à síndrome do choque tóxico.
Compartilhar