Buscar

Roteiro ADM - Mariana Montebelo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 87 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 87 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 87 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Funções do Estado
� Separação Funcional de Poderes (artigo 2º
CRFB)
� Funções típicas (normativa, administrativa e 
jurisdicional) e funções atípicas exercidas 
pelos Poderes da República (artigos 52, 
incisos I e II; 62; 96, inciso I, alíneas “a”, “b”
etc). 
Função Administrativa
� Caráter residual
� Sentido subjetivo (orgânico: órgãos e entes da 
Administração Pública) e sentido objetivo
(atividade exercida: poder de polícia, intervenção 
na ordem econômica; intervenção na 
propriedade)
� Governo (fixação dos objetivos e políticas 
públicas) versus Administração Pública 
(execução)
Descentralização
� Descentralização política e federalismo (artigos 
1º e 18 da CRFB)
� Sistema de repartição de competências (artigos 
21 e seguintes, 25, 29, todos da CRFB)
� Autonomia dos entes federativos: auto-
governo, auto-organização e auto-
administração. 
Descentralização Administrativa
� Autoadministração dos entes federativos
� Descentralização versus desconcentração
� Teoria do órgão: centro de competência
� Imputação volitiva
� Ausência de personalidade jurídica (artigo 1º, §1º, 
da Lei n. 9.784/99)
� Criação e extinção de órgãos públicos (artigo 48, 
inciso XI c/c artigo 61, inciso II, alínea “e”)
Teoria do Órgão Público
� Capacidade processual (artigo 7º do CPC)
� Defesa de prerrogativas institucionais
� Classificação dos órgãos quanto à posição 
estatal: (i) independentes; (ii) autônomos; 
(iii) superiores; (iv) subalternos. 
Descentralização 
� Discricionariedade (conveniência e 
oportunidade)
� Fundamento: artigo 10 do Decreto-Lei 200/67 
(especialização)
� Descentralização legal (Administração Pública 
Indireta: artigo 37, inciso XIX, CRFB), negocial 
(concessões e permissões) e social 
(Organizações Sociais, OSCIP’S etc).
Descentralização negocial
� Concessões e Permissões de serviços 
públicos (Lei n. 8987/95)
� Parceria Público-Privada (PPP) – Lei n. 
11.079/2004
Descentralização Social
� Organizações Sociais (Lei n. 9.637/98) –
contrato de gestão (artigo 5º); áreas de 
atuação (artigo 1º)
� Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público (OSCIP’s) – Lei n. 9.790/99 
(atividades de interesse público: artigo 3º); 
qualificação junto ao MJ (artigo 5º); termo de 
parceria (artigo 9º)
Administração Pública Indireta
� Criação por lei (artigo 37, inciso XIX, CRFB)
� Personalidade jurídica própria
� Ausência de subordinação hierárquica (controle 
finalístico)
� Autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista (artigo 5º do Decreto-
Lei n. 200/67 e artigo 77 da CERJ) 
Autarquias
� Personalidade jurídica de direito público
� Especialização (objeto)
� Autarquia interfederativa (artigo 6º da Lei n. 
11.107/2005 – consórcios públicos – artigo 
241 da CRFB)
� Patrimônio: artigo 98 do CC 2002
� Regime de pessoal: público (estatutário) –
flexibilização operada pela EC n. 19 
suspensa pelo STF (ADI 2135)
Autarquias (cont.)
� Competência para litígios judiciais: artigo 
109, inciso I, CRFB
� Prerrogativas processuais: Fazenda Pública 
(prazos dilargados, execução fiscal, regime 
de precatório)
� Licitação (Lei n. 8.666/93)
� Responsabilidade Civil (artigo 37, §6º, CRFB)
Agências Reguladoras
� Contextualização: Estado Subsidiário e Programa 
Nacional de Desestatização
� Regulação na CRFB: EC 8/95 – artigos 21, inciso XI 
(telecomunicações: Lei n. 9.472/97) e 177, §2º, 
inciso III (petróleo: Lei n. 9.478/97).
� Entidade reguladora: autarquia submetida a regime 
especial (artigo 8º, §2º, Lei n. 9472/97 - ANATEL) 
Regime Especial das Agências Reguladoras
� Poder normativo técnico (deslegalização) - exemplos: artigo 7º, incisos III e 
IV, L. 9.782/99 (ANVISA); artigo 19, incisos IV, X, XII e XIV, L. 9.472/97 
(ANATEL).
� Autonomia decisória (função judicante: artigo 19, inciso XVII e XVIII, L. 
9.472/97): ausência de subordinação hierárquica.
� Independência político-administrativa (nomeação dos dirigentes: ADI 1949 
RS e En. 25 do STF) – mandato a termo fixo, não coincidência dos 
mandatos e quarentena: artigo 11 L. 9.478/97 (ANP).
� Autonomia econômico-financeira (instituição de taxa de fiscalização) –
exemplo: artigo 18 L. 9.961/00 (ANS).
Nomeação e destituição dos dirigentes das agências 
reguladoras – ADI 1949/RS
EMENTA: I. Agências reguladoras de serviços públicos: natureza autárquica, quando suas funções sejam 
confiadas por lei a entidade personalizada e não, à própria administração direta. II. Separação e 
independência dos Poderes: submissão à Assembléia Legislativa, por lei estadual, da escolha e da 
destituição, no curso do mandato, dos membros do Conselho Superior da Agência Estadual de 
Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul - AGERGS: parâmetros federais 
impostos ao Estado-membro. 
1. Diversamente dos textos constitucionais anteriores, na Constituição de 1988 - à vista da cláusula final 
de abertura do art. 52, III -, são válidas as normas legais, federais ou locais, que subordinam a nomeação 
dos dirigentes de autarquias ou fundações públicas à prévia aprovação do Senado Federal ou da 
Assembléia Legislativa: jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal. 2. Carece, pois, de 
plausibilidade a argüição de inconstitucionalidade, no caso, do condicionamento à aprovação prévia da 
Assembléia Legislativa da investidura dos conselheiros da agência reguladora questionada. 3. 
Diversamente, é inquestionável a relevância da alegação de incompatibilidade com o princípio 
fundamental da separação e independência dos poderes, sob o regime presidencialista, do art. 8º das leis 
locais, que outorga à Assembléia Legislativa o poder de destituição dos conselheiros da agência 
reguladora autárquica, antes do final do período da sua nomeação a termo. 4. A investidura a termo - não 
impugnada e plenamente compatível com a natureza das funções das agências reguladoras - é, porém, 
incompatível com a demissão ad nutum pelo Poder Executivo: por isso, para conciliá-la com a suspensão 
cautelar da única forma de demissão prevista na lei - ou seja, a destituição por decisão da Assembléia 
Legislativa -, impõe-se explicitar que se suspende a eficácia do art. 8º dos diplomas estaduais referidos, 
sem prejuízo das restrições à demissibilidade dos conselheiros da agência sem justo motivo, pelo 
Governador do Estado, ou da superveniência de diferente legislação válida. 
Empresas Públicas e SEM
� Fundamentos: artigo 173, §1º da CRFB; artigo 5º, II 
e III, do DL 200/67.
� Personalidade jurídica (direito privado)
� Objeto: atividade econômica (artigo 173, caput: 
segurança nacional ou relevante interesse coletivo) e 
prestação de serviços públicos
Empresas Públicas e SEM
� Diferenças entre os regimes:
(i) constituição do capital (artigo 5º DL 200/67)
(ii) Forma jurídica (artigo 5º DL 200/67)
(iii) Foro para solução de litígios (artigo 109, inciso I, 
CRFB: empresas públicas federais)
Empresas Públicas e SEM
� Regime jurídico híbrido comum:
(i) Personalidade jurídica de direito privado (artigo 173, §1º, CRFB)
(ii) Criação e extinção (artigo 37, inciso XIX, CRFB) – Não se 
sujeitam à falência (artigo 2º, inciso I, Lei 11.101/05).
(iii) Regime jurídico de pessoal (regime celetista, com admissão 
por concurso público: artigo 37, inciso II, CRFB). Observância 
de limite máximo de remuneração (artigo 37, §9, CRFB). 
Empresas Públicas e SEM: licitações e RC
� Submissão ao regime licitatório – Lei n. 8.666/93. 
� Artigo 173, §1º, inciso III, CRFB.
� Procedimento simplificado da Petrobrás (artigo 67 da 
Lei n. 9.47897).
� Entendimento do TCU versus Jurisprudência do STF 
(AC1193/RJ).
� Responsabilidade Civil (artigo 37, §6º, CRFB: 
prestadoras de serviço público).
Empresas Públicas e SEM: regime patrimonial
� Natureza jurídica dos bens das estatais (artigo 98 do 
CC02). 
� Patrimônio e impenhorabilidade de bens (artigo 100 
da CRFB?).
� Estatais exploradoras de atividade econômica versus
estatais prestadoras de serviço público (princípio da 
continuidade do serviço público).
Empresa Brasileira de Correiose Telégrafos (artigo 
12 do DL. 509/69)
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA BRASILEIRA DE 
CORREIOS E TELÉGRAFOS. IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS E 
SERVIÇOS. RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI Nº 509/69. EXECUÇÃO. 
OBSERVÂNCIA DO REGIME DE PRECATÓRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 100 DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica 
equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, 
rendas e serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-lei nº 509/69 e não-incidência da 
restrição contida no artigo 173, § 1º, da Constituição Federal, que submete a empresa 
pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade 
econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações 
trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta 
serviço público da competência da União Federal e por ela mantido. Execução. 
Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do disposto no artigo 100 
da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e provido (RE 225. 011/MG). 
Impenhorabilidade de bens das estatais – caso do 
Metrô de SP
� O STF suspendeu decisão que, em execução, determinou a penhora 
dos recursos financeiros da Companhia do Metropolitano de São Paulo 
até o julgamento de recurso extraordinário. Sustentou o METRO, no 
recurso extraordinário, que não se lhe aplica o regime jurídico próprio 
das empresas privadas (CF, art. 173, § 1º, II), porquanto não exerce 
atividade econômica em sentido estrito, razão pela qual pleiteia a 
prerrogativa da impenhorabilidade de seus bens, tal como 
concedida pela Corte à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos -
ECT no julgamento do RE 220906/DF. Tendo em conta tratar-se de 
empresa estatal prestadora de serviço público de caráter essencial, 
qual seja, o transporte metroviário (CF, art. 30, V), e que a penhora 
recai sobre as receitas obtidas nas bilheterias da empresa que estão 
vinculadas ao seu custeio, havendo sido reconhecida, nas 
instâncias ordinárias, a inexistência de outros meios para o 
pagamento do débito, entendeu-se, com base no princípio da 
continuidade do serviço público, densa a plausibilidade jurídica da 
pretensão e presente o periculum in mora. (AC-669)”
Fundações Públicas
� Conceito (afetação de um patrimônio) e criação (artigo 37, XIX, CRFB).
� Personalidade jurídica (controvérsia: artigo 5º, inciso IV, DL 200/67). 
Natureza jurídica aferida casuisticamente, de acordo com a lei instituidora.
� Necessidade de vinculação aos objetivos previstos no artigo 62, p. único, 
do CC02 ?
� Regime jurídico: público (fundação autárquica) ou híbrido (semelhante ao 
regime das estatais prestadoras de serviços públicos). 
Princípios que regem a AP
� Distinção entre princípios e regras (caráter 
normativo).
� Base normativa: artigo 37, caput, CRFB e 
artigo 2º, Lei 9.784/99.
PRINCÍPIOS X REGRAS
Princípios
� Estão próximos aos fundamentos do sistema
� Inspiram a elaboração legislativa (normogenética)
� Suscitam problemas de validade e peso
� Expressam um fim; configuram mandados de otimização
� Convivem de modo conflitual (admitem colisão)
� Chocam-se apenas no plano fático, quando da análise do caso
Regras
� Não estão próximos aos fundamentos do sistema
� São o produto do trabalho legiferante
� Suscitam apenas problemas de validade
� Expressam uma conduta; configuram prescrições que devem ser cumpridas na exata 
medida
� Não convivem de modo conflitual (são antinômicos e aplicam-se no tudo ou nada)
� Chocam-se apenas no plano abstrato, cabendo incidir uma única regra, 
integralmente, no caso.
Princípios Constitucionais
� Legalidade: evolução para juridicidade
� GUSTAVO BINEMBOJM: “Com a constitucionalização do direito 
administrativo, a lei deixa de ser o fundamento único e último da atividade 
administrativa. A Constituição – entendida como sistema de regras e 
princípios – passa a constituir o cerne da vinculação administrativa à
juridicidade. A legalidade, embora ainda muito importante, passa a constituir 
apenas um princípio do sistema de princípios e regras constitucionais. Passa-
se, assim, a falar em um princípio da juridicidade administrativa para designar 
a conformidade da atuação da Administração Pública ao direito como 
um todo, e não mais apenas à lei.”
Juridicidade
(i) segundo a lei, quando esta for constitucional 
(atividade secundum legem); 
(ii) mas pode encontrar fundamento direto na 
Constituição, independente ou para além da lei 
(atividade praeter legem), ou, eventualmente; 
(iii) legitimar-se perante o direito, ainda que contra a lei, 
porém, com fulcro numa ponderação da legalidade 
com outros princípios constitucionais (atividade 
contra legem, mas com fundamento em uma 
otimizada aplicação da Constituição). 
Juridicidade contra legem
� Discussão: pode o administrador público 
recusar execução a uma lei que repute 
inconstitucional? 
ROMS 17.996/RJ (STJ)
RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. AGENTE 
PÚBLICO. DESCUMPRIMENTO DE LEI SOB ALEGAÇÃO DE SUA 
INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE.(...). RECURSO 
ORDINÁRIO NÃO-PROVIDO. 
Não é permitido a este egrégio Sodalício criar um controle de 
inconstitucionalidade a latere não contemplado pelo nosso 
ordenamento jurídico na medida em que não se deve dar respaldo a 
que um agente público se negue a cumprir preceito de lei ainda não 
afastado do nosso ordenamento jurídico. 
Discussão quanto ao Enunciado n.º 347 do STF
Mandado de Segurança n.º 25.888/DF
Até o advento da Emenda Constitucional n° 16, de 1965, que introduziu em nosso sistema o 
controle abstrato de normas, admitia-se como legítima a recusa, por parte de órgãos não-
jurisdicionais, à aplicação da lei considerada inconstitucional. No entanto, é preciso levar em 
conta que o texto constitucional de 1988 introduziu uma mudança radical no nosso sistema de 
controle de constitucionalidade. Em escritos doutrinários, tenho enfatizado que a ampla 
legitimação conferida ao controle abstrato, com a inevitável possibilidade de se submeter 
qualquer questão constitucional ao Supremo Tribunal Federal, operou uma mudança substancial 
no modelo de controle de constitucionalidade até então vigente no Brasil. Parece quase intuitivo 
que, ao ampliar, de forma significativa, o círculo de entes e órgãos legitimados a provocar o 
Supremo Tribunal Federal, no processo de controle abstrato de normas, acabou o constituinte por 
restringir, de maneira radical, a amplitude do controle difuso de constitucionalidade. A amplitude 
do direito de propositura faz com que até mesmo pleitos tipicamente individuais sejam 
submetidos ao Supremo Tribunal Federal mediante ação direta de inconstitucionalidade. Assim, o 
processo de controle abstrato de normas cumpre entre nós uma dupla função: atua tanto como 
instrumento de defesa da ordem objetiva, quanto como instrumento de defesa de posições 
subjetivas. Assim, a própria evolução do sistema de controle de constitucionalidade no Brasil, 
verificada desde então, está a demonstrar a necessidade de se reavaliar a subsistência da 
Súmula 347 em face da ordem constitucional instaurada com a Constituição de 1988.”
Impessoalidade
� Impessoalidade e isonomia (artigo 2º, III, Lei 
9.784/99)
� Concretizações: teoria da imputação; 
licitações (artigo 37, inciso XXI); meritocracia 
(artigo 37, inciso II); regime dos precatórios 
(artigo 100 CRFB); artigo 37, §1º, CRFB. 
Moralidade administrativa
� Moralidade: atuação pautada na lealdade e boa-fé
(artigo 2º, inciso IV, L. 9.784/99).
� Súmula Vinculante nº 13: vedação ao nepotismo (ver 
slide).
� Cabimento de ação popular (artigo 5º, inciso LXXIII, 
CRFB).
� Disregard administrativa (ver slide).
Moralidade e vedação ao nepotismo (ADC 12/DF)
EMENTA: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, 
AJUIZADA EM PROL DA RESOLUÇÃO Nº 07, de 18.10.05, DO 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE 
"DISCIPLINA O EXERCÍCIO DE CARGOS,EMPREGOS E 
FUNÇÕES POR PARENTES, CÔNJUGES E COMPANHEIROS DE 
MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS 
DE DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO, NO ÂMBITO DOS 
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E DÁ OUTRAS 
PROVIDÊNCIAS". PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. Os 
condicionamentos impostos pela Resolução nº 07/05, do CNJ, não 
atentam contra a liberdade de prover e desprover cargos em 
comissão e funções de confiança. As restrições constantes do 
ato resolutivo são, no rigor dos termos, as mesmas já impostas 
pela Constituição de 1988, dedutíveis dos republicanos 
princípios da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da 
moralidade.. 
Disregard Administrativa
� RMS 15166 / BA
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. 
LICITAÇÃO. SANÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSÃO DE EFEITOS À
SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO SOCIAL, MESMOS SÓCIOS E MESMO 
ENDEREÇO. FRAUDE À LEI E ABUSO DE FORMA. DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE. 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS 
INTERESSES PÚBLICOS.
- A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e 
com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com a 
Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção 
administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei n.º 8.666/93, de 
modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para 
estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída.
- A Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade 
administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, desconsiderar 
a personalidade jurídica de sociedade constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde 
que facultado ao administrado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo 
regular. 
- Recurso a que se nega provimento.
Moralidade e criação de cargos em comissão
(ADI 4125 - Tocantins)
O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta 
ajuizada pelo Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB 
para declarar a inconstitucionalidade de dispositivos de uma lei
do Estado de Tocantins que, ao dispor sobre a organização da 
estrutura básica do Poder Executivo, criou mais de 35 mil 
cargos em comissão. Entendeu-se que a norma impugnada 
teria desrespeitado os princípios da proporcionalidade, ante a 
evidente desproporção entre número de cargos de provimento 
em comissão e os de provimento efetivo, e da moralidade 
administrativa, além de não observar o disposto no art. 37, 
V, da CF, haja vista que grande parte dos cargos criados 
referir-se-ia a áreas eminentemente técnicas e 
operacionais, não se revestindo de natureza de chefia, 
direção ou assessoramento, o que estaria a burlar, por 
conseguinte, a exigência constitucional do concurso 
público (CF, art. 37, II).
Moralidade e pagamento de adicional noturno a servidor 
inativo
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO . ADMINISTRATIVO. ADICIONAL NOTURNO. 
PAGAMENTO AO SERVIDOR INATIVO. IMPOSSIBILIDADE.
Os princípios constitucionais da legalidade 
e da moralidade administrativa 
fundamentam a legitimidade da decisão que 
conclui ser indevido o pagamento de 
adicional noturno ao servidor público 
inativo. Inexistência de violação 
constitucional passível de impugnação em 
recurso extraordinário. Agravo regimental a 
que se nega provimento.
Impessoalidade, moralidade e pensão vitalícia a viúva de 
ex-Prefeito
� RE - 405386
� (...) Assim, entendeu que a concessão da pensão vitalícia 
representa privilégio que viola os princípios contidos no art. 37, 
caput, da CF, em especial, os da impessoalidade e da moralidade 
administrativa, esta qualificada, no caso, pela lesividade ao erário 
municipal, impondo-se a condenação prevista no art. 3º da Lei 
7.347/85. Rejeitou, ainda, a alegação de ofensa à imunidade em 
sentido material dos vereadores (CF, art. 29, VIII), porquanto 
evidenciada a expedição de ato administrativo autorizativo e não de 
norma jurídica resultante do exercício das atividades inerentes ao 
mandato parlamentar, estas compreendidas como as atividades de 
representação, fiscalização e legislação. Ademais, salientou que essa 
imunidade parlamentar, assegurada constitucionalmente aos 
vereadores no plano do direito penal e do civil, destina-se a protegê-los 
de eventuais crimes contra a honra a eles imputados. Após, o Min. 
Eros Grau pediu vista dos autos. RE 405386/RJ, rel. Min. Ellen Gracie, 
20.6.2006. (RE-405386) 
Improbidade administrativa
� Imoralidade e improbidade administrativa: a 
improbidade administrativa é considerada a 
imoralidade administrativa qualificada pela 
desonestidade de conduta do agente público, 
mediante a qual este se enriquece ilicitamente, 
obtém vantagem indevida, para si ou para outrem, ou 
causa dano ao erário. Previsão constitucional: artigos 
14, § 9º; artigo 15, inciso V; artigo 37,§ 4º, todos da 
CRFB. Lei nº 8.429/92.
Tipologia
� Enriquecimento ilícito (artigo 9º);
� Prejuízo ao erário (artigo 10);
� Violação aos princípios da Administração 
Pública (artigo 11).
Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/92)
� Sujeito passivo: artigos 1º a 3º (agente público, 
servidor ou não; qualquer pessoa que concorra 
para a prática do ato)
� Legitimidade ativa: artigo 17
� Sanções: artigo 12 (suspensão dos direitos 
políticos, perda da função pública, 
indisponibilidade de bens e ressarcimento ao 
erário)
Reclamação 2.138/STF
� Reclamação contra sentença proferida por juiz federal de primeira instância 
que, julgando procedente pedido formulado em ação civil pública por 
improbidade administrativa, condenara o então Ministro-Chefe da Secretaria de 
Assuntos Estratégicos da Presidência da República nas penalidades do art. 12 
da Lei 8.429/92 e do art. 37, § 4º, da CF, em virtude da solicitação e utilização 
indevidas de aeronaves da Força Aérea Brasileira - FAB, bem como da fruição 
de Hotel de Trânsito da Aeronáutica.
� STF, por maioria, julgou procedente a reclamação para assentar a competência 
do STF para julgar o feito e declarar extinto o processo em curso no juízo 
reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de responsabilidade político-
administrativa previstos na CF, quais sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 
8.429/92, e o regime de crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF 
e disciplinado pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por 
estarem regidos por normas especiais de responsabilidade, não respondem por 
improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas por crime de 
responsabilidade em ação que somente pode ser proposta perante o STF nos 
termos do art. 102, I, c, da CF. 
Rcl 2.138
� Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem improcedente a reclamação, os Ministros 
Carlos Velloso, Marco Aurélio, Celso de Mello e Joaquim Barbosa. 
� IMP!!! O Min. Carlos Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de 
preservar-se a observância do princípio da moralidade, e afirmando que os agentes 
políticos respondem pelos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas 
leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em relação ao que não estivesse 
tipificado como crime de responsabilidade, e estivesse definido como ato de 
improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, 
aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese dos autos, as 
tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação civil pública, não se enquadravam 
como crime de responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a competência para 
julgar a ação seria do juízo federal de 1º grau.
Publicidade
� Publicidade (artigo 5º, incisos XXXIII e 
XXXIV, da CRFB; artigo 2º, p. único, inciso V, 
L. 9.784/99
� Condição de eficácia dos atos administrativos
� Vedação à promoção pessoal (artigo 37, §1º, 
CRFB)
Direito à obtenção de cópias
� 0003387-72.2010.8.19.0000- MANDADO DE SEGURANCA 
DES. VERA MARIA SOARES VAN HOMBEECK - Julgamento: 07/05/2010 - PRIMEIRA 
CAMARA CIVEL
Mandado de Segurança. Cidadão que pretende obter cópias de contratos e aditivos relativos ao 
procedimento licitatório da nova sede do Instituto Médico Legal, para instruir Ação Popular. Obra 
realizada pelo Grupo Executivo do Programa Delegacia Legal, ligado a estrutura da Secretaria de 
Estado de Obras. Documento não essencial para o ajuizamento da Ação Popular. Ausência de 
direito liquido e certo. Denegação da ordem. 
� 0028020-50.2010.8.19.0000 - MANDADO DE SEGURANCA 
DES. CARLOS EDUARDO MOREIRA SILVA - Julgamento: 10/08/2010 - NONA CAMARA CIVEL
Mandado de Segurança. Direito Constitucional. Impetrante que pretende o fornecimento de cópia 
de inteiro teor de processo administrativo visando a instruir Ação Popular. Direito líquido e certo 
de qualquer cidadão à obtenção de informações de caráter geral ou coletivo, desde que 
apresente a indicação dos fins e razões para consegui-las. Art. 5°, XXXIII, da C.F.
Imprescindibilidade do conhecimento da legalidade do ato e do contrato administrativo para 
propositura de ação popular. Garantia de exercício pleno da cidadania. Ordem Concedida. 
Publicidade e divulgação de remuneração de servidores 
públicos
Servidor público: divulgação de vencimentos e publicidade administrativa (Informativo STF 630)
Ao aplicar o princípio da publicidade administrativa, o Plenário desproveu agravo regimental interposto de decisão 
do Min. Gilmar Mendes, Presidente à época, proferida nos autos de suspensão de segurança ajuizada pelo 
Município de São Paulo. A decisão questionada suspendera medidas liminares que anularam, provisoriamente, o 
ato de divulgação da remuneração bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor, em sítio eletrônico da 
internet, denominado "De Olho nas Contas". Na espécie, o Município impetrante alegava grave lesão à ordem 
pública, retratada no descumprimento do princípio da supremacia do interesse público sobre interesses 
particulares. Na impetração originária, de outra monta, sustentara-se violação à intimidade e à segurança privada 
e familiar dos servidores. Reputou-se que o princípio da publicidade administrativa, encampado no art. 37, 
caput, da CF, significaria o dever estatal de divulgação de atos públicos. Destacou-se, no ponto, que a 
gestão da coisa pública deveria ser realizada com o máximo de transparência, excetuadas hipóteses 
constitucionalmente previstas, cujo sigilo fosse imprescindível à segurança do Estado e da sociedade 
(CF, art. 5º, XXXIII). Frisou-se que todos teriam direito a receber, dos órgãos públicos, informações de 
interesse particular ou geral, tendo em vista a efetivação da cidadania, no que lhes competiria 
acompanhar criticamente os atos de poder. Aduziu-se que a divulgação dos vencimentos brutos de 
servidores, a ser realizada oficialmente, constituiria interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade 
e à segurança deles, uma vez que esses dados diriam respeito a agentes públicos em exercício nessa 
qualidade. Afirmou-se, ademais, que não seria permitida a divulgação do endereço residencial, CPF e RG 
de cada um, mas apenas de seu nome e matrícula funcional. Destacou-se, por fim, que o modo público de 
gerir a máquina estatal seria elemento conceitual da República.
Eficiência
� Eficiência e otimização na aplicação de recursos 
públicos.
� Ênfase no resultado / custo-benefício / 
economicidade (artigo 70 da CRFB).
� Instrumentos importantes: avaliação periódica de 
desempenho (artigo 41,§1º, inciso III) e contratos de 
gestão (artigo 37, §8º). 
Autotutela
� Enunciados 346 e 473 do STF.
� Artigo 80 da CERJ e 53 da Lei 9.784/99.
� Poder-dever de anulação de atos ilegais / faculdade 
de revogação de atos inconvenientes ou 
inoportunos.
� Prazo decadencial (artigo 54 L. 9.784/99).
� Modulação dos efeitos temporais da declaração de 
nulidade (artigo 53, §3º, Lei 5.427/09 do ERJ). 
Supremacia do interesse público
� Interesse público primário (satisfação de necessidades coletivas: 
justiça, segurança e bem-estar) e interesse público secundário 
(interesse do erário). 
� HELY LOPES MEIRELLES: “Com efeito, enquanto o Direito Privado 
repousa sobre a igualdade das partes na relação jurídica, o Direito Público 
assenta em princípio inverso, qual seja, o da supremacia do Poder Público 
sobre os cidadãos, dada a prevalência dos interesses coletivos sobre os 
individuais. (...) Sempre que entrarem em conflito o direito do indivíduo e o 
interesse da comunidade, há de prevalecer este, uma vez que o objetivo 
primacial da Administração é o bem comum”.
� Concretizações: poder de polícia, modalidades de intervenção do 
Estado na propriedade, cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos etc.
� Releitura do princípio da supremacia: atuação estatal sempre apoiada 
em finalidades públicas e exigência de motivação. 
Motivação 
� Explicitação dos pressupostos fáticos que fundamentam o ato 
administrativo. 
� Artigo 2º, p. único, inciso VII, L. 9784/99.
� Motivação obrigatória em todos os atos administrativos? (Artigo 
50 da Lei n. 9.784/99). 
� Teoria dos Motivos Determinantes: importante parâmetro de 
controle de atos discricionários. 
� Transparência e controle.
Nulidade por falta de motivação
� CONCURSO PÚBLICO. EXAME MÉDICO. MOTIVAÇÃO. 
Foi reconhecida a nulidade por falta de motivação do ato 
administrativo que desclassificou o impetrante, no exame 
médico, do concurso público para o cargo de neurocirurgião, 
após aprovação em prova objetiva, constando do resultado 
apenas que o candidato era inapto ao serviço público. Dessa 
forma, é flagrante a nulidade do ato por ausência da devida 
fundamentação, além da falta de ampla defesa, impossibilitando 
ao candidato conhecer os motivos que ensejaram a sua 
desclassificação do certame. Precedente citado: RMS 25.703-
MS, DJe 3/8/2009. RMS 26.927-RO, Rel. Min. Maria Thereza 
de Assis Moura, julgado em 4/8/2011. 
Continuidade do serviço público
� A prestação de serviços públicos deve realizar-se de maneira contínua, 
obrigatória e ininterrupta. 
� Aplicação aos concessionários de serviços públicos: artigo 6º da Lei n. 8.987/95 
(serviço adequado). 
� Justifica a impenhorabilidade dos bens das estatais que coloquem em risco a 
prestação do serviço público.
� Justifica a necessidade de disciplina específica para o exercício do direito de 
greve por servidores públicos (artigo 37, VII, CRFB) 
� Mandado de Injunção impetrado pelo Sindicato dos Servidores do Poder 
Judiciário do Estado do Pará (MI 712/PA): o STF propôs a solução normativa 
para a omissão legislativa com a aplicação da Lei nº 7.783, de 28 de junho de 
1989, no que couber.
Razoabilidade
� Interpretação da cláusula do devido processo legal substantivo.
� Exigência de congruência lógica entre o fato e a atuação concreta da 
Administração.
� Importante parâmetro de controle da atuação administrativa 
discricionária que limita, restringe ou condiciona direitos. 
� Lógica do razoável: adequação (aptidão da medida para atender ao 
resultado pretendido), necessidade (outras medidas, eventualmente 
mais apropriadas, não estão disponíveis) e proporcionalidade em 
sentido estrito (inconvenientes da medida em comparação com o 
resultado a ser alcançado). 
Razoabilidade
� Programas de restrição ao trânsito de 
veículos automotores (rodízios).
� Aplicação de medidas sancionatórias 
(interdição de estabelecimentos, pena de 
demissão a servidor público etc). 
Pagamento de gratificação de férias 
a servidores inativos
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI ESTADUAL 
QUE CONCEDE GRATIFICAÇÃO DE FERIAS (1/3 DA 
REMUNERAÇÃO) A SERVIDORES INATIVOS - VANTAGEM 
PECUNIARIA IRRAZOAVEL E DESTITUIDA DE CAUSA - LIMINAR 
DEFERIDA. - A norma legal, que concede a servidor inativo 
gratificação de ferias correspondente a um terço (1/3) do valor da 
remuneração mensal, ofende o critério da razoabilidade que atua, 
enquanto projeção concretizadora da cláusula do "substantivedue
process of law", como insuperável limitação ao poder normativo do 
Estado. Incide o legislador comum em desvio ético-jurídico, quando 
concede a agentes estatais determinada vantagem pecuniária cuja 
razão de ser se revela absolutamente destituída de causa. (ADI 
1.158/AM).
ADI 855/PR
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 10.248/93, 
do Estado do Paraná, que obriga os 
estabelecimentos que comercializem Gás Liquefeito 
de Petróleo - GLP a pesarem, à vista do 
consumidor, os botijões ou cilindros entregues ou 
recebidos para substituição, com abatimento 
proporcional do preço do produto ante a eventual 
verificação de diferença a menor entre o conteúdo e 
a quantidade líquida especificada no recipiente. 
Violação ao princípio da proporcionalidade e 
razoabilidade das leis restritivas de direitos. 5. Ação 
julgada procedente.
Segurança das relações jurídicas
� Vertente objetiva: artigo 5º, inciso XXXVI, CRFB.
� Vertente subjetiva: proteção da confiança legítima e boa-fé (artigo 2º, 
inciso XIII, L. 9.784/99).
� Fixação de prazo decadencial para exercício da autotutela.
� Modulação dos efeitos decorrentes da anulação de atos 
administrativos.
� Exigibilidade de regras jurídicas de transição, em caso de mudança de 
regime jurídico.
� Vedação de aplicação retroativa de nova interpretação conferida à
norma administrativa. 
� Debate: Imprescritibilidade das ações de ressarcimento de dano ao 
erário (artigo 37, §5º, CRFB). 
Artigo 37, §5º, CRFB (MS 26.210)
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA 
UNIÃO. BOLSISTA DO CNPq. DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE 
RETORNAR AO PAÍS APÓS TÉRMINO DA CONCESSÃO DE BOLSA PARA 
ESTUDO NO EXTERIOR. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. INOCORRÊNCIA 
DE PRESCRIÇÃO. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA. I - O beneficiário de 
bolsa de estudos no exterior patrocinada pelo Poder Público, não pode 
alegar desconhecimento de obrigação constante no contrato por ele 
subscrito e nas normas do órgão provedor. II - Precedente: MS 24.519, Rel. 
Min. Eros Grau. III - Incidência, na espécie, do disposto no art. 37, § 5º, da 
Constituição Federal, no tocante à alegada prescrição. IV - Segurança 
denegada. (Ministro Ricardo Lewandowski).
Artigo 37, §5º, CRFB (MS 26.210)
� Ministro Marco Aurélio: a ressalva não é para 
determinar a imprescritibilidade, mas sim, para 
determinar a incidência da regra geral de prescrição 
de cinco anos para as dívidas passivas da Fazenda 
Pública.
� Ministro Cezar Peluso: imprescritibilidade, apenas, 
para as ações de ressarcimento por danos ao erário 
decorrentes de ilícitos de caráter criminal. 
Ato Administrativo
� Manifestação unilateral de vontade, praticada por agente 
administrativo, atuando nessa qualidade, que tenha por objetivo 
produzir efeitos jurídicos para terceiros ou na órbita administrativa, 
com finalidade pública e sob regime jurídico público.
� Três pontos fundamentais a serem extraídos do conceito: 
(i) Vontade emanada de agente da AP;
(ii) Conteúdo visando à produção de efeitos com fim público;
(iii) Regime de direito público. 
� Elementos do ato administrativo: artigo 2º da Lei n. 4.717/65
Competência
� Medida (limite / círculo) prevista em lei dentro 
da qual o agente público pode exercer suas 
atribuições.
� Elemento vinculado à lei.
� Convalidação ou sanatória (artigo 55 da Lei 
n. 9.784/99). 
Finalidade
� Satisfação do interesse público – resultado 
previsto na regra de competência – bem 
jurídico objetivado pelo ato. 
� Inobservância: desvio de finalidade (artigo 2º, 
p. único, alínea “e”, Lei APOP). 
Forma
� Exteriorização da manifestação de vontade, de 
acordo com a previsão legal (elemento vinculado)
� Observância, como regra, do princípio da solenidade 
(formalização por escrito) – artigo 22, §1º, da Lei n. 
9.784/99
� Contratos: artigo 60, parágrafo único, da Lei n. 
8.666/93 (pesquisa: prestação de serviços sem 
cobertura contratual?)
Silêncio administrativo
� Só produz efeito jurídico (positivo ou negativo) 
quando assim a lei expressamente determinar.
� Artigo 5º, inciso LXXVIII, CRFB – duração razoável 
do processo administrativo.
� Dever de decidir: artigos 48 e 49 da Lei n. 9.784/99.
Motivo
� Situação / pressuposto de fato e de direito que 
embasa o ato administrativo – antecede o ato 
(ao contrário da finalidade, que sucede ao ato). 
� Motivo versus motivação (dever de indicação, 
de justificação das razões de fato e de direito 
que embasaram o ato – artigo 50 da Lei n. 
9.784/99).
Objeto
� Conteúdo do ato administrativo / alteração no 
mundo jurídico que se pretende por meio da 
edição do ato.
� Exemplos: admissão de um servidor público 
(nomeação); aquisição da propriedade 
(desapropriação); multa (aplicação de uma 
sanção ao infrator) etc. 
Mérito Administrativo
� Impossibilidade de o legislador prever todas as 
situações que podem ocorrer na realidade da vida 
em sociedade – atribuição, ao administrador, de 
certa margem de discricionariedade.
� Atividade discricionária, pautada por critérios de 
conveniência e oportunidade.
Atos vinculados e atos discricionários
� Superação da dicotomia???? Diferentes graus de vinculação à
juridicidade.
� Ato vinculado: todos os seus elementos estão previstos na 
norma que lhe garante validade / uma única solução 
administrativa possível. 
� Ato discricionário: margem de liberdade ao administrador 
público quanto à conveniência e oportunidade da prática do 
ato (mérito do ato: motivo e objeto não vinculados) / várias 
soluções possíveis, todas válidas. 
Aprovação em concurso público 
e direito à nomeação
� Nomeação de candidatos aprovados em concurso 
público: discricionariedade da Administração 
Pública?
� Enunciado 15 do STF (artigo 37, inciso IV, CRFB) –
direito subjetivo à nomeação em caso de preterição 
da ordem de classificação. 
� RE 598.099 / MS – reconhecida repercussão geral 
da matéria (aguarda julgamento).
Aprovação em concurso público 
e direito à nomeação (1ª Turma STF)
EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. NOMEAÇÃO 
DE APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO. EXISTÊNCIA DE VAGAS PARA 
CARGO PÚBLICO COM LISTA DE APROVADOS EM CONCURSO VIGENTE: 
DIREITO ADQUIRIDO E EXPECTATIVA DE DIREITO. DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO. RECUSA DA ADMINISTRAÇÃO EM PROVER CARGOS 
VAGOS: NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO. ARTIGOS 37, INCISOS II E IV, DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL 
SE NEGA PROVIMENTO. 
1. Os candidatos aprovados em concurso público têm direito subjetivo à
nomeação para a posse que vier a ser dada nos cargos vagos existentes ou 
nos que vierem a vagar no prazo de validade do concurso. 
2. A recusa da Administração Pública em prover cargos vagos quando 
existentes candidatos aprovados em concurso público deve ser motivada, e 
esta motivação é suscetível de apreciação pelo Poder Judiciário.
3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento. (RE 227480/RJ) – 1ª
Turma do STF
Aprovação em concurso público e nomeação (STJ: ausência de direito 
líquido e certo)
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO 
PÚBLICO. EXPECTATIVA DE DIREITO. NOMEAÇÃO. ATO DISCRICIONÁRIO. PRAZO 
DE VALIDADE. PRORROGAÇÃO. DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA. ORDEM 
DENEGADA. 
1 - Consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial, os concursandos não 
possuem direito subjetivo à nomeação, mas apenas expectativa. Assim sendo, não 
há qualquer imposição à Administração de nomear os aprovados dentro do prazo de 
validade do certame, a menos que tenha havido preterição na ordem classificatória 
ou contratação a título precário, o que não se verifica na hipótese dos autos. 
Precedentes. 
2 - O surgimento de novas vagas, dentro do prazo de validade do concurso, não 
impõe à Administração o dever de preenchê-las, porquanto a nomeação dos 
aprovados sujeita-se ao juízo discricionário da Administração. Precedentes.
3 - A prorrogação do concurso público constitui faculdade outorgada à
Administração Pública, que a exerce consoante critérios de conveniência e 
oportunidade, os quais escapam ao reexame feito peloPoder Judiciário, que está
adstrito à verificação da legalidade extrínseca do ato. Precedentes. 
4 - Ordem denegada. 
(ROMS 9909/DF)
Aprovação em concurso público e nomeação (STJ: direito líquido e 
certo para nomeação dentro do número de vagas)
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DIREITO À NOMEAÇÃO. DUAS 
RECORRENTES. CANDIDATA APROVADA ENTRE AS VAGAS PREVISTAS NO EDITAL TEM DIREITO LÍQUIDO E CERTO À
NOMEAÇÃO. RECORRENTE APROVADA NAS VAGAS REMANESCENTES - MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. RECURSO 
PARCIALMENTE PROVIDO. 
1. A aprovação do candidato no limite do número de vagas definido no Edital do concurso gera em seu 
favor o direito subjetivo à nomeação para o cargo. Entretanto, se aprovado nas vagas remanescentes, 
além daqueles previstas para o cargo, gera-se, apenas, mera expectativa de direito. 
2. As disposições contidas no Edital vinculam as atividades da Administração, que está obrigada a prover 
os aprovados no limite das vagas previstas. A discricionariedade na nomeação de candidatos só incide 
em relação aos classificados nas vagas remanescentes. 
3. Não é lícito à Administração, no prazo de validade do concurso público, simplesmente omitir-se na 
prática dos atos de nomeação dos aprovados no limite das vagas ofertadas, em respeito aos 
investimentos realizados pelos concursantes, em termos financeiros, de tempo e emocionais, bem com às 
suas legítimas expectativas quanto à assunção do cargo público. Precedentes: RMS 15.034/RS e RMS 
10.817/MG. 
4. No caso, uma recorrente foi aprovada dentro do número de vagas disposto no Edital e detém direito 
subjetivo ao provimento no cargo; a outra candidata foi aprovada nas vagas remanescentes e não 
comprovou a violação da ordem de convocação dos classificados ou a contratação irregular de 
servidores, detendo, tão somente, mera expectativa de direito à nomeação.
5. Recurso Ordinário parcialmente provido, para determinar a nomeação, exclusivamente, da candidata 
aprovada dentro do número de vagas previstas no Edital. 
(ROMS 25957/MS)
Teoria dos Motivos determinantes
� Vinculação da Administração Pública aos motivos ou 
pressupostos que serviram de fundamento para o 
ato.
� Aplicação no controle judicial dos atos discricionários 
da Administração Pública. 
Discricionariedade e motivação
Mandado de Segurança n. 9.944/DF (STJ)
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. INDEFERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO 
PARA FUNCIONAMENTO DE CURSO SUPERIOR. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DO ATO 
ADMINISTRATIVO. NULIDADE.
1. A margem de liberdade de escolha da conveniência e oportunidade, conferida à Administração 
Pública, na prática de atos discricionários, não a dispensa do dever de motivação. O ato 
administrativo que nega, limita ou afeta direitos ou interesses do administrado deve indicar, de 
forma explícita, clara e congruente, os motivos de fato e de direito em que está fundado (art. 50, 
I, e § 1º da Lei 9.784/99). Não atende a tal requisito a simples invocação da cláusula do 
interesse público ou a indicação genérica da causa do ato.
2. No caso, ao fundamentar o indeferimento da autorização para o funcionamento de novos cursos 
de ensino superior na “evidente desnecessidade do mesmo”, a autoridade impetrada não 
apresentou exposição detalhada dos fatos concretos e objetivos em que se embasou para 
chegar a essa conclusão. A explicitação dos motivos era especialmente importante e 
indispensável em face da existência, no processo, de pareceres das comissões de 
avaliação designadas pelo próprio Ministério da Educação, favoráveis ao deferimento, 
além de manifestações no mesmo sentido dos Poderes Executivo e Legislativo do 
Município sede da instituição de ensino interessada. 
3. Segurança parcialmente concedida, para declarar a nulidade do ato administrativo. 
Controle judicial sobre o mérito administrativo
� Princípio da Separação Funcional de Poderes
� “O mérito (relativo a juízos de conveniência e 
oportunidade) pode até não ser diretamente 
controlável, em si, mas o demérito sempre o será”. 
(Juarez Freitas)
� Parâmetros: razoabilidade, proporcionalidade, 
realidade, juridicidade. 
Jurisprudência Tradicional
Servidor Público - Policial Militar - Promoção - Bravura -
Discricionariedade - Mérito administrativo - Princípio 
Constitucional da Tripartição de Poderes. Pretensão do 
Autor de compelir a Administração Pública a promovê-lo, 
fundado no princípio da igualdade ou isonomia. Hipótese 
em que participou ele da mesma ação policial que resultou 
na promoção de outro colega de farda. Critérios de 
conveniência e oportunidade que não estão sujeitos à
análise do Poder Judiciário. O controle judicial dos atos da 
Administração restringe-se ao controle da legalidade, não 
alcançando o exame do mérito administrativo. Principio 
constitucional da tripartição dos poderes que veda a 
intervenção judicial. Decisão confirmada. (TJRJ – AC 
32.269/09)
Jurisprudência mais atual
DIREITO ADMINISTRATIVO, CONSTITUCIONAL E PROCESSO CIVIL. CANCELAMENTO DE 
PERMISSÃO PARA EXPOSIÇÃO E VENDA DE PRODUTOS ARTESANAIS. CONTROLE JUDICIAL 
SOBRE O MÉRITO ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE. 
Os atos administrativos, mesmo os discricionários podem ser desconstituídos se forem 
desproporcionais aos fins propostos, praticados com desvio de poder, ou quando os motivos que 
o ensejaram não forem verdadeiros, suficientes ou adequados. 
A determinação de cassação de permissão é medida que se revela demasiadamente gravosa para a 
dignidade do Recorrente, ainda mais porque não se pode deixar de levar em consideração o atual 
cenário econômico, que não permite que o judiciário chancele o impedimento do exercício de uma 
atividade que confere sustento ao agravante e à sua família. 
Contudo, considerando o contexto fático-probatório presente nos autos, em que pese não ser dado 
ao Judiciário a faculdade de substituir as decisões administrativas, sob pena de violação ao 
princípio da separação de poderes, lhe é permitido, agir de ofício, de forma a garantir a efetividade jurisdicional. 
(TJRJ – AC 16.115/2009)
Discricionariedade
� Discricionariedade simples.
� Discricionariedade técnica (agências reguladoras, por exemplo).
� Conceitos jurídicos indeterminados (conceitos 
plurissignificativos como interesse público, notório saber 
jurídico, bem comum, relevância e urgência etc).
Controle da discricionariedade técnica
RESP 120.128-PR – Ministro Herman Benjamim (2010).
Ação Civil Pública. Pedido de declaração de ilegalidade das 
tarifas diferenciadas em ligações de telefonia fixa entre 
terminais localizados em municípios conurbados. 
STJ entendeu (i) que a delimitação da chamada área local, 
para configuração do serviço de telefonia e cobrança da 
respectiva tarifa, leva em conta aspectos 
predominantemente técnicos, não necessariamente 
vinculados à divisão política e geográfica do município; e 
(ii) que descabe ao Judiciário adentrar o mérito das normas 
e procedimentos regulatórios que inspiraram a 
configuração das áreas locais – DISCRICIONARIEDADE 
TÉCNICA. 
Atributos dos atos administrativos
� Presunção de legalidade e legitimidade (presunção relativa): inversão 
do ônus da prova e da provocação judiciária a quem alega a 
invalidade. 
� Coercibilidade ou imperatividade (ato cogente): os comandos são 
obrigatórios a todos que se enquadrarem na hipótese. 
� Autoexecutoriedade: execução imediata do ato administrativo, 
independentemente da aquiescência do particular ou da necessidade 
de buscar o Poder Judiciário (exceção: atos heteroexecutórios, como 
desapropriação, execução fiscal etc).
Liberação de veículo 
condicionada ao pagamento de multas
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 262. O veículo apreendido em decorrência de penalidade 
aplicada será recolhido ao depósito e nele permanecerá sob 
custódia e responsabilidade do órgão ou entidade 
apreendedora, com ônus para o seu proprietário, pelo prazo de 
até trinta dias, conforme critério a ser estabelecido pelo 
CONTRAN.
§ 2º A restituição dos veículos apreendidos só ocorrerá
mediante o préviopagamento das multas impostas, taxas e 
despesas com remoção e estada, além de outros encargos 
previstos na legislação específica.
Veículo sem licenciamento e liberação 
condicionada ao pagamento de multas
REsp 1104775 / RS (Recurso Representativo da Controvérsia)
MEDIDA ADMINISTRATIVA DE REMOÇÃO DE VEÍCULO. LIBERAÇÃO 
CONDICIONADA AO PAGAMENTO DE MULTAS JÁ VENCIDAS E DAS 
DESPESAS COM REMOÇÃO E DEPÓSITO, ESTAS LIMITADAS AOS 
PRIMEIROS TRINTA DIAS. ART. 262 DO CTB. 
1. Liberação do veículo condicionada ao pagamento das multas já vencidas e 
regularmente notificadas. 
2. A autoridade administrativa não pode exigir o pagamento de multas em 
relação às quais não tenha sido o condutor notificado, pois a exigibilidade 
pressupõe a regular notificação do interessado, que poderá impugnar a 
penalidade ou dela recorrer, resguardando, assim, o devido processo 
legal e a ampla defesa, garantias constitucionalmente asseguradas. 
3. Se a multa já está vencida, poderá ser exigida como condição para 
liberar-se o veículo apreendido, quer por ter-se esgotado o prazo de 
defesa sem manifestação do interessado, quer por já ter sido julgada a 
impugnação ou o recurso administrativo. Do contrário, estar-se-ia 
permitindo que voltasse a trafegar sem o licenciamento, cuja expedição 
depende de que as multas já vencidas sejam quitadas previamente, nos 
termos do art. 131, § 2º, do CTB. 
Desconto em folha de 
pagamento do servidor público (MS 24182/STF)
Hipótese: ressarcimento ao erário por prejuízos causados por servidor público 
mediante desconto em folha de pagamento, sem sua concordância. 
A obrigação de indenizar os cofres públicos advém da responsabilidade civil do 
servidor e poderá até ser resolvida mediante desconto em folha, mas desde que haja 
a aquiescência do servidor. Caso contrário, cabe à Administração propor ação de 
indenização contra o responsável. A Lei 8.112/90, ao reportar-se à responsabilidade 
civil dos servidores públicos da União (artigo 121 e seguintes), disciplina a forma de 
atuação da Administração, em tais casos, tendo em vista a necessidade de submeter 
ao Poder Judiciário a confirmação, ou não, do ressarcimento, apurado na esfera 
administrativa.
Sobre a forma de proceder em situações dessa natureza, esclarece mestre Hely
Lopes Meirelles ser válido o desconto em folha "inclusive na hipótese prevista no §
6º do artigo 37 da CF, mas, em qualquer caso, é necessária a concordância do 
responsável, porque a Administração não pode lançar mão dos bens de seus 
servidores, nem gravar unilateralmente seus vencimentos, para ressarcir-se de 
eventuais prejuízos. Faltando-lhe esta aquiescência, deverá recorrer às vias judiciais, 
quer propondo ação de indenização contra o servidor, quer executando a sentença 
condenatória do juízo criminal ou a certidão da dívida ativa (no caso de alcances e 
reposições de recebimentos indevidos). 
Não se aplica, no caso, a autoexecutoriedade do procedimento administrativo. 
Classificação quanto à formação 
da vontade administrativa
� Ato simples: declaração unitária de vontade. 
� Ato composto: declaração unitária de vontade dependente 
de verificação, ratificação ou ciência de outro agente ou 
órgão para sua operacionalização. 
� Ato complexo: mais de uma declaração unitária de vontade. 
Ato complexo, prazo decadencial e contraditório: 
aposentadoria (artigo 71, inciso III, CRFB)
MS N. 24.781-DF (Informativo 618 do STF). 
Mandado de Segurança. 3. Controle externo de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões. 
Inaplicabilidade ao caso da decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/99. 4. Negativa de registro de aposentadoria julgada ilegal 
pelo TCU. Decisão proferida após mais de 5 (cinco) anos da chegada do processo administrativo ao TCU e após mais de 10 (dez) anos 
da concessão da aposentadoria pelo órgão de origem. Princípio da segurança jurídica (confiança legítima). Garantias constitucionais do 
contraditório e da ampla defesa. Exigência. 5. Concessão parcial da segurança. 
I – Nos termos dos precedentes firmados pelo Plenário desta Corte, não se opera a decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/99 no 
período compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o posterior julgamento de sua legalidade e 
registro pelo Tribunal de Contas da União – que consubstancia o exercício da competência constitucional de controle externo (art. 71, 
III, CF). 
II – A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla 
defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de legalidade exercido pela Corte de Contas, para registro de 
aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco anos, sob pena de ofensa ao princípio da confiança – face subjetiva 
do princípio da segurança jurídica. Precedentes.
III – Nesses casos, conforme o entendimento fixado no presente julgado, o prazo de 5 (cinco) anos deve ser contado a partir da data de 
chegada ao TCU do processo administrativo de aposentadoria ou pensão encaminhado pelo órgão de origem para julgamento da 
legalidade do ato concessivo de aposentadoria ou pensão e posterior registro pela Corte de Contas. 
IV – Concessão parcial da segurança para anular o acórdão impugnado e determinar ao TCU que assegure ao impetrante o direito ao 
contraditório e à ampla defesa no processo administrativo de julgamento da legalidade e registro de sua aposentadoria, assim como 
para determinar a não devolução das quantias já recebidas. 
V – Vencidas (i) a tese que concedia integralmente a segurança (por reconhecer a decadência) e (ii) a tese que concedia parcialmente 
a segurança apenas para dispensar a devolução das importâncias pretéritas recebidas, na forma do que dispõe a Súmula 106 do TCU.
Aposentadoria e pensão: ato complexo e 
segurança jurídica
O STF concedeu MS impetrado contra ato do TCU que indeferira o registro 
de pensão vitalícia concedida à impetrante e determinara a devolução das 
quantias recebidas, sob o fundamento de má-fé, ante a inexistência de 
provas da sua condição de companheira do instituidor do benefício. 
Quanto ao mérito, tendo em conta o longo período em que a pensão 
vinha sendo concedida (4 anos) e o resultado gravoso do ato 
impugnado, entendeu-se que a impetrante tinha o direito líquido e 
certo de ser ouvida, no procedimento administrativo, por força dos 
princípios do contraditório e da ampla defesa, antes de a autoridade 
decidir sobre a legalidade ou não da pensão percebida (Informativo 403 
do STF).
Extinção do ato administrativo
� Extinção natural (esgotamento dos efeitos do ato 
administrativo).
� Extinção subjetiva (desaparecimento do beneficiário do ato).
� Extinção objetiva (desaparecimento do próprio objeto do ato 
administrativo).
� Caducidade (superveniência de legislação dispondo em sentido 
contrário).
� Cassação (beneficiário do ato administrativo deixa de satisfazer 
as condições necessárias para sua manutenção) – cunho 
punitivo. 
Desfazimento do ato administrativo (anulação)
� Anulação (Enunciado 473 do STF / artigo 53 da Lei n. 9.784/99) 
– teoria das nulidades no direito administrativo (teoria monista 
versus teoria dualista).
� Prazo decadencial: artigo 54 da Lei n. 9.784/99.
� Possibilidade de modulação dos efeitos temporais (artigo 52, 
§3º, da Lei 5427/09 – ERJ).
� Convalidação: suprimento da invalidade com efeitos retroativos 
(artigo 55 da Lei 9.784/99). 
Convalidação – Lei de Processo do ERJ
Art. 52. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem 
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados 
pela própria Administração.
Parágrafo único. Admite-se convalidação voluntária, em especial, nas seguintes hipóteses:
I. vícios de competência, mediante ratificação da autoridade competente;
II. vício de objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma;
III. quando, independentemente do vício apurado, se constatar que a invalidação do ato 
trarámais prejuízos ao interesse público do que a sua manutenção, conforme decisão 
plenamente motivada.
(...).
§3º Os Poderes do Estado e os demais órgãos dotados de autonomia constitucional 
poderão, no exercício de função administrativa, tendo em vista razões de segurança 
jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da declaração de nulidade 
de ato administrativo ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de determinado momento 
que venha a ser fixado.
Desfazimento do ato administrativo (revogação)
� Desfazimento do ato administrativo por razões de conveniência 
e oportunidade.
� Poder discricionário da Administração Pública. 
� Opera efeitos ex nunc.
� Descabimento de revogação de atos vinculados (em ocorrendo, 
tem-se uma expropriação de direito, como regra indenizável). 
Poderes da AP
� Prerrogativas atribuídas à Administração Pública 
pelo ordenamento jurídico para o fim de concretizar 
as atividades que visam a tutelar o interesse público.
� Caráter dúplice: poderes-deveres. 
� Poderes: hierárquico, disciplinar, regulamentar e de 
polícia. 
Poder Hierárquico
� Poder que se confere ao Estado de distribuir e escalonar as 
funções de seus órgãos, ordenar e rever a a atuação de seus 
agentes, com o estabelecimento de uma relação de 
subordinação entre agentes estatais.
� Ausência de hierarquia entre Administração Direta e Indireta 
(não há subordinação, mas supervisão finalística).
� Hierarquia na função legislativa e jurisdicional (???).
Poder Hierárquico: prerrogativas
� Ordenação: dar ordens a agentes subalternos.
� Fiscalização das atividades desempenhadas por agentes 
subalternos.
� Delegação de competência: transferência de atribuições de um 
órgão e seu titular a outro dentro do aparelho administrativo 
(artigos 12 a 14 da Lei 9.784/99).
� Avocação (artigo 15 Lei 9.784/99): chamamento de atribuições 
originariamente entregues a um subordinado ou recuperação de 
competência delegada. 
� Revisão de atos praticados por agentes subalternos (artigos 56 
e seguintes Lei 9.784/99).
Poder Disciplinar
� Poder de apurar infrações e aplicar penalidades aos 
agentes públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina 
administrativa, observando-se o devido processo legal. 
� Responsabilidade administrativa dos agentes públicos 
e independência das instâncias (artigo 123 e seguintes 
da Lei 8.112/90).
� Penalidades disciplinares (artigo 127 da Lei 8.112/90)
� Sistema dos tipos abertos (artigos 117 e 132, 
especialmente incisos V e VI).
Poder Regulamentar
� Espécie de poder normativo, de cunho secundário 
(“filling up details”). 
� Expedição de decretos / regulamentos para fiel 
execução da lei (artigo 84, inciso IV, CRFB).
� Controle do exercício do poder regulamentar: artigo 
49, inciso V, CRFB.
Poder Regulamentar
� Debate quanto aos regulamentos autônomos e independentes 
(inovam a ordem jurídica sem intermediação do Poder Legislativo). 
� Regulamentos autônomos: a própria Constituição reserva a matéria 
ao domínio do regulamento (relação de competência). 
� Regulamentos independentes: na lacuna da lei, o administrador 
público regula a matéria (relação de hierarquia). 
� EC 32/2001: passou a admitir regulamentos autônomos (domínio da 
administração) para organização interna do funcionamento dos 
órgãos administrativos (artigo 84, inciso VI, CRFB, com redação da 
EC 32/01).
Polícia Administrativa
� Poder de polícia (expressão criticada pela doutrina).
� Prerrogativa para restringir, condicionar ou limitar bens, direitos 
e atividades privados.
� Fundamento: tutela dos direitos fundamentais e da democracia.
� Base normativa: artigo 145, inciso II, da CRFB e 78 do Código 
Tributário Nacional.
Polícia Administrativa
� Artigo 78 do CTN:
“Considera-se poder de polícia a atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou 
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em 
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, 
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, 
ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais 
ou coletivos”.
Formas de manifestação 
da polícia administrativa
� Ordem ou comando de polícia.
� Fiscalização de polícia.
� Consentimento de polícia.
� Sanção de polícia.
Atos de consentimento
� Licença: ato vinculado / natureza declaratória / direito subjetivo.
� Permissão: ato discricionário / natureza constitutiva / ausência 
de direito subjetivo. 
� Autorização: ato discricionário / eventual e precário. 
Polícia Administrativa
Delegação do poder de polícia a pessoas 
jurídicas de direito privado? Exemplo: guarda 
municipal do Rio de Janeiro, que era
paraestatal.
STJ (RESP 817.534/MG): impossibilidade de delegação 
sancionatória
� Decisão da 2ª Turma do STJ envolvendo a possibilidade de a BHtrans (SEM) emitir 
licenças para conduzir, fiscalizar o trânsito e multar. 
� Segunda Turma do STJ decidiu que sociedade de economia mista pode fiscalizar o 
trânsito, mas não pode aplicar multas. Os ministros entenderam que atividades de 
consentimento, como emissão de carteiras de habilitação e de fiscalização, podem 
ser delegadas. Porém, atividades de legislação e sanção não são delegáveis porque 
derivam da competência de coerção do Poder de Polícia. 
� RE já admitido pelo STJ. No mérito, a BHTrans alega violação aos artigos 30 e 175 
da Constituição. A empresa sustenta que é possível a delegação de execução de 
serviço público, incluída a atividade de controle de trânsito, à sociedade de economia 
mista, e que essa delegação, operada de forma legal, concretiza o regular exercício 
da competência legislativa municipal. 
Impossibilidade de delegação da
polícia sancionátória
O poder de polícia é atividade típica do Estado, oriundo do poder 
soberano estatal e, por isso, indelegável a entes com personalidade 
jurídica de direito privado. Em havendo delegação, esta só será
possível às autarquias uma vez que possuem personalidade jurídica 
de direito público interno e executam atividades típicas da 
Administração Pública. As sociedades de economia mista não podem 
gozar de privilégios não extensivos ao setor privado. Em que pese a 
divisão hodierna do poder de polícia em ordem de polícia, 
consentimento de polícia, fiscalização de polícia e sanção, a 
última permanece no campo das atividades indelegáveis ao ente 
de direito privado. (9ª CC. TJRJ). 
Ementário: 02/2010 - N. 18 - 14/01/2010
Possibilidade de delegação 
da polícia sancionatória
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. COMLURB. 
DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA. POSSIBILIDADE. MULTA 
ADMINISTRATIVA. PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE. 
Ação de cobrança de multas administrativas aplicadas em virtude 
de depósito irregular de lixo em terreno da COMLURB.
Possibilidade de delegação do poder de polícia a entidades dotadas de 
personalidade jurídica de direito privado. Precedentes desta Corte. 
Delegação devidamente outorgada por meio de Lei. Presunção de 
legalidade dos autos de infração que não foi afastada pelo apelante. 
Jurisprudência deste Tribunal. Sentença que se mantêm. (14ª CC / 
TJRJ).
Polícia Administrativa: características
� Discricionário (forma de fiscalização, atos de comando, 
permissões etc) / vinculado (dever de fiscalização, licenças, 
aplicação de sanções etc). 
� Coercibilidade (imperatividade que autoriza o uso de força 
policial em caso de resistência)
� Autoexecutoriedade (exceção dos atos heteroexecutórios)
Deveres Administrativos
� Dever de probidade (artigo 37, §4º, CRFB e 
Lei n. 8.429/92).
� Dever de eficiência.
� Dever de prestar contas (artigo 15 da 
Declaração Universal dos Homens e do 
Cidadão, de 1789).
Licitações e Contratos
� Base normativa constitucional � artigos 37, inciso XXI; 22, 
inciso XXVII (competência legislativa); e 173, §1°, todos da 
CRFB.
� Lei n. 8.666/93 e a questão das normas gerais e normas 
específicas.� Lei 10.520/02 (Pregão).
� Finalidade: seleção da proposta mais vantajosa para a 
Administração Pública.
Questão das normas gerais e normas específicas
� Critério definidor: concretização de princípios setoriais para licitações e 
contratos administrativos.
� São gerais / nacionais as normas que dispõem sobre: (i) modalidades; 
(ii) recursos e prazos; (iii) prazos de publicidade; (iv) patamares de 
valores – economicidade; (v) contratação direta.
� Exemplos de normas específicas (autonomia dos entes): registros 
cadastrais (artigos 34 a 37); participação de empresas em consórcio 
(artigo 33); normas procedimentais (exemplo: 43, §2). 
Quem está obrigado a licitar?
� Artigo 1º, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93. 
� A questão das empresas estatais e o artigo 173, §1º, III, CRFB.
� A questão das entidades integrantes do “Sistema S”: serviços 
sociais autônomos (não integram a Administração Pública / não se 
subordinam à Lei n. 8.666/93 / devem editar seus regulamentos 
próprios para licitações e contratos). 
� Entidades privadas que contratam com recursos públicos.
Observância da Lei n.º 8.666/93 por entidades particulares em 
razão de convênio ou subvenção
Acórdão n.º 1.070/2003 do TCU determinou a observância dos ditames da Lei 
n.º 8.666/93 pelas entidades privadas conveniadas (alteração do parágrafo 
único do artigo 27 da IN/STN 01/97):
� Art. 27 (redação original). Quando o convenente integrar a administração 
pública, de qualquer esfera de governo, deverá, obrigatoriamente, sujeitar-se às 
disposições da lei nº 8.6663/93, especialmente naquilo que se refira à licitação 
e contrato.
� Parágrafo único. Sendo o convenente entidade privada, não sujeita à Lei nº
8.666/93, deverá, na execução das despesas com os recursos recebidos em 
transferência, adotar procedimentos análogos aos estabelecidos pela referida 
lei.
� Nova redação do artigo 27: O convenente, ainda que entidade privada, 
sujeita-se, quando da execução de despesas com os recursos 
transferidos, às disposições da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
especialmente em relação a licitação e contrato, admitida a modalidade de 
licitação prevista na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, nos casos em 
que especifica.
Ajustes a serem licitados
� Artigo 2º (“quando contratados com terceiros”).
� Artigo 2º, parágrafo único: irrelevância do nome do 
ajuste.
� Contratos versus convênios e instrumentos 
congêneres (artigo 116). 
Contratos versus convênios
� Contrato: ajuste sinalagmático / estipulação de obrigações recíprocas / 
não há convergência entre os interesses das partes contratantes. 
� Convênio: os entes conveniados tem objetivos institucionais 
comuns e se reúnem, por meio do convênio, para alcançá-los; 
verifica-se a mútua colaboração, que pode assumir várias formas, 
como repasse de verbas, uso de equipamentos, de recursos humanos
e materiais, de imóveis, de know-how ou outros; por isso mesmo, no 
convênio não se cogita de preço ou remuneração. 
Ajustes a serem licitados
� Contratos unilaterais em favor da AP quando 
acompanhados de interesse pessoal indissociável, 
como, por exemplo, para veicular publicidade 
(necessidade de licitação, no mínimo, para assegurar 
a isonomia).
� Permissões de uso de bens públicos (permissões 
qualificadas ou contratualizadas devem ser 
precedidas de licitação). 
Princípios setoriais (artigo 3º)
� Isonomia (artigo 3º, inciso I; artigo 44, §1º).
� Vantajosidade (menor custo e maior benefício).
� Competitividade (artigo 3º, inciso I, primeira parte). 
� Publicidade (artigo 3º, §3º; artigo 21 – publicação de editais; artigo 43, §1º).
� Vinculação ao instrumento convocatório, que pode ser edital ou convite (artigo 
41): “o edital é a lei interna da licitação”. 
� Padronização (artigo 15, inciso I, e artigo 7º, §5º): contratos de compras, 
admitindo, quando tecnicamente justificável, a indicação de marcas ou modelos 
no instrumento convocatório. 
� Julgamento objetivo (artigos 44 e 45): tipos de licitação. 
Tipos de licitação (artigo 45, §1º)
� Menor preço (§3º) – por vezes, maior 
desconto.
� Melhor técnica (3 envelopes - artigo 46, §1º).
� Técnica e preço (2 envelopes - artigo 46, 
§2º: o preço é um fator).
� Maior lance ou oferta. 
Contratação direta
� Licitação dispensada (artigo 17), dispensável (artigo 24: rol 
taxativo) e inexigível (artigo 25: inviabilidade de competição –
rol exemplificativo).
� Procedimento (artigo 26)
� Hipóteses mais comuns de dispensa de licitação (valor, 
emergência, licitação deserta, licitação frustrada, ente da AP, 
compra ou locação de imóvel, instituição brasileira).
Licitação Emergencial – orientação dos órgãos de 
controle
1. A emergência, a ensejar dispensa de licitação, é um conceito jurídico indeterminado a 
ser valorado pelo administrador diante das especificidades do caso concreto, observados, 
em especial, os princípios da razoabilidade, moralidade e eficiência. 
2. A emergência decorrente da falta de planejamento, incúria ou desídia do agente público 
não exclui a incidência do art. 24, inciso IV, da Lei n.° 8.666/93, mas deve ser objeto de 
rigorosa apuração com vistas à identificação dos responsáveis e aplicação das sanções 
cabíveis. 
3. A contratação direta (art. 24, inciso IV, da Lei n .°8.666/93) deve ser efetivada somente 
para a aquisição de bens e serviços estritamente necessários ao saneamento da situação 
emergencial, cabendo à autoridade administrativa iniciar imediatamente o procedimento 
licitatório, adotando as providências necessárias à regularização da contratação. 
4. O prazo do contrato emergencial deve ser dimensionado considerando apenas o tempo 
necessário para sanar a situação de urgência, limitado este a 180 (cento e oitenta) dias. 
5. Se a situação emergencial persistir ao final do contrato e ante a vedação da prorrogação, 
a solução é a formalização de nova contratação com base no art. 24, inciso IV, da Lei n.°
8.666/93, desde que, justificadamente, não seja possível realizar uma licitação durante o 
período ou adotar as providências necessárias à regularização da contratação”. 
Artigo 24, XIII – orientação dos órgãos de controle
A contratação de qualquer entidade pública ou privada, com 
fulcro no art. 24, XIII, da Lei n.º 8.666/93, dar-se-á
exclusivamente quando o objeto da contratação estiver 
relacionado com atividades de pesquisa, ensino ou 
desenvolvimento institucional, para as quais tenha sido criada a
entidade contratada, vedada a contratação de pessoa física 
com base nesse dispositivo, sendo requisitos para a 
contratação direta:
(i) a previsão estatutária dos serviços, 
(ii) a notoriedade de atuação da entidade na área relacionada 
ao objeto do contrato, reconhecida pelo autorizador ou 
ordenador de despesa, e
(iii) a experiência demonstrada nessa área de atuação através 
de atestados de fornecimentos anteriores
Modalidades licitatórias (artigos 22 e 23)
� Concorrência
� Tomada de preços
� Convite 
� Concurso
� Leilão
� Pregão (Lei 10.520/02) – bens e serviços 
comuns
Habilitação (artigo 27)
(i) habilitação jurídica (artigo 28); 
(ii) qualificação técnica (artigo 30); 
(iii) qualificação econômico-financeira (artigo 
31); 
(iv) regularidade fiscal (artigo 29); e 
(v) artigo 7º, inciso XXXIII, da CRFB (trabalho 
de menores). 
Fase final
� Homologação
� Adjudicação.
� Revogação (artigo 49)
� Anulação (artigo 59)
Contratos administrativos
� Noções gerais e cláusulas necessárias (artigo 55)
� Duração dos contratos e prorrogação (artigo 57) 
� Cláusulas exorbitantes do direito privado (artigo 58):
(i) Mutabilidade (artigo 65)
(ii) Rescisão unilateral (artigo 79, inciso I)
(iii) Fiscalização (artigos 66 a 68)
(iv) Imposição de sanções (artigo 87)
Situações que podem justificar 
a revisão ou a extinção do contrato
(i) força maior - evento humano imprevisível e inevitável, que impede a regular execução do contrato.
(i) caso fortuito - evento da natureza imprevisível e inevitável, que impede absolutamente a regular 
execução do contrato.
(i) fato dopríncipe - determinação estatal geral, imprevista e imprevisível, que onera substancialmente a 
execução do contrato ou impede sua execução, embora atinja reflexamente o contrato (ex. proibição de 
importação).
(i) fato da administração - é toda ação ou omissão do poder público que, incidindo diretamente sobre o 
contrato, retarda ou impede sua execução (ex. poder público não providencia desapropriação). Equivale à
força maior e exige revisão contratual e pagamento de indenização acaso devida.
(i) interferências imprevistas - São ocorrências materiais não cogitadas pelas partes na celebração do 
contrato, mas que surgem na sua execução de modo surpreendente e excepcional, dificultando e 
onerando extraordinariamente o prosseguimento e conclusão dos trabalhos (ex. solo rochoso onde 
constava arenoso). 
Consequências da inexecução culposa (artigo 87)
A) RESPONSABILIDADE CIVIL - Gera, em caso de culpa, a 
obrigação de indenizar, além do pagamento das multas fixadas 
em cláusula penal.
B) RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA - Resulta da 
infringência de normas da administração. Suas sanções são 
aplicadas diretamente pela administração, respeitado o devido 
processo legal e ampla defesa. 
C) SUSPENSÃO TEMPORÁRIA - do direito de participar de 
licitação e contratar com a administração. Pode se restringir ao 
órgão que a decretou ou até mesmo a apenas uma 
determinada licitação, pois decorre de uma culpa menos grave.
D)DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE - Penalidade que 
impede que o apenado continue contratando com a 
administração. Decorre de dolo ou culpa grave. Só pode ser 
aplicada pela autoridade indicada na lei. Exige oportunidade de 
defesa e admite cancelamento se cessada a causa. 
Pesquisa
Em procedimento licitatório realizado pelo Município 
do Rio de Janeiro, determinado licitante foi inabilitado 
sob o fundamento de inidoneidade declarada pelo 
Estado do Paraná, em decorrência de inexecução 
parcial de contrato celebrado com aquele ente 
federativo. Discorra sobre a juridicidade da decisão 
de inabilitação. Resposta fundamentada. 
Pesquisa
Determinada autarquia federal celebrou convênio de 
cooperação técnica, mediante inexigibilidade de licitação, com 
instituição brasileira, sem fins lucrativos, incumbida 
estatutariamente do desenvolvimento institucional, tendo por 
objeto a implementação e o gerenciamento de programa de 
gestão da folha de pagamento dos servidores vinculados à
autarquia, mediante o pagamento de uma taxa de 
administração. Discorra sobre a juridicidade da celebração do 
convênio. Resposta fundamentada. 
EXTINÇÃO DO CONTRATO
� RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO PELA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: INEXECUÇÃO, TOTAL OU 
PARCIAL, DO CONTRATO E CASO FORTUITO OU FORÇA 
MAIOR (ARTIGO 78, INCISOS I A XII E XVII). 
� AMIGÁVEL
� JUDICIAL: INICIATIVA DO CONTRATADO. 
Controle da Administração Pública
� Função de Controle: faculdade de vigilância, 
orientação e correção que um Poder, órgão ou 
autoridade exerce sobre a conduta funcional de 
outro. 
� Princípio fundamental da AP: artigo 6º, Decreto-Lei 
200/67
Espécies de Controle
� Controle administrativo (autotutela: Enunciado n. 
473 do STF; artigos 53 e seguintes da Lei n. 
9.784/99)
� Controle parlamentar (hipóteses autorizadas pela 
CRFB e Tribunais de Contas)
� Controle judicial (jurisdição una: artigo 5º, inciso 
XXXV, CRFB)
Controle Administrativo: autotutela
� Enunciados 346 e 473 do STF.
� Artigo 80 da CERJ e 53 da Lei 9.784/99.
� Poder-dever de anulação de atos ilegais / faculdade 
de revogação de atos inconvenientes ou 
inoportunos.
� Prazo decadencial (artigo 54 L. 9.784/99).
� Modulação dos efeitos temporais da declaração de 
nulidade (artigo 53, §3º, Lei 5.427/09 do ERJ). 
Controle Legislativo
� Controle externo nos limites da CRFB.
� Artigos 49, incisos III, V, IX, X (princípio do 
colegiado) e 50 da CRFB.
� Controle exercido pelos Tribunais de Contas 
(artigos 70 e seguintes da CRFB).
Controle externo e Tribunais de Contas
� Natureza jurídica: autonomia e independência (artigos 73 
c/c 96 da CRFB)
� Composição e princípio da simetria (artigo 73 da CRFB e 
Enunciado 653 do STF)
� Controle externo nos municípios (artigo 31 da CRFB)
� Decisões passíveis de revisão de Poder Judiciário 
(jurisdição una: ressalvas quanto à tecnicidade)
� Sistema prioritariamente francês (a posteriori): discussão 
quanto aos editais de licitação (artigo 113, §2º, Lei n. 
8.666/93)
Análise global de mérito 
(artigo 70 da CRFB)
� Vetores do controle externo: legalidade, legitimidade e 
economicidade (artigo 70). 
� Fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial. 
� Competências constitucionais (aplicáveis, por simetria, 
aos TCE’s e aos TCM’s): artigo 75.
Competências: artigo 71 da CRFB
� Contas anuais: parecer prévio (artigo 31, §2º, CRFB);
� Contas dos gestores públicos: julgamento (artigo 71, 
inciso II);
� Registro dos atos de admissão de pessoal e 
aposentadorias e pensões (ato complexo: artigo 71, 
inciso III);
� Realização de inspeções e auditorias (artigo 71, inciso 
IV);
Competências (artigo 71 da CRFB)
� Fiscalizar as contas nacionais das empresas 
supranacionais de que os entes políticos façam parte de 
forma direta ou indireta (artigo 71, V);
� Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados 
entre os entes da federação mediante convênio ou 
instrumento congênere (artigo 71, VI); 
� Prestar as informações solicitadas pelas Casas 
Legislativas sobre a fiscalização empreendida, bem assim 
o resultado de auditorias e inspeções realizadas (artigo 
71, VII);
Competências
� Competência sancionatória: aplicação de multa e outras 
sanções previstas em lei (eficácia de título extrajudicial);
� Competência corretiva (artigo 71, inciso IX a XI);
� Exercício do poder geral de cautela;
� Sustação de contratos (artigo 71, §§1º e 2º).
Controle jurisdicional
� Princípio da jurisdição una (artigo 5º, inciso XXXV, CRFB) 
versus contencioso administrativo
� Principais remédios judiciais
a) Mandado de segurança (artigo 5º, inciso LXIX, CRFB)
b) Ação Civil Pública (artigo 129, inciso III, CRFB e Lei n. 
7.347/85)
c) Ação popular (artigo 5º, inciso LXXIII, CRFB)
d) Mandado de injunção (artigo 5º, inciso LXXI, CRFB)
e) Reclamação (artigo 103-A, §3º, CRFB)
Parâmetros para o controle jurisdicional de 
atos discricionários
Autocontenção x ativismo judicial em matéria de controle da AP
� Grau de restrição a direitos fundamentais (quanto maior, mais 
intenso o controle); 
� Grau de tecnicidade da matéria (quanto maior, menos intenso 
o controle); 
� Grau de politicidade da matéria (quanto maior, menos intenso 
o controle);
� Grau de participação efetiva e consenso obtido em torno da 
decisão administrativa (quanto maior, menos intenso o 
controle).
Mandado de Segurança
� Individual ou coletivo (artigo 5º, incisos LXIX e LXX, CRFB).
� Proteção de direito líquido e certo (demonstração cabal do direito na 
própria inicial, sem necessidade de dilação probatória).
� Atos passíveis de impugnação: administrativos, como regra. 
Excepcionalmente, decisões judiciais e leis (somente de efeitos 
concretos) – artigo 5º Lei n. 12.012/2009.
� Enunciados importantes: 266, 267, 268, 269, 271, 512, 629, 630 e 632, 
todos do STF.
� Legitimidade ativa de órgãos públicos na defesa de suas prerrogativas.
Mandado de segurança
� Litisconsórcio ativo superveniente: admitido até o despacho da petição 
inicial (artigo 10, §2º). 
� Legitimidade passiva (pessoa jurídica que sofre os efeitos da decisão) 
e autoridade coatora (informante:agente com poder de decisão).
� Suspensão de liminar / segurança (artigo 15 da Lei n. 12.016/2009).
� Questões recursais: ROMS e embargos infringentes. 
Ação Popular (artigo 5º, LXXIII, CRFB e Lei n. 
4.717/65)
� Anulação de ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
� Tendência doutrinária e jurisprudencial de admitir que cada um dos vícios 
(ilegalidade e lesividade), separadamente,

Outros materiais