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Resenha introdução a análise da Imagem - Erica

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Aluna: Erica Cristina Gomes
Expressão e Comunicação em Mídias Digitais
Universidade Federal da Integração Latino Americana
RESENHA CRÍTICA
Livro: Introdução à Analise da Imagem 
Autora: Martine Joly
	A autora inicia o livro norteada pela ideia do que é a imagem. Primeiramente ela cita que a palavra imagem possui muitos significados e embora sejam diferentes todos possuem semelhanças, tanto a imagem imaginária quanto a concreta, possuem a dependência de um sujeito, seja para produzi-la ou para reconhece-la.
	Em seguida cita Platão, que propôs um dos significados mais antigos sobre imagem, segundo ele, em primeiro lugar viria a sombra, depois os reflexos na água ou em outras superfícies. A partir disso ele conclui que imagem é um objeto segundo, em relação a outra que ela representaria, ou seja a imagem seria uma representação.
	Porém Joly diz que o senso comum atual vê o assunto muito focado apenas em um ponto: a imagem midiática. Isso faz com que a imagem seja lembrada como sinônimo de televisão e publicidade. Porém relata que não é correto ver dessa forma, primeiro pela questão suporte X conteúdo, afinal televisão é um meio (não o único), e a publicidade é um conteúdo; E segundo por que levar em conta apenas essas imagens animadas seria negar a diversidade das outras imagens (fixas), como a pintura, fotografia, desenho, gravura, etc.
	Além disso a autora lembra que a imagem não surgiu aqui e nem agora, com a televisão e a publicidade, como prova disso é citado os desenhos feitos na rocha que datam desde o surgimento humano, a representação religiosa no renascimento, as máscaras mortuárias tão importantes na antiguidade, entre outros.
	Dentre os vários significados, o termo imagem também é empregado para falar de certas atividades psíquicas, como representações mentais (quando lemos ou ouvimos a descrição de um lugar por exemplo), sonhos, lembranças visuais, impressão de semelhança com a realidade, além das associações mentais onde atribui-se valores a um objeto ou profissão ou pessoas, para que esse seja identificado (a imagem da mulher, do médico, da guerra, por exemplo).
	Outro significado levantado foi a imagem científica, a visualização de fenômenos, imagens verdadeiras e reais, como a fotografia de raios luminosos, satélites vigiando o planeta, o raio X para o corpo humano, os scanners, entre outras coisas científicas que auxiliam a visualização da imagem.
	Além de todas essas coisas, a autora ainda entra nas imagens novas, que segundo ela seriam produzidas por computador. Programas cada vez mais poderosos e sofisticados criam universos virtuais que podem falsificar uma imagem aparentemente real, ou manipula-las para assemelhar-se à realidade. Por exemplo o cinema, os jogos de vídeo, simuladores de voo, entre outros.
	Todas essas diferentes utilizações da palavra imagem levaram Joly a citar também a Odisseia Proteu, o Deus que tinha o poder de se tornar o que deseja-se. A imagem segundo ela é como esse Deus, ela pode ser tudo, mas também ao contrário, Visual e imaterial, fabricada e natural, real e virtual, móvel e imóvel, sagrada e profana, antiga e contemporânea, etc. Porém existe um núcleo em qualquer uma delas, e para melhor compreensão é necessário análise, e portanto ela conclui o pensamento sobre o que é imagem e passa a falar sobre como analisá-las.
	Nesse momento a autora explica que para compreender a especificidade da imagem existem várias teorias como nas matemáticas, na informática, na estética, na psicologia, entre outros, mas ela prefere uma teoria mais ampla, que englobe mais aspectos, recorrendo dessa forma à semiótica ou a semiologia.
	A define como a teoria que considera o significado e a interpretação dos signos, integrando-os numa tipologia e encontrando leis de funcionamento dos diferentes tipos desses signos. Signo sendo basicamente algo percebido como cores, calor, formas, sons e atribuindo-lhes significado. 
Sobre a origem dessa teoria a autora cita que ela não surgiu de um dia para o outro, ela retoma à Antiguidade Grega e os seus grandes precursores foram Ferdinand de Saussure e Charles sanders Peirce.
O precursor Sausurre cita a língua como primeiro signo a ser estudado, mas diz que não é o único sistema de signos que permite a comunicação. Um elemento importante é que ele descreveu o signo linguístico como uma entidade psíquica com duas faces inseparáveis, ligando um significante (sons) a um significado (o conceito). por exemplo, um conjunto de som “árvore” está ligado não a uma árvore real na sua frente mas a um conceito de árvore, utensílio intelectual que é construído graças à experiência.
O trabalho de Pierce é segundo a autora mais interessante ao assunto da imagem. Ele primeiramente tratou de elaborar uma teoria geral dos signos. Escreve ele “um signo possui uma materialidade da qual no apercebemos com um ou vários de nossos sentidos.” Para ele signo é tudo que se deduza uma significação dependente da cultura do indivíduo que esta interpretando.
Pierce cita que os signos possuem 3 polos: A face perceptível, o que ela representa e aquilo que ela significa. Essa triangulação é também representativa da dinâmica de todo signo enquanto processo semiótico. Portanto o significado depende tanto do contexto da sua aparição como da expectativa do seu receptor. 
Em outras palavras Pierce afirma que os signos possuem uma estrutura comum, implicando essa dinâmica tríplice que liga o significante ao referente e ao significado. Porém mesmo possuindo essa estrutura comum, os signos não são iguais, eles podem significar algo diverso de si próprio. Para classificar isso ele distinguiu 3 signos: O Ícone, O Índico e O Símbolo.
· Ícone: Há relação entre o signo e o objeto em si, como um desenho figurado, uma fotografia, uma imitação do galope de um cavalo, etc.
· Índico: Há uma associação física com o que ele representa, baseada na cultura, como o fumo para o fogo, a nuvem para a chuva, etc.
· Símbolo: É mais arbitrário, tudo poder ser um símbolo a partir do momento que se deduza um significado que pode ser diferente para cada cultura, como bandeira para países, pomba para a paz, etc.
Com relação à imagem, Pierce a coloca na classificação como subcategoria do ícone, pois como o ícone a imagem possui uma relação analógica com aquilo que ela representa, e embora não corresponda a todos os tipos de ícones pode-se dizer que a imagem é um signo íconico.
No texto é citado que o ponto comum entre todos os significados da palavra imagem (visuais, mentais, virtuais) é a da analogia, afinal primeiramente a imagem é algo que se assemelha a alguma coisa. Dessa forma o texto continua afirmando que existem vários tipos de analogia, portanto, diferentes tipos de ícones, que são, a própria imagem, o diagrama e a metáfora.
· Imagem: analogia qualitativa entre o significante e o refente, como a representação, fotografia, etc. Elas retomam à forma da coisa que está sendo representada.
· Diagrama: analogia racional, interior ao objeto. Por exemplo os planos de um motor, a interação das diferentes peças, não o objeto em si.
· Metáfora: paralelismo qualitativo, ou seja, comparando uma coisa a outra. Por exemplo as qaulidades de um leão usado para definir um homem, em outras palavras, um homem nobre e com muita força.
Em seguida, para complementar ainda mais o assunto, é citado que imagem é algo muito heterogêneo, afinal ela reúne e organiza diferentes tipos de signos. Porém há uma semelhança entre todos os termos, como citado acima, é enfatizado que todas se assemelham a alguma coisa. 
Posteriormente, segundo a autora é de extrema importância distinguir os diferentes tipos de imagens, as fabricadas e as imagens manifestas. Segundo ela as imagens manifestas assemelham-se àquilo que elas estão reproduzindo; já as imagens fabricadas, são mais complexas, elas imitam mais ou menos alguma coisa, portanto são indícios antes de ícones, afinal há uma associação física ao que se representa e ainda existe o símbolo dentro disso, já que essas representações são compreendidas por várias pessoas e não apenasa quem produz, por isso existe convenções socioculturais. Então pode-se perceber a complexidade e a força de comunicação da imagem.
No segundo capítulo a autora continua falando sobre a análise da imagem, e a partir de algumas colocações revela a existência de um preconceito em relação à essa análise, e para isso ela cita 3 pontos.
O primeiro ponto citado diz respeito à imagem como linguagem universal, e embora seja comum pensarmos que somos capazes de ler imagens figurativas de qualquer contexto histórico e cultural, isso no entanto, resulta em uma confusão e um desconhecimento. Afinal segundo a autora há uma confusão entre a percepção e a interpretação, ou seja, reconhecer não que dizer que compreenda, entrando assim a questão do conhecimento e a expectativa do receptor. 
O segundo ponto é em relação às intenções do autor, o qual engloba as interpretações do receptor, seria uma relação autor – obra – público. E esse ponto é complexo pois nem sempre o que é compreendido diz respeito às verdadeiras intenções. Porém para a análise é preciso limites e pontos de referência, ou seja, pontos comuns que a minha análise tem com a de outros autores comparados a mim. 
O terceiro ponto é sobre a análise das obras ditas de arte e que diz respeito em larga medida à imagem, primeiro por que o domínio da arte é considerado mais como uma forma de expressão e não comunicação e segundo devido a imagem do artista que nossa sociedade está veiculada. Dentro desse ponto entra a questão da produção da arte, antigamente algo que não possuía autor era considerado proveniente de uma religião ou um rito, depois criou-se a necessidade de identificar o autor, assim havendo uma evolução histórica em relação ao artista. E também é citado o fato de o domínio da arte ser considerado oposto à ciência, e a experiência estética passa de um pensamento particular e irredutível para um pensamento verbal. Dessa forma a autora afirma que esses três pontos principais citados acima acabam incentivando a recusa da análise.
Em seguida o livro aborda sobre as funções da análise da imagem, o qual segundo a autora é bastante amplo, afinal pode ser para causar prazer ao analista, aumentar os seus conhecimentos, instruir, permitir a leitura, entre outros.
É citado que uma das funções primordiais é a função pedagógica, esta pode ser segundo a autora uma boa maneira de permitir ao espectador escapar à impressão de manipulação. Esse tipo de análise implica em uma grande liberdade intelectual, pois entre outras coisas demonstra que a imagem é uma linguagem específica e heterogenia e torna a interpretação relativa, embora sempre compreendendo seus fundamentos.
Uma outra função pode ser a procura e a verificação das causas do bom ou do mal funcionamento da mensagem visual. Essa análise é mais encontrada na publicidade e no marketing, no qual analisa para melhor comunicar e melhor vender, mas também pode ser úteis para uma investigação teórica.
Posteriormente a autora inicia o assunto sobre os objetivos e metodologia da imagem, relatando que o objetivo é o primeiro quesito a ser levado em conta em uma análise, para depois definir seus próprios instrumentos. A análise deve servir a um projeto e esse vai guia-la, ou seja, permitirá criar a sua metodologia. Essas metodologias são diversas e a autora fala sobre como Roland Barthes cria a sua própria metodologia.
A metodologia segue a mesma lógica de saussure, discorrida anteriormente, com um significado ligado a um significante. Como exemplo ele analisa a mensagem publicitária, e o seu significado, a imagem utilizada foi a panzani (uma marca de macarrão) e há muitas coisas interessantes nessa análise, existe um significante linguístico (pois o nome remete à Itália), um significante plástico (as cores presentes também remetendo à Itália), e significantes icônicos (objetos socioculturalmente determinados: tomates, pimentões, cebolas, queijo, etc). Portanto percebemos que a imagem é composta de muitos signos e que integrados constroem uma significação baseada na Itália. Assim a questão de variação de interpretação de acordo com o contexto cultural pode aparecer .
Um outro procedimento citado é o da permutação, utilizado na linguística e ajuda entender a natureza dos diversos elementos que compõem a imagem. Nesse mecanismo imagina-se outros elementos similares que não estão na imagem, para melhor entende-la, por isso vejo um triângulo e não um círculo, ou a cor rosa e não preta, ou linhas curvas e não retas, etc, isso faz com que a localização de elementos fique muito mais fácil. 
Em seguida também é citado uma lei semiológica, a dupla axialidade da imagem. Primeiramente há o eixo horizontal, o qual apresenta em conjunto os elementos da mensagem em determinada sequencia (temporal ou espacial), e o eixo vertical que é associativo e pode variar de natureza. 
E ainda antes de acontecer a análise propriamente dita da imagem ainda é citado mais dois tipos de considerações: o estudo da sua função e o contexto da sua aparição. 
Basicamente independente de ser comunicativa ou expressiva a imagem é direcionada para o outro, por isso entender para quem ela foi produzida e sua função é essencial. Para isso é necessário ter critérios: 1º “situar os diferentes tipos de imagem no esquema da comunicação”. 2º “comparar as utilizações da mensagem visual com as das principais produções humanas destinadas a estabelecer uma relação entre o homem e o mundo.”
No primeiro caso, utiliza-se a abordagem de Roman Jakoboson, onde ele diz que a imagem deve ser estudada em toda variedade de suas funções. Para isso ele faz um esquema de 6 polos: MENSAGEM – CONTEXTO – DESTINATÁRIO – DESTINADOR – CONTATO – CÓDIGO. Ou seja, toda mensagem tem um contexto, seguido por um código (parcialmente comum ao destinador e ao destinatário), necessitando de um contato, canal físico entre os protagonistas, permitindo a ocorrência da comunicação.
No segundo caso, ainda utilizando a abordagem de Roman, os fatores citados acima dão origem às funções da linguagem. E assim cria-se o esquema: POÉTICA (a mensagem em si) – DENOTATIVA (sobre o que está falando) – EXPRESSIVA (concentrada no emissor, subjetivo) – CONOTATIVA (o que é entendido pelo destinatário) – FÁTICA (o objetivo é o contato) – METALINGUÍSTICA (exame do código empregado).
Ainda nesse assunto é citado Pierre Bourdieu, ele nos ajuda a entender a diferença da função explícita e a função implícita da imagem com seu exemplo da foto de família: Segundo ele numa primeira abordagem a foto parece ser referencial (fulano com a idade tal, a casa de família, etc.) porém tinha como função essencial o reforço da coesão do grupo familiar, portanto uma função dominante mais fática do que referencial. 
O próximo assunto abordado foi a imagem como intercessão, onde não visa comunicação mas sim a intercessão entre o homem e o próprio mundo. Exemplo disso seria a imagem intermediada com o além, o sagrado e a morte.
E acrescenta-se mais um autor nessas complexas relações da imagem, Gombrich, ele diz que a imagem pode ser também um objeto de conhecimento, já que ela representa o mundo e nos faz interpreta-lo. Afinal fazer uma imagem é antes de mais nada, olhar, escolher, aprender, etc. Aí cabe falar sobre a experiência estética da imagem, ao proporcionar sensações ao receptor. O que significa que comunicar com a imagem vai estimular no espectador um tipo de expectativa.
A noção de expectativa está ligada ao contexto, e jogar com o contexto pode ser uma forma de enganar a expectativa, chocando, divertindo ou surpreendendo o receptor, por exemplo, colocar uma roda de bicicleta em um museu, igualando-a a uma obra de arte.
E por fim a autora fala sobre a análise dos elementos de um quadro, utilizando um quadro do picasso e analisando-o baseado no que ela escreveu ao longo do capítulo. Portanto resumidamente as etapas de uma analise seriam: Justificativa da escolha, apresentação\descrição, eixos, plástico (cores, texturas, composição), icônico e linguístico.
 Portanto é perceptível, ao longo desses dois capítulos,que a imagem tem muitas formas de se manifestar e entender essas especificidades é importante afinal a imagem está presente no dia a dia de todos. As diversas interpretações propostas pela autora fazem com que possamos entender suas diversas aplicações, seja no campo do cinema, das artes plásticas, publicitárias, etc. 
 Além disso ao mostrar as diferentes formas de análise da imagem a autora sempre deixa claro que o objeto analisado é que vai definir o melhor método, e o modo como ela expõem esses diversos métodos é essencial para entendermos que a análise da imagem é algo complexo mas de extrema importância.

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