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Prévia do material em texto

Prática Jurídica 
Trabalhista
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Welington Castilho Garcia
Revisão Técnico:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Revisão Textual:
Caique Oliveira dos Santos
Reclamação Trabalhista
Reclamação Trabalhista
 
 
• Estudar a estrutura da petição inicial trabalhista com suas particularidades; 
• Redigir a peça de forma autônoma.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Requisitos da Petição Inicial Trabalhista;
• Notificação;
• Estrutura da Reclamação Trabalhista;
• Redação da Reclamação Trabalhista. 
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Requisitos da Petição Inicial Trabalhista
O Poder Judiciário é regido pelo princípio da inércia, e, para que haja a atuação de 
um dos seus órgãos, faz-se necessária a provocação, a qual ocorre, em regra, por meio 
da petição inicial. Consoante Cassio Scarpinella Bueno (2020, p. 361): 
Petição inicial é o primeiro requerimento formulado pelo autor no qual 
concretiza, exteriorizando-o, o exercício do seu direito de ação rompendo 
a inércia da jurisdição e apresentando os contornos, subjetivos e objeti-
vos, da tutela jurisdicional por ele pretendida. Ela, como qualquer ato 
processual, deve observar certos requisitos para que, do ponto de vista 
formal, seja bem praticada e, também, viabilize a devida prática dos atos 
processuais subsequentes.
Corroborando o aludido entendimento, Amador Paes de Almeida (2020, p. 205) elucida 
que a “petição, etimologicamente, significa o ato de pedir, o rogo, a súplica, o pedido por 
escrito, o requerimento. Juridicamente, é o instrumento de que se vale o interessado para 
provocar a prestação jurisdicional do Estado”.
Tratando-se da seara trabalhista, diversamente do processo civil, a petição inicial, 
deno minada reclamação trabalhista, poderá ser ajuizada sob a forma verbal ou escrita, 
nos termos do art. 840 da CLT. Contudo, em ambos os casos, o indivíduo deverá res-
peitar requisitos imprescindíveis. 
De acordo com Leone Pereira (2020, p. 207), a reclamação trabalhista é assim denomi-
nada em razão da origem da Justiça do Trabalho, a qual era um órgão administrativo 
atrelado ao Poder Executivo. Tornou-se órgão do Poder Judiciário apenas com o advento 
da Constituição Federal de 1946.
A reclamação verbal justifica-se em razão da capacidade postulatória (jus postulandi) 
das partes, nos termos do art. 791 da CLT – “Os empregados e os empregadores poderão 
reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações 
até o final”. O jus postulandi das partes é limitado apenas para: mandado de segurança, 
ação rescisória, ação cautelar, recursos para o TST e homologação de acordo extrajudicial. 
Nesse contexto, o legislador infraconstitucional optou por privilegiar o denominado 
princípio da inafastabilidade da jurisdição ou, simplesmente, princípio do acesso à justiça. 
Desse modo, conforme o art. 5º, XXXV, da CF/1988: 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes:
[...]
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito.
8
9
Para ajuizamento da reclamação verbal, o reclamante comparece a um órgão da Justi-
ça do Trabalho, onde haverá um servidor responsável pela redução a termo em duas vias 
datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário (art. 840, § 2º, da CLT e requisitos do § 1º 
do mesmo dispositivo, no que for cabível), mas, antes da redução, ela é distribuída. Da data 
da distribuição, o reclamante deverá, exceto motivo de força maior, apresentar-se no prazo 
de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para que seja realizada a redução a termo, 
conforme o art. 786 celetista. 
O reclamante que não respeitar o prazo assinalado pela CLT incorrerá na pena de 
perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho, 
consoante o art. 731 da CLT, o que se denomina de perempção temporária. 
Você Sabia? 
O Conselho Nacional de Justiça – CNJ editou a Recomendação nº 70, de 4 de agosto 
de 2020, cujo art. 1º recomenda aos tribunais brasileiros – obviamente, incluindo-se 
os órgãos trabalhistas –, durante a pandemia da Covid-19, em razão da necessidade de 
isolamento social, a regulamentação da forma de atendimento virtual aos advogados, 
procuradores, defensores públicos, membros do Ministério Público e da Polícia Judiciária 
e das partes no exercício do seu jus postulandi. 
No tocante à reclamação escrita, há que se observar os requisitos estabelecidos no § 1º 
do art. 840 da CLT, além de outros diplomas normativos, como a Resolução nº 185/2017 
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), a qual dispõe: 
Art. 19. A distribuição da ação e a juntada da resposta, dos recursos e das 
petições em geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrôni-
co, serão feitas diretamente por aquele que tenha capacidade postulatória, 
sem necessidade da intervenção da secretaria judicial, de forma automática. 
Ademais, seguem os requisitos previstos no art. 840, § 1º, da CLT: 
• 1º requisito: designação do juízo, ou seja, o endereçamento conforme as regras de 
competência territorial previstas no art. 651 da CLT, quais sejam:
• Regra: local da prestação de serviços:
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é deter-
minada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, pres-
tar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local 
ou no estrangeiro. 
» 1ª exceção: agente ou viajante comercial:
Art. 651. [...]
§ 1º . Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a com-
petência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou 
filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente 
a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a locali-
dade mais próxima.
9
UNIDADE Reclamação Trabalhista
 » 2ª exceção: empregado brasileiro que labora em agência ou filial no estrangeiro:
Art. 651. [...]
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabeleci-
da neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no 
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção 
internacional dispondo em contrário. 
 » 3ª exceção: empregador que promove a prestação de serviço fora do local da 
contratação:
Art. 651. [...]
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de ativida-
des fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado 
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da pres-
tação dos respectivos serviços.
• 2º requisito: qualificação das partes, isto é, a individualização de reclamante e recla-
mado com as suas principais características. Ressalta-se que, no que for compatível, 
se aplica o art. 319 do CPC; 
• 3º requisito: breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio. Trata-se da causa 
de pedir;
• 4º requisito: pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu 
valor, sob pena de ser julgado extinto sem resolução do mérito, de acordo com o § 
3º do art. 840 da CLT;
• 5º requisito: data;
• 6º requisito: assinatura do reclamante ou de seu representante.
Importante!
No procedimento sumaríssimo, a reclamação trabalhista também deverá apresentar o 
pedido certo ou determinado e indicará o valor correspondente, nos termos do art. 852-B 
da CLT. 
Notificação 
Na análise das regras processuais previstas nos dispositivos da CLT, verifica-se a exis-
tência do termo genérico “notificação” utilizado para designar citação e intimação. Entre-
tanto, estas se referem a institutos com finalidades distintas. 
Conforme o Código de Processo Civil: 
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado 
ou o interessado para integrar a relação processual. 
[...]
Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atose 
dos termos do processo. 
10
11
Inicialmente, destaca-se a notificação postal, a qual equivale à citação, realizada por 
intermédio dos correios. Segundo o art. 841 da CLT: 
Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, 
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, 
ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para compa-
recer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois 
de 5 (cinco) dias.
§ 1º . A notificação será feita em registro postal com franquia. [...]
§ 2º . O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação 
ou na forma do parágrafo anterior.
§ 3º . Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante 
não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
O Tribunal Superior do Trabalho editou o Informativo nº 185 para ressaltar que, no 
processo do trabalho, a notificação postal não se sujeita a ato pessoal, ou seja, é suficiente 
o encaminhamento para o endereço correto da reclamada, o que possibilita o recebimento 
por indivíduo distinto daquele que consta no polo da ação. “Assim, não há falar nulidade 
por ausência de identificação do recebedor no aviso de recebimento (AR)”.
Importante!
A notificação postal presume-se recebida 48 (quarenta e oito) horas depois de sua pos-
tagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constituem ônus 
de prova do destinatário, de acordo com a Súmula nº 16 do TST.
No tocante à notificação por edital, equivalente à citação, é admitida no processo 
do trabalho, como na hipótese em que o reclamado cria embaraços ao recebimento da 
notificação postal ou na fase de execução, quando o executado não é encontrado depois 
de duas tentativas no prazo de 48 (quarenta e oito horas), consoante o § 1º do art. 841 
e o § 3º do art. 880, ambos da CLT, in verbis:
Art. 841. [...]
§ 1º [...] se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for 
encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou 
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da 
Junta ou Juízo.
[...]
Art. 880. [...]
§ 3º . Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quaren-
ta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no 
jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 
5 (cinco) dias.
Nas reclamações trabalhistas que tramitam pelo procedimento sumaríssimo, na fase 
de conhecimento, não se adota a citação por edital, incumbindo ao autor a correta 
indicação do nome e endereço do reclamado, nos termos do art. 852-B, II, da CLT. 
11
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Em regra, a notificação por meio de oficial de justiça é realizada na fase de execução 
ou quando o juízo determinar, ressaltando-se que não há citação por hora certa no pro-
cesso do trabalho. Desse modo, o art. 800, §§ 1º e 2º, da CLT dispõe:
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal man-
dará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra 
a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações esta-
belecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de 
contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e 
oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.
§ 1º . O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o 
termo de acordo não cumprido.
§ 2º . A citação será feita pelos oficiais de diligência.
A sistemática processual trabalhista 
não adota a citação por hora certa. 
Em relação à notificação por meio eletrônico, correspondente à citação, conforme o
art. 17 da Resolução nº 185/2017 do CSJT, no processo eletrônico, as citações, intima-
ções e notificações, inclusive as destinadas à União, aos estados, ao Distrito Federal, aos 
municípios e a suas respectivas autarquias e fundações de direito público, serão feitas 
por meio eletrônico, sem prejuízo da publicação no Diário Eletrônico da Justiça do 
Trabalho (DEJT), nas hipóteses previstas em lei.
Importante!
A Súmula nº 262 do TST estabelece que, se a parte for intimada ou notificada no sábado, 
o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem no subsequente. 
Quanto às notificações que equivalem à intimação, Élisson Miessa (2021, p. 494-496), 
ao discorrer sobre essas espécies, destaca: a intimação pelo Diário Oficial – o advogado 
é intimado por meio do Diário Oficial ou do Diário da Justiça eletrônico; intimação 
postal ou por oficial de justiça – a parte que faz uso do jus postulandi é intimada pelos cor-
reios ou por oficial de justiça, assim como nas situações determinadas pelo juízo; intimação 
eletrônica – realização da intimação nos termos do art. 270 do CPC; intimação em audi-
ência – as partes são intimadas das decisões na própria audiência em que são proferidas, 
por exemplo, nos termos dos arts. 834 e 852 da CLT. 
Estrutura da Reclamação Trabalhista
A redação da reclamação trabalhista demanda a construção de um esboço, espécie de 
rascunho, tendo em vista que, durante o exame da OAB ou de um concurso público, o can-
didato não tem à disposição tempo suficiente para redigir detalhadamente e, em seguida, 
realizar a transcrição, pois incorrerá na possibilidade de não finalizar sua peça processual. 
12
13
Em razão disso, aconselha-se traçar os pontos principais e, posteriormente, realizar 
a redação definitiva. 
Outrossim, não se recomenda decorar modelos, o adequado é conhecer a estrutura 
da reclamação trabalhista com base nos requisitos legais mencionados anteriormente, 
construindo um roteiro a ser seguido, com os elementos apresentados adiante.
Endereçamento da Peça
Com base nos critérios de competência territorial traçados no art. 651 da CLT, dire-
ciona-se a peça ao órgão competente para processamento e julgamento da reclama-
ção trabalhista. 
É preciso se atentar para não utilizar expressões ou termos típicos das peças civis, 
como “juiz de direito” e “comarca”. 
O endereçamento deve conter a menção ao Juiz do Trabalho e à Vara do Trabalho. 
Diante disso, supondo que a localidade de ajuizamento seja Franca/SP, assim ficará a 
designação do Juízo: 
Excelentíssimo Senhor Dr. Juiz do Trabalho da ____ Vara do Trabalho de Franca/SP.
Qualificação Completa do Reclamante 
• Nome completo;
• Nacionalidade;
• Estado civil;
• Profissão;
• Data de nascimento;
• Nome da mãe;
• Número do RG;
• Número do CPF;
• Número da CTPS;
• Número do PIS/PASEP/NIT;
• Endereço completo com CEP.
Representação por Meio do Advogado
• Informar a existência de procuração anexa;
• Endereço profissional com CEP. 
Nome da Peça e Fundamentação Legal
Reclamação trabalhista – art. 840, § 1º, da CLT c/c art. 319 do CPC.
13
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Utilização do Verbo Correto
• Propor ou ajuizar: Petição inicial em geral;
• Impetrar: Ações mandamentais, como mandado de segurança e habeas corpus;
• Apresentar ou oferecer: Contestação;
• Interpor: Recursos (exceto emb. decl.);
• Opor: Embargos.
Menção ao Procedimento
Dependendo do valor da causa, o procedimento pode ser ordinário, sumário ou 
sumaríssimo. 
O procedimento ordinário está previsto nos arts. 837 a 852 da CLT e é aplicá-
vel às ações com valor de causa acima de 40 vezes o salário mínimo vigente à época 
do ajuizamento. 
No que tange ao procedimento sumário, tem fundamento na Lei nº 5.584/1970 e é 
adotado para ações cujo valor da causa seja de até duas vezes o salário mínimo corrente. 
Quanto ao procedimento sumaríssimo, há previsão nos arts. 852-A a 852-I da CLT 
e é utilizado para ações cujo valor da causa seja de até 40 vezes o salário mínimo vigente.
Importante!
Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração 
Pública direta (União, estados-membros, Distrito Federal e municípios), autárquica e funda-
cional, nos termos do parágrafo único do art. 852-A da CLT. Portanto, independentemente 
do valor da causa, se, em um dos polos da ação, figurarqualquer dos entes citados, o proces-
samento e o julgamento da demanda ocorrerão pelo procedimento ordinário.
Qualificação completa do reclamado 
• Pessoa física: Nome completo, CPF e endereço completo com CEP;
• Pessoa jurídica: Nome completo, pessoa jurídica de direito privado, número do 
CNPJ, endereço completo com CEP. 
“Dos fatos” ou “Do contrato de trabalho” ou “Da relação laboral”
Trata-se de breve relato da motivação que impulsionou o reclamante a buscar o Poder 
Judiciário, respeitando a ordem cronológica dos acontecimentos, assim como as regras 
de coerência e coesão.
Você não deve apresentar dados ou fatos não comunicados pela situação-problema, 
sob risco de ser penalizado(a) com desconto de nota.
14
15
“Da fundamentação jurídica” ou “Do Direito” 
Neste tópico, você deverá abordar todas as teses apresentadas pela situação-problema, 
de modo coerente e coeso. Para tanto, deverá construir a fundamentação jurídica apro-
priada, especialmente com base na Constituição Federal, na CLT, nas Súmulas e nas 
Orientações Jurisprudenciais do TST e na legislação esparsa. 
Diante disso, deve-se evitar a utilização de certas ferramentas, como o “recorta e cola” 
da letra da lei sem qualquer conexão à realidade fática, ou seja, a simples citação do dis-
positivo legal sem contextualizar com o caso concreto.
Geralmente, a reclamação trabalhista cuida de diversos assuntos, por exemplo, vários 
direitos laborais violados. Em razão disso, recomenda-se o estabelecimento de subdivisão 
na fundamentação jurídica.
Pedidos
De acordo com o art. 840, § 1º, da CLT, os pedidos devem ser certos, determinados 
e com indicação do valor, sob pena de serem julgados extintos sem resolução do mérito. 
Neste tópico, far-se-á o requerimento conforme as teses defendidas na fundamenta-
ção jurídica, além dos pedidos clássicos: 
• notificação do reclamado;
• protesto por provas;
• honorários advocatícios de sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT;
• benefício da justiça gratuita (quando necessário), de acordo com o art. 790, §§ 3º 
e 4º, da CLT.
Valor da Causa 
O valor da causa será fixado em razão do somatório dos pedidos contidos na peti-
ção inicial. 
Outrossim, o valor da causa determinará o procedimento pelo qual tramitará a recla-
mação trabalhista. 
Fechamento 
• Nestes termos, 
pede deferimento. 
• Local e data. 
• Advogado(a)
OAB nº ____
Importante!
Não é necessário juntar rol de testemunhas na petição inicial trabalhista, as quais são 
convidadas a comparecer espontaneamente na data e horário designados para audiência. 
15
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Em Síntese
• Endereçamento;
• Qualificação do(a) reclamante;
• Advogado(a);
• Nome da peça e fundamentação legal;
• Verbo;
• Procedimento;
• Qualificação do(a) reclamado(a);
• Fatos;
• Fundamentação jurídica;
• Pedidos;
• Valor da causa;
• Fechamento.
Redação da Reclamação Trabalhista 
Caso Hipotético 1 (adaptado)
Síntese da entrevista realizada com Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, desem-
pregado, filho de Isaura Santos, portador da identidade 559, CPF 202, residente e 
domiciliado na Rua Sete de Setembro, casa 18 – Manaus – Amazonas – CEP 999: 
• Trabalhou na fábrica de componentes eletrônicos Nimbus S.A. situada na Rua 
Leonardo Malcher, 7.070 – Manaus – Amazonas – CEP 210, de 10.10.2012 a 
02.02.2020, oportunidade na qual foi dispensado sem justa causa e recebeu, 
corretamente, sua indenização; 
• A empresa possui 220 empregados; 
• É portador de deficiência e soube que, após a sua dispensa, não houve contra-
tação de um substituto em condição semelhante; 
• Seu e-mail pessoal era monitorado pela empresa porque, na admissão, estava 
ocorrendo um problema na plataforma institucional, daí por que a ex-emprega-
dora acordou com os empregados que o conteúdo de trabalho seria enviado ao 
e-mail particular de cada um, desde que pudesse fazer o monitoramento; que, 
em razão disso, o empregador teve acesso a diversos escritos e fotos particulares 
do depoente, inclusive conteúdo que ele não desejava expor a terceiros; 
• Durante o contrato sofreu descontos a título de contribuição sindical e confede-
rativa, mesmo não sendo sindicalizado; 
• Teve a CTPS assinada como assistente de estoque, mas, em parte do horário de 
trabalho, também realizava as tarefas de um analista de compras, pois seu chefe 
determinava que ele fizesse pesquisa de preços e comparasse a sua evolução ao 
longo do tempo, atividades estranhas ao seu mister de assistente de estoque;
16
17
• Trabalhava de segunda a sexta-feira, das 8h00min às 16h45min, com intervalo 
de 45 minutos para refeição, e aos sábados, das 8h00min às 12h00min, sem 
intervalo. Você, contratado(a) como advogado(a), deve apresentar a medida 
processual adequada à defesa dos interesses de Heitor, sem criar dados ou fatos 
não comunicados. 
Fonte: https://bit.ly/3fTfCSN
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ..... Vara do Trabalho de Manaus – AM. 
HEITOR SAMUEL SANTOS, brasileiro, solteiro, desempregado, nascido em 
__________, filho de Isaura Santos, portador do RG nº 559 e CPF nº 202, CTPS 
nº ___, PIS nº ___, residente e domiciliado na Rua Sete de Setembro, casa 18, CEP 
999, Manaus – AM, por seu/sua advogado(a) abaixo subscrito(a) (procuração ane-
xa), com endereço profissional em ___________________, onde receberá 
correspondências e notificações, vem, à presença de Vossa Excelência, com base no 
art. 840, § 1º, da CLT combinado com o art. 319 do CPC, propor a presente 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo rito __________, em face de NIMBUS S.A., nº do CNPJ, situada na rua Leo-
nardo Malcher, 7.070, Manaus – AM, CEP 210, pelos fundamentos de fato e de direito 
a seguir expostos: 
I – Dos fatos
O Reclamante trabalhou para a Reclamada de 10.10.2012 a 02.02.2020, oportunidade 
na qual foi dispensado sem justa causa e recebeu, corretamente, sua indenização.
Durante o contrato de trabalho, o Reclamante, que é portador de deficiência, teve 
sua CTPS registrada como assistente de estoque, mas, ao longo da jornada diária de 
trabalho, executava tarefas conexas ao cargo de um analista de compras. 
Ressalta-se que a ex-empregadora não contratou novo empregado portador de defi-
ciência quando da dispensa do reclamante. 
Ademais, monitorava e-mail pessoal, bem como realizava descontos de contribuição 
sindical e confederativa de não sindicalizados.
Por fim, a jornada de trabalho era de segunda a sexta-feira, das 8h00min às 16h45min, 
com intervalo de 45 minutos para refeição, e aos sábados, das 8h00min às 12h00min, 
sem intervalo.
II – Dos fundamentos jurídicos 
1. Da reintegração 
A empresa possui 220 empregados e o Reclamante é portador de deficiência, o qual 
soube, após a sua dispensa, que não houve contratação de um substituto em condição 
semelhante, o que lhe dá o direito de ser reintegrado às funções anteriormente ocupadas. 
Demonstra-se a probabilidade do direito assentada no art. 93, § 1º, da Lei nº 8.213/1991, 
uma vez que a dispensa imotivada do empregado portador de deficiência terá funda-
mento somente após a contratação de outro em condição de deficiente, o que não 
ocorreu na situação mencionada.
17
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Desse modo, requer-se que a reclamada proceda à reintegração do trabalhador ao 
emprego, assim como ao pagamento dos salários e das demais vantagens do período 
de afastamento. 
2. Do dano moral
Durante a vigência do contrato de trabalho, o e-mail pessoal do Reclamante era mo-
nitorado pela empresa, sob a justificativa de problemas na plataforma institucional 
e necessidade de envio de trabalho. 
Por tal razão, a Reclamada teve acesso a diversos escritos e fotos particulares, inclusive 
conteúdo de foro íntimo que não se desejava expor a terceiros. 
De acordo com o art. 5º, X, da CF/1988, assim como os arts. 223-B e ss. da CLT, deverá 
indenizar pelo dano moral decorrente da violação da intimidade, o que é evidente 
no caso do Reclamante. 
No que tange ao quantum indenizatório, ante o advento da reforma trabalhista (Leinº 13.467/2017), o valor será fixado de acordo com a natureza da ofensa. O reclamante 
sofreu grande abalo em razão da invasão de intimidade, assim como pela possibilidade 
de terceiros terem acesso ao conteúdo do seu e-mail privado. 
Desse modo, o Reclamante requer a condenação da Reclamada por dano de cará-
ter gravíssimo.
3. Da devolução dos descontos
No curso do contrato de trabalho, o trabalhador sofreu descontos a título de contri-
buição sindical e confederativa. 
Segundo o entendimento do STF na Súmula Vinculante nº 40, a contribuição con-
federativa apenas é exigível ao trabalhador sindicalizado, qualidade que não condiz 
com o Reclamante. 
No que diz respeito à contribuição sindical, popularmente conhecida como imposto 
sindical, não há que se falar na obrigatoriedade do seu pagamento, estando sindica-
lizado ou não. O desconto de tal contribuição está condicionado à autorização prévia 
e expressa, conforme o art. 579 da CLT.
Os mencionados descontos violam o direito de livre associação e sindicalização. Sendo 
assim, requer-se a devolução dos valores descontados irregularmente.
4. Do acúmulo funcional
O Reclamante teve a CTPS assinada como assistente de estoque, mas, em parte do 
horário de trabalho, também realizava as tarefas de um analista de compras, as 
quais eram estranhas à função de assistente.
Notadamente, está caracterizado o acúmulo de função e, nos termos do art. 456 da 
CLT, a prova do contrato de trabalho ocorre pelas anotações do citado documento, 
não cabendo a tese de obrigar-se a qualquer circunstância compatível com a condi-
ção pessoal.
Portanto, espera-se a condenação da Reclamada ao pagamento do plus salarial pelo exer-
cício de duas funções distintas, assim como os reflexos nos demais direitos trabalhistas.
5. Do intervalo intrajornada parcial
O Reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira, das 8h00min às 16h45min, com 
intervalo de 45 minutos para refeição, e aos sábados, das 8h00min às 12h00min, 
sem intervalo.
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19
Segundo o art. 71 da CLT, o intervalo intrajornada para jornadas acima de 6 horas 
diárias deverá ter a duração mínima de 1 hora, o que não ocorria no caso do recla-
mante, pois tinha 15 minutos suprimidos do seu intervalo.
Em decorrência da violação celetista, o trabalhador faz jus ao intervalo intrajornada 
quanto ao tempo não usufruído, com o respectivo adicional de 50%, de acordo com 
o art. 71, § 4º, da CLT.
III – Dos pedidos 
Ante o exposto, o Reclamante requer o processamento da presente reclamação traba-
lhista e a procedência dos pedidos, especialmente: 
a. A reintegração do Reclamante ao emprego, assim como o pagamento dos salá-
rios do período de afastamento;
b. O pagamento de indenização por danos morais;
c. A devolução dos valores descontados irregularmente a título de contribuição 
sindical e confederativa;
d. O pagamento do plus salarial pelo acúmulo de função, assim como os reflexos;
e. O pagamento de 15 minutos diários com adicional de 50% pela concessão par-
cial do intervalo intrajornada;
f. O pagamento de custas e demais despesas processuais, inclusive honorários 
advocatícios de sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT;
g. A notificação da Reclamada para que apresente sua defesa e compareça em audi-
ência designada por Vossa Excelência, sob pena de incorrer nos efeitos da revelia. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, princi-
palmente a prova documental, testemunhal, pericial e outras que se fizerem neces-
sárias, as quais, desde já, ficam requeridas.
Dá-se à causa o valor de R$ _____________________ (valor por extenso) 
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data 
Advogado(a)
OAB nº
Importante!
Perceba que os parágrafos da fundamentação jurídica estão apresentados de modo se-
quencial, conectados por meio de elementos que priorizam a coerência e a coesão. Exem-
plos de conectivos: “Diante disso”, “Portanto”, “Em razão disso”, “Por tal motivo”, “Sendo 
assim”, “Em decorrência disso”, “Por tal razão”, “Ante o exposto”, “Diante do exposto”, 
“Segundo o(a)”, “De acordo com”, “Ademais”, “Além disso”, entre outros. 
19
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Caso Hipotético 2
Maria, brasileira, casada, residente e domiciliada em Céu Azul/PR, ex-empregada da 
“Doces Açucarados Ltda.”, com sede em Curitiba/PR. Durante o vínculo empregatício, 
tinha jornada de trabalho das 8h00min às 18h00min e era vinculada à unidade de 
Cascavel/PR. O contrato de trabalho vigeu de 1º de março de 2017 a 5 de janeiro de 
2020, quando fora rompido sem justa causa pela ex-empregadora. A obreira desem-
penhou a função de agente comercial e apresentava a clientes produtos fabricados 
pela empresa; tal representação era realizada em diversas cidades do interior do es-
tado, como Arapongas, Balsa Nova e Bandeirantes. Na rescisão contratual, segundo 
a ex-empregada, a ex-empregadora não quitou adicional noturno, multa do FGTS, 
participação nos lucros e resultados no valor de 30% da remuneração (conforme CCT 
apresentada), gratificação natalina proporcional. 
Na qualidade de advogado(a) de Maria, apresente a medida processual adequada 
para a garantia dos direitos da sua cliente. 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ..... Vara do Trabalho de Cascavel/PR
(espaço de 10 linhas)
MARIA, brasileira, casada, desempregada, portadora do RG nº __________ 
e CPF nº __________, CTPS nº __________, PIS nº __________, fi-
lha de __________, nascida em __________, residente e domiciliada em 
__________, no município de Céu Azul/PR, por seu/sua advogado(a) abaixo 
subscrito(a (procuração anexa), o/a qual recebe correspondências e notificações no 
endereço __________________, vem, à presença de Vossa Excelência, com 
base no art. 840, § 1º, da CLT combinado com o art. 319 do CPC, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo rito __________, em face de DOCES AÇUCARADOS LTDA., nº do CNPJ, pes-
soa jurídica de direito privado, situada em __________, pelos fundamentos de 
fato e de direito abaixo expostos: 
I – Do contrato de trabalho
A reclamante laborou para a reclamada de 01.03.2017 a 05.01.2020, momento que 
fora dispensada sem justa causa. 
Durante o contrato de trabalho, exerceu a função de agente comercial em diversas 
cidades do interior do estado do Paraná, cuja jornada de trabalho era das 8h00min 
às 18h00min, estando subordinada à unidade de Cascavel. 
Na rescisão contratual, a ex-empregadora deixou pendentes os seguintes direitos 
trabalhistas: multa indenizatória sobre os depósitos do FGTS, participação nos lucros 
e resultados no valor de 30% da remuneração. 
A presente reclamação visa à reparação dos haveres violados, entre outros a 
serem demonstrados. 
20
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II – Dos fundamentos jurídicos 
 1. Da multa indenizatória do FGTS
No curso da relação laboral, a reclamada efetuou, corretamente, os depósitos per-
tinentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, no entanto não cumpriu com a 
obrigação de depositar a multa indenizatória sobre o montante.
Consoante o art. 18, § 1º, da Lei nº 8.036/1990, ocorrendo a rescisão do contrato de 
trabalho na hipótese de despedia sem justa causa, o empregador deverá depositar, 
na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a 40% do montante 
de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato 
de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 
Desse modo, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento da multa inde-
nizatória do FGTS. 
 2. Da participação nos lucros ou resultados 
A participação nos lucros ou resultados não é instituto obrigatório nas empresas, 
dependerá de prévia negociação entre empregador e empregados. Nos termos do 
art. 2º da Lei nº 10.101/2000, o ajuste ocorrerá por comissão paritária, convenção 
coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho. 
No caso da reclamante, a negociação deu-se por meio de convenção coletiva de 
trabalho, a qual fixou o percentual de 30% sobre a remuneração do empregado. 
Entretanto, a reclamada também não honroucom tal compromisso.
Sendo assim, requer-se a condenação da reclamada ao pagamento da participação 
nos lucros ou resultados.
 3. Da multa do art. 477, § 8º, da CLT
Diante do exposto, percebe-se que a reclamada não efetuou o pagamento das verbas 
rescisórias de forma correta, tal como: multa indenizatória do FGTS. 
Conforme o art. 477, §§ 6º e 8º, da CLT, na extinção do contrato de trabalho, o emprega-
dor deverá anotar a Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos 
órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo de 10 (dez) 
dias contados a partir do término do contrato de trabalho, sob pena de pagar multa em 
prol do trabalhador equivalente ao valor do salário. 
Tal regramento não foi respeitado pela reclamada; portanto, requer-se o pagamen-
to de multa.
 4. Da multa do art. 467 da CLT
Não se pode olvidar da regra estabelecida no art. 467 da CLT, segundo a qual o empre-
gador deverá pagar ao trabalhador, até a data de comparecimento à Justiça do Trabalho, 
a parte incontroversa das verbas rescisórias, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%. 
No que tange à reclamante, todas os direitos pendentes são considerados incontroversos, 
por isso, desde já, se requer o pagamento das verbas acrescidas do mencionado percen-
tual caso não haja a quitação nos termos estabelecidos pelo dispositivo celetista.
III – Pedidos e requerimentos
Ante o exposto, o Reclamante requer o processamento da presente reclamação tra-
balhista e a procedência dos pedidos, especialmente: 
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UNIDADE Reclamação Trabalhista
a. A notificação da Reclamada no endereço citado, para que compareça em Juízo, 
em audiência designada por Vossa Excelência e, se desejar, apresente sua defesa 
sob pena de incorrer nos efeitos da revelia;
b. A condenação da reclamada para efetuar o recolhimento da multa indenizatória 
sobre os depósitos do FGTS;
c. A condenação da reclamada ao pagamento da participação nos lucros ou resultados;
d. O pagamento da multa do art. 477, §§ 6º e 8º, da CLT; 
e. O pagamento da multa do art. 467 da CLT; 
f. A condenação da reclamada ao pagamento de despesas processuais, inclusive 
honorários advocatícios, conforme dispõe o art. 791-A da CLT.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em espe-
cial prova documental, testemunhal e outras que se fizerem necessárias, as quais, desde 
já, ficam requeridas. 
Dá-se à causa o valor de R$ ____________________.
Nestes termos,
pede deferimento. 
Local e data 
Advogado(a) 
OAB nº
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Prática Jurídica Trabalhista
PEREIRA, L. Prática jurídica trabalhista. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. 
https://bit.ly/2Q5NbID
 Vídeos
 Saber Direito – Petição Inicial Trabalhista – Aula 1, 2, 3, 4 e 5
https://youtu.be/NDgriqPC2bc
 Leitura
Pedidos na Petição Inicial Trabalhista Após a Reforma
https://bit.ly/34x9M4d
A nova petição inicial trabalhista
https://bit.ly/3oZoOcx
23
UNIDADE Reclamação Trabalhista
Referências
ALMEIDA, A. P. Curso prático de processo do trabalho. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 
2020.
BUENO, C. S. Manual de direito processual civil. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
LEITE, C. H. B. Curso de direito processual do trabalho. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 
2020.
MIESSA, É. Curso de direito processual do trabalho. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2021. 
PEREIRA, L. Prática jurídica trabalhista. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
24
Prática Jurídica 
Trabalhista
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Welington Castilho Garcia
Revisão Técnico
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Revisão Textual:
Caique Oliveira dos Santos
Defesa no Processo do Trabalho
Defesa no Processo do Trabalho
 
• Compreender as modalidades de defesa e o momento de aplicação no processo trabalhista.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Modalidades de Resposta do Reclamado;
• Contestação;
• Reconvenção;
• Exceções;
• Redação de Peças de Resposta do Reclamado.
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Modalidades de Resposta do Reclamado
O art. 5º, LV, da CF/1988 dispõe que: “aos litigantes, em processo judicial ou admi-
nistrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com 
os meios e recursos a ela inerentes”. 
Trata-se da materialização do princípio da ampla defesa e do contraditório, o qual 
está intrinsecamente relacionado ao princípio do devido processo legal, esculpido no 
mesmo dispositivo constitucional, no inciso LIV, nestes termos: “ninguém será privado 
da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Na verdade, pode-se afirmar 
que o primeiro é consequência do segundo.
Nesse contexto, os citados princípios imputam a necessidade de se observarem as re-
gras e os procedimentos legais na postulação de direitos e, consequentemente na defesa 
às pretensões deduzidas pelos reclamantes. 
De acordo com o art. 841 da CLT, “protocolada a reclamação, o escrivão ou secre-
tário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do 
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo”. 
Nesse momento, a partir da notificação, que equivale à citação, a parte requerida 
toma conhecimento da existência de uma demanda em seu desfavor e deverá manifestar-
-se (responder) acerca das reivindicações do reclamante. 
Diante da reclamação trabalhista ajuizada, o reclamado poderá apresentar, como mo-
dalidade de resposta, a contestação (art. 847 da CLT), a reconvenção (art. 343 do CPC), a 
exceção de incompetência territorial (art. 800 da CLT), bem como as exceções de suspei-
ção e de impedimento (art. 801 da CLT c/c arts. 144 e 145 do CPC). 
Ressalta-se que a apresentação de uma não exclui a possibilidade de externar outra, 
por exemplo: José apresentou contestação com reconvenção ou Maria apresentou ex-
ceção de incompetência territorial e, após o seu julgamento, protocolou contestação no 
prazo assinalado pelo magistrado. 
Contestação 
Tal como a reclamação trabalhista, a contestação poderá ser apresentada sob a forma 
verbal ou escrita. 
Tratando-se de contestação trabalhista verbal, o reclamante terá o prazo de 20 (vinte) 
minutos para aduzi-la em audiência, após a leitura da petição inicial quando não dispen-
sada, nos termos do caput do art. 847 da CLT. 
Se a opção for pela contestação escrita, deverá ser protocolizada por meio do sistema 
do processo judicial eletrônico até a audiência, de acordo com o parágrafo único do art. 
847 da CLT. 
Ocasionalmente, há confusão com o prazo de 15 (quinze) dias estabelecido no Códi-
go de Processo Civil. Apesar da subsidiariedade do CPC à CLT, no processo do traba-
lho, há regramento próprio. 
8
9
Outrossim, faz-se necessário tomar cuidado com o lapso temporal previsto no art. 
841 da CLT, pois uma interpretação equivocada poderia levar a crer que o prazo para a 
apresentação de contestação seria de 5 (cinco) dias. No entanto, refere-se ao necessário 
espaçamento mínimo entre a data da notificação e a da audiência. 
Desse modo, qual o prazo para apresentar contestação? Segundo o art. 847 da CLT, até 
a audiência (inaugural). Portanto, pode ser de 5 (cinco) dias, 6 (seis) dias, 7 (sete) dias..., 
1 (um) mês, 2 (dois) meses, dependerá da pauta organizada pelo cartório ou pela secretaria. 
Importante!
Não confunda! A contestação trabalhista verbal não é apresentada no cartório ou na 
secretaria, como ocorre com a reclamação. Ademais, o prazo de oferecimento da defesa 
não é de 15 (quinze) dias, como no processo civil. No processo do trabalho, o reclamado 
poderá juntar sua contestação, quando esta não for verbal, até a audiência. 
Defesas processuais 
O reclamado, quando apresenta sua peça de contestação, poderá alegar a existência 
de circunstâncias que colocam em xeque os pressupostos processuais ou aspectos da 
ação, as quais recebem a denominação de defesas processuais, tradicionalmente conhe-
cidas como preliminares de mérito. 
A CLT foi omissa nessa temática; por talmotivo, recorre-se ao CPC, o qual, no art. 
337, dispõe sobre a consideração das preliminares: 
 CPC
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Todavia, o aludido dispositivo do CPC não é aplicado automaticamente ao processo do 
trabalho, tendo em vista a imprescindibilidade de observar determinadas particularidades.
Inicialmente, cumpre ressaltar que o inciso II do art. 337 do CPC não se aproveita 
integralmente, porque a incompetência relativa (territorial ou em razão do lugar) possui 
9
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
procedimento próprio na CLT e deve ser arguida em peça específica, nos termos do art. 
800 celetista. 
Portanto, no citado dispositivo processual civil, como preliminar de mérito serve-se 
apenas da incompetência absoluta, a qual se dá em razão da matéria, pessoa ou função. 
Outra ressalva a ser feita é sobre a perempção, não se empregando o art. 486, § 3º, do 
CPC, visto que há regramento distinto na CLT. Consoante o art. 731 da CLT, tratando-
-se de reclamação trabalhista verbal, aquele que não se apresentar ao cartório ou à 
secretaria no prazo de 5 (cinco) dias da distribuição da ação, incidirá na pena de perda 
de ajuizar perante a Justiça do Trabalho pelo tempo de 6 (seis) meses. Também terá a 
mesma punição aquele que der causa por 2 (duas) vezes ao arquivamento previsto no 
art. 844 da CLT. 
Desse modo, no processo do trabalho, evidencia-se que há perempção temporária, e 
não definitiva, como ocorre no processo civil.
Por fim, é imprescindível observar a preliminar de “convenção de arbitragem”, a 
qual poderá ser alegada em caso de descumprimento do pacto estabelecido, conforme 
preceitua a CLT:
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja 
superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula com-
promissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou me-
diante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, 
de 23 de setembro de 1996.
De acordo com o dispositivo celetista mencionado, não é qualquer contrato de tra-
balho que poderá trazer, no seu conteúdo, cláusula compromissória de arbitragem, há 
que se observar: remuneração superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do 
RGPS + iniciativa do empregado ou concordância expressa. 
Consoante o art. 337, § 5º, do CPC, com a devida adaptação ao processo do trabalho, com 
exceção da convenção de arbitragem, o juiz conhecerá de ofício as preliminares de mérito. 
Em Síntese
Apenas a incompetência territorial ou em razão do lugar (relativa) não se aplica como 
preliminar de mérito da contestação trabalhista, tendo em vista que possui regramento 
e procedimento próprio na CLT. 
Defesas de mérito 
Diferente das defesas processuais que incidem em vícios do processo em si, as de-
fesas de mérito repercutem no direito material postulado pelo reclamante, podendo 
dividir-se em: defesa de mérito direta e defesa de mérito indireta. 
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Para Élisson Miessa (2021, p. 618), na defesa de mérito direta, “o réu impugna 
os fatos constitutivos, negando os fatos e/ou fundamentos jurídicos da inicial”. Já, 
na defesa de mérito indireta, “o réu não nega propriamente os fatos constitutivos, 
mas alega fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”. Veja as 
situações hipotéticas: 
• Exemplo 1: Alípio ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional noturno; no 
entanto, a reclamada contesta, alegando que nunca houve a prestação de serviço 
em horário noturno por parte do empregado (nega-se o fato constitutivo – defesa 
de mérito direta);
• Exemplo 2: Marinalva ingressou com reclamação trabalhista, cujo pedido foi o 
pagamento de horas extras. Na contestação, a empresa confirma a prestação de 
horas acima da jornada habitual; contudo, demonstra a conversão em banco de 
horas lícito e devidamente usufruído pela empregada (apresenta-se fato impeditivo 
– defesa de mérito indireta).
No conceito de defesa de mérito indireta, estão inclusas a decadência e a prescrição, es-
pecialmente, recebendo a denominação de prejudiciais de mérito (MIESSA, 2021, p. 618). 
Destaca-se a prescrição bienal e quinquenal previstas no art. 11 da CLT, o qual dispõe: 
“A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco 
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção 
do contrato de trabalho”. 
Conforme a Súmula nº 308 do TST, o biênio para ajuizamento da reclamação tra-
balhista é contado da data da extinção da relação contratual, enquanto o quinquênio 
quanto aos créditos trabalhistas deve ser observado da data da proposição da reclama-
ção trabalhista.
Da revelia
Segundo o art. 344 do CPC, a revelia é materializada pela ausência de contestação e 
acarretará efeitos materiais e processuais – respectivamente, a presunção de veracidade 
das alegações de fato contidas na exordial e o julgamento antecipado do mérito. 
O art. 844 da CLT determina que a revelia será configurada pelo não compareci-
mento do reclamado à audiência inaugural, acarretando a confissão da matéria de fato. 
Todavia, a revelia não produzirá tal consequência, nos termos do § 4º do aludido dispo-
sitivo celetista, se: 
• havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; 
• o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
• a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indis-
pensável à prova do ato;
• as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem 
em contradição com prova constante dos autos.
Oportuno lembrar que, se ausente o reclamado, entretanto presente o advogado, 
na audiência, poderão ser aceitos a contestação e os documentos que porventura 
sejam apresentados. 
11
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Roteiro da peça de contestação 
De forma equivocada, determinados alunos ou candidatos do Exame da OAB ou de 
concurso público iniciam a redação da peça de contestação sem qualquer rascunho ou 
o fazem detalhadamente, ocupando tempo preciso de prova, estratégias que podem 
resultar em prejuízo. 
Quanto à primeira hipótese, quando não se utiliza nenhum parâmetro para constru-
ção da petição, é possível facilmente esquecer de pontos fundamentais a serem mencio-
nados ou revelar grande desorganização na exposição das ideias. 
No tocante à segunda circunstância, ao redigir a peça de modo completo em folha 
não definitiva de avaliação, toma-se muito tempo, tendo em vista a necessidade de se 
refazer o texto. 
Em razão disso, recomenda-se uma medida intermediária, isto é, deve-se elaborar um 
“esqueleto” estruturado da peça de contestação, inclusive com as teses a serem discutidas. 
Desse modo, deve-se organizar as ideias de forma objetiva. Sugere-se a seguinte for-
matação de roteiro: 
Quadro 1
Roteiro da peça 
de contestação
• Endereçamento;
• Número do processo;
• Menção ao/à reclamado(a);
• Menção ao/à reclamante;
• Menção à representação pelo(a) advogado(a), à procuração ane-
xa e ao endereço profissional;
• Fundamentação legal da peça: art. 847 da CLT c/c art. 336 do CPC;
• Verbo “apresentar” ou “oferecer”;
• Nome da peça: CONTESTAÇÃO;
• Dos fatos ou resumo da reclamação;
• Das preliminares de mérito (se houver);
• Das prejudiciais de mérito (se houver);
• Do mérito (rebater cada tese da reclamação);
• Conclusão ou requerimentos;
• Fechamento.
Reconvenção
A reconvençãonão se enquadra como defesa propriamente dita, classifica-se como mo-
dalidade de resposta. Refere-se a um contra-ataque, em que o reclamado (réu-reconvinte) 
insurge-se em face do reclamante (autor-reconvindo) na mesma relação jurídico-processual 
em que é acionado. 
Nos ensinamentos de Humberto Theodoro Júnior (2020, p. 794): 
Da reconvenção resulta um cúmulo de lides, representado pelo acrés-
cimo do pedido do réu ao que inicialmente havia sido formulado pelo 
12
13
autor. Ambas as partes, em consequência, passam a atuar reciproca-
mente como autores e réus. O fundamento do instituto está no princípio 
de economia processual, com que se procura evitar a inútil abertura de 
múltiplos processos entre as mesmas partes, versando sobre questões co-
nexas, que muito bem podem ser apreciadas e decididas a um só tempo.
A CLT é omissa quanto à utilização da reconvenção no processo do trabalho. Em 
razão disso, a sua apresentação depende da observância das regras contidas no CPC. 
De acordo com o art. 343 do CPC, “na contestação, é lícito ao réu propor reconven-
ção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o funda-
mento da defesa”.
Notadamente, a reconvenção não é uma ação a ser apresentada de forma apartada, 
isto é, estará no bojo da contestação. Entretanto, o reclamado poderá oferecer sua re-
convenção independentemente de contestação, nos termos do § 6º do art. 343 do CPC.
Contudo, não se pode olvidar que a ausência de contestação certamente acarretará 
os efeitos da revelia. 
Quanto ao procedimento, oferecida a reconvenção, o magistrado designará nova au-
diência, a qual não poderá ocorrer no prazo inferior a 5 (cinco) dias, nos termos do art. 
841 da CLT, para que o autor-reconvindo faça a apresentação da sua defesa, se desejar. 
Ressalta-se que, em caso de desistência da ação principal (reclamação) ou ocorrência 
de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito, não há impedimento para o se-
guimento da demanda quanto à reconvenção. 
A pertinência da reconvenção está condicionada ao preenchimento de certos requisitos, 
quais sejam: 1 – existência de demanda originária; 2 – identidade procedimental; 3 – com-
petência absoluta do juiz da causa originária para julgar a reconvenção; 4 – conexão com a 
ação originária ou com os fundamentos da defesa (MIESSA, 2021, p. 642).
Conforme o art. 791-A, § 5º, da 
CLT, há condenação de honorá-
rios advocatícios de sucumbên-
cia na reconvenção. 
Roteiro da peça de reconvenção 
Conforme estudado anteriormente, a reconvenção será apresentada no bojo da con-
testação; contudo, é possível o oferecimento de tal ação independentemente da citada 
peça de defesa, arcando o reclamado com os possíveis efeitos da revelia. Segue roteiro 
da peça de reconvenção inserida na contestação:
13
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Quadro 2
Roteiro da peça 
de reconvenção
• Endereçamento;
• Número do processo;
• Menção ao/à reclamado(a);
• Menção ao/à reclamante;
• Menção à representação pelo(a) advogado(a), à procuração ane-
xa e ao endereço profissional;
• Fundamentação legal da peça: art. 847 da CLT c/c art. 336 e 343 
do CPC;
• Verbo “apresentar” ou “oferecer”;
• Nome da peça: CONTESTAÇÃO com RECONVENÇÃO;
• Dos fatos ou resumo da reclamação;
• Das preliminares de mérito (se houver);
• Das prejudiciais de mérito (se houver);
• Do mérito (rebater cada tese da reclamação);
• Da reconvenção;
• Conclusão ou requerimentos;
• Valor da causa;
• Fechamento.
Importante!
Na conclusão da peça, um dos pedidos será o de intimação do reclamante para apresen-
tar defesa à reconvenção, sob pena de incorrer nos efeitos da revelia. Ademais, em razão 
da reconvenção, há a necessidade de delimitar o valor da causa. 
Exceções 
Exceção de incompetência territorial 
A despeito da sistemática processual do art. 337 do CPC, aplicável com parcimônia 
ao processo do trabalho, a exceção de incompetência territorial (incompetência relativa) 
não deve ser arguida como defesa processual (preliminar de mérito); afinal, a CLT traz, 
de forma específica, o procedimento a ser adotado em tal circunstância.
Diante de quais situações o reclamado poderá apresentar a exceção de incompetên-
cia relativa em razão do lugar? 
A resposta para tal indagação encontra respaldo no art. 651 da CLT, ou seja, quando 
a reclamação trabalhista for ajuizada sem a observância das regras constantes no aludido 
dispositivo celetista. Portanto: 
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é de-
terminada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, 
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro 
local ou no estrangeiro. 
§ 1º. Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a com-
petência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou 
filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente 
14
15
a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a locali-
dade mais próxima.
§ 2º . A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabeleci-
da neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no 
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção 
internacional dispondo em contrário. 
§ 3º . Em se tratando de empregador que promova realização de ativida-
des fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado 
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da pres-
tação dos respectivos serviços.
De acordo com o art. 800 da CLT, em 5 (cinco) dias contados da notificação, o recla-
mado deverá apresentar a exceção de incompetência territorial em “peça que sinalize a 
existência desta exceção”. 
Notadamente, diante da expressão em destaque, o legislador infraconstitucional sina-
lizou a imprescindibilidade de petição específica para impugnar o juízo, inclusive com a 
possibilidade de produção de prova oral. Nesse caso, o § 3º do art. 800 da CLT permite 
ao excipiente e a suas testemunhas serem ouvidos por meio de carta precatória no juízo 
que entende adequado. 
Diante do protocolo da peça, ocorrerá a suspensão do processo e os autos serão 
destinados à conclusão do magistrado, o qual determinará a intimação do reclamante, 
assim como os litisconsortes, se houver, para manifestação no prazo de 5 (cinco) dias. 
Proferida decisão acerca da exceção de incompetência territorial, o processo pros-
seguirá, designando-se, nesse contexto, a audiência, a apresentação de defesa, assim 
como a instrução processual ante o juízo competente. 
A decisão que acolhe ou rejeita a exceção de incompetência territorial possui nature-
za interlocutória, o que, em regra, não admite a discussão de pronto em consequência 
ao princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias. 
Todavia, excepcionalmente, a Súmula nº 214, c, do TST admite o questionamento 
quando a decisão “acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos 
para tribunal regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante 
o disposto no art. 799, § 2º, da CLT”.
Quadro 3
Roteiro da exceção 
de incompetência 
territorial
• Endereçamento;
• Número do processo;
• Menção ao/à excipiente (reclamado(a));
• Menção ao/à exceto(a) (reclamante) ;
• Menção à representação pelo(a) advogado(a), à procuração ane-
xa e ao endereço profissional;
• Fundamentação legal da peça: art. 800 da CLT;
• Verbo “apresentar”;
• Nome da peça: EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL;
• Dos fatos; 
• Da fundamentação jurídica;
• Dos pedidos;
• Fechamento .
15
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Exceções de suspeição e de impedimento 
A suspeição e o impedimento são circunstâncias fáticas que remetem à parcialidade 
do juiz responsável pela condução da demanda processual. Portanto, as respectivas ex-
ceções destinam-se à impugnação do magistrado; afinal, busca-se um julgamento com 
neutralidade, sem pender para nenhum dos polos da ação. 
Nesse contexto, segundo Mauro Schiavi (2018, p. 680):A imparcialidade do juiz é um cânone constitucional e um pressuposto 
processual de existência da relação jurídico-processual. Além disso, é um 
direito fundamental do cidadão que visa à justiça da decisão e assegura 
a dignidade do processo. Em razão disso, a lei determina que o juiz não 
tenha qualquer vinculação, quer de ordem objetiva, quer de ordem subje-
tiva, com a lide. 
Tratando-se da suspeição, relacionada a elementos subjetivos, há que se observar o 
art. 801 da CLT combinado com o art. 145 do CPC, os quais dispõem, respectivamente: 
CLT
Art. 801. O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, 
e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à 
pessoa dos litigantes:
• inimizade pessoal;
• amizade íntima;
• parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
• interesse particular na causa.
Parágrafo único. Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual 
haja consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de 
suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também 
admitida, se do processo constar que o recusante deixou de alegá-la an-
teriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou 
o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que 
ela se originou. 
CLT
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa an-
tes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes 
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às 
despesas do litígio;
III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu côn-
juge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro 
grau, inclusive;
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes.
§ 1º. Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões.
16
17
§ 2º . Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I – houver sido provocada por quem a alega;
II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido.
Notadamente, há hipóteses semelhantes entre os dois dispositivos legais mencionados. 
Diante disso, o art. 145 do CPC exerce função de complementaridade ao art. 801 da CLT. 
Quanto às situações configuradoras de impedimento, não existe referência na CLT. 
Nesse caso, é necessário observar as disposições previstas no art. 144 do CPC, in verbis:
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas fun-
ções no processo: 
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento 
como testemunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive;
IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou compa-
nheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 
o terceiro grau, inclusive;
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pes-
soa jurídica parte no processo;
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qual-
quer das partes;
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta 
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório;
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
Na terceira hipótese, nos termos dos §§ 1º e 3º do art. 144 do CPC, apenas haverá 
a caracterização do impedimento se o defensor público, o advogado ou o membro do 
Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
Ademais, o magistrado estará impedido quando conferido mandato a membro de escri-
tório de advocacia que tenha, em seus quadros, advogado que individualmente ostente a 
condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Por fim, veda-se a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento 
do juiz, conforme o § 2º do citado dispositivo do CPC.
Quadro 4
Roteiro da exceção 
de suspeição
• Endereçamento, de acordo com o endereçamento da Reclama-
ção Trabalhista;
• Número do processo;
17
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Roteiro da exceção 
de suspeição
• Menção ao/à excipiente (reclamado(a));
• Menção ao/à exceto(a) (reclamante);
• Menção à representação pelo(a) advogado(a), à procuração ane-
xa e ao endereço profissional;
• Fundamentação legal da peça: art. 801 da CLT c/c arts. 145 e 146 
do CPC;
• Verbo “apresentar”;
• Nome da peça: EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO;
• Dos fatos;
• Da fundamentação jurídica;
• Dos pedidos;
• Fechamento.
Roteiro da exceção 
de impedimento
• Endereçamento, de acordo com o endereçamento da Reclama-
ção Trabalhista;
• Número do processo;
• Menção ao/à excipiente (reclamado(a));
• Menção ao/à exceto(a) (reclamante);
• Menção à representação pelo(a) advogado(a), à procuração ane-
xa e ao endereço profissional;
• Fundamentação legal da peça: arts. 144 e 146 do CPC;
• Verbo “apresentar”;
• Nome da peça: EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO;
• Dos fatos;
• Da fundamentação jurídica;
• Dos pedidos;
• Fechamento.
Redação de Peças de Resposta do Reclamado 
Modelo de contestação – enunciado 1 (adaptado) 
Nos autos da Reclamação Trabalhista 1234, movida por Gilson Reis em face da sociedade 
empresária Transporte Rápido Ltda., em trâmite perante a 15ª Vara do Trabalho do Recife/
PE, a dinâmica dos fatos e os pedidos foram articulados da seguinte maneira: O trabalha-
dor foi admitido em 13.05.2009, recebeu aviso prévio em 09.11.2019, para ser trabalhado, e 
ajuizou a demanda em 20.02.2020. Exercia a função de auxiliar de serviços gerais. Requereu 
sua reintegração porque, em 20.11.2019, apresentou candidatura ao cargo de dirigente sin-
dical da sua categoria, informando o fato ao empregador por e-mail, o que lhe garante o 
emprego na forma do art. 543, § 3º, da CLT, não respeitada pelo ex-empregador. Ademais, 
informou que trabalhava de segunda a sexta-feira, das 5h00min às 15h00min, com inter-
valo de duas horas para refeição; que o intervalo interjornada não era observado, daí por 
que deseja que isso seja remunerado como hora extra. Contratado(a) como advogado(a), 
você deve apresentar a medida processual adequada à defesa dos interesses da socie-
dade empresária Transporte Rápido Ltda., sem criar dados ou fatos não comunicados. 
Disponível em: https://bit.ly/3uE9d3t
18
19
Resolução
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 15ª VARA DO TRABALHO 
DE RECIFE/PE
(espaçamento de 10 linhas)
Processo nº 1234
TRANSPORTE RÁPIDO LTDA., já qualificada nos autos da reclamação trabalhista em 
epígrafe, proposta por GILSON REIS, por seu/sua advogado(a) que esta subscreve 
(procuração anexa), com endereço profissional em __________, onde recebe 
correspondências e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Exce-
lência, com base no art. 847 da CLT combinado com o art. 336 do CPC, apresentar 
CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir:
I – Resumo da reclamação trabalhista 
Na petição inicial, em resumo, o Reclamante aduz que foi admitido em 13.05.2009, 
para exercer a função de auxiliar de serviços gerais e que, em 09.11.2019, recebeu 
aviso prévio para ser trabalhado.
Outrossim, informa que, em 20.11.2019, registrou candidatura ao cargo de dirigente 
sindical da sua categoria, motivo pelo qual postula reintegração ao emprego sob a 
alegação de suposta estabilidade provisória. 
Ademais, cumpria jornadadiária de segunda a sexta-feira, das 5h00min às 15h00min, 
por isso o ex-empregado requer o pagamento de horas extras em razão de hipotéti-
ca violação ao intervalo interjornada. 
Notadamente, tais pleitos não devem prosperar, de acordo com a explanação a seguir. 
II – Da prejudicial de mérito: prescrição parcial
O reclamante ajuizou a demanda em 20.02.2020, no que for compatível com a cau-
sa de pedir e o pedido, a contestante articula os fatores prescricionais, consoante os 
preceitos do art. 7º, XXIX, da CF/1988, do art. 11 da CLT e da Súmula nº 308, I, do TST. 
Com efeito, do ajuizamento da exordial, o trabalhador terá direito apenas à repara-
ção dos últimos 5 (cinco) anos contados do aviamento da ação. 
Desse modo, no presente caso, se, no entendimento de V. Excelência, alguma con-
denação for devida, que sejam observados os 5 (cinco) anos anteriores contados do 
ajuizamento da reclamação trabalhista, restando prescrito o período anterior, ou 
seja, todas as pretensões anteriores a 20.02.2015, com a consequente pronúncia de 
mérito nos termos do art. 487, II, do CPC. 
III – Do mérito
A) Da reintegração ao trabalho 
O Reclamante pleiteia a reintegração ao emprego em razão do registro da sua candi-
datura ao cargo de dirigente sindical, nos termos do art. 543, § 3º, da CLT.
No entanto, ainda que tenha ocorrido a comunicação ao empregador, não lhe assiste 
razão, visto que o registro ocorreu no curso do aviso prévio trabalhado e, conforme a
Súmula nº 369, V, do TST, não há previsão de estabilidade em decorrência da inapli-
cabilidade da regra do § 3º do art. 543 da CLT. 
Sendo assim, não faz jus a qualquer estabilidade e se requer a improcedência do 
pedido de reintegração ao emprego. 
19
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
B) Do intervalo interjornada
O Reclamante ressalta que não era observado o intervalo interjornada, em razão 
da jornada diária de trabalho, de segunda a sexta-feira, das 5h00min às 15h00min. 
Evidentemente, não houve violação ao aludido período de descanso, visto que o in-
tervalo interjornada deverá ser de no mínimo 11 consecutivas entre duas jornadas 
de trabalho, consoante o disposto no art. 66 da CLT. 
Nesse contexto, o intervalo era devidamente respeitado, uma vez que havia o espa-
çamento de 14 horas entre as jornadas, devendo o pedido de pagamento de horas 
extras ser julgado improcedente. 
IV – Das conclusões 
Pelo exposto, requer o acolhimento da prescrição quinquenal na hipótese de even-
tual condenação e a consequente pronúncia de mérito. 
Outrossim, requer a improcedência dos pedidos veiculados na exordial, assim como 
o pagamento das despesas processuais e dos honorários advocatícios de sucumbên-
cia, de acordo com o art. 791-A da CLT. 
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial 
a prova documental, testemunhal, pericial e outras que se fizerem necessárias, as 
quais, desde já, ficam requeridas. 
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado(a)
OAB/XX nº ____
Modelo de contestação – enunciado 2 (adaptado) 
Contratado(a) pela empresa Clínica das Amendoeiras, em razão de uma reclamação trabalhis-
ta proposta em 12.12.2019 pela empregada Jussara Péclis (número 1146-63.2019.5.18.0002, 
2ª Vara do Trabalho de Goiânia), o/a advogado(a) analisa a petição inicial, que contém os 
seguintes dados e pedidos: que a empregada foi admitida em 18.11.2015 e dispensada sem 
justa causa em 15.07.2017 mediante aviso prévio indenizado; que a homologação da ruptu-
ra aconteceu em 23.07.2017; que havia uma norma interna garantindo ao empregado com 
mais de 10 anos de serviço o direito a receber um relógio folheado a ouro do empregador, o 
que não foi observado; que a ex-empregada cumpria jornada de segunda a sexta-feira, das 
15h00min às 19h00min, sem intervalo; que recebia participação nos lucros (PL) uma vez 
a cada semestre, mas ela não era integrada para fim algum. A autora postula a multa do 
art. 477 da CLT porque a homologação ocorreu a destempo; condenação em obrigação de 
fazer materializada na entrega de um relógio folheado a ouro; hora extra pela ausência de 
pausa alimentar; integração da PL nas verbas salariais, FGTS e aquelas devidas pela ruptura, 
com o pagamento das diferenças correlatas. A empresa entrega ao/à advogado(a) cópia do 
recibo de depósito das verbas resilitórias na conta da trabalhadora ocorrido em 24.07.2017 
e cópia dos regulamentos internos vigentes ao longo do tempo, em que existia previsão de 
concessão do relógio folheado a ouro, mas, em outubro de 2015, foi substituído por um novo 
20
21
regulamento, que previu a entrega de uma foto do empregado com sua equipe. Analisando 
cuidadosamente a narrativa feita pela empresa e a documentação por ela fornecida, apre-
sente a peça pertinente à defesa, em juízo, dos interesses dela, sem criar dados ou fatos não 
comunicados . Disponível em: https://bit.ly/3uEdX9h
Resolução
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO 
DE GOIÂNIA 
(espaçamento de 10 linhas)
Processo nº 1146-63.2012.5.18.0002
CLÍNICA DAS AMENDOEIRAS, devidamente qualificada nos autos da ação em epígra-
fe, proposta por JUSSARA PÉCLIS, por seu/sua advogado(a) que esta subscreve (pro-
curação anexa), com endereço em ________, onde recebe correspondências e 
notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com base no 
art. 847 da CLT, oferecer CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
1 Sinopse da petição inicial
Na petição inicial, a Reclamante alega que foi admitida em 18.11.2015 para uma 
jornada de segunda a sexta-feira, das 15h00min às 19h00min. 
Outrossim, dispensada em 15.07.2017 mediante aviso prévio indenizado, cujas ver-
bas resilitórias foram pagas em 24.07.2017. 
Resumidamente, a ex-empregada requer, equivocadamente: multa do art. 477 da 
CLT; condenação em obrigação de fazer materializada na entrega de um relógio 
folheado a ouro; horas extras pela ausência de pausa alimentar; integração da PL 
nas verbas salariais, FGTS e rescisórias. 
2 Da prejudicial de mérito
Verifica-se que a extinção do contrato de trabalho da reclamante ocorreu em 
17.08.2017, considerado o prazo do aviso prévio proporcional indenizado. 
Nesse caso, a ex-empregada deveria ajuizar a demanda até 17.08.2019, ou seja, até 
dois anos após o encerramento do vínculo empregatício. 
No entanto, realizou somente em 12.12.2019 e, por isso, a contestante articula os 
fatores prescricionais, consoante os preceitos do art. 7º, XXIX, da CF/1988, do art. 11 
da CLT e da Súmula nº 308, I, do TST. 
Portanto, está configurada a prescrição bienal, também denominada prescrição to-
tal, restando prescritas todas as pretensões da reclamante, o que deverá acarretar 
a extinção do processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC. 
3 Do mérito 
A) Multa do art. 477 da CLT
A reclamante postula o pagamento de multa sob a alegação de suposta violação 
do dispositivo celetista quanto à homologação da ruptura contratual, efetuada em 
23.07.2017. 
21
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Entretanto, o art. 477 da CLT não define prazo para tal ato por parte do empregador, 
a única ressalva é acerca do lapso temporal para pagamento das verbas resilitórias, 
cujo depósito na conta da trabalhadora ocorreu em 24.07.2017, ou seja, nove dias 
após a comunicação da dispensa. 
O referido prazo da CLT é de dez dias, contados da extinção do contrato de trabalho; 
portanto, não há que se falar em multa e o pedido deve ser julgado improcedente. 
B) Da obrigação de fazer
A Reclamante informa que havia uma norma interna garantindo ao empregado com 
mais de um ano de serviço o direito a receber um relógio folheado a ouro do empre-
gador, o que não foi observado. 
Diante dos regulamentos internos vigentes ao longo do tempo, verifica-se que exis-
tia previsão de concessão do relógio folheado a ouro, mas, em outubro de 2015, foi 
substituído por um novo regulamento, o qual previa apenas a entrega de uma foto 
do(a) empregado(a) com sua equipe.
Portanto,é indevida a obrigação de fazer, visto que a alteração da norma interna ocor-
reu antes da admissão da empregada. Consoante a Súmula nº 51, I, do TST, cláusulas 
regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só 
atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. 
C) Do intervalo intrajornada 
A Reclamante ressalta que cumpria jornada de segunda a sexta-feira, das 15h00min 
às 19h00min, sem intervalo e, por conta disso, deveria receber horas extras. 
No entanto, não há que se falar em recebimento de horas extras, pois exercia suas 
atividades apenas em quatro horas diárias e não há direito há qualquer intervalo, 
conforme o art. 71, § 1º, da CLT.
Por isso, indevido o pedido de horas extras. 
D) Participação nos lucros 
A Reclamante aduz que recebia participação nos lucros (PL), uma vez a cada semes-
tre, mas ela não era integrada para fim algum.
O procedimento da Reclamada está correto em não incidir tal valor em outras parce-
las, já que a participação nos lucros possui natureza indenizatória. 
Nesse contexto, não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer 
empregado nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, 
não se lhe aplicando o princípio da habitualidade, de acordo com o art. 3º da Lei 
nº 10.101/2000.
Desse modo, indevido o pedido de integração da PL nas verbas salariais, FGTS e outras. 
4 Conclusão
Pelo exposto, requer o acolhimento da prescrição bienal, decretando a extinção do 
processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do CPC. 
Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, requer a improcedência dos 
pedidos veiculados na reclamação trabalhista, bem como a condenação ao paga-
mento de custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência, de acordo 
com o art. 791-A da CLT. 
22
23
Outrossim, protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em 
especial pelo depoimento pessoal do autor, sob pena de confesso, perícias, juntada 
de documentos, oitiva de testemunhas.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado(a)
OAB nº ___
 Modelo de contestação com reconvenção – enunciado 3
Você foi contratado(a) pela Floricultura Flores Belas Ltda., que recebeu citação de uma re-
clamação trabalhista com pedido certo, determinado e com indicação do valor, movida em 
27.02.2018 pela ex-empregada Estela, que tramita perante o juízo da 50ª Vara do Trabalho 
de João Pessoa/PB e recebeu o número 98.765. Estela foi floricultora na empresa em ques-
tão de 25.10.2012 a 29.12.2017 e ganhava mensalmente o valor correspondente a dois sa-
lários mínimos. Na demanda, requereu os seguintes itens: – a aplicação da penalidade cri-
minal cominada no art. 49 da CLT contra os sócios da ré, uma vez que eles haviam cometido 
a infração prevista no referido diploma legal; – o pagamento de adicional de penosidade, 
na razão de 30% sobre o salário-base, porque, no exercício da sua atividade, era constan-
temente furada pelos espinhos das flores que manipulava; – o pagamento de horas extras 
com adição de 50%, explicando que cumpria a extensa jornada de segunda a sexta-feira, 
das 10h00min às 20h00min, com intervalo de duas horas para refeição, e aos sábados, das 
16h00min às 20h00min, sem intervalo; – o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT, 
porque o valor das verbas resilitórias somente foi creditado na sua conta 20 dias após a 
comunicação do aviso prévio, concedido na forma indenizada, extrapolando o prazo legal. 
Afirmou, ainda, que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assina-
do, na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal. 
A sociedade empresária informou que, assim que foi cientificada do aviso prévio, Estela 
teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçada com a atitude do empregador. 
A situação chegou a tal ponto que a segurança terceirizada precisou ser chamada para con-
ter a trabalhadora e acompanhá-la até a porta de saída. Contudo, quando deixava o portão 
principal, Estela começou a correr, pegou uma pedra do chão e a arremessou violentamente 
contra o prédio da empresa, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa informa que 
gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal que exibiu, além 
de apresentar a guia da RAIS comprovando possuir sete empregados, os contracheques da 
autora e o documento assinado pela empregada autorizando o desconto de plano de saúde. 
Diante dessa narrativa, apresente a peça pertinente na melhor defesa dos interesses da 
reclamada . Disponível em: https://bit.ly/3fT6u0C
23
UNIDADE Defesa no Processo do Trabalho
Resolução
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 50ª VARA DO TRABALHO 
DE JOÃO PESSOA/PB 
(espaçamento de 10 linhas)
Processo nº 98.765 
FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA., devidamente qualificada nos autos da ação 
em epígrafe, proposta por ESTELA, por seu/sua advogado(a) que esta subscreve 
(procuração anexa), com endereço profissional em __________, onde recebe 
correspondências e notificações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
com fulcro no art. 847 da CLT c/c o art. 343 do CPC, oferecer CONTESTAÇÃO COM 
RECONVENÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – Do resumo da reclamação trabalhista
A reclamante exerceu a função de floricultura na empresa reclamada no período de 
25.10.2012 a 29.12.2017, com jornada de segunda a sexta-feira (das 10h00min às 
20h00min, com intervalo de duas horas) e aos sábados (das 16h00min às 20h00min), 
tendo como remuneração mensal dois salários mínimos.
Em resumo, a ex-empregada postula aplicação da penalidade do art. 49 da CLT, adi-
cional de penosidade, horas extras, multa do art. 477 da CLT e devolução de valores 
descontados a título de plano de saúde.
Ressalta-se que os haveres postulados são equivocados, conforme demonstrado a seguir.
II – Preliminar de mérito: incompetência absoluta da Justiça do Trabalho
A reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no art. 49 da CLT contra os 
sócios da reclamada, em razão do cometimento da infração tipificada.
Todavia, consoante o art. 114, IX, da CF/1988, compete à Justiça do Trabalho pro-
cessar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, o que não envolve 
matéria criminal.
Em razão disso, nos termos do art. 337, II, do CPC, cumpre à parte requerida, antes de 
discutir o mérito, alegar a incompetência absoluta. 
Portanto, a postulação não tem guarida perante à Justiça do Trabalho, que se mostra 
incompetente no processamento e julgamento. 
III – Da prejudicial de mérito: da prescrição quinquenal
A reclamante laborou de 25.10.2012 a 29.12.2017 na empresa reclamada e ajuizou 
reclamação em 27.02.2018. 
Nesse contexto, a trabalhadora terá direito apenas à reparação dos últimos cinco 
anos do contrato de trabalho, os quais são contados da propositura da ação, nos 
termos do art. 7º, XXIX, da CF/1988, do art. 11 da CLT e da Súmula nº 308, I, do TST. 
Desse modo, se, no entendimento de Vossa Excelência, alguma condenação for de-
vida, que seja o referido lapso temporal observado, restando prescritas todas as pre-
tensões anteriores a 27.02.2013, com a consequente pronúncia de mérito, de acordo 
com o art. 487, II, do CPC. 
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IV – Do mérito 
A – Do adicional de penosidade 
A reclamante postula o pagamento de adicional de penosidade de 30%, tendo em 
vista que, no exercício da sua atividade, conforme alegação, era constantemente 
furada pelos espinhos das flores que manuseava. 
O art. 7º, XXIII, da CF/1988 prevê o adicional de remuneração para atividades penosas, 
remetendo a regulamentação ao legislador infraconstitucional, o que não ocorreu. 
Dessa maneira, o pedido do citado adicional deve ser julgado improcedente, visto 
que pendente de lei disciplinando. 
B – Da multa do art. 477, § 8º, da CLT
A reclamante, equivocadamente, informa que o pagamento das verbas rescisórias 
ultrapassou o prazo legal, pois os valores foram creditados na sua conta 20

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