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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – NITERÓI LARISSA OLIVEIRA DE SOUSA CALDAS 11817002-2 A ERGONOMIA NA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR – UM DESAFIO EM TEMPOS DE HOME OFFICE MONOGRAFIA BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO NITERÓI 2021 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – NITERÓI LARISSA OLIVEIRA DE SOUSA CALDAS 11817002-2 A ERGONOMIA NA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR – UM DESAFIO EM TEMPOS DE HOME OFFICE Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Candido Mendes – Niterói, como exigência parcial para a obtenção do grau de bacharel em Engenharia de Produção. ORIENTADOR: Professor Rogério F. Emygdio NITERÓI 2021 LARISSA OLIVEIRA DE SOUSA CALDAS A ERGONOMIA NA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR – UM DESAFIO EM TEMPOS DE HOME OFFICE Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Candido Mendes – Niterói, como exigência parcial para a obtenção do grau de bacharel em Engenharia de Produção. Nota: ________________ Aprovada ( ) Aprovada com louvor ( ) Aprovada com restrições ( ) Reprovada ( ) Data: ___/___/___ __________________________________________________ Banca Examinadora 1 _________________________________________________ Banca Examinadora 2 _________________________________________________ Banca Examinadora 3 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da minha vida e pela oportunidade de poder viver esses anos de aprendizado. Foram dias difíceis, mas que valeram apena. Segundo a toda minha família pelo apoio e carinho, em especial meus pais Aucirene e Rogério, e meu irmão Junior, que foram meus alicerces em todo o período da na minha caminhada acadêmica. Agradeço, também, ao meu namorado Guilherme, por ter me acompanhado e me apoiado a cada momento. Sem você, nada disso seria possível. Também agradeço a todos os amigos e colegas que fiz por causa da Engenharia, que fizeram a minha caminhada ser mais leve. Agradeço aos meus superiores de estágio, que sempre me incentivaram e tiveram toda paciência para ensinar e compartilhar conhecimento. Não menos importante, agradeço imensamente a todo corpo docente da Cândido Mendes que tive a oportunidade de conhecer e conviver. Aprendi valores inestimáveis com vocês. Em especial, ao meu orientador de TCC, Rogério, meu muito obrigada por seu apoio e por sua paixão pelo ensino. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo melhorar a qualidade de vida no trabalho, tendo em vista, como um modelo diferencial voltada para o benefício individual e familiar de cada colaborador, proporcionando assim um aumento no nível de satisfação e na produtividade de empresas que empregam, além dos aspectos relacionados à segurança e qualidade. A aplicação da ergonomia na empresa oferece segurança e bem-estar dos trabalhadores em relação a atividades que são praticadas, realizando a prevenção de problemas tangíveis como processos trabalhistas e problemas intangíveis como: isolamento social, amputação, lesões crônicas e mortes. Priorizar a vida do colaborador e mostrar que é possível ter um ambiente de trabalho mais adequado implantando regras de ergonomia corretas. Foi abordado, como um ponto de estudo o modelo de trabalho Home Office, devido a presente pandemia da COVID-19, pontos de melhoria e adaptação ergonômica nesse modelo de trabalho, no qual as empresas fornecem todos os suportes pensando no bem-estar de cada colaborador. Palavras-chave: Ergonomia. Qualidade. Home Office. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AET – Análise Ergonômica do Trabalho AIE – Associação Internacional de Ergonomia CIE – Comitê Interno de Ergonomia DORT – Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho LER - Lesões por Esforço Repetitivo NBR – Norma Brasileira Regulamentadora NR – Norma Regulamentadora QVT – Qualidade de Vida do Trabalhador SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8 1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 9 1.2 OBJETIVO ................................................................................................................... 9 1.3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 10 2. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 11 2.1 ERGONOMIA ........................................................................................................... 11 2.1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ERGONOMIA ................................................. 13 2.1.2 DEFINIÇÃO – NR- 17 ERGONOMIA ............................................................... 14 2.1.3 TIPOLOGIA - ERGONOMIA ............................................................................. 15 2.2 ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA .............................................................. 16 2.2.1 EVOLUÇÃO DO HOMEM NO TRABALHO .................................................... 17 2.2.2 CONCEITOS QUALIDADE DE VIDA E ERGONOMIA ................................ 19 3. PESQUISA TEÓRICA ................................................................................................... 20 3.1 QUALIDADE DE VIDA X HOME OFFICE ............................................................ 20 3.1.2 DISTURBIOS OSTEOMUSCULARES .............................................................. 21 3.2 PLANO DE AÇÃO .................................................................................................... 23 3.3 RESULTADOS .......................................................................................................... 24 4. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 26 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 27 ANEXO ............................................................................................................................. 29 8 1- INTRODUÇÃO A aplicação da Ergonomia busca desenvolver uma melhor interação entre o trabalho e trabalhador, no qual são identificadas necessidades de mudanças, para obtenção de resultados que venham estabelecer ou restabelecer o equilíbrio do corpo, mente e espírito, no sentido de eliminar hábitos, algumas vezes despercebidos pelo trabalhador e só percebidos através de efeitos indesejáveis na postura corporal e na saúde como um todo. Em síntese, uma adequação customizada a antropometria e a atividade fim do trabalho, com preservação da saúde postural do operador, com ganhos de produtividade e qualidade. Atualmente as pessoas passam mais de um terço de seus dias no ambiente de trabalho. O número de horas dedicadas ao emprego às vezes é um pouco maior, visto que há também o tempo de deslocamento das residências até o local de trabalho. Para que seja possível lidar com todas essas questões de forma que elas não afetem negativamenteo desempenho profissional e até mesmo social do indivíduo, fora do ambiente de trabalho, é necessário que seja proporcionada a ele uma boa qualidade de vida no trabalho. A qualidade de vida no trabalho pode ser difícil de ser determinada, já que há variações do que é tido como qualidade de vida no trabalho de pessoa para pessoa. “A ergonomia é um conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina. Sua aplicação serve também para minimizar os acidentes de trabalho” (OLIVEIRA NETTO; TAVARES, 2006, p. 12). De acordo com Iida (2005), a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Isso não envolve apenas aspectos físicos, mas também o aspecto de organização, a visão ampla da ergonomia abrange atividades de planejamento e projeto que ocorrem antes, durante e após o trabalho ser realizado. O ponto comum que pode ser analisado é o ambiente de trabalho em si, um ambiente onde provavelmente o funcionário terá uma alta qualidade de vida é aquele que lhe provê a oportunidade de se sentir respeitado, mesmo por funcionários que estejam em níveis hierárquicos mais elevados; que não lhe provoca desconforto físico ou mental enquanto executa ou mesmo após executar suas tarefas; que o remunera de forma justa o suficiente, de forma que o próprio tenha essa percepção de que está recebendo adequadamente pelas tarefas que executa; e, principalmente, que valoriza o seu empregado, não importando qual seja o seu nível operacional. Quando um ou mais desses fatores não estão presentes no ambiente de trabalho, o empregado tende a considerar que possui uma baixa qualidade de vida no trabalho. O desconforto físico ou mental existente tem grandes chances de ser originado pela ausência de conceitos ergonômicos no local de trabalho. 9 Quando aplicadas de forma adequada, as normas ergonômicas cumprem perfeitamente seu papel, já que a ciência ergonômica pode ser definida de forma simples como a adaptação das ferramentas, condições e ambiente de trabalho às capacidades fisiológicas, psicológicas e biomecânicas do homem. A ausência de bases ergonômicas no local de trabalho pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de doenças ocupacionais. O estresse, que representa a resposta do organismo às perturbações físicas, psíquicas ou de outras origens, que causam o desequilíbrio do ser humano, ou patologias como as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), são exemplos de doenças que podem ser desenvolvidas devido à inadequação do local de trabalho mediante as tarefas executadas pelos empregados. Procurou-se conceituar e esclarecer sobre Ergonomia, sobretudo por ser um importante componente responsável pela conservação da saúde do trabalhador e, principalmente, por exigir e permitir um estudo multidisciplinar. O procedimento ergonômico é orientado pela perspectiva de transformação da realidade, cujos resultados obtidos irão depender em grande parte da necessidade de mudanças. É nesse aspecto que se pode perceber que a inclusão da ergonomia nas fases iniciais de projetos para o desenvolvimento de trabalho é dificultada pela ausência de registros sobre levantamentos acerca do trabalho real dos trabalhadores. O que, consequentemente, dificulta o desenvolvimento de atividades e/ou estruturas que viabilizem o trabalho de qualidade e que zele pela qualidade de vida do trabalhador. Esses tipos de necessidades podem ser identificados e trabalhados para melhor relação entre servidor e serviço na realidade. Priorizando assim, a saúde dos profissionais à medida que, procura-se evitar danos futuros a saúde dos servidores. Atentando para isso pretendeu-se analisar os benefícios que ergonômicas traz aos trabalhadores modificando a sua qualidade de vida. 1.1 JUSTIFICATIVA O tema apresentado foi escolhido em razão do interesse de se estudar a importância da ergonomia nas empresas e o relacionamento do homem com o ambiente de trabalho, buscando o bem-estar e o conforto do funcionário. O tema está relacionado com a motivação e as necessidades fisiológicas do funcionário, buscando possíveis sintomas corporais, fadiga, estresse e possíveis alterações da saúde no posto de trabalho. É importante o estudo ergonômico na organização pelo fato de ser o homem, o elemento diferenciador e o grande responsável pelo sucesso da empresa. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL Os objetivos da ergonomia são saúde, segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência virá como resultado. 10 Em geral, não se aceita colocar a eficiência como sendo o objetivo principal da ergonomia, porque ela, isoladamente, poderia significar sacrifício e sofrimento dos trabalhadores e isso é inaceitável, porque a ergonomia visa, em primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Sugerir algumas aplicações que estão dispostas na NR17 Analisar se as condições de trabalho que podem ocasionar doenças ocupacionais nos colaboradores Sugerir soluções para a melhoria do ambiente de trabalho e ferramentas de trabalho. 1.3 METODOLOGIA O objetivo dessa monografia é analisar um plano para a qualidade de vida do trabalhador em HOME OFFICE, por meio de ações preconizadas e preventivas oriundas da ciência ergonômica. Dessa forma optou-se pela realização de uma pesquisa exploratória, que deduz o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema tratado. Segundo Octavian et al. (2003, p.22), a pesquisa exploratória “é feita através do levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais que estudam, atuam na área, visitas a web sites e outras fontes de dados”. A metodologia da pesquisa é feita através de coletas de dados, baseada na utilização do levantamento bibliográfico constituído de matérias já elaboradas, como livros, artigos científicos, visitas em Sites e outras fontes de dados. Mostrar que ter condições básicas de trabalho pode satisfazer melhor o trabalhador. Dentre dessas condições básicas estão limpeza e organização no ambiente, iluminação, equipamentos adequados. Tendo condições favoráveis para o trabalhador elevamos a qualidade de vida do mesmo, sendo assim, conseguimos manter um equilíbrio nas atividades desenvolvidas com o ambiente físico adequando, gerando um bom relacionando entre as pessoas no ambiente profissional, mais seguro e confortável, aumenta a produtividade, aumentando o lucro e a eficiência de todos envolvidos no processo. 11 2. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 2.1 ERGONOMIA Etimologicamente, a palavra ergonomia deriva do grego (érgon: trabalho e nomos: leis e regras), e podendo-se sintetizá-la como as leis que regem o trabalho (DELIBERATO, 2002). LAVILLI (1977) ressalta que a Ergonomia é uma ciência que detém todos os conhecimentos do corpo humano, e que através de estudos específicos de outras ciências, como por exemplo: Fisiologia e Psicologia, haverá condições de solucionar os problemas inerentes ao conjunto homem-trabalho, e todas as diferenças geradas pelos conflitos no desenvolvimento da atividade laborativa. Para (LAVILLI, 1977 apud FERREIRA, 2009), a Ergonomia vem a estudar o desempenho do homem em atividade, com o intuito de aplicá-lo a concepção de tarefas, instrumentos, máquinas e sistemas de produção, para que o homem possa desenvolver suas atividades com o máximo de conforto, eficiência e segurança. Vieira (2000), nos traz que a segurança é a prevenção de perdas. Este autor comenta que a saúde dos trabalhadores depende de três pontos básicos: o legal, o educacional e o técnico. Para o autor, o legal é representado pela existência de leis fortes que obriguem os empresários a cumprir com as normas de segurança e saúde no trabalho. O educacional é manifestado pela conscientização dos empregadorespara o controle dos riscos no ambiente e no modo de produção, e pela instrução dos trabalhadores quanto ao risco existentes no trabalho e na sua prevenção, enquanto que o técnico faz uso de tecnologia adequada através da Engenharia, desde o projeto de ambientes e equipamentos na execução de produção. Estes fatores são indispensáveis para a obtenção das condições favoráveis a segurança e a saúde dos trabalhadores. A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangente não apenas aqueles executados com máquina e equipamentos, utilizados para transformar os materiais, mas também todas as situações em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva. Isso envolve não somente o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais. A ergonomia tem uma visão ampla, abrangendo atividades de planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho ser realizado, e aqueles de controle e avaliação, que ocorrem durante e após o trabalho. Tudo isso é necessário para que o trabalho possa atingir os resultados desejados (IIDA,2005, p.2). Segundo a Associação Internacional de Ergonomia – AIE, a ergonomia é uma disciplina cientifica que refere o entendimento do homem e outros fatores ou sistemas, como também é a pregação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos com o intuito de melhorar o bem-estar do homem e o desenrolar do sistema (ABERGO, 2008). No Brasil, a ergonomia é regulamentada pela Norma Regulamentadora 17 (NR 17) do Ministério do trabalho e Emprego, onde a sua atual redação foi estabelecida pela Portaria n° 3.751, de 23 de novembro de 1990. Esta norma vem com objetivo de estabelecer os parâmetros determinantes para a adaptação das 12 condições de trabalho às características psicofisiologicas dos trabalhadores, proporcionando um máximo de conforto, segurança e desempenho (BRASIL,1996). Segundo a NR-17, sobre as condições de trabalho, ela nos traz que as mesmas incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, aos equipamentos, ao mobiliário, às condições ambientais e a própria organização do trabalho (BRASIL, 1996). Conforme Santos (2001), qualquer que seja a abrangência e enfoque do projeto ergonômico do posto de trabalho, estes devem atingir os seguintes objetivos: Adequar o posto de trabalho aos limites e capacidades do indivíduo (física, psicológica e cognitivamente); Otimizar as condições de trabalho para conquistar eficácia, eficiência, produtividade e qualidade; Proporcionar condições para desenvolvimento da criatividade e participação dos funcionários/colaboradores; Evitar o erro humano, prevenir acidentes e doenças ocupacionais; Proporcionar conforto, segurança, qualidade de vida, bem-estar e satisfação no trabalho. A análise da atividade pretende identificar uma situação de trabalho em que o organismo esteja funcionando de forma crítica, procurando observar os sinais e sintomas antes que apareçam consequências irreversíveis. Esses sinais podem ser mensurados uma vez que o sofrimento relatado pelo trabalhador alerta o pesquisador e o levam a procurar as suas causas no posto de trabalho (DUL e WEERDMEESTER, 1998). Pelo exposto, percebe-se que a ergonomia busca a perfeita integração entre as condições de trabalho e a tríade formada pelo conforto, segurança e eficiência do trabalho em sua situação de trabalho. Para atingir tais condições, a ergonomia necessita englobar muitos conhecimentos como: anatomia, fisiologia, biomecânica, antropométrica, psicologia, engenharia, desenho industrial, informática e administração. Pode-se afirmar ainda que a ergonomia difere de outras áreas do conhecimento pelo seu caráter interdisciplinar (DELIBERATO, 2002). Segundo IIDA (2005), no tocante aos domínios de especialização da Ergonomia, ela divide a ergonomia em três domínios de especialização: Ergonomia Física que está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. Ergonomia Cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem-computador, stress e treinamento. Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM – domínio aeronáutico), projeto de trabalho, 13 organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele trabalho e gestão da qualidade. A análise do custo/benefício indica de um lado investimento usado para implantar um projeto ou uma recomendação ergonômica, representando os custos de elaboração do projeto, aquisição de máquinas, materiais e equipamentos, treinamento de pessoal e queda de produtividade durante o período de implantação. Por outro lado, computa-se os benefícios como: economia de material, mão de obra e energia, redução de acidentes, absenteísmo e aumento da quantidade e produtividade (IIDA,2005). A ergonomia pode ser definida como“o conjunto de conhecimentos “o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia” (Wisner, 1987). Fundamentalmente a ergonomia se baseia em conhecimentos no campo das ciências do homem, dentro das quais encontramos a antropometria, fisiologia, psicologia, sociologia, etc., cujos resultados são avaliados principalmente por critérios que pertencem à saúde, economia e sociologia. Assim a ergonomia constitui uma parte importante mais não exclusiva, da melhoria das condições de trabalho em seu sentido restrito. Além de considerações técnicas e ergonômicas, é preciso considerar os dados sociológicos e psicossociologicos que se traduzem no conteúdo e na organização geral da atividade de trabalho. A ergonomia não se limita ao trabalho, quer o consideremos no seu sentido restrito, de trabalho produtivo e assalariado, quer no seu sentido mais amplo, de atividade obrigatória. A ergonomia é útil na concepção de brinquedos, no esporte, no vestuário, no projeto da informação, no mobiliário, nos softwares, dentre inúmeras outras aplicações 2.1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ERGONOMIA Os primeiros estudos sobre as relações entre homem e o trabalho se perdem na origem dos tempos: em termos arqueológicos, é possível demonstrar que os utensílios de pedra lascada se miniaturizaram, num processo de melhoria da maneabilidade e que teve por resultados produtivos, o ganho de eficiência na caça e coleta. O ganho da eficiência no processo de caça permitiu uma nova forma de divisão do trabalho podendo as mulheres se ocuparem melhor dos bebês e com isto reduzindo a mortalidade infantil. (MEIRELLES, 1998). A ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial quando, pela primeira vez na história, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas, pois nessa situação de conflito máximo exacerbaram-se as incompatibilidades entre o desenvolvimento humano e o desenvolvimento técnico, já que os equipamentos produzidos para a guerra exigiram dos operadores decisões rápidas e execução de novas atividades em situações 14 críticas. Parao autor não parece errado supor que vários operadores tenham parecido ou sofrido mutilações e lesões nesse contexto (DELIBERATO, 2002 apud RIBEIRO, 2007). Segundo Dul e Weerdmeester (1998), o desenvolvimento da ergonomia no pós-guerra ocorreu devido à junção de esforços entre a tecnologia, ciências humanas e biológicas para juntos resolverem problemas causados pela operação de equipamentos militares. O resultado dessa junção foi tão produtivo que foi aproveitado no período de pós-guerra pela indústria. Ao contrário de muitas outras ciências cujas origens se perdem no tempo e no espaço, a ergonomia tem uma data “oficial” de nascimento:12 de julho de 1949. Nesse dia, reuniu-se pela primeira vez, na Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a experiência desse novo rumo de aplicação interdisciplinar da ciência. Na segunda reunião desse grupo, ocorrida em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia formado pelos termos gregos ergon que significa trabalho e nonos, que significa regras, leis naturais (MURREL, 1965) apud (IIDA, 2005, p.5). Assim, surgiu formalmente a ergonomia – “filha da querra” como assevera Teiger (1993). 2.1.2 DEFINIÇÃO- NR-17 A Norma Regulamentadora 17 relativa à Ergonomia visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta matéria. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: - Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; - Devem ser incluídas pausas para descanso; http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/intervalos_descanso.htm 15 - Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigente na época anterior ao afastamento. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: - O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; - O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; - O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; - Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinquenta) minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; - Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciada em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente. 2.1.3 TIPOLOGIA - ERGONOMIA É importante entender os tipos de ergonomia e os seus conceitos para garantir o bem- estar dos funcionários da empresa e, consequentemente, melhorar o desempenho. Neste projeto iremos abordar os considerados mais importantes tipos de ergonomia. A ergonomia de correção, atua de maneira restrita modificando elementos parciais do posto de trabalho, como: dimensões, iluminação, ruído. Esse tipo de ergonomia tem a sua eficiência limitada. A ergonomia de concepção, interfere amplamente no projeto do posto de trabalho, do instrumento, da máquina e até mesmo do sistema de produção, organização do trabalho e formação pessoal. É recomendado que sempre consulte um especialista em ergonomia para orientar antes de iniciar ou reformar algum posto de trabalho. http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/sindicato.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/jornada_computo_horas.htm 16 A ergonomia de conscientização, onde ensina os colaboradores a usufruir plenamente dos benefícios de seu posto de trabalho, através de uma boa postura, uso adequado da mobília, implantação de pausas e rodízio e a prática de ginástica laboral. A ergonomia participativa é estimulada pela presença de um Comitê Interno de Ergonomia (CIE), que envolve representantes e funcionários, utilizando as ferramentas da ergonomia de conscientização para que haja o usufruto do projeto ergonômico, seja esse um projeto ergonômico de correção ou concepção. 2.2 ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA Para melhorar a relação entre ergonomia e qualidade de vida do trabalhador, foi desenvolvida a AET (Análise Ergonômica do Trabalho), essa análise vem contribuindo decisivamente na produção de melhorias que aprimoram os contextos de trabalho, agregando mais segurança, eficiência e eficácia dos processos de trabalho e impactando também no bem- estar e satisfação dos trabalhadores. Transformar a própria AET em objeto de reflexão mais aprofundada certamente contribui para aprimorar a sua aplicação nos contextos corporativos. Uma aplicação que efetivamente ajude dirigentes, gestores, técnicos e trabalhadores a construir e a implantar soluções que eliminem ou minimizem os problemas humanos, organizacionais e sociais que habitam o mundo do trabalho atual. Os resultados de uma AET devem conduzir e orientar modificações para melhorar as condições de trabalho sobre os pontos críticos que foram evidenciados, assim como melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos ou serviços que serão produzidos e esta fase de elaboração de recomendações é a razão de ser da AET. As fases da análise ergonômica do trabalho são as seguintes: a. Análise da demanda: é a definição do problema a ser Análise da demanda analisado, a partir de uma negociação com os diversos atores sociais envolvidos. b. Análise da tarefa: é o que o trabalhador deve reali Análise da tarefa: zar e as condições ambientais, técnicas e organizacionais desta realização (trabalho prescrito). c. Análise das atividades: Análise das atividades: é o que o trabalhador efetivamente realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho (trabalho real). Sendo necessária uma descrição precisa e observações e medidas sistemáticas de variáveis pertinentes (posturas, atividades visuais, deslocamentos, etc). As variáveis dependem em grande forma das hipóteses As conclusões de uma análise ergonômica do trabalho devem conduzir e orientar modificações para melhorar as condições de trabalho sobre os pontos críticos que foram evidenciados, assim como melhorar a produtividade e qualidade dos produtos ou serviços a serem produzidos ou realizados. 17A metodologia de análise propõe-se, a partir da análise da demanda, passando pela análise da tarefa e das atividades, elaborar um conjunto de resultados que, interpretados, constitui um modelo operativo da situação de trabalho, permitindo o estabelecimento de um caderno de encargos de recomendações ergonômicas. 2.2.1 EVOLUÇÃO DO HOMEM AO TRABALHO Ao longo de toda a história, o homem tem modificado seu comportamento frente às atividades de trabalho, e estas mudanças têm sido foco da atenção de muitos estudiosos, que concluem que o trabalho ocupa um lugar muito importante na vida de todas as pessoas. Quase todo mundo trabalha, e uma grande parte do tempo de vida são passados dentro de organizações. Desta forma, o trabalho possui um importante valor na sociedade. Na relação com o trabalho, segundo de Morais (in Rodrigues, 1998), parece algo ainda muito conflitivo, sendo ele, muitas vezes percebido como algo indesejado, como um fardo pesado que acabe nos impedindo de viver. Mas frequentemente ele é também percebido como algo que dá sentido à vida, eleva o status, define identidade pessoal e impulsiona o crescimento do ser humano. Ainda Rodrigues (1998), coloca que o tédio, a alienação, a falta de tempo, são elementos frequentes na vida das pessoas que trabalham. Segundo Boss (in Rodrigues, 1998), após entrevistar inumares pessoas, sobre suas vivências durante o trabalho ouve-se pouca coisa positiva. Muitos vivem num dilema: "apenas funcionam no seu trabalho e começam a viver após o expediente". Pode-se dizer que hoje em dia muitas pessoas adoecem por causa do trabalho. Ou seja, as pessoas estão mentalmente e espiritualmente pouco saudáveis. Sentimentos como alienação, solidão, falta de poder e falta de sentido, (perda de identidade), são aspectos tratados como características marcantes do cotidiano industrial cotidiano industrial (Blauner, in Rodrigues, 1998). Em decorrência destes fatos, estão surgindo indicadores bastante evidentes da deterioração do homem no trabalho, ou da Qualidade de Vida no Trabalho, tais como; aumento dos índices de acidentes, surgimento de novas doenças, alcoolismo, utilização crescente de drogas, consumismo exagerado, perda do contato homem - natureza e até depredação da mesma. Junto a tudo isto, aparece de forma assustadora, no entanto há muito tempo, o problema de alienação e perda de significado do trabalho. O século passado caracterizou-se pelo desenvolvimento e preocupações com o binômio indivíduo-trabalho. Na década inicial do século passado, a racionalização do trabalho a partir de métodos científicos foi predominante, onde o objetivo maior era a elevação da produtividade e 18 consequentemente maiores ganhos aos detentos do capital. Nas três décadas subsequentes, a preocupação básica foi o estudo do comportamento do indivíduo e sua satisfação. Desta forma observa-se, que na primeira metade do século passado apresenta-se com dois movimentos diferentes: produtividade e satisfação do trabalhador. A partir dos anos de 19 anos de 1950 de 1950 é que surgem as primeiras teorias que associavam estes dois elementos. Pensava-se que não somente era possível unir produtividade a satisfação, mas também propiciar essa satisfação na realização das atividades. Nos anos de 19 anos de 1960, a sociedade apresenta-se numa convulsão social. Este tipo de fatos tornou o trabalhador mais consciente e favoreceram o desenvolvimento de estudos na área de Qualidade de Vida no trabalho, iniciados na década anterior, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos. Na década de década de 1970, em função da repercussão do sucesso industrial japonês, o mundo assistiu a uma mudança do enfoque de gerenciamento organizacional. Nesta época surgem os primeiros movimentos e aplicações estruturadas e sistematizadas no interior da organização, utilizando a Qualidade de Vida no Trabalho. Com o crescente avanço tecnológico da década dos 80, a consequente modernização das organizações, a automatização dos meios produtivos e as constantes mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas, tornam o contexto altamente dinâmico e instável. Segundo Rodrigues (1998), a evolução apresentada acima leva a evidenciar a necessidade de se ter alguém com responsabilidade e autoridade para gerir, decidir, planejar, coordenar, controlar, etc., ou seja, administrar todos os aspectos relacionados aos negócios, diante dos diversos contextos, ou seja, a necessidade de um gerente, gerente, com perfil diferenciado. O Taylorismo e o Fordismo proporcionaram aos trabalhadores da época melhores condições de trabalho. Tanto no aspecto motivacional como no projeto de cargo e ambiente físico de trabalho. Taylor valorizou ou trabalhador e lhe deu condições de ganhar proporcionalmente a sua produção. A forma racional de execução das tarefas, apresentadas pelo Taylorismo, levou ao trabalhador a um desgaste físico quase desumano, numa visão atual, mas sem dúvida, tornou a tarefa mais significativa. Os valores introduzidos por Taylor aparentemente proporcionaram ao trabalhador, na época, uma melhor qualidade de vida no trabalho, e serviram de base para o atual estudo do comportamento humano no trabalho. 19 2.2.1CONCEITOS QUALIDADE DE VIDA E ERGONOMIA Pode-se encontrar na literatura definições para Qualidade de Vida no Trabalho e Ergonomia como fator de influência na produtividade, o que demanda a construção de um modelo teórico/gerencial que explicite como esses diferentes conceitos se articulam e podem contribuir para o entendimento de propostas do desenvolvimento organizacional. Segundo Huse e Cummings (1985), estudos feitos na década de 50 se deu origem a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), com o intuito de apontar a relação indivíduo-trabalho- organização buscando reestruturar as tarefas para buscar um ganho da motivação na produtividade dos funcionários. Na década de 60 tomaram impulsos, iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e governantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho afim de minimizar só efeitos negativos do emprego, na saúde e bem geral dos trabalhadores. No início da década de 70 surge um movimento pela qualidade de vida no trabalho, principalmente nos EUA devido à preocupação com a competitividade internacional. Segundo Moraes (1990), QVT passa a ser vista como um conceito global, uma forma de enfrentar os problemas de qualidade total e produtividade. Somente por volta do século XX é que o termo qualidade de vida nas organizações começou a ser tratado como um fator de importância na gestão de pessoas, pois colaboradores motivados e saudáveis passaram a ser sinônimo de melhoria e produtividade, desenvolvendo uma série de métodos, técnicas e equipamentos que permitiam avaliar o desempenho físico do ser humano. Com essa nova realidade o termo qualidade de vida no trabalho começou a ser discutido e implantado pelas organizações com técnicas de ergonomia visando evitar acidentes ou doenças profissionais. Para uma qualidade de vida organizacional adequada os colaboradores devem estar desempenhados, satisfeitos e motivados, pois todos os resultados são afetados pelo grau de satisfação dos colaboradores com o seu emprego. Empresas que investem na qualidade de vida do trabalhador melhoram seus resultados de forma mais rápida e eficiente e o desempenho financeiro da organização. A valorização dos funcionários é positiva para reduzir custos, ter um clima organizacional mais leve e agradável, diminuição dos conflitos e aumento da confiança entre as equipes. Todos esses benefícios impactam diretamente os resultados da empresa, funcionários satisfeitos produzirão mais e com maior qualidade, e a organização aumentará sua rentabilidade. O intuito de estudar o tema referido é devido á qualidade de vida no trabalho (QVT) ser determinante em qualquer20 3. PESQUISA TEÓRICA 3.1 QUALIDADE DE VIDA X HOME OFFICE A pandemia da COVID-19 tem gerado impactos diversos e provocado mudanças que vêm exigindo das organizações e de seus trabalhadores maior adaptação. Muita gente teve de migrar para o formato home office de uma hora para a outra com a pandemia, assim, nem sempre os trabalhadores contam com a estrutura adequada em suas casas. A pandemia da COVID-19 tem gerado impactos diversos e provocado mudanças que vêm exigindo das organizações e de seus trabalhadores maior adaptação. Campos (2020) indica que o princípio da ergonomia é o de que o ambiente de trabalho seja adequado ao homem, sendo importante que os locais destinados ao home office proporcionem características psicofisiológicas com o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Segundo Leoni (1996), aspectos emocionais também podem afetar e explicar a piora na postura corporal. No entanto, estar confortável e estar com uma postura saudável nem sempre são a mesma coisa. Uma má postura traz risco de causar diversos problemas, como dores nos olhos, pescoço, cabeça e costas; fadiga; e até mesmo, escoliose, hiperlordose, LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e tendinites. A postura inadequada, além de causar dores e problemas em longo prazo, pode prejudicar a produtividade. Isso porque causa, entre outras complicações, fadiga, desconforto e dores que atrapalham no desenvolvimento de atividades durante o dia. Ou seja, a postura correta vai auxiliar para que a produtividade melhore, mesmo trabalhando de casa. O objetivo principal da ergonomia é adaptar o ambiente de trabalho para gerar bem- estar ao colaborador e contribuir com a sua produtividade, visto que as doenças mais comuns no trabalho acontecem por conta de as pessoas estarem sujeitas aos riscos ergonômicos. Fatores como esses afetam a saúde física e mental do trabalhador, muitas vezes resultando na insatisfação, infelicidade e baixa produtividade. Para que a empresa mantenha os seus funcionários saudáveis, motivados e desempenhando bem suas funções, um bom líder deve se preocupar e cuidar da ergonomia de seus colaboradores. Assim, é possível evitar problemas de saúde futuros e prejuízos para seu negócio. Nesse momento de pandemia em que muitas empresas aderiram ao trabalho remoto por conta da nova corona vírus, os empregadores precisam ter a preocupação em conscientizar e incentivar os seus colaboradores a adotarem práticas de ergonomia no home office. https://blog.solides.com.br/importancia-da-produtividade-no-trabalho/ https://blog.simbiox.com.br/diferenca-entre-chefe-e-lider/ https://www.microcity.com.br/home-office?utm_source=tangerino&utm_medium=referral&utm_campaign=br-blog-home_office-tangerino-pcaas 21 A fim de proporcionar uma boa postura durante a jornada em casa, e tendo em vista que ainda não sabemos por quanto tempo o isolamento social vai durar, algumas empresas estão disponibilizando as cadeiras do escritório para garantir o conforto do colaborador no trabalho remoto. A ergonomia é muito importante para o desenvolvimento de qualquer atividade, inclusive em home office. Sabemos que para manter a produtividade e efetividade trabalhando em casa é importante adotar algumas práticas. Pelo fato de estar trabalhando em casa, a comodidade afeta muitas pessoas que acabam trabalhando em qualquer lugar da casa, como na cama, sofá, se adaptam na mesa da sala ou da cozinha que podem ser baixas ou altas demais. Para manter uma relação saudável com o próprio corpo e evitar problemas de saúde é muito importante definir pausas, adequar os mobiliários, alternar a postura e criar um ambiente harmônico, organizado, agradável e ergonômico. 3.1.1 DISTURBIOS OSTEOMUSCULARES Sabendo-se que a Ergonomia tem por objetivo adequar o trabalho às características do Homem, sejam físicas, sejam psíquicas, é necessário que o Ergonomista tenha conhecimentos mínimos de como nosso organismo funciona e quais são as limitações do nosso corpo, para que possa desenvolver projetos que correspondam a tais características. As lesões por esforços repetitivos - LER, atualmente renomeadas de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho - DORT, constituem problemas relacionados às patologias do trabalho. Os sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho atingem várias categorias profissionais e têm várias denominações, entre as quais lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), adotadas pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social (MINISTERIO DA SAÙDE, 2006). Embora sejam descritas na literatura há mais de três séculos (MENDES, 1995; RIO, 1998), as LER/DORT passaram despercebidas enquanto problema de saúde do trabalho até pouco tempo. Explicação plausível para o aparente desconhecimento é que “muitos casos não eram relatados, por não terem sido relacionados com o trabalho, tanto por parte do médico como do paciente, além disso, muitos casos ficavam registrados sob o título de outras doenças” (Oliveira 1976 apud MENDES, 1995 p. 177). Segundo IIDA (2005) para realizar uma postura ou um movimento, são acionados diversos músculos, ligamentos e articulações do corpo. Os músculos fornecem a força necessária para o corpo adotar uma postura ou realizar um movimento. Posturas ou movimentos inadequados produzem tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando https://blog.simbiox.com.br/trabalho-home-office-a-sua-empresa-ja-aderiu/ https://blog.simbiox.com.br/trabalho-home-office-a-sua-empresa-ja-aderiu/ 22 em dores no pescoço, costas, ombros, punhos e outras partes do sistema musculoesquelético. Freires (2003) complementam afirmando que a postura e movimento têm grande importância na ergonomia. Tanto no trabalho como na vida cotidiana, eles são determinados pela tarefa e pelo posto de trabalho. Para IlDA (2005), a flexibilidade postural, que permite ao sistema músculo- esquelético variar as posturas corporais, alternando os focos principais de exigência, ao mesmo tempo em que propicia mobilidade para esse sistema, é regra fundamental da ergonomia e da manutenção da saúde de músculos, tendões, etc. Em termos da coluna vertebral pode-se considerar uma boa postura quando a configuração estática natural da coluna é respeitada, com suas curvaturas originais, e quando, além disso, a postura não exige esforço, não é cansativa e é indolor para o indivíduo, que pode nela permanecer por mais tempo. Muitas pesquisas vêm mostrando que as DORT/LER reforçam o lado subjetivo da doença, indicando que os fatores psicológicos responsáveis pelo estresse ou fadiga crônica efetivam a dor e a incapacidade. Os fatores de risco para a instalação de DORT/LER indicam que a doença pode atingir qualquer pessoa, desde que as condições psicossociais e físicas de trabalho sejam desfavoráveis (RAGASSON, 2002). Segundo Salim (2003), o nível de conhecimento é um elemento de peso na eficácia das ações preventivas voltadas á diminuição dos danos de saúde no ambiente de trabalho. A classificação dos estágios de evolução do LER segundo o Ministério da Previdência Social (1993); Grau I – A sensação presente de desconforto, a dor sem irradiação nítida de caráter leve que piora com a jornada de trabalho, mas que não interfere na produtividade e melhora com o repouso; Grau II – A dor é tolerável, mas aparece mais intermitentemente durante o trabalho. A dor é localizada com presença de formigamento, calor e leves distúrbios de sensibilidade. Grau III – A dor é mais persistente e forte com irradiação definitiva, pouco atenuada com o repouso com quadros dolorosos fora do trabalho. A redução de força muscular, com presença de edema frequente e recorrente, hipertrofia constante e presença quase sempre de alterações na sensibilidade. Redução da produtividade ou incapacidade de executar as atividades;Grau IV – É caracterizado por dor forte, continua e insuportável sendo acentuada aos movimentos. Há perda de força e do controle dos movimentos, o edema é preexistente podendo aparecer deformidades e atrofias. Apresenta incapacidade de realizar tarefas tanto no ambiente de trabalho como fora dele alterando também o estado psicológico. 23 O Ministério da Previdência e Assistência Social (1997) relata que as algias talvez não possam ser prevenidas ou resolvidas em sua totalidade, mas existem formas e meios eficazes para se diminuir a sua frequência e intensidade. A orientação por parte da empresa seria uma delas. 3.2 PLANO DE AÇÃO Nesse projeto, foi elaborado um cronograma de ações, a fim de obter todo o detalhamento técnico para elaboração de projeto de modificações/alterações considerando os possíveis elementos geradores das inadequações ergonômicas. As atribuições e responsabilidades definidas no cronograma, não só caberão aos responsáveis por cada ação, como a alta administração da empresa deverá zelar pelo cumprimento das recomendações. Melhoria a Implantar Resultados Esperados Ações para Implantação Data de Realização Desenvolver ações para promover o incentivo à prática de exercícios físicos específicos para os esforços biomecânicos identificados na Análise Ergonômica. Melhorar a conscientização da força de trabalho quanto à importância de ter uma alimentação saudável, assim como, da prática de exercícios físicos. - Enviar comunicação interna de conscientização quanto à importância da ergonomia aplicada no local de trabalho 08/07/2021 Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. O mobiliário deve ser adequado às caraterísticas psicofisiológicas dos trabalhadores. Adequação dos postos de trabalho. - Ajustar os postos de trabalho que apresentam irregularidades de maneira a proporcionar conforto ergonômico aos trabalhadores. 30/11/2021 24 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; b) Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; Adequar periféricos e suportes de altura que respeite as características psicofisiológicas dos trabalhadores. Adequação dos postos de trabalho. - Ajustar os postos de trabalho que apresentam irregularidades de maneira a proporcionar conforto ergonômico aos trabalhadores. 30/11/2021 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. Adequar postos de trabalho com suporte para os pés respeitando as características psicofisiológicas dos trabalhadores. Adequação dos postos de trabalho. - Providenciar apoio para os pés para adequação dos postos de trabalho onde faz-se necessário a utilização do mesmo. 30/11/2021 Desenvolver Treinamentos do uso do mobiliário ergonômico. Orientações dos aspectos básicos ergonômicos quanto organização do trabalho, uso correto do mobiliário e equipamento. Melhorar a conscientização da força de trabalho quanto à importância de postura correta - Enviar comunicação interna de conscientização quanto à importância da ergonomia aplicada no local de trabalho 08/07/2021 Buscar regular ou adquirir, cadeiras que se ajustam as medidas antropométricas grandes e permitam o apoio da região lombar com sua curvatura fisiológica mantida. Adequação das cadeiras dos postos de trabalho. - Ajustar os postos de trabalho com as cadeiras adequadas. 30/11/2021 Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; a) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus centígrados); b) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. Adequação dos postos de trabalho - Realizar as medições ambientais 30/03/2021 FONTE: AET (2020); GRUPO LÍDER. 3.3 RESULTADOS 25 Esta análise identificou as condições existentes nos ambientes de trabalho, que devido a suas características, podem levar a situações de fadiga tanto física como mental dos trabalhadores, para as quais, caso não haja devido controle, poderá ocasionar uma série de patologias, culminando prejuízo à saúde dos trabalhadores. Após a análise podemos concluir que sob o ponto de vista das Condições Ergonômicas de Trabalho, com o embasamento técnico-legal que lhe é cabível, que se deve atender as condições mínimas de conforto estabelecidas pela NR- 17, sendo fundamental, o atendimento às recomendações proposta no plano de ação deste trabalho, sempre buscando preservar da melhor forma possível a integridade física e psicológica dos trabalhadores. 26 4 CONCLUSÃO A necessidade de tornar os as pessoas cada vez mais competitivas colocou a frente a busca pela qualidade de vida no trabalho. Pois funcionários mais competitivos tornam-se mais produtivos e isto é que o mundo globalizado precisa. Conscientes de que o trabalho é fundamental para o ser humano, os programas qualidade de vida no trabalho (QVT) apelam para artifícios de torná-los mais participativo, utilizando competência e talentos. Ações estas que visam o comprometimento humano através da satisfação no desempenho da função. O trabalhador visto como máquina, hoje é valorizado como fator imprescindível para o sucesso de uma empresa. Portanto, garantir condições adequadas de trabalho resultará no aumento da saúde mental e física dos trabalhadores o que se iguala a lucro e produtividade. QVT preventiva é o modo mais seguro para contribuir no resgate do sentido humano de cada dia. A ergonomia oferece benefícios que estão ligados diretamente com a qualidade de vida do trabalhador, aumento dos lucros, uma vez que funcionários satisfeitos e saudáveis, associados à ambiente de trabalho adequado e condições favoráveis, proporcionam crescimento positivo de qualquer empresa. A vida do trabalhador pode ser melhorada através de pequenas modificações na empresa e na política de pessoal, considerando as diferenças individuais que intervém nas atividades humanas no trabalho. As ações preventivas realizadas nas empresas, na área da ergonomia, são essências para prevenir doenças dos funcionários. 27 REFERÊNCIAS ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Design/CAC. Recife: Cidade Universitária. Disponível em: http://ergonomia@abergo.org.br. Acesso em: 15 de Agosto de 2010. BRASIL. Manuais de Legislação Atlas – Segurança e Medicina do Trabalho: Normas Regulamentadoras. 36 ed. São Paulo: Atlas, 1996. BRASIL, Ministério da saúde. LER, DORT, dor relacionada ao trabalho – protocolosde atenção integral à saúde do trabalhador de complexidade diferenciada. In: Área de saúde do trabalhador. 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/trabalhador/pdf/protocolo_ler_dort.pdf Acesso em: 15 de Agosto de 2010. BRASIL, Ministério do trabalho e emprego. Norma Regulamentadora 17, de Novembro de 1990. Ergonomia. Disponível em: http://www.mtb.gov.br?legislação/normas_regulamentadoras/nr_17.asp. Acesso em: 23 de Agosto de 2010. BRASIL, Ministèrio Da Previdência e Assistência Social. Atualização clínica dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT. Brasília, 1997. FERREIRA, L. V. Análise ergonômica do trabalho da promotora de venda de cosmético, 2009. 64f. Trabalho Acadêmico Orientado (Graduação), Universidade Estadual da Paraíba, Capina Grande, 2009. GAROTTI, Luciano do Vale. O trabalho em produção continua: uma abordagem ergonômica da industria do petróleo. São Paulo, 2006. 164f. Trabalho de conclusão de Curso,Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2006. GRANDJEAN, ETIENNE. Manual de ergonomia? Adaptando o trabalho ao homem. Porto alegre: Artes Médicas Sul Ltda. 4ª Edição,1998, 338p. GIL, A.C. Métodos e técnicas na pesquisa social. 5ª ed., São Paulo: Atlas,1999. IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2ª Edição revisada e ampliada, 2005, 614p. LAKATOS,E.M. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas,l991. http://ergonomia@abergo.org.br/ http://bvsms.saude.gov.br/bvs/trabalhador/pdf/protocolo_ler_dort.pdf 28 MARZIALE, M.H.P. Abordagem ergonômica do trabalho de enfermagem. 2000.149 f.S Tese (Livre-docência) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, Ribeirão Preto, 2000. ; CARVALHO, E. C. Condições ergonômicas do trabalho de enfermagem em unidade de internação de cardiologia. Rer. Latino- am.Enfermagem, , v.6,n.1,p.99- 117, janeiro, Ribeirão Preto, 1998. RIO, R. P. do e cols. LER (Lesões por Esforços Repetitivos) Ciência e Lei. 1ª Edição. Belo Horizonte: Ed. Health, 1998. TELLES, L. D. et. al. Qualidade de Vida no Trabalho (Monografia). UNISALESIANO, 2005. VASCONCELOS, Anselmo Ferreira. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Cadernos de Pesquisas em Administração, São Paulo, vol. 08, nº 1 jan/mar 2001 VIEIRA, S. I. Manual de Saúde e segurança de trabalho. Florianópolis: Mestra, 2000. 964p. WISNER, A. Situated cognition and action: implications for ergonomic work analysis and anthropotechnology. Ergonomics, v. 38, n.8, p. 1542-1557, 1995 ANEXO 1 – NORMA REGULAMENTADORA 17- ERGONOMIA 17.1 Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psico-fisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 17.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho. 17.1.2 Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psico- fisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 17.2 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais. 17.2.1 Para efeito desta Norma Regulamentadora: 17.2.1.1 Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. 17.2.1.2 Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 17.2.1.3 Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos. 17.2.2 Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. 17.2.3 Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. 17.2.4 Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser usados meios técnicos apropriados. 17.2.5 Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. 17.2.6 O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. 17.2.7 O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. 17.3 Mobiliário dos postos de trabalho. 17.3.1 Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. 17.3.2 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. 17.3.2.1 Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. 17.3.3 Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; c) borda frontal arredondada; d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. 17.3.4 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. 17.3.5 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. 17.4 Equipamentos dos postos de trabalho. 17.4.1 Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psico-fisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.4.2 Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve: a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoçoe fadiga visual; b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. 17.4.3 Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá- lo de acordo comas tarefas a serem executadas; c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho tela, olho teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. 17.4.3.1 Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho. 17.5 Condições ambientais de trabalho. 17.5.1 As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psico-fisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.5.2 Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados); c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. 17.5.2.1 Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. 17.5.2.2 Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. 17.5.3 Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade 17.5.3.1 A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. 17.5.3.2 A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 17.5.3.3 Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. 17.5.3.4 A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência. 17.5.3.5 Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso. 17.6 Organização do trabalho. 17.6.1 A organização do trabalho deve ser adequada às características psico- fisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.6.2 A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo: a) as normas de produção; b) o modo operatório; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; f) o conteúdo das tarefas. 17.6.3 Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; b) devem ser incluídas pausas para descanso; c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. 17.6.4 Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinquenta) minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente. 1 TERMO DE RESPONSABILIDADE Eu, Larissa Oliveira de Sousa Caldas, Matrícula 11817002-2 declaro assumir a inteira responsabilidade civil e criminal, pela pesquisa monográfica que desenvolvi, trabalho científico de minha autoria, exigido pela Universidade Candido Mendes-Niterói, como um dos pré- requisitos para o curso de graduação em Engenharia de Produção. Estou ciente de que não posso reproduzir como meu o pensamento de outro autor, sem citá-lo devidamente, assim como delegar a outrem a tarefa que me é imposta para a conclusão do curso, tendo sido devidamente alertado(a) pelo(a) professor(a) sobre o comércio ilegal de monografia e sobre as consequências de ofensas a direitos autorais. Igualmente, isento pelo presente, o(a) professor(a) orientador(a), bem como a Universidade, de qualquer responsabilidade oriunda do presente termo. Niterói, 01 de Julho de 2021. ASSINATURA DO(A) ALUNO(A) Diploma de Valor desde 1902
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