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Pós-Graduação a Distância DISCIPLINA: Ergonomia UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados Rua Balbina de Matos, 2121 - CEP 79.824-900 - Jd. Universitário Dourados - Mato Grosso do Sul Fones: (67) 3411-4291 | 3411-4297 Os direitos de publicação desta obra são reservados ao Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN), sendo proibida a reprodução total ou parcial de acordo com a Lei 9.160/98. Os artigos de sites e revistas indicados para a leitura foram registrados como nos originais. CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO Ergonomia 2 LUNARDI, Layane Martins. Ergonomia. Layane Martins Lunardi. Dourados: UNI- GRAN, 2019. 32p.: 23 cm. 1. Ergonomia. 2. Saúde dos Trabalhadores. DIRETOR GERAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DIRETORA PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA COORDENAÇÃO DA PLATAFORMA DIAGRAMAÇÃO LOGÍSTICA SECRETÁRIA ACADÊMICA FINANCEIRO DEPARTAMENTO DE PROVAS Marcelo Koche mkoche@unigran.br Lourdes Maria Mendes direcaopos.ead@unigran.br Lilia Nantes lilinantes@unigran.br Adriano Câmara camara@unigran.br Welington Smaylly diagramacao2.pos@unigran.br Fransergio Sampatti logistica.ead@unigran.br Marines Viel secretaria.ead@unigran.br Andréia Felix e Samara Vilhar financeiro.ead@unigran.br samara@unigran.br Dolores Bortolanza dolores@unigran.br mailto:mkoche@unigran.br mailto:direcaopos.ead@unigran.br mailto:lilinantes@unigran.br mailto:camara@unigran.br mailto:diagramacao2.pos@unigran.br mailto:logistica.ead@unigran.br mailto:secretaria.ead@unigran.br mailto:financeiro.ead@unigran.br mailto:samara@unigran.br mailto:dolores@unigran.br 3 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 Apresentação do Docente LAYANE MARTINS LUNARDI, graduada em Engenharia Civil pela Uni- versidade Tecnológica Federal do Paraná, Especialista em Metodologia do Ensino superior pelo Centro Universitário da Grande Dourados, Engenheira de Segu- rança do Trabalho pelo Centro Universi- tário da Grande Dourados. Ergonomia 4 Sumário Conversa Inicial ..................................................................................................................... 5 Aula 1 Introdução a Ergonomia .................................................................................................... 7 Aula 2 Condição e Posto de Trabalho .........................................................................................11 Aula 3 Fatores que Afetam a Saúde dos Trabalhadores ..........................................................17 Aula 4 NR 17 e Exemplos Práticos .................................................................................................23 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................31 5 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 Conversa Inicial A Segurança do Trabalho é uma área que abrange todos os segmentos do mercado, pois onde existe trabalhador, deve existir um estudo que aborde a segurança do mesmo. A Engenharia de Segurança do Trabalho vai estudar os riscos de cada função, dentro de determinado segmento, encontrando mecanismos para minimizar os acidentes de trabalho e doenças laborais, tornando este ambiente o mais seguro possível. O Ministério do Trabalho trata desse assunto por meio de suas Normas Regulamentadoras (NR’s). É importante lembrar que esse conjunto de normas tem “força” de Lei, portanto não são meras orientações, são obrigações. A presente disciplina vai tratar especificamente da NR 17 que busca estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, para que assim, haja um maior conforto e segurança para as pessoas nos postos de trabalho. Sejam todos bem-vindos! Professora Esp. Layane Martins Lunardi Ergonomia 6 7 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 Introdução a Ergonomia Caros(as) alunos(as), Nesta primeira aula faremos um breve histó- rico sobre a ergonomia no Brasil e no mundo. Será possível aprender a origem do nome ergonomia e sua evolução durante os anos. Além disso saberemos a importância de estudar este assunto, as causas e consequências de se ter o conhecimento da NR 17 dentro das organizações. Por fim, veremos as prin- cipais doenças ocupacionais que acometem os tra- balhadores. Bons estudos! Aula 1 Ergonomia 8 Objetivos de aprendizagem Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • saber o significado de ergonomia e sua ori- gem; • conhecer a importância de estudarmos este assunto; • aprender as principais doenças ocupacio- nais, como a LER/DORT. Seções de estudo Seção 1 - Breve Histórico da Ergonomia Seção 2 - Porque Estudamos Ergonomia? Seção 3 - Doenças Ocupacionais SEÇÃO 1 - BREVE HISTÓRICO DA ERGONOMIA Os primeiros estudos sobre ergonomia não são bem definidos, pois desde a pré-história já é possível constatar que os homens buscavam técnicas para apri- morar seus equipamentos, a fim de facilitar o manu- seio e adaptar às condições humanas. Então pode se dizer que a ergonomia surgiu da necessidade de sobre- vivência e de aperfeiçoamento em condições adversas. Ergonomia é uma palavra derivada de duas pa- lavras gregas: ergon (trabalho) e nomos (normas) e foi usada pela primeira vez em 1857 pelo polonês Woj- ciech Jastrzebowski. Porém sua origem oficial é datada do ano de 1949, quando foi oficializada, pelo inglês Kenneth Frank Hywel Murrel, a primeira sociedade de ergonomia do mundo, a Ergonomic Research So- ciety. Várias publicações científicas a partir de 1957 e a criação de novas sociedades e escolas pelo mundo auxiliaram a difundir o termo: ergonomia. Em 1983, no Brasil, foi fundada a Associação Brasileira de Er- gonomia (ABERGO) que se encontra em uso até os dias atuais. Um outro fator importante no crescimento da ergonomia foram as ações sindicais, principalmente na década de 70 e 80. As condições desfavoráveis de trabalho levaram a muitas modificações, com a cria- ção de leis que protegiam os trabalhadores e fiscaliza- ções nos ambientes de trabalho. No Brasil esse tema ganhou ainda mais for- ça com a Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17), promulgada em 23 de novembro de 1990 por meio da portaria nº 3.751 do Ministério do Trabalho. Por meio dela, as empresas são obrigadas a obedecerem aos critérios mínimos de desempenho e conforto nos ambientes de trabalho, a fim de evitar acidentes e do- enças ocupacionais, melhorando assim, a vida do tra- balhador. SEÇÃO 2 - PORQUE ESTUDAMOS ERGONOMIA? A American Conference of Governmental In- dustrial Hygienists (ACGIH) define ergonomia como sendo “o termo aplicado ao campo que estuda e pro- jeta a interface homem/máquina, a fim de prevenir doenças e acidentes e de melhorar o desempenho no trabalho. ” Dessa forma a ergonomia é a ciência que estuda a relação entre o homem e a tarefa que exerce, buscando desenvolver uma integração “ideal” entre as condições de trabalho, levando em consideração as limitações físicas e psicológicas de cada trabalhador, aumentando assim, a eficiência do sistema produtivo. O motivo de estudarmos a ergonomia é justa- mente estudar técnicas de melhorar a vida do traba- lhador na sua atividade laboral. Pois dessa forma serão evitados o aparecimento de doenças ocasionadas por posturas inadequadas e o surgimento de acidentes. A empresa que investe em estudos ergonômi- cos, ganha no aumento da produtividade. Pois um ambiente laboral satisfatório, onde as máquinas são adaptadas de forma individual, há pausas ergonômi- cas durante a jornada, o espaço é seguro e não oferece riscos de acidentes, gera mais disposição ao funcioná- rio, ele se sente mais valorizado e acaba exercendo seu trabalho com maior eficiência. Boas condições de trabalho geram impactos sig- nificativos dentro das corporações, quando os colabo- radores percebem a preocupação quea empresa tem para com suas vidas, toda a equipe fica mais motivada para bater as metas e fazer com que a empresa cresça, além de diminuir o absenteísmo. A NR 17 traz em seu item 17.1.2 que “Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às ca- racterísticas psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do traba- lho”, a conhecida AET. Este documento deve abordar tudo que a NR 17 trata em seus itens. A norma supracitada não define especificamen- te quem são os profissionais que podem elaborar uma AET, por isso esse assunto gera muitas discussões. Um profissional graduado em nível superior pode fazer es- pecialização em ergonomia e se tornar um ergonomis- 9 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 ta, mas essa profissão ainda não é regulamentada. SEÇÃO 3 - DOENÇAS OCUPACIO- NAIS Doenças ocupacionais são as complicações que afetam os trabalhadores no exercício de suas funções dentro do ambiente profissional. Elas são responsáveis pelo afastamento de milhares de colaboradores, de forma temporária e/ou definitiva. A falta de uma política prevencionista dentro das organizações, que leve em consideração o disposto na NR 17, afeta a saúde dos trabalhadores e diminui a produtividade. As doenças ocupacionais podem ser de origem física ou psicológica. As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Traba- lho (DORT) são as doenças que mais afetam os tra- balhadores nos dias de hoje. As principais causas do aparecimento dessas doenças são: movimentos repe- titivos, posturas inadequadas, pressão psicológica e entre outros. São vários os sintomas apresentados pela LER/DORT, os principais são as lesões no ombro e as inflamações em articulações e nos tecidos que cobrem os tendões. Para prevenir o aparecimento de LER/DORT é necessário que haja uma adequação do mobiliário no posto de trabalho, definição de maneiras de reduzir o número de repetições do mesmo movimento, pro- moção de pausas ergonômicas durante o expediente, realização de ginásticas laborais, além de algumas ini- ciativas simples de cunho psicológico como manter boas relações interpessoais e definir claramente o que é esperado de cada profissional (metas possivelmente alcançáveis). A LER/DORT pode ter origem física ou psico- lógica como vimos, mas o resultado é na saúde física do trabalhador. Esse tipo de doença pode afastar o co- laborador de forma definitiva de seu cargo ou função, dependendo do agravamento da doença, por isso uma política de prevenção é imprescindível. Outra doença que está afetando muitas organi- zações é o transtorno mental. Dentre os transtornos existentes podemos destacar: depressão, ansiedade, stress pós-traumático e etc. As causas principais des- ses problemas são: alta demanda de serviço (física ou mental), metas inatingíveis, desvalorização por parte do empregador, violência, assédio moral/sexual e en- tre outros. Uma síndrome muito conhecida que acomete muitos profissionais é a síndrome de burnout (burn out), que do inglês significa queimar completamente ou consumir-se, é utilizada para definir o esgotamento físico e mental do trabalhador. Essa síndrome é defi- nida pela exaustão do emocional, apatia, falta de in- teresse pelo trabalho e também pelo lazer, depressão, alteração do humor e da memória, dores musculares e de cabeça, bem como fadiga e problemas no sono. O adoecimento dos trabalhadores ocasionado pelo estresse no trabalho, afeta a produtividade da em- presa, razão pela qual muitos empresários têm opta- do por algumas alternativas que podem diminuir esta carga psíquica. Entre tantas soluções pode-se citar: ginástica laboral, pausa para lanche, espaços de lazer, programas de incentivo à prática regular de atividades físicas e ingestão frequente de líquidos, elaboração de metas alcançáveis e programas de apoio e acompanha- mento de profissionais vítimas de violência no traba- lho. Por fim, terminamos a primeira aula da nossa disciplina. Agora vocês já têm consciência da impor- tância dessa nos ambientes organizacionais. Na seção 1 iniciamos com um breve histórico da ergonomia no Brasil e no mundo; na seção 2 fala- mos sobre a importância da ergonomia nas empresas e por fim na seção 3 aprendemos as principais doenças ocupacionais e maneiras de evitar o surgimento delas dentro das empresas. NR 17 – ERGONOMIA Observação: todas as normas regulamentadoras estão disponíveis, na integra, no site do Ministério do Trabalho, de forma gratuita (trabalho.gov.br). Ergonomia 10 Minhas anotações 11 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 Condição e Posto de Trabalho Caros(as) alunos(as), Dessa vez iremos falar sobre as condições de trabalho as quais os colaboradores estão submeti- dos, veremos aspectos relacionados ao levantamento de peso, transporte e descarga de materiais, mobiliá- rio e equipamentos. Veremos ainda as classificações da ergonomia (física, cognitiva e organizacional). Por fim e não menos importante, veremos sobre os postos de trabalho. Assunto amplamente falado, pois o estudo para adequação desses postos, a fim de dar segurança e conforto aos usurários, é bem especifico e leva em consideração a antropometria da população. Desde já, desejo a todos, ótimos estudos! Aula 2 Ergonomia 12 Objetivos de aprendizagem Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • abrangências das condições de trabalho; • classificações da ergonomia; • abrangência dos postos de trabalho (com exemplos do dia a dia); • noções básica de antropometria. Seções de estudo Seção 1 - Condição de Trabalho Seção 2 - Posto de Trabalho SEÇÃO 1 - CONDIÇÃO DE TRABA- LHO No Brasil, as condições ergonômicas de traba- lho são regulamentadas pela Norma Regulamentadora nº 17, como já comentado na Aula 01. Além disso a norma em questão dispõe sobre a utilização de mate- riais e mobiliário, condições ambientais, jornada de trabalho, pausas ergonômicas, folgas e normas de pro- dução. As condições de trabalho abrangem aspectos re- lacionados ao levantamento de peso, transporte e des- carga de materiais, mobiliário, equipamentos e condi- ções do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Segundo Dul & Weerdmeester (2004) a ergo- nomia abrange: • Postura e movimentos corporais: que se- ria posição sentado, em pé, puxando, levan- tando e empurrando cargas. • Fatores ambientais: são os aspectos ligados aos riscos físicos (ruído, vibração, ilumina- ção, temperaturas extremas) e riscos quími- cos (agentes químicos diversos). As condições ambientais de trabalho devem es- tar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Por exemplo nos locais de trabalho onde são realizadas atividades de cunho intelectual, tais como: laborató- rios, escritórios, salas de análise de projetos e etc., são recomendadas as seguintes condições de conforto se- gundo a NR 17: • Níveis de ruído de acordo com o estabele- cido na NBR 10152, norma brasileira re- gistrada no INMETRO (85 dB (A) para jornada de 8 horas diárias); • Índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus centígra- dos); • Velocidade do ar não superior a 0,75m/s; • Umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. Ainda com relação as condições ambientais a NR 17 fala que em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade e os níveis míni- mos de iluminamento nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional n.º 11 (NHO 11) da Funda- centro - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes de Trabalho Internos. A ergonomia também aborda conhecimento de diferentes áreas científicas, como a antropometria, biomecânica, engenharias e entre outras. Os riscos er- gonômicos são fatores que podem afetara integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando des- conforto ou doença ocupacional, o que compromete a produtividade, saúde e segurança dentro das empre- sas. Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia pode ser classificada em três especializações, são elas: • Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia humana, antro- pometria, fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. Abrange a postura, manipulação de materiais, distúrbios mus- culoesqueléticos, movimentos ou esforços repetitivos, saúde e etc. • Ergonomia cognitiva: está relacionada com as características mentais, como per- cepção, memória, raciocínio, concentração, atenção do colaborador a respostas emocio- nais dentro da empresa. Essa especialização foca no estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisões, interação entre o ho- mem e a máquina e etc. • Ergonomia organizacional: está relaciona- da com o entendimento do gerenciamento de recursos de pessoas, estruturas organiza- cionais, políticas e de processos, especial- mente através das comunicações, projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, organizações em rede e gestão da qualidade. Essa especialização, que também é conheci- 13 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 da por macroergonomia, não constitui em sistema fechado, pois exige contínuo desen- volvimento, aplicação e validação de dados. Ainda há outra classificação da ergonomia, só que agora com relação a sua intervenção. Lida (2005) classifica em três grupos, conforme a ocasião em que é realizada: • Ergonomia de concepção: aqui a contri- buição ergonômica se dá na fase de projeto, ou seja, com base em situações hipotéticas. O ponto positivo é que são estudadas as melhores formas para projetar o produto, a máquina e o ambiente antes de sua apli- cação, em contrapartida esses projetos são baseados em condições incertas, podem di- vergir da situação real. • Ergonomia de correção: aqui a contribui- ção ergonômica se dá em situações reais, ou seja, na resolução de problemas já existentes. O intuito dessa avaliação é detectar proble- mas relacionados aos processos de trabalho e encontrar soluções para esses problemas. • Ergonomia de conscientização: aqui a contribuição ergonômica se dá em qualquer tempo, ou seja, quando há a necessidade e a conscientização de que determinada máqui- na ou equipamento, por exemplo, precisa ser trocado, alterado e etc. Essa consciên- cia de que algo não está adequado e precisa ser mudado para não causar acidentes e/ou doença ocupacional, é possível através de cursos e treinamentos disponibilizados aos trabalhadores. SEÇÃO 2 - POSTO DE TRABALHO Entende-se por Posto de Trabalho o local no qual um trabalhador desenvolve suas atividades, é a menor unidade produtiva em um sistema de produ- ção. Inclui os mobiliários, maquinas, equipamentos, ferramentas, materiais, layout do ambiente e etc. A seguir veja alguns exemplos de postos de tra- balho. Figura 1: disponível em: https://queconceito.com.br/posto-de-trabalho Figura 2: disponível em: http://www.elelion.com.br/posto-de-trabalho-industrial.php Figura 3: disponível em: http://portalamazonia.com/noticias/polo-industrial-de- manaus-cria-11-mil-postos-de-trabalho-em-agosto https://queconceito.com.br/posto-de-trabalho http://www.elelion.com.br/posto-de-trabalho-industrial.php http://portalamazonia.com/noticias/polo-industrial-de-manaus-cria-11-mil-postos-de-trabalho-em-agosto http://portalamazonia.com/noticias/polo-industrial-de-manaus-cria-11-mil-postos-de-trabalho-em-agosto Ergonomia 14 Figura 4: disponível em: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article. php?storyid=102284&tit=Parana-fecha-quadrimestre-com-37-mil-novos-postos-de- trabalho Figura 5: disponível em: http://abr.org.br/noticia/ergonomia-industrial/ Figura 6: disponível em: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/servicos-de- odontologia-sao-oferecidos-de-graca-em-salvador-veja-opcoes/ Figura 7: disponível em: https://jornalonlineufpi.wordpress.com/2010/06/15/postos- de-trabalho-na-construcao-civil-aguardam-trabalhadores-qualificados/ Como pode-se notar nas figuras apresentadas anteriormente, o enfoque ergonômico do posto de trabalho é considerado um prolongamento do corpo e da mente humana, pois trata além dos fatores físicos, os aspectos cognitivos (na interface homem x máqui- na e processo de produção), bem como, as relações pessoais e motivacionais no ambiente de trabalho. É possível perceber, pelas figuras, que cada car- go/função exige um esforço diferente do trabalhador que o ocupa. A primeira figura por exemplo, prova- velmente a mulher permanece na posição sentada em frente ao computador a maior parte de sua jornada, o que pode ocasionar muitos problemas caso sua postu- ra esteja inadequada e os mobiliários não atendam de forma individual à colaboradora. Para que um posto de trabalho permita o con- forto, a segurança, a qualidade e a eficiência nas ati- vidades exercidas, é necessário estabelecer uma in- ter-relação correta entre os diferentes fatores que se apresentam em cada interface específico. Com isso a análise ergonômica de um posto de trabalho não se li- mita ao tamanho do posto, é necessário levar em con- sideração o conceito de antropometria. A antropometria é definida como o estudo das medidas de tamanho e proporções do corpo humano. A noção dessas medidas e como usá-las é essencial na determinação dos diversos aspectos relacionados ao posto de trabalho. Sempre que possível deve-se realizar as medidas antropométricas (como peso e altura) da população para a qual está sendo projetado um produto ou equi- pamento, pois equipamentos que não estejam ade- quados a proporções dos corpos dos usuários podem levar a acidentes e doenças do trabalho. Na literatura podemos encontrar três tipos de antropometria, a saber: • Antropometria estática: que se refere as medidas do corpo parado. Ela é utilizada, geralmente, para projetar produtos e/ou máquinas que não possuem partes móveis ou com que tenha pouco movimento. • Antropometria dinâmica: que se refere aos limites de movimentos de cada parte do corpo humano, observando como cada pes- soa se move a fim de não haver solicitação de esforço físico além do necessário, obten- do a segurança e a preservação da saúde do trabalhador. • Antropometria funcional: que se refere a medidas pertinentes à análise da tarefa, de forma especifica. Por exemplo, o alcance das mãos não se limita ao comprimento dos http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=102284&tit=Parana-fecha-quadrimestre-com-37-mil-novos-postos-de-trabalho http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=102284&tit=Parana-fecha-quadrimestre-com-37-mil-novos-postos-de-trabalho http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=102284&tit=Parana-fecha-quadrimestre-com-37-mil-novos-postos-de-trabalho http://abr.org.br/noticia/ergonomia-industrial/ https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/servicos-de-odontologia-sao-oferecidos-de-graca-em-salvador-veja-opcoes/ https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/servicos-de-odontologia-sao-oferecidos-de-graca-em-salvador-veja-opcoes/ https://jornalonlineufpi.wordpress.com/2010/06/15/postos-de-trabalho-na-construcao-civil-aguardam-trabalhadores-qualificados/ https://jornalonlineufpi.wordpress.com/2010/06/15/postos-de-trabalho-na-construcao-civil-aguardam-trabalhadores-qualificados/ 15 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 braços, pois ele envolve também o movi- mento dos ombros, rotação do tronco, in- clinação das costas e o tipo de função a ser exercida pelas mãos. Sabemos que os indivíduos possuem tipos físi- cos, com proporções dos corpos, diferentes. Por isso é preciso considerar as diferenças no tamanho do corpo da população usuária. Essa adequação é feita com base nas medidas tabuladas de dada população estudadana antropometria (tabelas antropométricas). A figura a seguir demonstra a antropometria es- tática: Figura 8: disponível em: https://raperalta.wordpress.com/2009/01/11/antropometria/ Pessoal chegamos ao fim de mais uma aula da disciplina de ergonomia, nesta aula tivemos a oportu- nidade de conhecer aspectos importantes das condi- ções de trabalho e classificações da ergonomia quanto a especialização e quanto a sua intervenção. Além dis- so estudados sobre os postos de trabalho e a importân- cia de levar em consideração a população que ocupará determinado posto, para obter um maior conforto e segurança aos usuários. Vale a pena visitar o site da Associação Brasilei- ra de Ergonomia (ABERGO). Disponível em: http:// www.abergo.org.br/ e ler a NR 17. Minhas anotações https://raperalta.wordpress.com/2009/01/11/antropometria/ http://www.abergo.org.br/ http://www.abergo.org.br/ Ergonomia 16 Minhas anotações 17 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 Fatores que Afetam a Saúde dos Trabalhadores Caros(as) alunos(as), Sabemos, pelas aulas anteriores, que a er- gonomia se preocupa com as condições gerais do trabalho, iluminação, ruídos, temperatura e ou- tras. Então ela tem por objetivo remover aspectos do trabalho que possam causar danos à saúde do trabalhador. Como já vimos também, a ergonomia é auxiliada por várias ciências como a engenharia, psicologia, antropometria e agora veremos a fisiolo- gia. A fisiologia é o ramo da biologia que estuda as funções mecânicas, físicas e bioquímicas dos seres vivos, ou seja, é o estudo do funcionamento do or- ganismo. Entender o organismo é fundamental para a ergonomia cumprir seus objetivos. Bons estudos! Aula 3 Ergonomia 18 Objetivos de aprendizagem Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • saber noções básicas de ciclo circadiano e implicações no cotidiano das instituições; • entender como a monotonia e a fadiga atra- palham a saúde dos trabalhadores; • aprender como ativar a motivação dos tra- balhadores dentro das instituições; Seções de estudo Seção 1 - Ciclo Circadiano Seção 2 - Monotonia, Fadiga e Motivação Seção 3 - Fatores, Causas e Soluções SEÇÃO 1 - CICLO CIRCADIANO Em determinados dias e horas o organismo se mostra mais disposto a trabalhar, além da maior pro- dutividade, são também menores os riscos de aciden- tes do trabalho. Isso é possível graças ao ciclo circadia- no comum a quase todos os seres vivos. Ritmo circadiano ou ciclo circadiano (do la- tim circa cerca de + diem dia) designa o período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de praticamente todos os seres vivos, sendo influenciado principalmente pela variação de luz. Para que o sistema biológico esteja funcionando corretamente é importante que o ciclo esteja sincroni- zado, conforme figura a seguir. Figura 9: disponível em: http://www.lumicenteriluminacao.com.br/luminaria-led- regula-o-ciclo-circadiano/ O período de sono dura cerca de 8 horas e o de vigília dura cerca de 16 horas, totalizando as 24 horas do ciclo. Durante o dia, principalmente por influência da luz, é produzido o hormônio cortisol, que é libe- rado pelas glândulas suprarrenais. Esse hormônio ge- ralmente é baixo à noite durante o sono e aumenta no início da manhã (ele pode aumentar em períodos de estresse ou estar mais elevado em condições crônicas, o que pode comprometer o bom funcionamento do ciclo circadiano). Ao anoitecer, a produção de cortisol diminui e aumenta a produção de melatonina, que ajuda a induzir o sono, deixando de ser produzida pela manhã. Estudos comprovam que os ciclos circadianos possuem variações individuais. Existem os indivídu- os matutinos que são aquelas pessoas que tem maior facilidade em acordar e produzir na parte da manhã. Em contrapartida existem os indivíduos vespertinos que são as pessoas que produzem melhor a tarde e no início da noite. Dessa forma, os colaboradores das empresas estarão em estado de alerta e em ritmo de produção diferentes em determinados períodos do dia de trabalho. Voltando na figura anterior, você pode se per- guntar, o que acontece com as pessoas que trabalham a noite? Há uma perturbação no relógio biológico, pois há uma queda na temperatura corporal, sinali- zando a hora de dormir e a pessoa não o pode fazer. Esse processo de adaptação dura cerca de duas sema- nas, mas não se faz por completo, pois não é natural do organismo. Sono que segue o turno noturno é geralmen- te encurtado e de valor muito pouco restaurador. O efeito mais evidente é o cansaço, seguido de sintomas como a dificuldade de assimilar informações correta- mente, irritabilidade, depressão, distúrbios alimenta- res e etc. SEÇÃO 2 - MONOTONIA, FADIGA E MOTIVAÇÃO A monotonia, a fadiga e motivação são três as- suntos muito importantes que devem ser ressaltados na produtividade do trabalhador. A monotonia e a fa- diga estão presentes em todos os trabalhos e, quando não podem ser excluídos dos ambientes laborais, po- dem ser controlados e/ou substituídos por ambientes mais interessantes e motivadores. A Monotonia é a reação do organismo a um ambiente uniforme, pobre em estimulo ou pouco excitante. Os fatores fisiológicos da monotonia são tarefas exageradamente repetidas que não provocam novos desafios, ou seja, trabalhos que não motivam os trabalhadores a se desenvolverem. Pode se destacar como principais sintomas da monotonia a fadiga, so- nolência, morosidade e uma diminuição da atenção. Já a fadiga está relacionada a uma capacidade de http://www.lumicenteriluminacao.com.br/luminaria-led-regula-o-ciclo-circadiano/ http://www.lumicenteriluminacao.com.br/luminaria-led-regula-o-ciclo-circadiano/ 19 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 produção diminuída e uma perda de motivação para qualquer atividade dentro da organização. Diversos fatores se combinam para resultar nesse efeito de re- dução reversível da capacidade de realizar tarefas, tais como fatores fisiológicos que envolvem a intensida- de e duração do trabalho, fatores psicológicos como a monotonia, a falta de motivação e o relacionamento social com colegas de trabalho, e finalmente os fatores físicos como iluminação, ruídos e temperaturas. A criação de metas e objetivos dentro das empre- sas, gera uma motivação maior para os trabalhadores. As pessoas respondem a esses estímulos, trabalhando mais e melhor, ou seja, aumentando a produção. É claro que aqui vale ressaltar que criar metas inalcançá- veis é também prejudicial aos colaboradores, haja vis- to que aumenta a carga de estresse ocasionando outros problemas (já citados nas aulas anteriores). Na prática essa linha tênue entre criar metas possíveis para motivar e metas impossíveis que criam pânico entre os funcionários, não é uma tarefa fácil. Pois depende da força interior de cada indivíduo e de como cada um reage a estímulos diversos. Por volta dos anos 50 um psicólogo norte-a- mericano, chamado Abraham Maslow, criou a Teoria das Necessidades Humanas também conhecida como a pirâmide de Maslow. Essa pirâmide demonstra de forma hierárquica, as necessidades de cada ser huma- no que vão desde básicas até um nível mais complexo, como pode se ver na figura a seguir. Figura 10: disponível em: https://blog.opinionbox.com/piramide-de-maslow/ Segundo o autor, quando um patamar da hie- rarquia é alcançado surge a necessidade de alcançar outro. Ou seja, se o indivíduo possui as necessidades básicas (base da pirâmide) como água, comida e mo- radia satisfeitas, ele vai buscar a segurança (segundo patamar) em algum tipo de filosofia ou religião que fortaleçam a crença e a fé, vai dar preferência por um trabalho estável, vai procurar fazer reservas financeiras para o futuro e assim por diante. Podemos ver que o procedimento de procura é provocado mediante um estado de carência ou de desejo. O encontro entre a necessidade com o seu cor- respondente fatormotivacional gera o “ato motivacio- nal” rumo a uma meta. Mas se a motivação não é só exterior, é também interior a cada indivíduo, como fa- zer para que os trabalhadores fiquem motivados den- tro das empresas? A resposta é simples: Não permitir que haja desmotivação. Atitudes simples que motivam e ajudam a man- ter a motivação dentro dos ambientes organizacionais: • não chamar a atenção na frente dos outros; • cumprimentar a todos cordialmente de ma- neira igualitária; • não agir com indiferença; • não invadir espaços alheios; • fornecer apoio psicológico; • não fazer comparações entre desempenho de um trabalhador com outro; • não designar dois trabalhadores para uma mesma função (estimula a competição a todo custo); • reconhecer o trabalho do outro; • demonstrar perspectiva de futuro e de no- vos desafios; • estimular um ambiente harmônico e saudá- vel. SEÇÃO 3 - FATORES, CAUSAS E SO- LUÇÕES Como vimos até aqui, são vários fatores que a ergonomia estuda para melhorar a vida do trabalha- dor, evitar acidentes e doenças laborais. Em resumo, são elas: • Fatores ambientais: frio ou calor extremos, iluminação inadequada, ruído excessivo, vi- bração e entre outros. Para solucionar esses problemas e garantir a saú- de do trabalhador são feitas análises quantitativas de cada um desses fatores físicos. Por exemplo para anali- sar o ruído faz se a dosimetria e analisa se está dentro do limite de tolerância estabelecido em lei. Após realizar as análises respectivas a cada agen- te físico, inicia-se as medidas administrativas e de en- genharia, em seguida medidas de proteção coletiva e por último, se necessário, medidas de proteção indi- vidual. https://blog.opinionbox.com/piramide-de-maslow/ Ergonomia 20 • Layout do posto de trabalho: falta de espa- ço, desorganização, falta de planejamento. Figura 11: disponível em: http://www.supersecretariaexecutiva.com.br/secretariado/ organizando-seu-ambiente-de-trabalho Figura 12: disponível em: https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfMQYAC/ seguranca-trabalho?part=2 Para solucionar esses problemas é necessário que seja analisada cada caso em sua individualidade, o ideal é que se projete um posto de trabalho adaptado para cada funcionário (dimensão individual da pes- soa). Lembrar que não é o ser humano que se adapta a máquina e sim o contrário. Figura 13: disponível em: http://pgm.manaus.am.gov.br/movimento-abril-verde- limpeza-e-higiene-no-ambiente-de-trabalho-impactos-e-beneficios/ • Postura inadequada: para solucionar esse problema tão recorrente dentro das institui- ções, além de projetar um posto de trabalho que se adapte ao ser humano em sua indi- vidualidade, é necessário que o trabalhador tenha treinamento de como manter a pos- tura em seu posto. Figura 14: disponível em: http://institutofisiomar.com.br/blog/?p=2188 Por exemplo, de nada adianta em um ambiente de escritório, todos os itens serem ajustáveis (cadeira, tela do computador, mouse externo e etc) se o cola- borador não sabe ajustar para seu tamanho. O ideal é que quando houver a contratação de um novo funcio- nário, haja um treinamento admissional em que seja tratado esse assunto. Figura 15: disponível em: http://blog.safemed.pt/ergonomia-no-posto-de-trabalho/ Cabe ressaltar ainda, que mesmo quando o tra- balhador está em uma postura adequada em seu pos- to de trabalho, permanecer na mesma posição ou em movimento por muito tempo é prejudicial ao corpo. Por isso as pausas laborais têm sido cada vez mais fre- quentes nos ambientes organizacionais. http://www.supersecretariaexecutiva.com.br/secretariado/organizando-seu-ambiente-de-trabalho http://www.supersecretariaexecutiva.com.br/secretariado/organizando-seu-ambiente-de-trabalho https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfMQYAC/seguranca-trabalho?part=2 https://www.ebah.com.br/content/ABAAAfMQYAC/seguranca-trabalho?part=2 http://pgm.manaus.am.gov.br/movimento-abril-verde-limpeza-e-higiene-no-ambiente-de-trabalho-impactos-e-beneficios/ http://pgm.manaus.am.gov.br/movimento-abril-verde-limpeza-e-higiene-no-ambiente-de-trabalho-impactos-e-beneficios/ http://institutofisiomar.com.br/blog/?p=2188 http://blog.safemed.pt/ergonomia-no-posto-de-trabalho/ 21 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 Figura 16: disponível em: http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/junho2013/ materias/bem_estar.html Figura 17: disponível em: https://aves.org.br/revista-vitoria-mais/editoria/ginastica- laboral A ginastica laboral dura em torno de 10 minu- tos e consiste em técnicas de alongamento, respiração, reeducação postural e compensação dos músculos. Essa atividade simples tem beneficiado muitas pessoas pois ajuda a previne doenças ocupacionais, minimiza a fadiga, o esgotamento e a monotonia. E assim, chegamos ao fim de mais uma aula. Nessa ocasião tivemos a oportunidade de conhecer vários fatores que afetam a saúde do trabalhador. Tra- tamos especificamente sobre assuntos relacionados a fisiologia do ser humano, como por exemplo o ciclo circadiano. Falamos também sobre fadiga e monoto- nia e como esses fatores afetam a saúde dos funcio- nários e a produtividade das empresas. Além disso, destacamos a motivação como aspecto positivo para melhorar a eficiência na produção e aumentar a qua- lidade de vida das pessoas. Por fim, resumidamente elencamos os principais fatores de doenças ocupacio- nais e como preveni-los. Minhas anotações http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/junho2013/materias/bem_estar.html http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/junho2013/materias/bem_estar.html https://aves.org.br/revista-vitoria-mais/editoria/ginastica-laboral https://aves.org.br/revista-vitoria-mais/editoria/ginastica-laboral Ergonomia 22 Minhas anotações 23 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 NR 17 e Exemplos Práticos Caros(as) alunos(as), Na nossa última aula detalharemos os itens da Norma Regulamentadora nº 17 – Ergonomia. Fa- lamos ao longo das outras aulas sobre assuntos que essa norma traz, mas agora trataremos mais afundo os itens mais relevantes. Além disso trataremos exemplos práticos de como melhorar ambientes de trabalho, utilizando todo conhecimento adquirido até aqui. Bons estudos e até a próxima! Aula 4 Ergonomia 24 Objetivos de aprendizagem Ao término dessa aula vocês serão capazes de: • interpretar os itens importantes da NR 17; • aplicar conhecimentos adquiridos nas aulas anteriores em exemplos diversos. Seções de estudo Seção 1 - NR 17 Seção 2 - Exemplos Práticos SEÇÃO 1 - NR 17 Como já foi comentado aqui a Norma Regula- mentadora nº 17 (NR 17) foi promulgada em 23 de novembro de 1990 por meio da portaria nº 3.751 do Ministério do Trabalho ela trata especificamente sobre ergonomia e traz as obrigações que as empresas devem atende para evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Nesta seção trataremos seus itens e comentare- mos os mais relevantes. Vamos a eles: 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a esta- belecer parâmetros que permitam a adaptação das con- dições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. É importante ressaltar aqui que a NR 17 é bem falha em parâmetros objetivos para medir, principal- mente, conforto dos ambientes do trabalho. A segu- rança nos ambientes é possível utilizar de outras nor- mas que possuem limites de tolerâncias estabelecidos (ruído, vibração e etc). 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho. 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalha- dores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecidonesta Nor- ma Regulamentadora. O item mais polêmico pois não deixa claro quem é o profissional responsável por elaborar a ana- lise ergonômica do trabalho (AET). Como já foi co- mentado em aula anterior, um profissional de nível superior pode fazer uma pós-graduação em ergono- mia e se tornar um ergonomista, porém essa profissão ainda não é regulamentada no Brasil. 17.2. Levantamento, transporte e descarga indivi- dual de materiais. 17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentado- ra: 17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado intei- ramente por um só trabalhador, compreendendo o levan- tamento e a deposição da carga. 17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas de- signa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo traba- lhador com idade inferior a 18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos. 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua se- gurança. (117.001-5 / I1) 17.2.3. Todo trabalhador designado para o trans- porte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. (117.002-3 / I2) 17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o trans- porte manual de cargas, deverão ser usados meios técnicos apropriados. 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente infe- rior àquele admitido para os homens, para não compro- meter a sua saúde ou a sua segurança. (117.003-1 / I1) 17.2.6. O transporte e a descarga de materiais fei- tos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, car- ros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de for- ça e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. (117.004-0 / 11) 17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deve- rá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. (117.005-8 / 11) O fato de haver muitas queixas e afastamentos de trabalhadores acometidos por doenças como lom- balgias e hérnias de disco demonstra a falta de uma normativa que estabeleça os parâmetros a serem segui- 25 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 dos dentro das empresas. O órgão do governo ameri- cano, National Institut on Occupational and Safety Health – NIOSH, criou uma equação que permite calcular qual seria o limite de peso recomendável le- vando-se em conta certos fatores (NTP 477 – dispo- nível em espanhol https://www.insst.es/InshtWeb/ Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/ Ficheros/401a500/ntp_477.pdf ). 17.3. Mobiliário dos postos de trabalho. 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (117.006-6 / I1) 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que te- nha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a. ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de ativida- de, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; (117.007-4 / I2) b. ter área de trabalho de fácil alcance e visuali- zação pelo trabalhador; (117.008-2 / I2) c. ter características dimensionais que possibili- tem posicionamento e movimentação adequa- dos dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2) 17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acio- namento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos ade- quados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do traba- lho a ser executado. (117.010-4 / I2) 17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de tra- balho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a. altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; (117.011-2 / I1) b. características de pouca ou nenhuma confor- mação na base do assento; (117.012-0 / I1) c. borda frontal arredondada; (117.013-9 / I1) d. encosto com forma levemente adaptada ao cor- po para proteção da região lombar. (117.014- 7 / Il) 17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos de- vam ser realizados sentados, a partir da análise ergonô- mica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5 / I1) 17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. (117.016-3 / I2) O mobiliário deve ser concebido com regula- gens que permitam ao trabalhador adaptá-lo as suas características antropométricas (altura, peso, compri- mento das pernas etc.) como já discutido em aulas anteriores. Deve permitir também alternâncias de postu- ras (sentado, em pé etc.), pois não existe nenhuma postura fixa que seja confortável. Entre a população trabalhadora há indivíduos muito pequenos e muito grandes. É difícil conceber um mobiliário que satisfa- ça a esses extremos. O recomendável é que o mobiliá- rio permita uma regulagem que atenda a pelo menos 95% da população em geral. 17.4. Equipamentos dos postos de trabalho. 17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às caracterís- ticas psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve: a. ser fornecido suporte adequado para docu- mentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual; (117.017-1 / I1) b. ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. (117.018-0 / I1) 17.4.3. Os equipamentos utilizados no processa- mento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: a. condições de mobilidade suficientes para per- mitir o ajuste da tela do equipamento à ilu- minação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; (117.019-8 / I2) b. o teclado deve ser independente e ter mobi- lidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; (117.020-1 / I2) c. a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distân- https://www.insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf https://www.insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf https://www.insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf Ergonomia 26 cias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; (117.021-0 / I2) d. serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. (117.022-8 / I2) 17.4.3.1. Quando os equipamentos de processa- mento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exi- gências previstasno subitem 17.4.3, observada a nature- za das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho. Os seres humanos sempre procuraram adaptar suas ferramentas às suas necessidades, diminuindo o esforço. Uma má escolha da administração na hora de adquirir equipamentos de trabalho pode penalizar os trabalhadores durante anos já que não é possível, muitas vezes, se desfazer deles (equipamentos) e isso prejudica o desempenho eficiente da atividade. Os equipamentos devem facilitar a execução da tarefa específica, ou seja, uma cadeira pode ser confor- tável para assistir televisão, mas não para uma secretá- ria que permanece nela a maior parte da sua jornada de trabalho, logo ela deve ter rodízios, encosto, ser es- tofada, permitir regulagens, ter apoio para os braços etc. 17.5. Condições ambientais de trabalho. 17.5.1. As condições ambientais de trabalho de- vem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Lembrando que aqui não se trata de insalubri- dade, para isso consultar a norma regulamentadora nº 15. 17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, es- critórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; (117.023-6 / I2) b. índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados); (117.024-4 / I2) c. velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2) d. umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. (117.026-0 / I2) Os níveis de ruído devem ser entendidos aqui não como aqueles passíveis de provocar lesões no apa- relho auditivo, tal como a perda auditiva, mas como a perturbação passível de prejuízo ao bom desempe- nho da tarefa. A climatização dos locais de trabalho onde há solicitação intelectual e atenção constante, frequentemente é obtida pelo sistema de ar-condicio- nado. Na grande maioria das situações de trabalho, não há o emprego de fontes de calor radiante para a execução das tarefas. 17.5.2.1. Para as atividades que possuam as carac- terísticas definidas no subitem 17.5.2, mas não apresen- tam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. 17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. 17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou su- plementar, apropriada à natureza da atividade. 17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniforme- mente distribuída e difusa. 17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 17.5.3.3 Os métodos de medição e os níveis mí- nimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os estabelecidos na Norma de Higiene Ocu- pacional nº 11 (NHO 11) da Fundacentro - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes de Traba- lho Internos. (Nova redação dada pela Portaria MTB 876/2018) 17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilida- de do olho humano e em função do ângulo de incidên- cia. (Revogada pela Portaria MTB 876/2018) 17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso. (Revogada pela Portaria MTB 876/2018) O iluminamento apropriado não depende so- mente da quantidade de lux que incidente no plano de trabalho, mas também da refletância dos materiais, das dimensões do pormenor a ser observado ou detec- tado, do contraste com o fundo e entre outros. En- tão se for levado em conta tão somente os valores das tabelas, pode se chegar a projetos de iluminamento inconvenientes. A situação ideal é aquela em que o trabalhador, além do iluminamento geral, tivesse a sua http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamtb876_2018.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamtb876_2018.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamtb876_2018.htm http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portariamtb876_2018.htm 27 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 disposição luminárias individuais para regular a inten- sidade manualmente. 17.6. Organização do trabalho. 17.6.1. A organização do trabalho deve ser ade- quada às características psicofisiológicas dos trabalhado- res e à natureza do trabalho a ser executado. A análise da organização do trabalho é algo bem complexo, não é possível fixar um roteiro aplicável a todas as situações. Os métodos de análise assim como o objeto a ser analisado vão sendo estabelecidos pau- latinamente, envolvendo os trabalhadores. O relatório final da análise ergonômica geralmente não fica restri- to ao especificado aqui, na NR 17, ele vai além disso muitas vezes. 17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo: a. as normas de produção; b. o modo operatório; c. a exigência de tempo; d. a determinação do conteúdo de tempo; e. o ritmo de trabalho; f. o conteúdo das tarefas. 17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a. todo e qualquer sistema de avaliação de desem- penho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; b. devem ser incluídas pausas para descanso; c. quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afas- tamento. 17.6.4. Nas atividades de processamento eletrô- nico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a. o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envol- vidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de re- muneração e vantagens de qualquer espécie; b. o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; c. o tempo efetivo de trabalho de entrada de da- dos não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tem- po restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o dispos- to no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; d. nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; e. quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em re- lação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea “b” e ser ampliada progressivamente. A Norma Regulamentadora nº17 veio para aju- dar e obrigar o empregador a disponibilizar condiçõesmínimas aos empregados para garantir maior seguran- ça e conforto a fim de evitar acidentes e doenças do trabalho. Mas assim como todas as normas, ela não aponta soluções para todas as situações encontradas na prática. Para isso, utiliza-se de estudo de caso, nor- mas internacionais e entre outros. Bom, além dos itens supracitados a NR 17 ain- da conta com dois anexos: • ANEXO I: TRABALHO DOS OPERA- DORES DE CHECKOUT • ANEXO II: TRABALHO EM TELEA- TENDIMENTO/TELEMARKETING SEÇÃO 2 - EXEMPLOS PRÁTICOS Exemplo 1: Secretária No primeiro exemplo trataremos a função de secretária. Trata-se de um cargo em que a trabalhadora permanece sentada a maior parte de sua jornada. Suas funções principais são: • Atender ao telefone; • Digitalização e processos no computador em geral; • Atendimento ao cliente. A figura a seguir, retirada da internet, ilustra como, hipoteticamente, a secretária em questão, per- manece em seu posto de trabalho. Ergonomia 28 Figura 18: disponível em: http://redefacima.com/2017/10/17/dicas-para-melhorar-a- postura-ao-trabalhar-com-notebookcomputador/ É possível perceber que a postura da trabalha- dora não está adequada, além do que o mobiliário não está adequado ao posto de trabalho. A coluna dela está curvada favorecendo o aparecimento de doenças. Não há apoio para os braços o que faz com que ela se incli- ne para frente o colocando sobre a mesa. A cadeira e o monitor até parecem ter regula- gem de altura, porém ela não regulou conforme suas medidas. Possivelmente faltou treinamento para ensi- na-la a manusear os mobiliários disponíveis. Agora veja, a figura a seguinte com as devidas correções para esse posto de trabalho. Figura 19: disponível em: http://blog.triway.net.br/tecnologia_e_saude/ Vejamos então, não basta a cadeira ter regula- gem de altura, ela deve ter ajuste de encosto e apoio para os braços (na figura a cima, há também um apoio para os braços na mesa, pois o apoio da cadeira não é regulável e não se ajustou a dimensão da trabalhado- ra). Nas duas figuras podemos perceber que se trata de computadores com teclados externos e esse é mes- mo o ideal, mas na primeira situação não havia apoio para o punho, na segunda isso foi corrigido. É de extrema importância que o monitor tenha regulagem de altura para não comprometer o pescoço do trabalhador. No caso da figura a 19 foi colocado um anteparo para corrigir a falta de regulagem do mo- nitor. Por último foi fornecido a trabalhadora um apoio para os pés, pois devido as dimensões antropo- métricas dela, foi necessário para melhorar a postura. É importante ressaltar que tão indispensável quanto o estudo do ambiente de trabalho, as me- lhorias feitas nos mobiliários, o levantamento antro- pométrico dos trabalhadores que ocuparam o posto é o treinamento fornecido a essas pessoas, pois elas precisam saber como regular os mobiliários para suas medidas antropométricas. Além disso outras medidas podem ser tomadas para melhorar a saúde de trabalhadores nessa função, tais como: pausas laborais, incentivo a ingestão de água. Exemplo 2: Função que exija levantamento de cargas Quando há transporte de carga a orientação é que nunca flexione o tronco como no último movi- mento da figura 20. Além disso evitar a rotação do tronco quando estiver com a carga em mãos e evitar levantar cargas acima do ombro ou da cabeça de for- ma constante. Figura 20: disponível em: http://safetymed.net.br/blog/tag/ergonomia/ Sempre que for levantar ou movimentar uma carga, deve-se manter uma postura de base: pernas afastadas umas das outras, joelhos semi flexionados, coluna ereta, braços próximos ao corpo. Exemplo 3: Trabalho em pé com bancada Quando a função exige que o trabalhador per- maneça em pé a maior parte da jornada do trabalho http://redefacima.com/2017/10/17/dicas-para-melhorar-a-postura-ao-trabalhar-com-notebookcomputador/ http://redefacima.com/2017/10/17/dicas-para-melhorar-a-postura-ao-trabalhar-com-notebookcomputador/ http://blog.triway.net.br/tecnologia_e_saude/ http://safetymed.net.br/blog/tag/ergonomia/ 29 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 utilizando uma bancada, algumas medidas simples podem ser tomadas, observe as figuras a seguir: Figura 21: disponível em: http://www.tstservice.com.br/2016/07/cinco- recomendacoes-para-quem-trabalha.html Nesse caso apenas um ajuste no equipamento sobre a bancada e um apoio para os pés já foi o sufi- ciente para melhorar a postura do trabalhador e evi- tar doenças ocupacionais. São inúmeros os problemas de saúde causados para quem trabalha em pé, poden- do surgir lesões a curto e a longo prazo. Problemas circulatórios nas pernas e pés, além de dores na coluna e lombar com alterações posturais, e desgastes das articulações como artrose, são os maio- res causadores. A posição em pé, quando permanecida por muitas horas, concentra grande volume sangue nas pernas, o que pode sobrecarregar as articulações dos membros inferiores. Quando a panturrilha está contraída, ou seja, muito tempo parada, irá exigir mais do coração, pois o sangue que está na panturrilha irá subir. Se conside- rarmos trabalhadores à frente de uma bancada, quase sem se movimentar, eles sofrerão mais e se se sentirão mais cansados do que pessoas que trabalham em pé e que se movimentam durante a jornada de trabalho. Uma das coisas que ajuda a melhorar a circula- ção sanguínea e que as indústrias têm adotado em suas linhas de produção, é o tapete ergonômico antifadiga. Figura 22: disponível em: https://www.ergomais.com.br/tapetes-ergonomicos/tapete- ergonomico-antifadiga-ergofit/ Figura 23: disponível em: https://www.jungheinrich-profishop.pt/Tapetes-antifadiga- em-borracha-de-nitrilo-4328-127838/ O fator, talvez mais importante para se preocu- par quando se fala em trabalhos envolvendo bancadas, é a altura das mesmas. Para isso, orienta-se: http://www.tstservice.com.br/2016/07/cinco-recomendacoes-para-quem-trabalha.html http://www.tstservice.com.br/2016/07/cinco-recomendacoes-para-quem-trabalha.html https://www.ergomais.com.br/tapetes-ergonomicos/tapete-ergonomico-antifadiga-ergofit/ https://www.ergomais.com.br/tapetes-ergonomicos/tapete-ergonomico-antifadiga-ergofit/ https://www.jungheinrich-profishop.pt/Tapetes-antifadiga-em-borracha-de-nitrilo-4328-127838/ https://www.jungheinrich-profishop.pt/Tapetes-antifadiga-em-borracha-de-nitrilo-4328-127838/ Ergonomia 30 Figura 24: disponível em: https://sites.google.com/site/ ergonomiamovimentacaocargas/3-ergonomia-postura-de-pe, Vimos nesta aula item por item da norma NR 17, interpretando alguns dos mais importantes. Além disso, reunimos o que aprendemos até aqui para so- lucionar exemplos práticos que vocês encontrarão no exercício da profissão de engenheiros de segurança do trabalho. Espero ter contribuído no processo ensino- -aprendizagem de vocês, bons estudos e até breve! Anexos da NR 17: • ANEXO I: Trabalho dos Operadores de Checkout • ANEXO II: Trabalho em Teleatendimento/ Telemarketing Minhas anotações https://sites.google.com/site/ergonomiamovimentacaocargas/3-ergonomia-postura-de-pe https://sites.google.com/site/ergonomiamovimentacaocargas/3-ergonomia-postura-de-pe 31 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO | UNIGRAN • 2019 A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO). Dis- ponivel em: http://www.abergo.org.br/ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC- NICAS, NBR 10152: Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações, 2017. DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. IlDA, I. Ergonomia - projeto e produção. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. National Institut on Occupational and Safety Health – NIOSH. (NTP 477 Disponível em: https://www. insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/Fi- chasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf ) NR17 Portaria MTPS n.º 3.751, de 23de novembro de 1990. REFERÊNCIAS Minhas anotações http://www.abergo.org.br/ https://www.insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf https://www.insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf https://www.insst.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/401a500/ntp_477.pdf Ergonomia 32 Minhas anotações 17.3.3 17.6._Organização_do_trabalho Conversa Inicial Introdução a Ergonomia Condição e Posto de Trabalho Fatores que Afetam a Saúde dos Trabalhadores NR 17 e Exemplos Práticos REFERÊNCIAS
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