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Fichamento- Educação de Surdos

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Produzido por Ana Gabriela Vasconcelos Cavalcante
 Licencianda em História pela UFRPE
 
Disciplina: LIBRAS
Fichamento do artigo:
 
 
 
 
 
SILVA, Vilmar. Educação de Surdos: uma releitura da primeira escola pública para surdos em Paris e do Congresso de Milão
em 1880. In: Quadros, RM.Estudos Surdos I. Editora Arara Azul. Petrópolis. 2006. pp. 14-37.
 
“O processo pelo qual uma sociedade expulsa alguns de seus membros obriga a que se interrogue sobre o
que, em seu centro, impulsiona essa dinâmica.” (Robert Castel)
(p.15) “O ato de acolher a todos em suas diferenças não implica numa submissão ao grupo dominante. Os
surdos revelam-se como um bom exemplo. Apesar de esmagados pela hegemonia ouvinte que tenta
anular a sua forma de comunicação (a língua de sinais), procurando assemelhá-los cultural e
linguisticamente aos ouvintes resistem a essa imposição, reivindicando seus direitos lingüísticos e de
cidadania.”
(p.16) “O exercício da cidadania pressupõe um envolvimento consciente e atuante de todos os cidadãos.
Para tanto, é preciso que os cidadãos sejam capazes de visualizar os contornos sociais de forma crítica,
reconhecendo as diferenças histórica e culturalmente constituída.”
Sobre o agrupamento de surdos marginalizados que, juntamente com o abade L'Epée fundaram a
primeira escola pública de surdos do mundo, que tinha a língua de sinais como a essência no processo
pedagógico: 
“Esse agrupamento de surdos permitiu a criação da primeira Escola Pública para Surdos em Paris, em
1760, provavelmente movido pelos fortes ventos que assolavam a sociedade francesa. Esse fato, vinculado
à história das instituições de surdos, é um fato determinante no processo de construção e de expansão da
organização política, social e educacional dos surdos no continente europeu e em diversos países do
continente americano.” (p. 19-20)
Sobre o Congresso de Milão:
(p.27)“Que razões foram engendradas ao longo da história da humanidade que autorizaram cento e
sessenta e quatro pessoas ouvintes a decidirem o rumo da educação de surdos?”
(Concepção científica moderna do homem-máquina, processo de unificação política (e também
linguística, oralizada) da Itália, razões- razões políticas, filosóficas e religiosas)
Sobre o processo de transferência da concepção gestualista para a oralista:
(p. 31-32 ) “Nesse processo de transferência de concepção – de trabalhador para deficiente -, o surdo perde
o direito de vender a sua força de trabalho e passa a depender das habilidades e dos instrumentos do
médico para curar aquilo que lhe falta: um dos sentidos mais importantes, na perspectiva dos ouvintes, a
audição. A concepção, vinculada ao paradigma homem-máquina, passa a representar o surdo a partir de
uma visão estritamente relacionada com a patologia, ou seja, com o déficit biológico. É nesse momento
histórico que os surdos passam a serem excluídos da escola e do mundo do trabalho e obrigados a
transitar no âmbito da medicina. Esse processo passou a ser chamado por alguns autores como
“medicalização da surdez” 
(p.33) “Diante da concepção medicalizada da surdez, as escolas pouco a pouco são transformadas em salas
de tratamento. As estratégias pedagógicas passam a ser estratégias terapêuticas.”
(p.34) “A interculturalidade orienta processos que têm por base o reconhecimento do direito à diferença e
à luta contra todas as formas de discriminação e desigualdade social. Tenta promover relações dialógicas
e igualitárias entre pessoas e grupos sociais que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando
os conflitos inerentes a esta realidade.”
(p.35) “A inclusão dos surdos no contexto educacional, através do deslocamento da visão medicalizada da
surdez para o seu reconhecimento político, tendo por base a interculturalidade, revela uma possibilidade
de se construir projetos políticos-pedagógicos que tenham como foco o fascinante mundo do
conhecimento produzido pelas diversas culturas que compõem a sociedade brasileira e mundial, dentre
elas a cultura surda.”
Resumo geral do artigo
Traçando uma releitura histórica do contexto de constituição da primeira escola pública para surdos, bem
como dos rumos tomados a partir do Congresso de Milão em 1880, a autora Vilmar Silva discute a maneira
como a incorporação dos discursos que circundam a questão da inclusão social no campo da educação pode
assumir caráteres distintos: um deles baseia-se na visão medicalizada da surdez, cujo pilar central é a
“pedagogia corretiva”, entendendo que a pessoa surda é portadora de uma patologia que, segundo a
concepção científica moderna de ‘homem-máquina’, torna-a “imperfeita” e "inválida", fazendo-a, desse
modo, necessitar de correção, tendo como base, entretanto, o referencial dos ouvintes que é a oralização,
entendida ai como único meio que possibilita a integração social plena; o outro caráter que esse debate
pode (e deveria) assumir é o do reconhecimento político da surdez, que se baseia no reconhecimento a
diferença, isto é, pessoas pessoas surdas e pessoas ouvintes se diferem uma das outras pelo fator auditivo e
pelas oportunidades sociais de inserção, mas isso não significa que pessoas surdas são pessoas doentes que
precisam de uma cura e de uma abordagem terapêutica em seu processo educacional, que substitua a
abordagem pedagógica. Ademais, o reconhecimento político da surdez baseia-se também no princípio de
interculturalidade, por assumir que a comunidade surda possui uma cultura própria e uma língua natural
própria, que é viva e dinâmica.

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