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Livro Fundamentos de Economia - Introdução à Economia - Prof Carlos André

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Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Fundamentos de 
Economia 
 
 
- Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos é bacharel, mestre 
e doutor em Economia pela FEA-USP e professor da FEA-USP e 
de especializações, MBA e pós graduação da FIPE e FIA. Ex-
membro da Comissão de Avaliação de Ensino de Economia e 
conselheiro do Conselho Federal de Economia. 
 
- Manuel Enriquez Garcia é bacharel, mestre e doutor em 
Economia pela USP. É professor da FEA-USP e advogado, 
inscrito na OAB. Leciona na FIPE, nas áreas de Economia, 
Direito e Negócios Internacionais. 
Introdução 
 
Esta obra pretende fornecer uma visão abrangente das principais 
questões econômicas gerais, para estudantes e profissionais da área 
de Ciências Humanas. Trata-se de um livro de introdução à Economia 
Aplicada, que busca explicar conceitos e problemas econômmicos 
fundamentais de forma a fazer o leitor compreender melhor a 
realidade econômica atual. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
Capítulo 1 
 
Introdução à Economia 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.1 Introdução 
 
Questões econômicas do dia-a-dia: 
 
• aumentos de preços; 
• desemprego; 
• setores que crescem mais do que outros; 
• dívida externa; dentre outros. 
 
1.2 Conceito de Economia: ciência social que estuda como o 
indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos 
escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los 
entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as 
necessidades humanas. 
 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
Conceitos importantes: 
 
• escolha: de alternativas e distribuição de resultados. 
• escassez: recursos limitados contrapõem necessidades humanas 
limitadas. 
• necessidades: como alocar recursos limitados para satisfazê-las ao 
máximo? 
• recursos: recursos produtivos são limitados. 
• produção: fatores de produção são ilimitados. 
• distribuição: dos resultados da atividade produtiva entre os grupos 
da sociedade. 
 
1.2.1 Os problemas econômicos fundamentais 
• o quê e quanto produzir? 
• como produzir? 
• para quem produzir? 
 
Fatores resolvidos de acordo com organização econômica do país. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.3 Sistemas econômicos 
 
Forma política, social e econômica da organização da sociedade, cujos 
elementos básicos são: 
• estoque de recursos produtivos ou fatores de produção; 
• complexo de unidade de produção; 
• conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais. 
 
Classificações: 
• sistema capitalista ou economia de mercado; 
• sistema socialista ou economia centralizada/planificada. 
 
1.4 Curva de produção 
 
Mostra a capacidade máxima de produção da sociedade, ilustrando 
como a escassez de recursos impõe um limite à capacidade produtiva 
de uma sociedade. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
Tabela 1.1 Possibilidades de produção 
Alternativas de 
produção 
Máquinas 
(milhares) 
Alimentos 
(toneladas) 
A 25 0 
B 20 30,0 
C 15 47,5 
D 10 60,0 
E 0 70,0 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.4.1 Custo de oportunidade 
 
A transferência dos fatores de produção de um bem X para produzir 
um bem Y implica um custo de oportunidade que é igual ao 
sacrifício de se deixar de produzir parte do bem X para se produzir 
mais do bem Y. 
 
1.4.2 Deslocamentos da curva de possibilidades de produção 
 
O deslocamento da CPP par a direita indica que o país está 
crescendo, o que pode ocorrer em função do aumento da 
quantidade física de fatores, progresso tecnológico, maior eficiência 
produtiva e organizacional e melhoria no grau de qualificação da 
mão-de-obra. 
 
 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.5 Funcionamento de uma economia de mercado: 
fluxos reais e monetários 
 
Figura 1.4 Fluxo real da economia 
 
Mercado de bens e serviços 
Mercado de fatores de produção 
Famílias Empresas 
Demanda Oferta 
Oferta Demanda 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
Figura 1.5 Fluxo monetário de economia 
Famílias Empresas 
Pagamento dos bens e serviços 
Remuneração dos fatores de produção 
Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o 
fluxo circular de renda. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
Figura 1.6 Fluxo circular de renda 
 
Mercado de bens de serviços 
Mercado de fatores de produção 
Famílias Empresas 
Demanda 
de bens e 
serviços 
Oferta 
de bens e 
serviços 
Oferta de 
serviços 
dos 
fatores 
de 
produção 
Demanda 
de 
serviços 
dos 
fatores 
de 
produção 
Como produzir 
O que e quanto produzir 
Para quem produzir 
Fluxo monetário 
Fluxo real 
 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.5.1 Bens de capital, bens de consumo, bens intermediários 
e fatores de produção 
 
• Bens de capital: são utilizados na fabricação de outros bens, sem 
desgaste total no processo. Ex: máquinas, equipamentos, etc. 
 
• Bens de consumo: buscam atender as necessidades humanas, 
podendo ser duráveis (geladeira) ou não-duráveis (alimentos). 
 
• Bens intermediários: são transformados e agregados na produção 
de outros bens, sendo consumidos no processo produtivo. 
 
• Fatores de produção: recursos humanos, terra, capital e 
tecnologia. 
 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.6 Argumentos positivos versus argumentos normativos 
 
Argumentos positivos: não envolvem juízo de valor e referem-se a 
proposições objetivas, tipo se A, então B. É uma análise do que é. 
 
Argumentos normativos: relativos a uma análise que contém um juízo de 
valor sobre alguma medida econômica. É uma análise do que deveria ser. 
 
1.7 Inter-relação da Economia com outras áreas do conhecimento 
 
1.7.1 Economia, Física e Biologia 
• Concepções organicistas: comportamento da Economia como órgão 
vivo, por isso, uso de termos como órgãos, fluxos, circulação, funções. 
 
• Concepções mecanicistas: leis da Economia se comporta como 
determinadas leis da Física, por isso, uso de termos como equilíbrio, 
estática, dinâmica, aceleração, velocidade, força, etc. 
 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
• Concepção humanística: predominante, coloca em plano superior os 
móveis psicológicos da atividade humana. 
 
1.7.2 Economia, Matemática e Estatística 
 
Matemática: permite escrever resumidamente conceitos importantes, 
relações de Economia e analisar economicamente na forma de modelos 
analíticos. 
 
Estatística: recorre-se a ela, pois as relações econômicas não são exatas. 
 
Regularidades da Economia: 
• consumo nacional depende diretamente da renda nacional; 
• quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente 
proporcional com seu preço, tudo o mais constante; 
• exportações e importações dependem da taxa de câmbio. 
 
Econometria: área voltada para a quantificação dos modelos. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.7.3 Economia e Política 
 
Política: fixa instituições sobre as quais se desenvolverão atividades 
econômicas, subordinadas ao poder político, mas a estrutura política pode 
muitas vezes se subordinar ao poder econômico. Exemplos: 
• política do café com leite (1930); 
• poder econômico dos latifundiários; 
• poder dos oligopólios e monopólios; 
• poder das corporações estatais; 
• poder do sistema financeiro. 
 
1.7.4 Economia e História 
 
Pesquisa histórica: facilita a compreensão do presente e ajuda nas 
previsões. 
 
Fatos econômicos: afetam o desenrolar da História. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.7.5 Economia e Geografia 
 
Geografia: permite avaliar fatores úteis à análise econômica como 
localização das empresas, posição setorial, etc. 
 
- estão relacionadas a ela a economia urbana, regional, as teorias de 
localização industrial e a demografia econômica. 
 
1.7.6 Economia, Moral, Justiça e Filosofia 
 
Antes do séc. XVIII: atividade econômica era vista como parte da 
Filosofia, Moral e Ética. 
Capítulo 1 
Introdução à Economia 
1.8 Divisão do estudo econômico 
 
• microeconomia ou teoria de formação de preços: exame da formação de 
preços em mercados específicos. 
 
• macroeconomia: estudo da determinaçãoe comportamento dos grandes 
agregados nacionais. 
 
• economia internacional: análise das relações econômicas entre 
residentes e não residentes do país. 
 
• desenvolvimento econômico: preocupação com padrão de vida coletiva. 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 2 
 
Evolução do Pensamento 
Econômico: Breve Retrospecto 
Capítulo 2 
Evolução do Pensamento Econômico: 
Breve Retrospecto 
2.1 Introdução 
 
Início da teoria econômica de forma sistematizada a partir da 
publicação de “A riqueza das nações” de Adam Smith (1776). 
 
2.2 Precursores da teoria econômica 
 
2.2.1 Antiguidade: Aristóteles, Platão e Xenofonte, na Grécia Antiga. 
 
2.2.2 Mercantilismo: séc. XVI nasce primeira escola econômica 
voltada para a acumulação de riquezas de uma nação. 
 
2.2.3 Fisiocracia: séc. XVIII nasce a escola de pensamento francesa 
que coloca que a terra é a única fonte de riqueza e há uma ordem 
natural que faz o universo ser regido por leis naturais, absolutas, 
imutáveis e universais. (Dr. François Quesnay) 
 
Capítulo 2 
Evolução do Pensamento Econômico: 
Breve Retrospecto 
2.2.4 Os clássicos 
 
Adam Smith: O mercado é como que guiado por uma “mão invisível”, a 
partir da livre iniciativa (laissez-faire), do trabalho humano, levando em 
conta a produtividade e a proteção à sociedade. 
 
David Ricardo: todos os custos se reduzem a custos de trabalho e 
mostra como acumulação de capital, acompanhada de aumentos 
populacionais, provoca uma elevação da renda. Desenvolve estudos 
sobre comércio internacional e teoria das vantagens comparativas, 
dando origem às correntes neoclássica e marxista. 
 
John Stuart Mill: sintetizador do pensamento neoclássico, consolidando 
o exposto anteriormente e avançando ao incorporar elementos 
institucionais e ao definir melhor restrições, vantagens e funcionamento 
de uma economia de mercado. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
Evolução do Pensamento Econômico: 
Breve Retrospecto 
Jean-Baptiste Say: subordina o problema das trocas de mercadorias a 
sua produção e populariza a lei de Say, “a oferta cria sua própria 
procura”. 
 
Thomas Malthus: sistematiza uma teoria geral sobre a população, 
assinalando que o crescimento da população dependia da oferta de 
alimentos, dando apoio à teoria dos salários de subsistência e 
levantando o problema do excesso populacional. 
 
2.3 A teoria neoclássica (1870) 
 
Alfred Marshall: publica “Princípios da economia” e levanta questões do 
comportamento do consumidor, teoria marginalista e teoria quantitativa 
da moeda. 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
Evolução do Pensamento Econômico: 
Breve Retrospecto 
2.4 A teoria keynesiana: “Teoria geral do emprego, dos juros e da 
moeda”, o teórico vive na época da Grande Depressão e constrói uma 
teoria que acredita na crise como problema temporário, mostrando 
combinações políticas econômicas e soluções para a recessão. 
 
• nível de produção nacional; 
• demanda agregada ou efetiva; 
• fim do laissez-faire; 
• monetaristas: privilegiam o controle da moeda. 
• uso de políticas fiscais e certo grau de intervenção do Estado na 
economia; 
• pós-keynesianos. 
 
2.5 Período recente: mudanças na teoria econômica, principalmente, 
após duas crises do petróleo. Pontos: existe uma consciência maior das 
limitações e possibilidades de aplicações da teoria; avanço do conteúdo 
empírico da economia; e consolidação das contribuições anteriores. 
 
 
 
 
Capítulo 2 
Evolução do Pensamento Econômico: 
Breve Retrospecto 
2.6 Abordagens alternativas 
 
• marxistas e institucionalistas: criticam a abordagem pragmática da 
economia e propõe enfoque analítico. 
 
• marxista: “O Capital” de Marx, conceito de mais-valia, aspecto 
político, conceito de valor-trabalho. 
 
• institucionalistas: Veblen e Galbraith, dirigem críticas ao alto grau de 
abstração da teoria econômica e ao fato de ela não incorporar em sua 
análise as instituições sociais. 
 
1969 - Prêmio Nobel da Economia: teoria econômica como corpo 
científico, seus primeiros ganhadores foram Ragnar Frisch e Jan 
Tinbergen. 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 3 
 
Economia e Direito 
Capítulo 3 
Economia e Direito 
3.1 Introdução: conceitos da teoria econômica são relacionados ou 
dependentes do quadro de normas jurídicas do país. O aumento do 
papel regulador do governo na economia chamado neoliberalismo 
visa garantir a defesa da concorrência e os direitos dos consumidores. 
 
3.2 O Direito e a teoria dos mercados: defesa do consumidor e 
da concorrência 
 
• foco econômico: comportamento dos produtores e consumidores. 
• foco jurídico: agentes das relações de consumo. 
• estudo do estabelecimento comercial e do empresário: análise 
econômica e jurídica. 
• imperfeições do mercado e intervenção do Estado. 
• economias externas; 
 
 
Capítulo 3 
Economia e Direito 
• agentes econômicos e suas falhas de informação. 
• poder de monopólio; 
• leis de defesa da concorrência; 
• lei Sherman contra trusts, 1890; 
• Clayton Act, 1914; 
• lei Celler-Kefauver, 1950; 
• no Brasil, Constituição Federal de 1988; 
• Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC); 
• Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE; 
• controle das estruturas de mercado: quanto a concentração econômica; 
• controle de condutas: apuração de práticas anticoncorrenciais; 
• ação governamental: coibição e repressão dos abusos no mercado. 
 
 
Capítulo 3 
Economia e Direito 
3.3 Arcabouço jurídico das políticas macroeconômicas 
 
• políticas monetária, de crédito, cambial e de comércio exterior são 
de competência da União. 
 
• política fiscal é de competência da União, Estados e Municípios. 
 
• papel da defesa do governo: aumento da demanda agregada. 
 
• processo de globalização: integração econômica global sobre bases 
econômicas e jurídicas. 
 
3.4 O Estado promovendo o bem-estar da sociedade 
 
Ação do Estado: voltada para o bem-estar da população. 
 
John Locke: direitos naturais sob controle do governo parlamentar, 
cuja finalidade seria promover e ampliar direitos do homem à vida, à 
liberdade e à prosperidade. 
 
 
 
 
Capítulo 3 
Economia e Direito 
Artigo 170 da Constiuição de 1988: 
 
“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
 
I.soberania nacional; 
II.propriedade privada; 
III. função social da propriedade; 
IV. livre concorrência; 
V. defesa do consumidor; 
VI. defesa do meio ambiente; 
VII. redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII. busca do pleno emprego; 
IX. tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País. 
 
 
 
 
Capítulo 3 
Economia e Direito 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, independentemente da autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei”. 
 
Há ligação entre Economia e Direito também na análise: 
 
• dos princípios gerais da atividade econômica; 
• dá política urbana, agrícola e fundiária; 
• do Sistema Financeiro Nacional; 
• das políticas monetária, de crédito, cambial e de comércio exterior; 
 
Os governos também criam normas jurídicas que protejam o meio 
ambiente, como o Protocolo de Quioto. 
 
As normas jurídicas buscam regularizar as atividades econômicas 
buscando tornar os mercados mais eficientes e melhor qualidade de 
vida para a população como um todo. 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 4 
 
Introdução à Microeconomia 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
4.1 Introdução 
 
A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços de 
bens e serviços e de fatores de produçãoem mercados específicos. É o 
estudo do funcionamento da oferta e da demanda na formação do 
preço, predominando a visão de mercado como um todo. 
 
Abordagem econômica: 
 
• custos de oportunidade ou implícitos; 
• agentes da demanda; 
• empresa: capital, trabalho, terra e tecnologia; 
• empresário: sujeito da atividade econômica; 
• objeto: complexo de bens corpóreos e incorpóreos; 
• empresa: complexo de relações jurídicas que unem o sujeito ao 
objeto da atividade econômica. 
 
 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
4.2 Pressupostos básicos da análise microeconômica 
 
4.2.1 A hipótese coeteris paribus: ao analisar um mercado 
específico parte-se da hipótese de que tudo o mais permanece 
constante. 
 
4.2.2 Papel dos preços relativos: são mais importantes os preços 
de um bem em relação aos demais do que os preços absolutos das 
mercadorias. 
 
4.2.3 Objetivos da empresa: análise tradicional aponta para o 
princípio da racionalidade, a busca do empresário pela maximização 
dos lucros, mas outras correntes apontam para aumento da 
participação nas vendas do mercado ou maximização da margem 
sobre os custos de produção. 
 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
4.3 Aplicações da análise microeconômica: preocupa-se em 
explicar como se determina o preço dos bens e serviços e dos fatores de 
produção. Também busca responder questões como: por que, quando o 
preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve 
cair, coeteris paribus? 
 
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as 
seguintes decisões: 
 
• política de preços da empresa; 
• previsões de demanda e faturamento; 
• previsões de custos de produção; 
• decisões ótimas de produção; 
• avaliação e elaboração de projetos de investimentos; 
• política de propaganda e publicidade; 
• localização da empresa; 
 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
• diferenciação de mercados; 
• avaliação de projetos de investimentos públicos; 
• efeitos de impostos sobre mercados específicos; 
• política de subsídios; 
• fixação de preços mínimos na agricultura; 
• fixação do salário mínimo; 
• controle de preços; 
• política salarial; 
• política de tarifas públicas; 
• política de preços públicos; 
• leis antitruste. 
 
4.4 Divisão do estudo microeconômico 
 
4.4.1 Análise da demanda: teoria da demanda divide-se em teoria 
do consumidor e teoria da demanda de mercado. 
 
 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
4.4.2 Análise da oferta: teoria da oferta de um bem ou serviço 
subdivide-se em oferta da firma individual e oferta de mercado. 
Abordagens: 
 
• teoria da produção: analisa as relações entre quantidades físicas do 
produto e fatores de produção. 
 
• teoria dos custos de produção: incorpora quantidades físicas e preços 
dos insumos. 
 
4.4.3 Análise das estruturas de mercado: determina-se preço e 
quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço, a partir da demanda e 
da oferta de mercado. 
 
 
 
 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
Estrutura dos bens e serviços: 
 
•concorrência perfeita; 
•concorrência imperfeita; 
•monopólio; 
•oligopólio. 
 
Estrutura do mercado de fatores de produção: 
 
•concorrência perfeita; 
•concorrência imperfeita; 
•monopsônio; 
•oligopsônio. 
 
Neste último, a busca de fatores produtivos é chamada demanda 
derivada. 
 
 
 
Capítulo 4 
Introdução à Microeconomia 
4.4.4 Teoria do equilíbrio geral: leva em conta inter-relações entre 
todos os mercados. 
 
• teoria do bem-estar: estuda como alcançar soluções socialmente 
eficientes para o problema de alocação ou distribuição dos recursos. 
 
• análise das imperfeições de mercado: situações nas quais os preços 
não são determinados isoladamente em cada mercado. 
 
• teoria do equilíbrio geral e teoria do consumidor são abstratas, pois 
utilizam modelos matemáticos de razoável grau de dificuldade. 
 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 5 
 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.1 Introdução 
 
5.1.1 Breve histórico: início da evolução do estudo da teoria 
microeconômica foi com a análise da demanda de bens e serviços. 
 
Utilidade: grau de satisfação do consumidor com os bens e serviços 
que podem ser adquiridos no mercado. 
 
Teoria do valor-utilidade: contrapõe-se à teoria do valor-trabalho, 
pressupondo que o valor de um bem se forma por sua demanda, 
sendo portanto subjetiva e leva em conta que o valor nasce da relação 
do homem com os objetos. 
 
Visão utilitarista: prepondera a soberania do consumidor. 
 
Valor de uso: utilidade que o produto representa o consumidor. 
 
Valor de troca: se forma pelo preço do mercado. 
 
 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.1.2 Utilidade total e utilidade marginal 
 
Utilidade total: tende a aumentar quanto maior a quantidade 
consumida do bem ou serviço. 
 
Utilidade marginal: é a satisfação adicional obtida pelo consumo de 
mais uma unidade do bem, é decrescente, pois o consumidor vai 
perdendo a capacidade de percepção da utilidade. 
 
Ex: Paradoxo da água e do diamante. 
 
5.2 Demanda de mercado 
 
5.2.1 Conceito: quantidade de certo bem ou serviço que os 
consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. 
 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.2.2 Relação entre quantidade procurada e preço do bem: a 
lei geral da demanda 
 
Lei geral da demanda: relação inversamente proporcional entre 
quantidade procurada e o preço do bem, que pode ser expressa pela 
curva ou escala de procura, revelando as preferências dos 
consumidores. 
 
Qd=f(P) 
 
Qd= quantidade procurada de determinado bem ou serviço, num 
dado período de tempo 
P= preço do bem ou serviço. 
 
Efeitos que causam a queda da quantidade demandada: 
 
• efeito substituição; 
• efeito renda. 
 
 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.2.3 Outras variáveis que afetam a demanda de um bem 
 
• renda dos consumidores: bem normal, bens inferiores, bens 
superiores e bens de consumo saciado. 
 
• preços de outros bens e serviços: bens substitutos ou concorrentes e 
bens complementares. 
 
• hábitos e preferências dos consumidores. 
 
• outros fatores específicos: efeitos sazonais, localização, condições de 
crédito, etc. 
 
Demanda do bem X = f (preço X, preços dos bens substitutos do bem 
X, preço dos bens complementares do bem X, renda dos 
consumidores, preferências dos consumidores) 
 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.2.4 Distinção entre demanda e quantidade demandada 
 
Demanda: escala ou curva que relaciona os possíveis preços a 
determinadas quantidades. 
 
Quantidade demandada: ponto específico da curva relacionando um 
preço a uma quantidade. 
 
5.3 Oferta de mercado: várias quantidades que os produtores 
desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo, 
dependendo de inúmeros fatores (preço, custo, fatores de produção, 
etc.). 
 
Q =f (P) 
 0 
 
Q = quantidade ofertada de um bem ou serviço, num dado período 
 0 
P= preço do bem ou serviço 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
Oferta do bem ou serviço= f (preço de X, custos dos fatores de 
produção, nível de conhecimento tecnológico, número de empresas 
no mercado) 
 
5.3.1 Oferta e quantidade ofertada 
 
Oferta: escala. 
Quantidade ofertada: ponto específico da curva da oferta. 
 
O aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade 
ofertada, enquanto uma alteração nas outras variáveis desloca a 
oferta. 
 
5.4 Equilíbrio de mercado 
 
5.4.1 A lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio 
 
A interação das curvas da demanda e de oferta determina o preço e a 
quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado 
mercado. 
 
 
 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio 
teremos uma situação de escassez do produto. 
 
Se quantidadeofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio 
haverá excesso ou excedente de produção. 
 
Tendência natural: ocorre quando há competição tanto de 
consumidores como de ofertantes. 
 
5.4.2 Deslocamento das curvas de demanda e oferta 
 
Há vários fatores que podem provocar o deslocamento das curvas de 
oferta e demanda, com evidentes mudanças no ponto de equilíbrio. 
Um deslocamento na curva de oferta afetará a quantidade de 
mercado e o preço de equilíbrio. 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.5.2 Política de preços mínimos na agricultura: visa dar 
garantia de preços ao produtor agrícola, com o propósito de protegê-
lo das flutuações dos preços no mercado. 
 
Quando os preços mínimos são superiores aos preços de mercado, o 
produtor prefere vender sua produção ao governo do preço fixado 
anteriormente, quanto a isso o governo pode estipular: 
 
• política de compras: comprar o excedente ao preço mínimo. 
 
• política de subsídios: pagar subsídio no preço. 
 
5.5.3 Tabelamento: intervenção do governo no sistema de preços 
de mercado para coibir abusos por parte dos vendedores, controlar 
preços de bens de primeira necessidade ou refrear o processo 
inflacionário. 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.6 Conceito de elasticidade: mede a sensibilidade ou reação do 
produto em relação às variações de preços e renda. 
 
5.6.1 Elasticidade-preço da demanda: 
 
• Demanda elástica: quando a variação da quantidade demandada 
supera a variação do preço. 
 
• Demanda inelástica: ocorre quando uma variação percentual no 
preço provoca uma variação percentual relativamente menor nas 
quantidades procuradas. 
 
• Demanda de elasticidade-preço unitária: variações percentuais no 
preço e na quantidade são de mesma magnitude, porém, em sentido 
inverso. 
 
• Número puro: é fornecido pelo conceito de elasticidade. 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da 
demanda: 
 
• existência de bens substitutos; 
• essencialidade do bem; 
• importância do bem, quanto a seu gasto, no orçamento do 
consumidor. 
 
Formas de cálculo: 
 
• elasticidade num ponto específico: quando calculamos a elasticidade 
apenas para um dado preço e quantidade. 
 
• elasticidade no ponto médio: em vez de utilizar apenas um ponto, 
consideram-se as médias de preços e de quantidades em um dado 
trecho da demanda. 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
Relação entre receita total do produtor e o grau de elasticidade: 
 
• receita total do produtor: gasto total dos consumidores. 
 
A receita total para uma dada mercadoria é igual à quantidade vendida 
vezes seu preço unitário de venda. Dada uma variação no preço do 
produto pode acontecer com a receita total: 
• demanda elástica; 
• demanda inelástica; 
• demanda de elasticidade unitária. 
 
Incidência tributária e elasticidade-preço da demanda: 
 
• quanto mais inelástica for a demanda maior será a proporção do 
imposto repassada ao consumidor. 
• quanto mais elástica for a demanda, menor será a proporção 
repassada ao consumidor e maior a parcela paga pelo produtor. 
 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
5.6.2 Elasticidade-renda da demanda 
 
O coeficiente de elasticidade-renda da demanda mede a variação 
percentual da quantidade da mercadoria comprada resultante de uma 
variação percentual na renda do consumidor. 
 
• bem inferior: quando a elasticidade-renda da demanda é negativa. 
• bem normal: quando a elasticidade-renda é positiva, mas menor que 
1. 
• bem superior: quando a elasticidade-renda é positiva e maior que 1. 
 
Discussão na literatura econômica: deterioração dos termos de troca 
no comércio internacional. 
 
5.6.3 Elasticidade-preço cruzada da demanda: mede a mudança 
percentual na quantidade demandada do bem quando se modifica 
percentualmente o preço de outro bem. 
 
Capítulo 5 
Demanda, Oferta e Equilíbrio de 
Mercado 
• bens substitutos: elasticidade-preço cruzada da demanda é positiva. 
 
• bens complementares: elasticidade-preço cruzada da demanda é 
negativa. 
 
5.6.4 Elasticidade-preço da oferta 
 
• resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço 
e quantidade ofertada é direta. Quanto maior o preço, maior a 
quantidade disposta para se ofertar. 
 
• Pode ser calculada em um ponto específico ou em um ponto médio. 
 
• Corrente estruturalista: aponta a elasticidade da oferta de produtos 
agrícolas como principal causa da inflação. 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 6 
 
Produção e Custos 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
I – Teoria da Produção 
 
6.1 Introdução 
 
A teoria da produção e a teoria dos custos de produção constituem a 
teoria da oferta da firma individual, seus princípios são importantes 
para a análise dos preços, do emprego dos fatores e de sua alocação. 
As teorias servem de base para a análise das relações entre produção 
e custo de produção. 
 
Teoria da produção: preocupa-se com a relação técnica ou 
tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de 
fatores de produção (inputs). 
 
Teoria dos custos de produção: relaciona a quantidade física de 
produtos com os preços dos fatores de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
6.2 Conceitos básicos da teoria da produção 
 
6.2.1 Produção: processo de transformação dos fatores adquiridos 
pela empresa em produtos para a venda no mercado. 
 
• processos de produção: intensivos em mão-de-obra, intensivos em 
capital ou intensivos em terra. 
 
• processo de produção simples: produção de um único produto. 
 
• processo de produção múltiplo: quando é mais de um produto. 
 
• eficiência do método: uso de menor quantidade de insumos para 
produzir uma quantidade equivalente de produtos. 
 
• eficiência econômica: é associada ao método de produção mais 
barato para produzir uma determinada quantidade de produto. 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
6.2.2 Função de produção: relação que mostra quantidade física 
obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de 
produção em determinado período de tempo. 
 
 q= f (N, K) 
 
N= quantidade utilizada de mão-de-obra; 
K= quantidade utilizada de capital. 
 
6.2.3 Fatores fixos e fatores variáveis de produção > curto e 
longo prazos 
 
• fatores de produção variáveis: quantidades utilizadas variam quando se 
altera o volume da produção. 
 
• fatores de produção fixos: quantidades não muda quando a quantidade 
do produto varia. 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
Relações entre quantidade produzida e quantidade utilizada dos fatores: 
 
• curto prazo: período em que pelo menos um fator de produção se 
mantém fixo, na função de produção. 
 
• longo prazo: quando todos os fatores da função de produção são 
considerados variáveis. 
 
6.3 Análise de curto prazo: a curto prazo, a quantidade produzida só 
depende de uma variação da quantidade usada do fator variável. 
 
6.3.1 Conceitos de produto total, produtividade média e 
produtividade marginal 
 
• produto total: quantidade de produto obtido da utilização do fator 
variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
• produtividade média do fator: resultado do quociente da quantidade 
total produzida pela quantidade utilizada desse fator. 
 
a) produtividade média da mão-de-obra= quantidade de produtos 
sobre/número de trabalhadores 
 
b) produtividade média do capital= quantidade de produto/quantidade 
de máquinas 
 
•produtividade marginal: 
 
a)Produtividade marginal de mão-de-obra= variação de 
produto/acréscimo de 1 unidade de capital 
 
b)Produtividade marginal do capital= variação de produto/acréscimo 
de 1 unidade de capital 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
No caso da agricultura: 
 
c) produtividade média da terra= quantidadeproduzida/área cultivada 
 
d) produtividade marginal da terra= variação de produto/acréscimo de 
1 unidade de área cultivada 
 
6.3.2 Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a 
quantidade do fator variável, permanecendo fixa a quantidade dos 
demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas 
crescentes; 
 
• e depois de certa quantidade do fator variável, continuará a 
crescer, mas a taxas decrescentes; 
 
• continuando o incremento da utilização do fator variável, a 
produção total chegará a um máximo, para então decrescer. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
• A lei do rendimento crescente é um fenômeno de curto prazo, com 
pelo menos um insumo fixo. 
 
• desemprego disfarçado: agricultura de subsistência. 
 
6.4 Análise de longo prazo: hipótese de que todos os fatores são 
variáveis. A suposição de que todos os fatores de produção variam dá 
origem aos conceitos de economias ou deseconomias de escala. 
 
 q= f (N,K) 
 
6.4.1 Economias de escala: resposta da quantidade produzida a 
uma variação da quantidade utilizada de todos os fatores de 
produção. 
 
a) rendimentos crescentes de escala: quanto a variação na 
quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da 
quantidade dos fatores de produção. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
Causas dos rendimentos crescentes de escala: 
 
• maior especialização no trabalho; 
 
• existência de indivisibilidades entre os fatores de produção. 
 
b) rendimentos constantes de escala: quando a variação do produto 
total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de 
produção. 
 
c) rendimentos decrescentes de escala: quando a variação do produto 
é menos do que proporcional à variação da utilização dos fatores. 
 
Pode ocorrer uma descentralização das decisões que faça com que o 
aumento de produção não compense o investimento feito. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
I – Custos de Produção 
 
6.5 Introdução 
 
O objetivo básico de uma firma é maximizar os resultados quanto da 
realização da atividade produtiva, podendo ser conseguida quando for 
alcançada a: 
 
• maximização da produção para um dado custo total; ou 
• maximização do custo total para um dado nível de produção. 
 
Equilíbrio da firma: situação de maximização dos resultados. 
 
6.6 Custos totais de produção: total das despesas realizadas pela 
firma a partir da combinação mais econômica dos fatores que 
resultará em determinada quantidade de produto. 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
• custos variáveis totais (CVT): parcela dos custos totais, que 
dependem da produção e por isso muda com a variação do volume de 
produção. Representam as despesas realizadas com os fatores 
variáveis de produção (custos diretos). 
 
• custos fixos totais (CFT): parcela dos custos totais que independe da 
produção, decorrentes dos gastos com fatores fixos de produção 
(custos indiretos). 
 
Divisão da análise dos custos de produção: 
 
• custos totais de curto prazo: compostos por parcelas de custos fixos 
e de custos variáveis; 
 
• custos totais de longo prazo: formados somente por custos variáveis. 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
6.6.1 Custos de curto prazo 
 
Custos Médios e Marginais: 
 
• custo total médio: é obtido por meio do quociente entre o custo total 
e a quantidade produzida. 
 
• custo variável médio: é o quociente entre o custo variável total e 
quantidadeproduzida. 
 
• custo fixo médio: é o quociente entre o custo fixo total e a 
quantidade produzida. 
 
• custo marginal: é dado pela variação do custo total em resposta a 
uma variação da quantidade produzida. 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
Lei dos custos crescentes: lei da teoria dos rendimentos 
decrescentes, da teoria da produção, aplicada à teoria dos custos da 
produção. 
 
6.6.2 Custos de longo prazo: o comportamento do custo total e do 
custo médio de longo prazo está ligado ao tamanho ou dimensão da 
planta escolhida para operar em longo prazo. 
 
6.7 Diferenças entre a visão econômica e a visão contábil-
financeira dos custos de produção: 
 
6.7.1 Custos de oportunidade versus custos contábeis: 
 
• custos contábeis: custos explícitos, que envolvem dispêndio 
monetário; 
 
• custos de oportunidade: custos implícitos, relativos aos insumos que 
pertencem à empresa e que não envolvem desembolso monetário. 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
6.7.2 Custos privados e custos sociais: as externalidades ou 
economias externas 
 
• Externalidades: alterações de custos e benefícios para a sociedade 
derivadas da produção das empresas ou das alterações de custos e 
receitas de fatores externos. 
 
• Externalidade positiva: quando uma unidade econômica cria 
benefícios para outras, sem receber pagamento por isso. 
 
• Externalidade negativa: quando uma unidade econômica cria custos 
para outras, sem pagar por isso. 
 
• Ótica privada: custos efetivos como mão-de-obra, materiais, etc. 
 
• Ótica social: externalidades provocadas pelo empreendimento. 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
6.7 Custos versus despesas 
 
Custos: gastos associados ao processo de fabricação de produtos. 
 
• custos diretos: custos variáveis; 
• custos indiretos: custos fixos. 
 
Despesas: associadas ao exercício social e alocadas para o resulta do 
geral do período. 
 
Conceito fixos também engloba as despesas financeiras, comerciais e 
administrativas. 
 
Exceção: teoria da organização industrial. 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
III – Maximização dos Lucros 
 
6.8 Maximização do lucro total: no curto ou no médio prazo. 
 
Lucro total= receita total de vendas – custo total de produção 
 
Maximização do lucro em um nível de produção que: 
 
• RMg da última unidade produzida = CMg da última unidade produzida 
 
6.9 Conceitos de lucro normal e lucro extraordinário: ganho 
alternativo que os proprietários aufeririam se empregassem o capital 
em outra atividade ou aplicação. 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Produção e Custos 
Conceitos: 
 
• lucro contábil: diferença entre receita e custos efetivamente 
incorridos; 
 
• lucro normal: custo de oportunidade de capital; 
 
• lucro extraordinário: diferença entre receita e total dos custos 
contábeis e custos de oportunidade. 
 
6.10 O conceito de break-even point: ponto de equilíbrio 
representa o nível de produção em que a receita total é igual ao custo 
total e a partir do qual a empresa passa a gerar lucros. 
 
 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 7 
 
Estruturas de mercado 
Capítulo 7 
Estruturas de Mercado 
7.1 Introdução 
 
As estruturas de mercado dependem de três características: 
 
• número de empresas que compõem esse mercado; 
• tipo do produto: idênticos ou diferenciados; 
• se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse 
mercado. 
 
7.2 Concorrência pura ou perfeita: tipo de mercado em que há 
grande número de vendedores que uma empresa isoladamente não 
afeta a oferta do mercado, nem seu equilíbrio, elas são apenas 
tomadores de preços. 
 
• mercado atomizado; 
• produtos homogêneos; 
• não existem barreiras para novas empresa; 
• transparência do mercado. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
Estruturas de Mercado 
7.3 Monopólio 
 
Mercado monopolista: apresenta condições opostas às da 
concorrência perfeita, não há concorrência, nem produto concorrente. 
 
Barreiras para novas empresas: 
 
• monopólio puro ou natural; 
• patentes; 
• controle de matérias-primas básicas; 
• monopólio estatal; 
 
Os lucros extraordinários devem persistir também no longo prazo em 
mercados monopolizados. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
Estruturas de Mercado 
7.4 Oligopólio: estrutura formada por pequeno número de empresas 
que dominam a oferta de mercado. 
 
• cartel: organização de produtores dentro de um setor que determina 
política de preços para todas as empresas que a ela pertencem; 
 
• liderança de preços: empresas líderes e empresas satélites. 
 
• oligopólioscom produtos diferenciados; 
 
• oligopólios com produtos homogêneos; 
 
• objetivos: na teoria marginalista é a maximização de lucros e na 
teoria da organização industrial é maximizar o Mark-up. 
 
Mark-up= receita de vendas – custos diretos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
Estruturas de Mercado 
Preço calculado no modelo de mark-up: p= (1+m)C 
 
Taxa de mark-up: fixada de forma a cobrir custos diretos e custos fixos 
e atender a carta taxa de rentabilidade desejada pelos acionistas. 
 
Teoria: as empresas não conseguem prever a demanda por seu 
produto e, portanto, suas receitas, mas conhecem bem seus custos. 
Elas fixam preços a partir de uma base mais objetiva, nos seus custos. 
 
7.5 Concorrência monopolística: estrutura de mercado 
intermediária entre concorrência perfeita e monopólio. Características: 
 
• número relativamente grande de empresas com certo poder de 
concorrência, porém com segmentos de mercados e produtos 
diferenciados; 
 
• margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma 
vez que existem produtos substitutos no mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
Estruturas de Mercado 
7.6 Estruturas do mercado de fatores de produção: mão-de-
obra, capital, terra e tecnologia, apresenta diferentes estruturas e 
possui demanda derivada. 
 
7.6.1 Concorrência perfeita no mercado de fatores: mercado 
cuja oferta do fator de produção é abundante, tornando o preço 
desse fator constante. 
 
7.6.2 Monopólio no mercado da fatores: quando há um 
monopolista na venda de insumos. 
 
7.6.3 Oligopólio no mercado de fatores: quando poucas 
empresas produzem um determinado insumo. 
 
7.6.4 Monopsônio: forma de mercado na qual há somente um 
comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
Estruturas de Mercado 
7.6.5 Oligopsônio: mercado em que há poucos copradores 
negociando com muitos vendedores na compra de insumos. 
 
7.6.6 Monopólio bilateral: quando um monopsonista, defronta com 
um monopolista na venda de um fator de produção. 
 
7.7 Grau de concentração econômica no Brasil: para verificar o 
grau calcula-se a proporção do faturamento das quatro maiores 
empresas de cada ramo de atividade sobre o total faturado no ramo 
respectivo. Quanto mais próximo de 100%, maior o grau de 
concentração do setor. 
 
7.8 A ação governamentale e os abusos do poder: Sistema 
Brasileiro de Defesa da Concorrência é constituído de órgãos (Cade, 
SDE, SEAE) que julgam processos administrativos relativos a abusos 
de poder econômico e analisa fusões de empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 8 
 
Introdução à Macroeconomia 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
8.1 Introdução 
 
Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a 
determinação e o comportamento de grandes agregados, como renda 
e produtos nacionais, nível geral de preços, desemprego e emprego, 
etc. 
 
Ela trata o mercado de bens e serviços como um todo, assim como o 
mercado de trabalho, e preocupa-se com aspectos de curto prazo ou 
conjunturais. 
 
8.2 Objetivos de política macroeconômica: 
 
8.2.1 Alto nível de emprego: preocupação com o fator surge após 
a Grande Depressão, com o teórico Keynes, pois antes predominava o 
pensamento liberal. 
 
8.2.2 Estabilidade de preços: inflação é o aumento contínuo e 
generalizado do nível geral dos preços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
8.2.3 Distribuição eqüitativa de renda: disparidade acentuada no 
nível de renda brasileiro, tanto entre diferentes grupos 
socioeconômicos como entre regiões do país. 
 
8.2.4 Crescimento econômico: aumento do produto nacional por 
meio de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. 
Aumentar o produto além do limite de quantidade exigirá: 
 
• ou um aumento nos recursos disponíveis; 
• ou um avanço tecnológico. 
 
8.2.5 Dilemas de política econômica: inter-relações e conflitos 
de objetivos 
 
Conflitos: metas de crescimento e eqüidade distributiva devido ao 
fator educacional, com maioria da mão-de-obra de baixa qualificação 
e baixos rendimentos. 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
8.3 Instrumentos de política macroeconômica: 
 
8.3.1 Política fiscal: instrumentos que o governo usa para arrecadar 
tributos e controlar suas despesas, por meio da manipulação da 
estrutura e alíquotas de impostos, para estimular os gastos de 
consumo do setor privado. 
 
Princípio de anterioridade: implementação de uma medida só pode 
ocorrer a partir do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso 
Nacional. 
 
8.3.2 Política monetária: atuação do governo sobre a quantidade 
de moeda e títulos públicos na economia. 
• emissões; 
• reservas compulsórias; 
• open market; 
• redescontos; 
• regulamentação sobre crédito e taxas de juros. 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
8.3.3 Políticas cambial e comercial: 
 
Cambial: atuação do governo sobre a taxa de câmbio; 
 
Comercial: instrumentos de incentivos às exportações e/ou 
estímulo/desestímulo às importações. 
 
8.3.4 Política de rendas: intervenção direta do governo na 
formação de renda com o controle e congelamento de preços. 
 
8.4 Estrutura de análise macroeconômica: 
 
8.4.1 Mercado de bens e serviços: demanda agregada depende da 
evolução da demanda dos quatro grandes setores: 
• consumidores; 
• empresas; 
• governo; 
• setor externo. 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
Condição de equilíbrio de mercado: 
 
Oferta agregada de bens/serviços= demanda agregada de bens/serviços 
 
Variáveis: 
 
• nível de renda e produto nacional; 
• nível de preços; 
• consumo agregado; 
• poupança agregada; 
• investimentos agregados; 
• exportações totais; 
• importações totais. 
 
8.4.2 Mercado de trabalho: determina as taxas de salário e nível 
geral de emprego. A demanda e a procura por mão-de-obra depende da 
taxa de salário real e do nível de produção desejado pelas empresas. 
 
Oferta de mão-de-obra= demanda de mão-de-obra 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
8.4.3 Mercado monetário: existência de uma demanda de moeda e 
de uma oferta de moeda, determinada pelo BC e pela atuação dos 
bancos comerciais. 
 
Oferta de moeda= demanda de moeda 
 
Variáveis desse mercado: 
• taxa de juros; 
• estoque de moeda. 
 
8.4.4 Mercado de títulos: análise do papel de agentes econômicos 
superavitários e deficitários e como eles se interagem. 
 
Oferta de títulos = demanda de títulos 
 
Análise do mercado monetário e de títulos é chamado de mercado 
financeiro. 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
8.4.4 Mercado de divisas: devido as transações econômicas com o 
resto do mundo. 
 
Oferta de divisa: depende das exportações e da entrada de capitais 
financeiros. 
 
Demanda da divisa: determinada pelo volume de importações e saída 
de capital financeiro. 
 
Oferta de divisas = demanda de divisas 
 
Banco Central: pode interferir nesse mercado a partir de taxas de 
câmbio e da taxa de equilíbrio. 
 
Variáveis determinadas institucionalmente: gastos do governo e 
oferta de moeda. 
Capítulo 8 
Introdução à Macroeconomia 
 
 
 
 
Mercado de capitais físicos: está embutido no mercado de bens e 
serviços por meio dos investimentos e da poupança. 
 
Mercado de capitais financeiros: estudo a partir do mercado 
monetário e de títulos. 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 9 
 
Contabilidade Social 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.1 Introdução 
 
Contabilidade social: relativa à medição dos agregados econômicos 
nacionais, trata-se do registro contábil da atividade produtiva de um 
país ao longo de um dado período de tempo. 
 
9.1.1 Sistemas de contabilidade social: sistema de contas 
nacionais e a matriz de relações intersetoriais. 
 
9.1.2 Sistema de contas nacionais: usa o método tradicionaldas 
partidas dobradas, discriminando transações dos grandes agentes 
macroeconômicos, cada um representado por uma conta específica. 
Mede-se nele as transações com bens e serviços finais. 
 
9.1.3 Matriz de relações intersetoriais: inclui transações 
intermediárias, permitindo analisar também as relações econômicas 
entre os vários setores de atividade, fornecendo informações 
completas ao exigir dados mais detalhados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.2 Princípios básicos das contas nacionais 
 
• consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais; 
• mede-se apenas a produção corrente do próprio período; 
• as transações se referem a um fluxo; 
• a moeda é neutra; 
• não são considerados os valores das transações puramente 
financeiras. 
 
9.3 Economia a dois setores: famílias e empresas 
 
9.3.1 O fluxo circular de renda: análise da ótica do produto e da 
despesa e da renda: quantificação do fluxo para avaliar o 
desempenho da economia no período: 
 
• ótica do produto: produção e vendas de bens/serviços finais na 
economia; 
 
• ótica da renda: renda gerada no processo de produção que vem a ser 
a remuneração dos fatores de produção. 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
Produto Nacional (PN): valor de todos os bens e serviços finais, 
medidos a preços de mercado, produzidos num dado período de 
tempo. 
 
Despesa Nacional (DN): gasto dos agentes econômicos com o 
produto nacional. Revela quais são os setores compradores do produto 
nacional. 
 
Renda Nacional )RN): soma dos rendimentos pagos aos fatores de 
produção no período. 
 
Valor adicionado: aquele adicionado ao produto em cada estágio de 
produção, somando o valor adicionado em cada estágio de produção, 
chegaremos ao produto final da economia. 
 
valor adicionado = valor bruto da produção – compra de bens e 
serviços intermediários 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.3.2 Formação de capital: poupança, investimento e 
depreciação 
 
Poupança agregada: é a parcela da renda nacional não consumida 
no período, que é S=RN – C. 
 
Investimento agregado: gasto com bens produzidos, mas não 
consumidos no período, e que aumentam a capacidade produtiva da 
economia nos períodos seguintes. 
 
Investimento total = investimentos em bens de capital + variação de 
estoques 
 
Bens de capitais nas contas nacionais: formação bruta de capital 
fixo. 
 
Investimento em ativos de segunda mão não entra como 
investimento agregado. 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
Depreciação: desgaste do equipamento de capital da economia num 
dado período. 
 
investimento líquido = investimento bruto – depreciação 
 
produto nacional líquido = produto nacional bruto – depreciação 
 
9.4 Economia a três setores: agregados relacionados ao setor 
público: União, Estados e Municípios. 
 
9.4.1 Receita fiscal do governo: 
 
• impostos indiretos: incidem sobre bens e serviços; 
• impostos diretos: incidem sobre pessoas físicas e jurídicas; 
• contribuições à previdência social; 
• outras receitas: taxas, multas, pedágios, aluguéis. 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.4.2 Gastos do governo: 
 
• gastos dos ministérios e autarquias, cujas receitas provêm de 
dotações orçamentárias. O produto gerado pelo governo é médio por 
suas despesas correntes e despesas de capital. 
 
• gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista: 
receita advêm da venda de bens e serviços no mercado, são 
consideradas dentro do setor de produção com empresas privados e 
não como governo. 
 
• gastos com transferências e subsídios: considerados como 
transferências, não são computados como parte da renda nacional, 
pois representam apenas uma transferência financeira do setor 
público ao setor privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.4.3 Superávit ou déficit público: quando a arrecadação supera o 
total dos gastos públicos ou quando os gastos superam a arrecadação. 
 
• superávit/déficit primário; 
• superávit ou déficit total/nominal: juros nominais; 
• superávit ou déficit operacional: juros reais. 
 
9.4.4 Renda nacional a custo de fatores e produto nacional a 
preço de mercado: impostos está incorporado no valor do produto, 
quando ele é essencial o governo pode subsidiar o preço. 
 
• custos de fatores: o que a empresa paga aos fatores de produção, 
salários, juros, aluguéis e lucros; 
• preço de mercado: preço final pago pela venda, adiciona ao custo de 
fatores de produção os impostos indiretos e subtrai os subsídios. 
 
 PNL a preços de mercado = RNL a custo de fatores+ 
 impostos diretos+subsídios 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.4.5 Renda pessoal disponível: mede quanto da renda gerada no 
processo econômico fica em poder das família. 
 
Renda pessoal disponível = RNLcf – lucros retidos – impostos retidos 
– contribuições previdenciárias – outras receitas correntes do governo 
+ transferências do governo às famílias 
 
9.4.6 Carga tributária bruta e líquida: total da arrecadação fiscal 
do governo. 
 
Carga tributária líquida = carga tributária bruta – transferências e 
subsídios do governo ao setor privado 
 
9.5 Economia a quatro setores: agregados relacionados ao 
setor externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.5.1 Exportações e importações: compra pelos estrangeiros, de 
mercadorias produzidas por empresas que pertencem ao nosso país; 
e despesas que fazemos com produtos estrangeiros. 
 
9.5.2 Produto interno bruto, produto nacional bruto e renda 
líquida do exterior 
 
PIB – somatório de todos os bens e serviços produzidos dentro do 
território nacional num dado período. 
 
PNB = PIB + renda recebida no exterior – renda enviada ao exterior 
 
PNB = PIB + Renda Líquida do Exterior (RLE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Contabilidade Social 
9.6 PIB nominal e PIB real 
 
9.6.1 PIB nominal: é medido a preços correntes do próprio ano. 
 
9.6.2 PIB real: mede o crescimento do produto físico pressupondo 
que os preços foram constantes no período. 
 
9.7 O PIB como medida do bem-estar: 
 
• não registra a economia informal; 
• não considera os custos sociais derivados do crescimento econômico 
(poluição, piora do meio ambiente, etc.); 
• não considera diferenças na distribuição de renda entre os vários 
grupos da sociedade. 
 
9.8 PIB em dólares: usado para comparações internacionais, dólar 
PPP, criado pela ONU, representa a paridade do poder de compra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 10 
 
Determinação da Renda e do 
Produto Nacional: O Mercado de 
Bens e Serviços 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.1 Introdução 
 
A partir da crise de 29, a economia sofreu mudanças com as teorias 
de Keynes, cuja base se assenta no pressuposto de que é necessária a 
intervenção do governo para regular a atividade econômica. 
 
Teoria de determinação do equilíbrio da renda nacional: se 
divide em lado real e lado monetário. 
 
10.2 Hipóteses do modelo básico 
 
10.2.1 Economia com desemprego de recursos: a economia deve 
estar em equilíbrio abaixo do pleno emprego, produzindo abaixo de 
seu potencial. 
 
10.2.2 Nível geral de preços constante: as empresas, estimuladas 
por um aumento da demanda, procuram elevar a produção e não os 
preços, porque têm capacidade ociosa. 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.2.3 Curto prazo: análise da teoria de determinação da renda no 
curto prazo. 
 
10.2.4 Oferta agregada potencial fixada a curto prazo: valor total 
da produção de bens/serviços finais à disposição da coletividade num 
dado período. Ela varia em função da disponibilidade de fatores de 
produção. 
 
• Oferta agregada potencial: produção máxima da economia; 
• Oferta agregada efetiva: produção que está sendo efetivamente 
colocada no mercado, o que pode ocorrersem que os fatores de 
produção estejam sendo plenamente empregados. 
 
10.2.5 Princípio da demanda efetiva (DA): soma dos gastos 
planejados dos quatro agentes macroeconômicos: despesas das 
famílias com bens de consumo (C), gastos das empresas com 
investimentos (I), gastos do governo e despesas líquidas do setor 
externo (X – M). 
DA = C+I+G+(X – M) 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
Princípio da demanda efetiva: as alterações do nível de equilíbrio 
da renda e do produto nacional devem-se exclusivamente às variações 
da demanda agregada de bens e serviços. 
 
10.3 O equilíbrio macroeconômico 
 
10.3.1 Análise gráfica: o diagrama pode ilustrar a situação de 
equilíbrio utilizando o nível geral de preços e produto real. 
 
Produto real = produto nominal/ nível geral de preços 
 
Formado da curva de oferta agregada depende da hipótese sobre o 
nível de produto corrente da economia: 
 
• economia com desemprego de recurso; 
• economia com pleno emprego de recurso; 
• economia com alguns setores em desemprego e outros em pleno 
desemprego. 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.4 Comportamento dos agregados macroeconômicos no 
mercado de bens e serviços 
 
10.4.1 Consumo agregado: é influenciado por fatores como renda 
nacional, estoque de riqueza, taxa de juros de mercado, etc. 
 
 C = f (RND) 
 
C= consumo agregado; 
RND= renda nacional disponível. 
 
Propensão marginal a consumir: 
 
Propensão marginal a consumir = variação no consumo agregado/ 
variação na renda nacional disponível seus recursos em aplicações 
financeiras. 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.4.2 Poupança agregada: parte residual da renda nacional 
disponível. 
 
S= f(RND) 
 
S= poupança agregada; 
RND= renda nacional disponível. 
 
Propensão marginal a poupar: relação entre variação da poupança 
e variação da renda disponível. 
 
10.4.3 Investimento agregado: acréscimo ao estoque de capital 
que leva ao conhecimento da capacidade produtiva, podendo ser 
interpretado sob dois ângulos. 
 
• no curto prazo: investimento afeta apenas a demanda agregada. 
• no longo prazo: afeta produção e oferta agregada. 
 
 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
Taxa de rentabilidade esperada: é calculada a partir da estimativa 
do retorno líquido esperado pela aquisição do bem de capital. 
 
• O investimento tem uma relação inversamente proporcional com as 
taxas de juros de mercado. 
 
Para tomar decisões sobre as despesas de investimento, o empresário 
compara, então, as duas taxas: 
 
• se a taxa de retorno supera a taxa de juros de mercado, ele investirá 
na compra de bens de capital; 
 
• se a taxa de retorno for inferior à taxa de juros de mercado, ele não 
investirá, preferindo direcionar seus recursos em aplicações 
financeiras. 
 
Disponibilidade de fundos de longo prazo também podem afetar a 
demanda de investimentos. 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.5 Vazamentos e Injeções de Renda Nacional 
 
• fluxo básico de renda: o que se estabelece entre famílias 
(proprietários dos fatores de produção) e empresas (unidades 
produtoras), o nível de renda nacional dependerá de vazamentos e 
injeções nesse fluxo. 
 
• vazamento de rendas: ocorre quando parcel da renda recebida pelas 
famílias não é gasta com as empresas nacionais. 
 
vazamentos = poupança agregada + total de impostos + importações 
 
• injeções de renda: recursos injetados no fluxo básico. 
 
injeções = investimento agregado + gastos públicos + exportações 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.6 O multiplicador keynesiano de gastos: mostra que se a 
economia estiver com recursos desempregados, um aumento na 
demanda agregada provocará o aumento da renda nacional mais que 
proporcional ao aumento da demanda. 
 
Ele é expresso genericamente por: 
 
k = variação da renda nacional/ variação da demanda agregada 
 
Mais conhecidos: 
 
kI = variação da renda nacional/ variação dos gastos de investimentos 
 
kG = variação da renda nacional/ variação dos gastos do governo 
 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.7 Política fiscal, inflação e desemprego 
 
10.7.1 Economia com desemprego de recursos: insuficiência da 
demanda agregado e relação à produção de pleno emprego. 
Instrumentos de política fiscal: 
 
• aumento dos gastos públicos; 
• diminuição da carga tributária; 
• subsídios e estímulos às exportações; 
• tarifas e barreiras às importações. 
 
Teorema do orçamento equilibrado: em uma situação de 
desemprego, se os gastos públicos forem elevados no mesmo montante 
da arrecadação fiscal, a renda nacional aumentará nesse mesmo 
montante. 
 
Aumento dos gastos públicos = aumento da tributação = aumento da 
renda nacional 
Capítulo 10 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Mercado de Bens e Serviços 
10.7.2 Economia com inflação: quando a demanda agregada de 
bens e serviços supera a capacidade produtiva da economia. 
Instrumentos de política fiscal: 
 
• diminuição dos gastos públicos; 
• elevação da carga tributária sobre bens de consumo, desestimulando 
gastos em consumo; 
• elevação das importações, pela redução de tarifas e barreiras. 
 
Inflação de custos: produção abaixo do pleno emprego. 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 11 
 
Determinação da Renda e do 
Produto Nacional: O Lado 
Monetário 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
11.1 Conceito de Moeda: objeto aceito pela coletividade para 
intermediar as transações econômicas para o pagamento de bens e 
serviços. 
 
Economia de trocas: necessidade de dupla coincidência de desejos. 
 
Moeda mercadoria: forma mais primitiva de moeda na economia. 
 
Moeda metálica: originou-se da função de moeda dada aos metais 
preciosos e, depois, pela implementação da “cunhagem” da moeda. 
 
Papel-moeda: origem na moeda-papel, quando pessoas tinham ouro 
e guardavam em casas especiais que emitiam um certificado de 
depósito. 
 
Bancos comerciais privados: bancos passaram a emitir notas e 
recibos bancários que circulavam como moeda, dando origem ao 
papel-moeda. 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Padrão-ouro: emissão do papel-moeda lastreado em ouro, que 
acabou se tornando um obstáculo para a expansão das economias 
nacionais e comércio internacional. 
 
Moeda de curso-forçado: a partir de 1920, a emissão de moeda 
passou a ser livre. 
 
Bretton Woods (1944): regime de moeda lastreada, na qual o dólar 
americano passa a ser moeda internacional respeitando o padrão-ouro. 
Em 1971, foi suspenso o padrão-ouro e quase todas as moedas 
nacionais do mundo passaram a ser fiduciárias. 
 
11.2 Funções e tipos de moeda 
 
• instrumento ou meio de trocas; 
• denominador comum monetário; 
• reserva de valor. 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
11.2.1 Tipos de moeda: 
 
• moedas metálicas; 
• papel-moeda; 
• moeda escritural ou bancária. 
 
As duas primeiras são denominadas moedas manuais, por estarem em 
poder do público. 
 
11.3 Oferta da moeda: suprimento de moeda para atender às 
necessidades da coletividade. 
 
11.3.1 Conceito de meios de pagamento: total de moeda à 
disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata. 
 
Liquidez: capacidade da moeda de ser um ativo prontamente 
disponível e aceito para diversas transações. 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Os meios de pagamento são dados, tradicionalmente, pela soma da 
moeda em poder público mais os depósitos à vista nos bancos 
comerciais:meios de pagamento = moeda em poder público + depósitos à vista 
nos bancos comerciais 
 
Desmonetização da Economia: diminuição da quantidade de 
moeda sobre o total de ativos financeiros decorrente de as pessoas 
procurar e se defender da inflação com aplicações financeiras que 
rendem juros. 
 
Monetização da Economia: com inflação baixa, as pessoas mantêm 
mais moeda que não rende juros em relação aos demais ativos 
financeiros. 
 
Grau de monetização ou desmonetização: M1/M4 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Criação e Destruição de Moeda: se devem, respectivamente, 
devido o aumento do volume de meios de pagamento ou quando se 
faz uma redução dos meios de pagamento. 
 
11.3.2 Oferta de Moeda pelo Banco Central: o BC regula o 
montante de moeda, crédito, taxas de juros e câmbio, de forma 
compatível com o nível de atividade econômica e o equilíbrio do 
balanço de pagamentos. Suas funções clássicas: 
 
• execução da política monetária; 
• banco emissor; 
• banco dos bancos; 
• banco do governo; 
• controle e regulamentação da oferta de moeda; 
• execução da política cambial e administração do câmbio; 
• fiscalização das instituições financeiras. 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Instrumentos de política monetária: 
 
• controle das emissões; 
• depósitos compulsórios ou reservas obrigatórias; 
• operações com mercado aberto; 
• operações de redesconto. 
 
O BC afeta o fluxo da moeda pela regulamentação desta e do crédito. 
 
11.3.3 Oferta de moeda pelos bancos comerciais. O 
multiplicador monetário: parte dos depósitos à vista e compulsórios 
são guardados pelos bancos comerciais, o restante pode ser 
emprestado a seus clientes. 
 
Multiplicador de base monetária: a base é a soma da moeda em 
poder do público e das reservas bancárias. 
 
Fórmula: m=saldo dos meios de pagamento/saldo da base monetária. 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
11.4 Demanda de moeda: quantidade de moeda que o setor 
privado não bancário retém, em média, seja com o público ou no 
cofre das empresas ou em depósitos nos bancos comerciais. Razões 
pelas quais se retém moeda: 
 
• demanda de moeda para transações; 
• demanda de moeda por precaução; 
• demanda de moeda por especulação. 
 
11.5 O papel das taxas de juros 
 
11.5.1 Taxa de juros nominal e taxa de juros real: medem, 
respectivamente, o preço pago a poupador por suas decisões de 
poupar; e mede o retorno de uma aplicação em termos de 
quantidades de bens. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
11.6 Moeda, nível de atividade e inflação: interligação entre o 
lado real e o lado monetário da economia 
 
11.6.1 Teoria quantitativa da moeda: relação entre volume de 
moeda e lado real da economia. 
 
Velocidade-renda da moeda: número de vezes que o estoque de 
moeda passa de mão em mão, em certo período, gerando produção 
e renda. 
 
V = PIB nominal/ saldo dos meios de pagamento 
 
Teoria quantitativa de moeda: 
 
MV = nível geral de preços x nível de renda nacional 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
11.6.2 Moeda e políticas de expansão do nível de atividade 
 
Instrumentos para promover a política monetária expansionista: 
 
• reduzir taxa de juros básica; 
• aumentar as emissões de moeda, na medida das necessidades dos 
agentes econômicos; 
• diminuir a taxa do compulsório; 
• recomprar títulos políticos no mercado; 
• diminuir a regulamentação no mercado de crédito. 
 
Elasticidade dos investimentos em relação às taxas de juros: 
resposta dos investimentos em relação à taxa de juros de mercado. 
 
11.6.3 A relação entre a oferta monetária e o processo 
inflacionário: política antiinflacionária deve centrar-se mais no 
controle da demanda agregada. 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Instrumentos recomendados de política monetária seriam dirigidos no 
sentido de “enxugar” os meios de pagamento: 
 
• aumento da taxa de juros básica (Selic); 
• controle das emissões pelo Banco Central; 
• venda de títulos públicos, retirando moeda de circulação; 
• elevação da taxa sobre as reservas compulsórias; 
• alteração das normas e regulamentação da concessão de créditos. 
 
11.6.4 Eficácia das políticas monetária e fiscal: pode ser avaliada 
a partir de sua velocidade de implementação, pelo grau de 
intervenção na economia e pela importância relativa das taxas de 
juros e do multiplicador keynesiano. 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Influência do papel da taxa de juros e do multiplicador keynesiano: 
 
a)Quanto maior a sensibilidade dos investimentos em relação à taxa 
de juros, maior a eficácia da política monetária. 
b)Quanto maior a sensibilidade da demanda especulativa 
relativamente à taxa de juros, menor a eficácia. 
c)Quanto maior o valor do multiplicador keynesiano de gastos, maior 
eficácia da política fiscal. 
 
11.7 Sistema financeiro: deve ser forte e bem diversificado para 
atrair poupanças nacionais e estrangeiras. 
 
11.7.1 Segmentos do sistema financeiro: 
 
Mercado monetário: são feitas operações de curto prazo com a 
finalidade de suprir as necessidades de caixa dos diversos agentes 
econômicos. 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Mercado de Crédito: são atendidas as necessidades de recursos de 
curto, médio e longo prazo, principalmente oriundas da demanda de 
crédito para aquisição de bens de consumo duráveis e da demanda de 
capital de giro das empresas. 
 
Mercado de Capitais: segmento que supre exigências de recursos de 
médio e de longo prazos, com vistas à realização de investimentos em 
capital. São típicos desse mercado os derivativos. 
 
Mercado Cambial: compra e venda de moeda estrangeira, para 
atender a diversas finalidades. 
 
Mercado de Seguros, Capitalização e Previdência Privada: são 
coletados recursos financeiros ou poupanças destinados à cobertura de 
finalidades específicas. 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Determinação da Renda e do Produto 
Nacional: O Lado Monetário 
Mercados Primários e Secundários: são, respectivamente, aqueles 
em que se realiza primeira compra/venda de um ativo recém-emitido e 
aqueles que negociam ativos financeiros já negociados anteriormente. 
 
Mercados à Vista, Futuros e Opções: 
 
• à vista: negociam apenas ativos com preços à vista; 
• futuros: negociam os preços esperados de certos ativos e 
mercadorias para certa data futura; 
• de opções: negociam opções de compra/venda de determinados 
ativos em data futura. 
 
 
 
 
 
 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 12 
 
O Setor Externo 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
12.1 Introdução 
 
O mundo se encontra crescentemente interligado, seja por fluxos 
comerciais ou financeiros. Costuma-se dividir as questões teóricas da 
Economia internacional em: aspectos microeconômicos e os aspectos 
macroeconômicos. 
 
12.2 Fundamentos do comércio internacional: a teoria das 
vantagens comparativas 
 
Princípio das vantagens comparativas: sugere que cada país deva 
se especializar na produção da mercadoria em que é relativamente 
mais eficiente. Ele deve importar bens cuja produção implicar custos 
relativamente maior. Assim, os países podem concretizar trocas. 
 
Limitações: relativamente estática, não levando em consideração a 
evolução das estruturas da oferta e da demanda, ou das relações de 
preço entre produtos negociados no mercado internacional. 
 
 
 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
12.3 Determinação da taxa de câmbio 
 
12.3.1 Conceito: medida de conversão da moeda nacional em moeda 
de outros países. Sua determinação pode ser: 
 
• institucional: pela decisão de autoridades econômicas com taxas 
fixas de câmbio. 
 
• funcionamentodo mercado: taxas de flutuantes em decorrência das 
pressões de oferta e demanda de divisas estrangeiras. 
 
Demanda de divisas: constituída pelos importadores, que precisam 
delas para pagar suas compras no exterior. 
 
Oferta de divisas: realizada pelos exportadores, que recebem moeda 
estrangeira, como pela entrada de capitais financeiros internacionais 
(turistas, etc.). 
 
 
 
 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
Desvalorização cambial: aumento da taxa de câmbio; 
 
Valorização cambial: queda na taxa de câmbio. 
 
Taxa de câmbio é interligada aos preços dos produtos exportados e 
importados e também a balança comercial. 
 
12.3.2 Taxa de câmbio e inflação 
 
Valorização cambial e inflação: a primeira permite ancorar os 
preços internos e reduzir a taxa de inflação. 
 
Desvalorização cambial e inflação: efeito contrário ao anterior. 
 
Efeito da elevação da inflação interna sobre a taxa de câmbio: 
pode gerar um círculo vicioso. 
 
 
 
 
 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
Valorização real e valorização nominal do câmbio: o primeiro é 
igual à valorização nominal, menos a taxa de inflação do período. 
 
Competitividade no comércio exterior: deve ser avaliados a partir do 
câmbio real. 
 
12.4 Políticas externas 
 
12.4.1 Política cambial: dependem do tipo de regime cambial 
adotado pelo país. 
 
Regime de taxas fixas de câmbio: foi adotado por países com 
elevadas taxas de inflação, nos anos 80 e 90, para não haver elevação 
dos produtos importados de acordo com as variações cambiais. 
 
Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio: determinada 
pelo mercado de divisas, permitindo a defesa das reservas cambiais. 
 
 
 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
Flutuação suja: mesmo dentro do regime flutuante o Banco Central 
interfere indiretamente na determinação da taxa de câmbio, por meio 
da compra e venda de divisas no mercado. 
 
12.4 Política comercial: 
 
• alterações das tarifas sobre importações; 
• regulamentação do comércio exterior. 
 
12.5 Fatores determinantes do comportamento das 
exportações e importações 
 
12.5.1 Exportações: são influenciadas por diversas variáveis. 
• preços externos em dólares; 
• preços internos em reais; 
• taxa de câmbio; 
• renda mundial; 
• subsídios e incentivos às exportações. 
 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
12.5.2 Importações: principais fatores determinantes. 
 
• preços externos em dólares; 
• preços internos em reais; 
• taxa de câmbio; 
• renda e produto nacional; 
• tarifas e barreiras às importações. 
 
12.6 A estrutura do balanço de pagamentos: registro estatístico-
contábil de todas as transações econômicas realizadas entre os 
residentes de um país com os residentes dos demais países. 
 
Transações da conta Haveres e Obrigações no Exterior: 
• divisas; 
• ouro monetário; 
• direitos especiais de saque. 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
Divisões do balanço de pagamentos: 
 
• balança comercial; 
• balanço de serviços e rendas; 
• transferências unilaterais correntes; 
• balanço de transações correntes; 
• conta capital e financeira: contrapartidas financeiras das exportações 
e importações de mercados e serviços, exceto de transferências 
unilaterais; e transações financeiras puras. 
 
Erros e omissões: diferença entre saldo do balanço de pagamentos e o 
financiamento do resultado. 
 
12.7 O balanço de pagamentos no Brasil: o país apresentava 
balança comercial superavitária, historicamente, mas um balanço de 
serviços e rendas deficitário, devido ao pagamento de juros da dívida 
externa e à remessa de lucros e pagamentos de fretes, seguros e 
royalties. 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
Após 2003, houve grande aumento de exportações principalmente de 
commodities para o Sudeste da Ásia e houve a entrada de capital 
financeiro associado à elevada taxa de juros do país, gerando saldo 
positivo na Balança Comercial e Transferências Unilaterais Correntes, 
superando o saldo negativo da Conta de Serviços e Rendas. 
 
12.8 Organismos internacionais 
 
12.8.1 Fundo Monetário Internacional (FMI): criado para evitar 
possíveis instabilidades cambiais e garantir estabilidade financeira; e 
socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de 
desequilíbrios transitórios em seus balanços de pagamento. 
 
12.8.2 Banco Mundial (Bird): criado com intuito de auxiliar a 
reconstrução de países devastados pela guerra e para promover 
crescimento dos países em desenvolvimento. 
Capítulo 12 
O Setor Externo 
12.8.3 Organização Mundial do Comércio: primeiramente, 
conhecido por Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), criado 
para buscar redução das restrições de comércio internacional e 
liberalização do comércio multilateral. 
Marco Antonio S. Vasconcellos 
Manuel Enriquez Garcia 
3º Edição | 2009 | 
Fundamentos de Economia 
Capítulo 13 
 
Inflação 
Capítulo 13 
Inflação 
13.1 Introdução 
 
Inflação: aumento contínuo e generalizado no índice dos preços. 
 
Fontes de inflação costumam variar de acordo com as condições do 
país: 
 
• tipo de estrutura de mercado; 
• grau de abertura da economia ao comércio exterior; 
• estrutura das organizações trabalhistas. 
 
Forma tradicional de estudar inflação: 
• inflação de demanda; 
• inflação de custos; 
• inflação inercial. 
 
 
Capítulo 13 
Inflação 
13.2 Inflação de demanda: excesso de demanda agregada em 
relação à produção disponível de bens e serviços. 
 
Curva de Phillips: mostra que existiria uma relação inversa entre taxas 
de salários e as taxas de desemprego. 
 
Trade off: relação inversa entre taxas de salários nominais e taxas de 
desemprego. 
 
Coeteris paribus: elevações da procura agregada levam as empresas a 
demandar mais mão-de-obra, ocasionando aumento de salários 
monetários e redução das taxas de desemprego. 
Capítulo 13 
Inflação 
13.3 Inflação de custos: pode ser associada a uma inflação 
tipicamente de oferta, o nível da demanda permanece o mesmo, mas 
os custos de certos fatores importantes aumentam. 
 
Causas comuns do aumento dos custos de produção: 
• aumentos do custo de matérias-primas; 
• aumentos salariais acima da produtividade; 
• estrutura de mercado. 
 
13.4 Inflação inercial: processo automático de realimentação de 
preços, provocada pelos mecanismos de indexação formal e indexação 
informal. 
 
13.5 Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação: os 
piores efeitos ocorrem da distribuição de renda, nos investimentos 
empresariais e crescimento econômico, no balanço de pagamentos e 
nas finanças públicas. 
 
Capítulo 13 
Inflação 
Distorção mais séria provocada por altas taxas de inflação: piora da 
distribuição de renda devido à redução do poder aquisitivo da classe 
trabalhadora dependente de rendimentos fixos, com prazos legais e 
reajustes. Afirma-se que a inflação é um “imposto sobre o pobre”. 
 
Imposto inflacionário: espécie de taxação que o BC impõe à 
coletividade pelo fato de deter o monopólio das emissões. 
 
13.6 A política econômica brasileira de combate à inflação 
 
• Necessidade de o governo fornecer infra-estrutura para que o setor 
privado produza o volume de bens/serviços desejados pela sociedade. 
 
• Baixa produtividade dos serviços do governo e conseqüente 
ineficiência na aplicação de seus recursos, associadas à impossibilidade 
de o governo aumentar a carga tributária dado o baixo nível de renda 
per capita da população. 
 
 
 
Capítulo 13 
Inflação 
Tratamento de choque: rígida política monetária, fiscal e salarial que 
mudou o patamar da inflação de cerca de 100%, em 1964, para perto 
de 30%, em 1967. 
 
1964-1973 uso da linha de pensamento econômico ortodoxa para 
diagnosticar as causas da inflação brasileira, atribuindo ao excesso da 
demanda e ao desequilíbrio das contas públicas a causa da inflação. 
 
Inflação inercial: todos os negócios eram firmados com base em um 
índice que procurava garantir a correção monetária dos valores 
envolvidos. Os aumentos de preços eram captados pelo índice e 
automaticamente repassados para os demais preços da economia 
realimentando

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