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vômito, disfagia e diarreia

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SÍNDROME 04
VÔMITO, DISFAGIA E DIARREIA
PARTE 01: VÔMITO
FISIOPATOLOGIA
Vômito é a expulsão oral forçada de conteúdos gástricos como resultado de contração
retrógrada do duodeno e antro com compressão da musculatura do tórax e do abdome.
REFLEXO
Ocorre inspiração profunda, abertura do esfíncter esofágico superior, fechamento da glote,
contração do diafragma e dos músculos abdominais, fazendo compressão do estômago e
aumentando a pressão interna, fechamento do piloro, relaxamento no corpo gástrico,
finalmente relaxa a cárdia e força o esvaziamento do estômago.
MECANISMO
O estímulo é proveniente do centro do vômito, no bulbo, próximo à emergência do 10º
par de nervos cranianos, no assoalho do IV ventrículo – área postrema (receptores químicos e
neurorreceptores). - ZONA GATILHO OU QUIMIORRECEPTORA
Os receptores estão em todo o trato gastrointestinal e os estímulos podem ser olfatórios e
visuais, com causa psicogênica.
No quadro agudo há movimentos antiperistálticos do intestino delgado, com abertura do piloro,
induzindo o reflexo para o estômago do conteúdo duodenal e até mesmo do conteúdo do jejuno
e do íleo.
Sabrina Carvalho Miname
OBSERVAÇÕES
HEMOPTISE X HEMATÊMESE
● hemoptise está relacionado a doença pulmonar, com sangue aerado e precedida de
tosse
● hematêmese é uma excreção marrom (devido a reação do sangue com o suco gástrico),
que sai pela boca e tem origem gastrointestinal, indicando hemorragia digestiva alta
OBS: VÔMITOS COM E SEM ESFORÇO
RUMINAÇÃO
É a deglutição de um bolo alimentar que retornou à cavidade oral depois de ser
deglutido, ou seja, o paciente engoliu, o alimento voltou a boca e engoliu de novo. Ocorre mais
em pacientes com demência ou crianças.
CARACTERES PROPEDÊUTICOS
CAUSAS
Não indicam necessariamente problemas gastrointestinais.
● dor: centro da dor no abdome
● toxemias endógenas ou exógenas: microbianas, gravídicas, acidose diabética, substâncias
químicas e medicamentos
● labirintites e enxaquecas
● impressões sensoriais desagradáveis: odores, diplopia, excitação luminosa súbita, etc
● encefalopatias: meningite, infecção, tumor, AVC ou trauma
● psicogênicas: ansiedade, nervosismo e medo
● gravidez (hiperssensibilidade do olfato), infarto agudo do miocárdio, litíase renal e
hipertireoidismo
FATORES DESENCADEANTES
a. quando vemos alguém vomitando
Isso estimula nosso IV ventrículo (centro do vômito) por meio de células cromafins
e nervo vago ou receptores espalhados pelo corpo.
b. fatores neuronais
O nervosismo desregula os neurotransmissores da zona de gatilho, promovendo o
vômito.
Sabrina Carvalho Miname
c. outros meios de estimular células cromafins
● cinetose (sistema vestibular - ex: quando rodamos muito)
● nervo vago (úlceras gástricas)
● meningite (pressão intracraniana alta)
● hiponatremia (via hematogênica)
● lesões no trato gastrointestinal (por meio do nervo vago)
● bebida alcoólica (nervo vago tb)
● estímulo mecânico: estimular a úvula
TIPOS
a. suco gástrico
Aspecto claro, transparente, com gosto azedo e sem restos alimentares. Causado
por gastrite aguda ou crônica, consumo excessivo de álcool que lesa a mucosa ou o uso
de anti inflamatórios e outros medicamentos.
b. restos alimentares
É necessário associar se estão digeridos ou não e quanto tempo após a
alimentação o vômito ocorreu. Quando há presença de alimentos não digeridos após 2h
da ingesta pode ser associado a estase gástrica (alimento estagnado) ou estenose
cicatricial de uma úlcera e até tumor.
c. bilioso
Aspecto amarelo esverdeado devido à bile. Todo vômito pode ser acompanhado
de bile, mas em altas concentrações pode indicar obstrução intestinal alta ou indica
refluxo devido ao excesso de vômito que provoca refluxo de bile; não indica problema no
fígado.
d. mucoso
Aspecto viscoso, aquoso e espesso (tipo catarro) e acontece sem o indivíduo estar
alimentado. Característico da inflamação crônica da mucosa gástrica.
e. purulento: presença de pus, fétido
f. fecaloide
Aspecto semelhante as fezes, com coloração marrom/castanho, amargo e mal
cheiroso. Pode ser causado por obstrução por tumor em região baixa do intestino
delgado ou por fístula (comunicação direta entre intestino e estômago, quando se
encostam as paredes e abre-se uma passagem por fragilidade da parede).
Ocorrem em obstruções até o intestino delgado.
Sabrina Carvalho Miname
g. fecal
Aspecto de fezes, bem escuro, precedido de vômito de suco gástrico, bilioso,
mucoso e fecaloide. Geralmente causado por fístula ou obstruções em intestino grosso.
FREQUÊNCIA
Os vômitos podem ser isolados, em crises (enxaquecas, processos inflamatórios) ou
incoercíveis (gastrites tóxicas endógenas e exógenas por exemplo)
COMPOSIÇÃO
É necessário analisar o aspecto, volume, gosto, presença de restos alimentares e odor. O
aspecto é determinado pelo tipo de vômito, portanto se observa cor, textura e transparência. O
odor é outro ponto importante a ser explicado, porque pode ser de ácido penetrante (secreção
ácido normal), sem cheiro/inodoro (aquilia - vômito aquoso) ou fecal (cheiro de fezes).
TEMPO DE APARECIMENTO
Podem ser classificados em relação às refeições ou aos horários. Na classificação das
refeições, temos:
● imediato: até 30min depois
● precoce: 1 a 2h
● tardio: depois de 3h
● ultratardio ou estase: depois de 6h
Em relação aos horários temos:
● em jejum: aquoso, mucoobilioso, alimentar de retenção
● pós brandial: imediato, precoce ou tardio
● noturno: aquoso, mucobilioso e alimentar de retenção
FATORES QUE ACOMPANHAM
O vômito se manifesta dentro de um mal estar geral, sensação vertiginosa, incômodo
epigástrico, náusea, palidez e sudorese. A tríade sudorese, palidez e bradicardia é um efeito
comum nos vômitos, como reflexo vagal parassimpático (que estimula o centro do bulbo
proporcionando a sensação de mal estar). Como já dito anteriormente, vômito sem ser
precedido de náusea é indicativo de hipertensão intracraniana.
As classificações dos vômitos indicam diagnósticos, por exemplo:
● vínculo com refeição e sensação de alívio: vômitos de origem gastroduodenal ou de
origem inflamatória
● em jato, sem náuseas: vômitos cerebrais
● causando repercussão sobre o estado nutricional: doenças consumptivas e doenças
crônicas
Sabrina Carvalho Miname
FATORES DE MELHORA OU PIORA
Não há.
Melhora: reação após o uso de medicações, se melhorou a sensação após de vomitar
Piora: odores fortes, fotofobia (estímulos para as células cromafins já falados)
EVOLUÇÃO
O vômito é, na maioria das vezes, indicativo de uma doença ou algum desequilíbrio nas
funções normais do corpo. Assim, ele pode evoluir para síncope metabólica,
hipopotassemia(diminuição de potássio no sangue) e pode determinar repercussões
metabólicas como alcalose, desidratação, hipopotassemia e estado sincopal (síncope + falta de
nutrientes + hipoglicemia).
Vomitar em excesso pode levar a síndrome de mallory alguma coisa por causa de uma laceração
que não atinge a parede intestinal
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
No estudo do vômito como síndrome clínica é importante perguntar se ele é em jato ou
não. Além disso, se ele é precedido de náusea.
A precedência de náusea é importante porque, como já mencionado aqui, a ausência de
náusea indica vômito por pressão intracraniana (meningites, hemorragia intracraniana ou
deficiência na drenagem do LCE), onde o vômito não é em jato.
PERÍODOS DE SEMELHANÇA E DISSEMELHANÇA
Algumas patologias possuem vômito como um de seus principais sinais e sintomas.
Sabrina Carvalho Miname
PARTE 02: DISFAGIA
DEGLUTIÇÃO
A deglutição é o processo de engolir alimentos ou bebidas, tendo o caminho da boca até
o estômago. Pode ser dividida em 3 fases como aponta a imagem.
A fase oral é única voluntária, mastigamos e engolimos.
Na fase faríngea o bolo alimentar segue para a faringe,
sendo voluntária e involuntária: engolir é voluntário mas
o finalzinho, o destino pra onde ela vai é involuntário,
por isso ocorrem engasgos (falhas).
A última fase é involuntária.
O esôfago é o canal que une a faringe ao estômago, por
onde passam alimentose bebidas. Ele possui 2
esfíncteres (músculos) que atuam em um sistema de
abre-fecha na presença ou ausência de alimentos.
● esfíncter esofágico superior
● esfíncter esofágico inferior
Quando o esôfago se encontra em repouso, os
esfíncteres se fecham para evitar o refluxo de alimentos
e ácido gástrico para a boca. Durante a deglutição os
esfíncteres se abrem para permitir passagem dos alimentos até o estômago.
O mal funcionamento de algum desses esfíncteres, associado a doenças ou infecções
pode levar a disfagia.
Sabrina Carvalho Miname
CARACTERES PROPEDÊUTICOS
Disfagia é a dificuldade para deglutir.
CAUSAS
Os tipos de disfagia possuem causas diferentes, mas ambas multifatoriais. Na disfagia
bucofaríngea, alta ou de transferência temos:
● causas mecânicas (dificuldade inicial de deglutir sólidos)
○ processos inflamatórios da boca e da faringe: infecciosos, doenças mucocutâneas
bolhosas ou lesões (cáusticas, químicas e térmicas)
○ compressões extrínsecas: bócio, adenomegalias ou massas tumorais
○ divertículo faríngeo ou de Zenker: apêndice patológico criado por hérnia em
mucosas que causa acúmulo de alimento
○ defeitos congênitos adquiridos: congênitos (fenda labial e palatina) ou pós
cirúrgico
○ estenoses: anel esofágico superior ou pós irradiação
● miopatias (acompanhadas de fadiga ou astenia): distrofia muscular, dermatomiosite,
mixedema, miastenia grave ou tireotoxicose
● doenças do SNC
○ AVC: pode gerar disfagia ao acometer o nervo hipoglosso ou glossofaríngeo,
referentes à língua
○ esclerose múltipla
○ parkinson: perda de movimentos voluntários
○ OBS: NORMALMENTE SÃO POR COMPROMETIMENTO FUNCIONAL, NÃO HÁ LESÃO
LOCAL MAS HÁ DÉFICIT NA FUNCIONALIDADE DESSAS REGIÕES NEURONAIS
● psicogênicas
○ transtorno de ansiedade
○ bolo histérico: sensação de corpo estranho localizado no nível da fúrcula esternal
que se movimenta para baixo e para cima; desaparece durante a alimentação e
melhora quando ingere alimentos pq terá a sensação, esquecendo a anterior
Na disfagia esofágica, baixa ou de transporte temos:
● causas mecânicas
○ neoplasias (câncer de esôfago)
○ estenose
○ úlcera de esôfago
Sabrina Carvalho Miname
○ compressão
○ anel esofágico ou anel de Schatzi: estrutura mucosa que causa estreitamento
anelar do esôfago
● motoras
○ megaesôfago chagásico: ocorre após uma destruição parcial dos plexos nervosos
da musculatura do esôfago, causando uma alteração e enfraquecimento de sua
contratilidade (seguida de espasmo da cárdia, transição do esôfago ao estômago)
○ doenças do TC: esclerose sistêmica progressiva e lúpus eritematoso disseminado
○ distrofia muscular
○ neuropatia do SNA: diabetes e alcoolismo
○ doenças do SNC: esclerose lateral amiotrófica e Parkinson
○ outros: esofagites
Na disfagia alta o paciente engasga e na baixa ele entala.
Calasia também tem regurgitação - defeito no peristaltismo, não consegue relaxar o
esôfago (causa idiopática ou chagas)
INÍCIO
Pode ser súbito ou gradual.
FATORES DESENCADEANTES
Existem 2 fatores que podem desencadear a disfagia: causas de infecção ou ingerir
alimento de forma rápida
TIPOS
A disfagia pode ser de 2 tipos: bucofaríngea ou esofágica.
A disfagia bucofaríngea também é chamada de alta ou de transferência e se caracteriza
pela presença de alimento na cavidade bucal apó a tentativa de deglutição, podendo haver
aspiração para a árvore brônquica, seguida de tosse ou regurgitação nasal. EX: amigdalite
Já a disfagia esofágica, também chamada de baixa ou de transporte, é caracterizada pela
sensação do bolo alimentar no esôfago, devido a uma obstrução de natureza orgânica ou
alterações motoras. Pode ser relatada como um nó ou dor no peito.
A disfagia pode ser classificada também em disfagia de alimentos sólidos ou sólidos e
líquidos.
● alimentos sólidos: tende a ocorrer com lesões estruturais
● sólidos e líquidos: ocorre com maior frequência em distúrbios de motilidade
Sabrina Carvalho Miname
FREQUÊNCIA/ DURAÇÃO
Se for benigna, pode ter duração de anos, mas com pouco comprometimento.
De início, há acentuada perda de peso e acima dos 40 anos pode evoluir para uma doença
maligna.
FATORES QUE ACOMPANHAM
A disfagia pode ser acompanhada pela dificuldade de digerir sólidos e líquidos,
emagrecimento, disartria (perda de capacidade de articular palavras devido à disfunção da
língua), regurgitação nasal, tosse
FATORES DE MELHORA OU PIORA
Os fatores de melhora são momentâneos e podem não se aplicar a todos os casos, são
eles: ingerir alimentos com algum líquido, mastigar mais os alimentos, comer sentado com as
costas eretas e optar por alimentos mais macios. Quanto aos fatores de piora, são opostos aos
de melhora: ingerir alimentos sem líquidos, não mastigar bem e comer deitado, por exemplo.
*pessoas internadas ou que não conseguem se sentar são propensas a desenvolver disfagia?
EVOLUÇÃO
● na ELA (esclerose lateral amiotrófica)
○ é uma doença degenerativa irreversível que afeta progressivamente os neurônios
de motricidade
○ acometem primeiro os pés, as mãos, pernas e em casos avançados, os músculos
responsáveis pela deglutição
○ causa da disfagia: progressiva degeneração da passagem corticonuclear e/ou
núcleos motores dos pares cranianos IX, X, XI e XII, levando ao acometimento
secundário da contração faringolaríngea e discinesia da língua
● Parkinson
○ disfunção de gânglios basais em movimentos voluntários
○ formação anormal do bolo alimentar, atraso no reflexo de deglutição e
prolongamento do tempo de trânsito faríngeo com deglutições repetitivas
festinação lingual)
● Acalasia
○ disfagia por disfunção do esfíncter esofágico inferior (não relaxa)
○ sem tratamento ela se desenvolve até a obstrução de passagem do bolo
alimentar, aumentando a pressão no interior do corpo do esôfago e levanto a
retenção do material digerido
Sabrina Carvalho Miname
● espasmo esofágico
○ as contrações de propulsão normais que permitem a passagem dos alimentos pelo
esôfago são substituídas periodicamente por contrações musculares não propulsoras
ou excessivas (hiperdinamia) que não movimentam os alimentos através do esôfago
● objetos estranhos
○ A ingestão de um objeto pequeno e não pontiagudo pode causar a sensação de
que algo ficou preso no esôfago e dificuldade em engolir (disfagia). Essa sensação
pode persistir durante algum tempo, mesmo depois de o objeto ter passado para
o estômago.
PERÍODO DE SEMELHANÇA E DISSEMELHANÇA
Não há.
Sabrina Carvalho Miname
PARTE 03: DIARREIA
OBSERVAÇÕES
A diarreia é o aumento do teor líquido das fezes, geralmente associada ao aumento do número
de evacuações e do volume fecal (maior que 200g por evacuação) - normal de 3x/ dia a
3x/semana (1x a cada 3 dias)
MECANISMOS
Variam de acordo com cada tipo de diarreia.
● diarreia osmótica: aumento da pressão osmótica do conteúdo intraluminal
○ acúmulo de substâncias não absorvidas no intestino delgado, podendo
determinar retardo da absorção de água e eletrólitos ou passagem de líquidos do
lúmen para o meio interno e em seguida para o lúmen intestinal
○ defeito na digestão ou absorção de nutrientes
○ presente em: síndrome de má absorção, deficiência de dissacaridases, ingesta de
nutrientes mal absorvidos, intolerância a lactose
○ pode haver lesões no epitélio
○ laxantes, metiforminas (é a unica que nao causa hipoglicemia)etc - depende do
paciente; alguns deles apresentam diarreia no início do tratamento
● diarreia secretora: aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal
○ estímulos à síntese de monofosfato de adenosina (AMP) cíclico intracelular por
ação de enterotoxinas bacterianas e medicamentos
■ bactérias: E. coli ou Vibrio cholerae (principal exemplo desse mecanismo)
■ medicamentos: teofilina, prostaglandinas, antibióticos de largo
espectro(pode estar na exsudativa tb)
○ também pode ocorrer por ação hormonal, como nos tumores neuroendócrinos
produtores de serotonina ou peptídeo vasointestinal ativo (VIP)
○ entrada de sódio e cloro nas células, por osmose libera água
○ secreção ativa de água e eletrólitos para o lúmen dointestino, mesmo não
havendo lesão da mucosa
○ é a diarreia de maior volume entre os 4 tipos!! (o paciente relata diminuição do
volume com o passar dos dias)
○ não cessa com jejum e é acompanhada de febre, desidratação, astenia, dor
abdominal em cólica e flatulências
○ resumo: enterotoxinas agem na mucosa intestinal fazendo com que a celula
mande agua pra fora
● algumas bactérias causam diarreia secretora e diarreia exsudativa!!!
● diarreia exsudativa: aumento da permeabilidade da mucosa intestinal
Sabrina Carvalho Miname
○ alterações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas na mucosa intestinal resulta
em passagem anormal de líquidos do meio interno para o lúmen do intestino
delgado
○ acontece em doenças inflamatórias e linfomas difusos no intestino delgado, como
doença de Chron(+ extenso), retrocolite ulcerativa(+localizada), linfomas(neoplasia
do sistema hemolinfopoietico), tumores e patógenos, isquemia, doenças
inflamatorias, amebíase
○ pode ou não estar acompanhada de febre (proliferacao bacteriana)
○ se tiver muco e pus indica lesão na mucosa e se tiver sangue indica diarreia
exsudativa do tipo desinteria
○ nao melhora com jejum e pode ser crônica
● diarreia motora: alteração na motilidade do intestino delgado
○ alteração capaz de modificar o padrão normal do trânsito no intestino delgado
○ acontece em hipertireoidismo(aumenta o metabolismo corporal) e diarreia
funcional, onde o trânsito do intestino delgado é acelerado
○ é uma diarreia funcional pq se altera a função das células intestinais, sem que haja
lesão e gerando urgência para ir ao banheiro
○ não cessa com jejum e pode ser causada pelo uso de medicamentos como
metformina, laxantes, fatores emocionais, hipertireoidismo e substâncias
irritantes
DIARREIA X DESINTERIA
A diarreia é o aumento do teor líquido das fezes, geralmente associada ao aumento do
número de evacuações e do volume fecal (maior que 200g em 24h).
Já a desinteria é um aumento no número de evacuações com a presença de muco ou
sangue, podendo haver aumento do volume também. Pode vir associada a tenesmo.
OBSERVAÇÕES
● diarreia verdadeira x diarreia paradoxal x incontinência fecal x urgência
○ diarreia: aumento do teor líquido das fezes, geralmente associada ao aumento do
número de evacuações e do volume fecal (maior que 200g em 24h)
○ diarreia paradoxal: extravasamento de pequenas porções de fezes líquidas ao
redor de um fecaloma(massa de fezes endurecida e seca normal, com constipação
intestinal) - síndrome do intestino irritável no site CCDF?
○ incontinência fecal: incapacidade de controlar a eliminação de fezes
○ urgência: ela até consegue segurar mas a pressão interna é tao intensa que dá
sensação de que vai escapar
Sabrina Carvalho Miname
● modificações alimentares sem orientação médica
○ os próprios pacientes restringem doces, alimentos gordurosos, frutas ou verduras
para parar a diarreia mas isso pode modificar as características clínicas dos
sintomas!!
● fármacos também podem agravar ou produzir diarreia (antibióticos, anti-inflamatórios,
antiarrítmicos, anti -hipertensivos, cardiotônicos e antiácidos)
RETOCOLITE ULCERATIVA
É uma inflamação que provoca alterações no intestino delgado, atingindo o reto e o final
do intestino grosso, mas pode afetar o intestino grosso em todas as suas porções. É uma doença
crônica e não contagiosa que afeta a mucosa (camada superficial) do intestino,
É classificada de acordo com as porções que ela afeta.
● proctosigmoidite: inflamação que afeta o sigmoide (extremidade inferior do cólon e o
reto); presença de dor abdominal, cólicas e diarreia sanguinolenta
● proctite ulcerativa: inflamação que se localiza próximo ao ânus; com sangramento retal
● pancolite: afeta toda a extensão do cólon; diarreia sanguinolenta, fadiga, cólicas
abdominais e perda de peso
● colite do lado esquerdo: a inflamação afeta o reto, o cólon sigmoide e o ascendente; dor
do laso esquerdo do abdome, cólicas abdominais, diarreia sanguinolenta e perda de peso
● colite ulcerativa severa aguda: afeta toda a extensão do cólon; febre, diarreia abundante
e incapacidade de alimentação
Causa indeterminada, mas acredita-se que seja desencadeada por distúrbios no sistema
imunológico, em que o organismo não reconhece o intestino grosso e o ataca como se fosse um
patógeno.
CARACTERES PROPEDÊUTICOS
CAUSAS
As causas variam de acordo com o tipo de diarreia.
● diarreia osmótica: aumento na pressão osmótica do conteúdo intraluminal
○ má absorção
○ aumento na ingesta de fibras ou alimento exagerado (acima da capacidade
absortiva)
○ intolerância a lactose (sem a enzima lactase causa desequilíbrio)
○ doença celíaca: paciente come pouco e tem diarreia volumosa que cessa com o
jejum (atrofia das vilosidades intestinais)
Sabrina Carvalho Miname
○ deficiência pancreática
○ linfaglectasia intestinal: os vasos linfáticos deformados comprometem o
transporte de quilomícrons p/ o ducto linfático mesentérico levando a má
absorção
○ hiperproliferação bacteriana do ID
● diarreia secretora: aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal
○ ação de enterotoxinas bacterianas (Vibrio cholerae, Salmonela e E. coli) ou
medicamentos (prostaglandinas e teofilina)
○ ação hormonal (tumores neuroendócrinos)
● diarreia exsudativa: aumento de permeabilidade na mucosa
○ alterações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas na mucosa intestinal
○ ex: doenças inflamatórias e linfomas difusos no intestino delgado
○ acontece em doenças inflamatórias e linfomas difusos no intestino delgado, como
doença de Chron, retrocolite ulcerativa, linfomas, tumores e patógenos
○ pode ou não estar acompanhada de febre
○ OBS: desinteria é um subtipo!!!!
● diarreia motora: alteração na motilidade do intestino delgado
○ acontece em hipertireoidismo e diarreia funcional, onde o trânsito do intestino
delgado é acelerado
○ síndrome do colon irritavel
○ gastrectomia e síndrome de Dumpin
INÍCIO
A diarreia tem início quando há um desequilíbrio entre absorção e secreção de água e
nutrientes pelo intestino, mas como começa?
FATORES DESENCADEANTES
Não achei.
TIPOS
A diarreia pode ser classificada de acordo com as características clínicas ou característica
e origem da diarreia. Sobre as características clínicas temos:
● diarreia alta:
○ causas osmóticas
○ poucas dejeções ao dia, fezes volumosas, presença de restos alimentares e
ausência de muco
○ acompanhada de cólicas
Sabrina Carvalho Miname
○ pode ocorrer durante a noite e nesse caso também envolverá o intestino grosso
○ pode cessar com jejum e ter distensao abdominal
○ é + distal - intetsino delgado
● diarreia baixa
○ causa: ?
○ múltiplas dejeções ao dia, pouco volumosas, sem restos alimentares e com
presença de muco, pus e pode conter sangue
○ pode gerar cólica e mais evacuações (urgência e tenesmo)
○ não ocorre durante a noite pq o cólon está “dormindo”
○ é + proxima - intestino grosso
● diarreia aguda
○ acontece em retocolite ulcerativa e câncer
○ fezes amolecidas e com sangue
○ dura menos de 14 dias
○ 3 episódios de diarreia em 24h acompanhada de cólica abdominal, febre, sangue
ou muco nas fezes, náuseas e vômitos
● diarreia crônica
○ síndrome do cólon irritável
○ dura de 14 dias até mais de 4 semanas
■ esteatorreia
■ inflamatória
■ aquosa (secretora ou osmótica)
● Não-inflamatória: fezes aquosas, volumosas, sem sangue muco ou pus, geralmente sem
febre.
● Inflamatória: evacuações frequentes, pequeno volume, com muco ou pus, algumas com
sangue. É comum febre, toxemia, dor abdominal intensa, tenesmo e leucocitose
associada.
Sobre as características e origem da diarreia temos:
● diarreia osmótica: aumento na pressão osmótica do conteúdo intraluminal (melhora com
jejum)
● diarreia secretora: aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal
● diarreia exsudativa: aumento de permeabilidade na mucosa
○ diarreia inflamatória é um subtipo da exsudativa? pq na inflamatória não
consegue absorver
● diarreia motora: alteração na motilidade do intestino delgado
Sabrina Carvalho MinameFREQUÊNCIA/ DURAÇÃO
São classificadas como agudas, subagudas ou crônicas
● agudas: quando duram menos de 14 dias e tendem a ter etiologia bacteriana, viral,
alérgica ou por toxina
● crônicas, se duram mais que 1 mês e tendem a ser não infecciosas
● subagudas: entre 15 e 30 dias.
● OBS: ALGUMAS SÃO AUTO RESOLUTIVAS ENTÃO NÃO PODEMOS AFIRMAR QUE TODAS
PODEM EVOLUIR A SER CRÔNICAS
VOLUME, CONSISTÊNCIA E ASPECTO
● volume: muito ou pouco volumosas
● consistência: aquosa ou firme
● aspecto: gorduroso ou não
● presença de restos alimentares, muco ou sangue
● cor: mais branco, marrom café, marrom forte(+ escuro)
ODOR
● inodoro, odor normal ou forte (fétida)
FATORES QUE ACOMPANHAM
A diarreia pode estar acompanhada de dor abdominal, febre, pirose (sensação de
queimação retroesternal), emagrecimento, tosse, desidratação, astenia e flatulência.
EVOLUÇÃO
??????????
FATORES DE MELHORA OU PIORA
Os fatores de melhora ou piora não se aplicam a todos os casos de diarreia!!
● melhora: jejum
● piora: uso de medicamentos, questões emocionais (estresse por exemplo), modificações
alimentares sem orientação médica
Sabrina Carvalho Miname
INTERROGATÓRIO SOMATOLÓGICO: APARELHO DIGESTÓRIO
EM ORDEM ALFABÉTICA
Alterações da voz. Disfonia; afonia; voz lenta e monótona; voz fanhosa ou anasalada.
● disfonia: dificuldade para produzir sons ou alteração da voz (tom ou qualidade)
● afonia: perda total da voz
● fanhosa/anasalada: insuficiência no controle de fluxo de ar para o nariz no momento da
fala
Acolia fecal. Fezes esbranquiçadas com aspecto esfarelado por conta da ausência de bilirrubina
Diarreia. aumento do teor líquido das fezes, geralmente associada ao aumento do número de
evacuações e do volume fecal (maior que 200g em 24h) - normal de 3x/ dia a 3x/semana-
Duração; volume; consistência, aspecto e cheiro das fezes.
Disfagia. Dificuldade à deglutição; disfagia alta (bucofaríngea); disfagia baixa (esofágica).
Dispepsia. Conjunto de sintomas constituído de desconforto epigástrico, empanzinamento,
sensação de distensão por gases, náuseas, intolerância a determinados alimentos.
Distensão abdominal. Sensação de gases no abdome.
Distensão abdominal, flatulência e dispepsia. Relação com ingestão de alimentos.
Dor. Localização na região epigástrica; outras características semiológicas.
Dor. Espontânea ou à deglutição. Verificar as outras características semiológicas da dor.
Dor de garganta. Espontânea ou provocada pela deglutição. Verificar todas as características
semiológicas da dor.
Enterorragia e Hematoquezia correspondem à eliminação de sangue vivo, não digerido, pelo
ânus, associado ou não à presença de coágulos.
Eructação. Ato de arrotar; expulsão de gases do estômago pela boca. Relação com a ingestão de
alimentos ou com alterações emocionais.
Esteatorreia. Aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes.
Halitose. Mau hálito.
Sabrina Carvalho Miname
Hematêmese. Vômito de sangue; características do sangue eliminado; diferenciar de epistaxe e
de hemoptise.
● hemoptise está relacionado a doença pulmonar, com sangue aerado e precedida de
tosse
● epistaxe: hemorragia nasal
● hematêmese é uma excreção marrom (devido a reação do sangue com o suco gástrico),
que sai pela boca e tem origem gastrointestinal, indicando hemorragia digestiva alta
hematoquezia é hemorragia por via retal de cor avermelhada ou de cor marrom.
Hemorragia digestiva. Aspecto “em borra de café” (melena vindo da reação do sangue com o
bolo fecal) ou sangue vivo (enterorragia vindo do intestino grosso)
Inapetência ou anorexia. Ausência de apetite
Náuseas e vômitos. Horário em que aparecem; relação com a ingestão de alimentos; aspecto
dos vômitos.
Obstipação intestinal. Quando uma pessoa evacua menos de três vezes por semana ou tem
dificuldade para evacuar. Duração; aspecto das fezes.
Odinofagia. Dor retroesternal durante a deglutição.
Perversão do apetite. Desejo de comer alimentos não convencionais, como comidas crus,
objetos etc
● geofagia: prática de comer substâncias terrestres
Pigarro. Ato de raspar a garganta.
Pirose. Sensação de queimação retroesternal; relação com a ingestão de alimentos ou
medicamentos; horário em que aparece.
Polifagia ou hiperorexia. Aumento anormal do apetite.
Prurido. Intensidade; horário em que predomina.
Proctorragia. Hemorragia retal
Regurgitação. Volta à cavidade bucal de alimento ou de secreções contidas no esôfago ou no
estômago.
Sangramento anal. Relação com a defecação.
● é a presença/liberação de sangue pelo canal anal; normalmente associada a atrito,
doenças sexualmente transmissíveis, ou doenças gastrointetsinais
Sabrina Carvalho Miname
● fezes com sangue são consideradas sangramento anal?
Sialose (sialorreia ou ptialismo). Produção excessiva de secreção salivar.
Sialose é só o fluxo de saliva, é um termo confuso!!!
Sialosquiese. diminuição ou ausência de secreção salivar (“boca seca”)
Tosse. Expiração repentina, vigoroso e involuntária ao liberar o ar e limpar uma irritação na garganta ou
nas vias aéreas. Seca ou produtiva; tosse rouca; tosse bitonal.
Tenesmo é uma vontade intensa de evacuar, mas a sensação é de não ocorrer esvaziamento
completo ou nem ocorrer a evacuação
Vômito. expulsão oral forçada de conteúdos gástricos como resultado de contração retrógrada
do duodeno e antro com compressão da musculatura do tórax e do abdome.
Sabrina Carvalho Miname

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