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Alcoolismo: Problema de Saúde Pública

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Alcoolismo
INTRODUÇÃO 
O consumo de álcool é uma característica cultural da sociedade e está associado à busca de prazer, à compensação de medos, à comemoração de conquistas e ao alívio do estresse e/ou de dores físicas. Porém, quando o uso dessa substância se torna repetitivo e leva o indivíduo à perda do autocontrole, gerando impactos na sua vida social, familiar, profissional, bem como na saúde física e mental, caracteriza-se uma dependência química.
O alcoolismo tem aumentado progressivamente em toda sociedade, tornando-se um problema de saúde pública, e seu uso constante está ligado aos fatores, como fácil acesso e baixo custo.
Nos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, as bebidas alcoólicas representam um dos principais fatores de doença e morbidade.
Considerada uma droga lícita, o álcool é um dos principais responsáveis pelas causas de óbitos por abuso de drogas no Brasil. De oito mil mortes por ano, o álcool é responsável por 85% delas. O número de dependentes cresce substancialmente, afetando tanto jovens quanto adultos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
	Concentração de etanol no sangue (g/l)
	Comportamento
	Sintoma
	Até 0,5
	Sóbrio
	Não há
	0,5 – 1,2
	Eufórico
	Redução da atenção e do controle
	1,2 – 2,5
	Agitado
	Descontroles físico e emocional
	2,5 – 3,0
	Confuso
	Tontura, perda de sensibilidade e fala embolada
	3,0 – 4,0
	Apático
	Vomito e inconsciência
	4,0 – 5,0
	Coma
	Insciência e inatividade
A síndrome de abstinência alcoólica é um conjunto de sintomas que se manifestam quando uma pessoa habituada a ingerir álcool constantemente suspende o consumo. No processo de reabilitação, o primeiro passo normalmente é cortar toda e qualquer ingestão de bebida alcoólica. Como essa mudança acaba sendo abrupta, o organismo se manifesta por meio dos sintomas da abstinência.
São muitos os sintomas da abstinência alcoólica, mas os mais comuns são ansiedade, agitação, suor excessivo, alterações de humor, dores fortes de cabeça, alteração na pressão arterial, náusea, vômito, diarreia, taquicardia, confusão mental, alucinações, insônia, fraqueza, ataques de pânico.
Quando não há uma intervenção especializada, os sintomas tendem a se tornar mais intensos e perigosos, incluindo anorexia, convulsões, depressão, podendo até levar à morte.
CONSEQUÊNCIAS FISIOLÓGICAS 
O uso abusivo de álcool contribui para o crescente aumento de problemas clínicos, sociais e econômicos, causando danos graves à saúde como: cirrose e pancreatite alcoólica, demência, polineuropatia, miocardite, desnutrição, hipertensão arterial, infarto do miocárdio e certos tipos de câncer (boca, faringe, laringe, esôfago e fígado).
O álcool exerce ação lesiva sobre os tecidos por ação direta e pelos radicais livres e metabólitos tóxicos formados durante o seu metabolismo, em especial o aldeído acético. O aldeído acético tem ação tóxica direta e indireta, sendo esta última pela reação imunológica que causa. Os órgãos comumente mais afetados são o fígado, o pâncreas e o sistema nervoso central e periférico com a consequente deficiência funcional desses órgãos. A disfunção hepática pode levar à elevação sérica do lactato que, por sua vez, pode determinar acidose metabólica, hiperuricemia e alterações no metabolismo de carboidratos, lípides, proteínas, incluindo colágeno. 
O álcool, sendo fonte de calorias (um grama de álcool fornece 7 calorias), causa perda do apetite, determinando menor ou quase nenhuma ingestão de alimentos e nutrientes com consequente emagrecimento e desnutrição, decorrentes de deficiências de proteínas, de ácido fólico e vitaminas A e B.
Foi observado que lesões histológicas mais avançadas, do tipo cirrose, dependem do tempo de alcoolismo; que a maior incidência de hepatite aguda se dá quando há aumento da quantidade de bebida ingerida usualmente e que cerca de 20% dos alcoolistas podem desenvolver cirrose hepática quando o homem ingere 60 a 80 gramas e a mulher, 20 gramas de álcool diariamente num período de 10 anos, na ausência de outros fatores agressores do fígado. Quando outros fatores agressivos para o fígado estão associados ao alcoolismo, a cirrose hepática pode surgir com doses diárias menores de álcool e em menor tempo de uso.
Podem ocorrer logo no início do consumo, ou com o uso moderado de álcool:
· Enrubescimento da face: quando bebemos, temos uma vasodilatação na nossa circulação periférica, e nossos rostos ficam vermelhos. 
· Dor de cabeça: também por conta da vasodilatação, podemos ter dor de cabeça.
· Prejuízo de julgamento: o uso do álcool altera a percepção que temos de nós mesmos e, consequentemente, o julgamento que fazemos de nossas possibilidades e impossibilidades, diante de um estado de embriaguez.
· Humor instável: alguns se descontraem com o uso do álcool, outros ficam irritados e, algumas vezes, agressivos.
· Diminuição da atenção: a atenção está diretamente ligada a um estado de alerta. Com o relaxamento provocado pelo álcool, nossa atenção fica diminuída.
· Diminuição dos reflexos: pequenas quantidades de bebida alcoólica já são capazes de interferir na qualidade dos reflexos motores – esse é o perigo da combinação álcool e carro.
· Fala arrastada: o relaxamento produzido pelo uso do álcool faz com que nossa fala fique arrastada mesmo que possamos não perceber esse sintoma.
· Funcionamento social ou profissional prejudicado: o prejuízo no julgamento e o humor instável, por exemplo, podem levar o indivíduo a ter comportamentos inadequados e, assim, passar por situações desagradáveis, como falar muito alto, chorar ou dançar em um restaurante calmo e silencioso. No ambiente profissional, a falta de atenção, a dificuldade na coordenação motora, a sonolência e mesmo a ressaca do dia seguinte podem prejudicar consideravelmente o desempenho de quem consumiu álcool.
· Coma alcoólico: o álcool tem uma característica protetora em relação à “overdose”. Quando um indivíduo bebe exageradamente, ele vomita ou dorme, interrompendo, assim, seu uso e também diminuindo a quantidade de álcool que fica circulando pelo organismo. Mesmo assim, o consumo dessa droga em quantidade excessiva pode ocasionar desmaios, perda de consciência e até a morte se não houver atendimento adequado.
· “Overdose” – é uma dose exagerada para determinado organismo em determinada hora. As quantidades de álcool podem ser diferentes para que cada um de nós tenha uma “overdose”. “Coma alcoólico” – é a “overdose” para o uso de álcool
Ocorrem depois de muito tempo de uso ou depois de instalada a dependência:
· Perda da memória: o uso exagerado de álcool pode ocasionar uma perda da memória do usuário. Caracteriza-se por uma deficiência acentuada da memória recente.
· Perda de apetite: o álcool é calórico, mas sua caloria é vazia. Logo, quanto mais o indivíduo vai aumentando o consumo, menos fome ele tem e mais anêmico ele vai ficando. Outro fator importante que é consequência da ingestão de alimentos de forma inadequada é a deficiência vitamínica.
· Impotência sexual: em geral os homens relatam uma excitação sexual exagerada, mas uma impossibilidade de ereção. Considera-se que esse é um fator que aumenta o ciúme patológico.
· Irritações gástricas: muitas vezes, as pessoas se queixam de irritações no estômago por terem bebido em demasia ou até vomitado demais.
TRATAMENTO 
O indivíduo dependente do álcool raramente irá admitir e compreender que está passando por um processo de enfermidade, pois ele acredita que poderá parar a qualquer momento que desejar. Esse fator impede que grande parte das pessoas etilistas busque tratamento necessário para ajudá-la, o que começa a acarretar fatores negativos para a mesma e para suas relações mais próximas.
Para iniciar um tratamento contra a dependência, uma das opções dos usuários de álcool é a internação hospitalar. O tratamento hospitalar de desintoxicação configura-se como internação de curta duração até a estabilidade clínica do usuário. Após a alta hospitalar, busca-se a inserção do indivíduo nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial. Trata-se de um momento delicado na vida do dependentequímico, pois o usuário permanece fora de seu habitat natural, longe de família e amigos por um período. Nesse momento, os vínculos com a equipe de saúde podem colaborar para o sucesso do tratamento, tanto durante o processo de desintoxicação como após a alta hospitalar.
Por meio do tratamento, será possível que o alcoolista volte para suas relações familiares, sociais e a ter acesso a atividades profissionais, ou seja, ele começaria a retornar à sua vida com as atividades que fossem interrompidas. Para ajudar nessa reinserção, dar apoio e acolhimento aos alcoolistas, existem o grupo dos Alcoólicos Anônimos (AA) e outros grupos que fazem trabalhos de auxílio ao alcoolista e consumidores de outras drogas oferecidos de maneira gratuita pelo poder público. O grupo dos AA baseia-se em uma comunidade onde participam pessoas de ambos os sexos, compartilham entre si suas perdas, dificuldades, consequências, forças e determinantes que os auxiliam na resolução e recuperação frente ao alcoolismo. Isto ocorre como forma de ajudarem os outros participantes em um bem comum: vencer o vício. 
IMPACTOS NA VIDA SOCIAL E FAMILIAR 
Ainda que seja ingerido em poucas quantidades, acarreta consequências graves para todos ao redor do alcoolista. Os malefícios provocados pelo alcoolismo vão além, pois pessoas que possuem essa dependência têm maiores chances de sofrer algum tipo interferência no ambiente de trabalho, ou seja, é prejudicial tanto para as relações familiares quanto para as relações do meio social e profissional.
A realidade da família que convive com o alcoolismo é de preocupações e conflitos, o que desgasta as relações afetivas no convívio familiar.
INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA AGUDA
Intoxicação alcoólica (ou embriaguez) é uma condição temporária causada pelo consumo de álcool. A intoxicação por álcool grave também é conhecida como envenenamento por álcool. Sintomas como aumento da sensação de bem-estar e da confiança social, ou batimento cardíaco acelerado podem ocorrer mesmo com níveis baixos de álcool no sangue. Com níveis crescentes de álcool no sangue, podem ocorrer sintomas como tonturas, náuseas, vômitos, alterações na fala ou perda de controle sobre os movimentos do corpo. Em casos graves, a intoxicação alcoólica provoca coma e até mesmo a morte. A intoxicação por álcool é geralmente tratada com a administração de fluidos. Pessoas que têm intoxicação leve a moderada geralmente se recuperam bem, embora possam sofrer a chamada ressaca, com sintomas de dor de cabeça, náuseas e vômitos por 1 ou 2 dias.
A intoxicação por álcool é causada por uma ingestão excessiva de álcool; é uma condição muito comum. A taxa de absorção do álcool e o risco associado de intoxicação alcoólica dependem não apenas da quantidade de álcool, mas também do contexto em que foi consumido. Pessoas que normalmente não bebem álcool muitas vezes tendem a ficar embriagados mais rapidamente e mais severamente do que as que bebem mais regularmente, embora isso nem sempre seja o caso. Mulheres e adultos mais jovens podem ficar intoxicados mais facilmente do que os homens, devido à diferença no tamanho do corpo e a capacidade de processar álcool. Beber com o estômago vazio, beber rapidamente, ou beber bebidas mais fortes do que as que a pessoa está acostumada, tudo isso aumenta o risco de se intoxicar.
Os sintomas dependem do nível de álcool no sangue e se o indivíduo bebe álcool regularmente. Os primeiros sintomas de intoxicação alcoólica incluem batimento cardíaco rápido, uma sensação de bem-estar e confiança, vermelhidão da pele e um caminhar instável. Os sintomas de intoxicação mais grave costumam ser desinibição, náuseas, vômitos, atenção reduzida, fala arrastada, perda de controle dos movimentos corporais, sonolência e perda de consciência (apagões). Pessoas gravemente intoxicadas podem ficar muito frias, desidratadas e podem chegar a ter convulsões.

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