Buscar

9

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ADMINISTRAÇÃO 
DA PRODUÇÃO E 
OPERAÇÕES
Gisele Lozada 
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
A238 Administração da produção e operações [recurso 
eletrônico] / Organizadoras, Gisele Lozada. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2016.
Editado como livro impresso em 2016.
ISBN 978-85-69726-61-6
1. Administração - Produção. 2. Administração – 
Operações. I. Lozada, Gisele.
CDU 658.5
Planejamento da capacidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Analisar a importância do planejamento e controle da produção 
para a capacidade produtiva.
 � Identificar as necessidades de recursos para o atendimento das 
estimativas de vendas.
 � Reconhecer como a utilização dos recursos pode interferir na ca-
pacidade produtiva e nos resultados da organização.
Introdução
Planejar e controlar a capacidade produtiva representam processos 
indispensáveis para que a organização consiga atingir seus objetivos. 
É através do planejamento e controle que a empresa consegue de-
finir o que, quanto, onde, como e quando vai produzir, gerenciando 
adequadamente todos os recursos envolvidos. Assim, poderá esta-
belecer objetivos de desempenho e gerar melhores resultados. Isso, 
porém, não significa apenas produzir mais, pois a eficiência da capa-
cidade está diretamente relacionada a um fator: a demanda. Neste 
sentido, a empresa precisa conhecer a demanda, para, a partir dela, 
organizar e gerenciar sua produção e garantir que ela possa atender 
adequadamente às necessidades sinalizadas pelo mercado. Neste 
contexto, o planejamento da capacidade busca encontrar meios de 
adequar a habilidade de fornecimento da empresa, de tal modo que 
promova o equilíbrio entre capacidade e demanda.
Neste texto, você vai estudar a importância do planejamento e 
controle da produção para a capacidade produtiva das organizações. 
Além disso, identificará a necessidade de recursos para o atendimen-
to da demanda, bem como reconhecerá como a utilização adequada 
destes recursos pode otimizar a capacidade produtiva, contribuindo 
para os resultados da organização.
Planejamento, programação e controle 
da produção 
PPCP é uma função prática e administrativa voltada a fazer planos que orientem 
a produção e sirvam para seu controle. Na verdade, é um conjunto de funções 
inter-relacionadas que buscam comandar o processo produtivo e coordená-lo 
com os outros setores da empresa. O PPCP também recebe outros nomes, como: 
 � planejamento e controle da produção (PCP);
 � planejamento, programação e controle da produção e dos materiais 
(PPCPM)
 � sistema de planejamento de produção (PPS, do inglês production planning 
system).
Com o PPCP, você organiza a aplicação dos recursos humanos, equipamentos e ma-
teriais, controlando as ações para corrigir eventuais desvios dos planos e programas e 
monitora a produção, estoques e as vendas. 
O PPCP é um sistema de informações de produção. Ele recebe dados 
sobre os seguintes aspectos: 
 � estoques existentes; 
 � vendas previstas; 
 � linhas de produtos; 
 � maneiras de produzir; 
 � capacidade produtiva. 
Essas informações são processadas pelo PPCP para gerar ordens de pro-
dução e de compras. Quando as ordens são executadas, passam a ser objeto 
de monitoramento.
245Planejamento da capacidade
São várias as situações internas ou externas que podem gerar desvios e ne-
cessidades de correções no planejamento e no controle da produção. Conheça 
algumas delas: 
 � falta de material e de mão de obra; 
 � quebras de máquinas; 
 � falta de energia elétrica, combustível, água, gás, ar comprimido e ou-
tros suprimentos; 
 � demora da manutenção na liberação de máquinas; 
 � demora na fabricação, por ineficiência do homem e/ou da máquina; 
 � paralisações e outros eventos não previstos;
 � refugo de produtos;
 � demora na liberação de produtos pelo controle de qualidade. 
Objetivos
Veja, no Quadro 1, os principais objetivos do PPCP.
Determinar o produto a ser entregue.
Estabelecer a quantidade a ser produzida.
Calcular as necessidades de materiais a serem usados. Quanto e quando serão usados.
Quantificar a necessidade de mão de obra.
Calcular o prazo (lead time) de produção.
Quadro 1. Objetivos do sistema de planejamento, programação e controle da produção.
Assim, de acordo com o Quadro 1, o PPCP responde às seguintes questões: 
 � o quê vai ser produzido; 
 � quanto vai ser produzido; 
 � onde vai ser produzido; 
 � como vai ser produzido; 
 � quando vai ser produzido.
Administração da produção e operações246
Etapas
Conheça, a seguir, as quatro etapas do PPCP. 
a. Planejamento: Você elabora os planos, determinando o que deverá acon-
tecer. Esses planos devem responder às questões anteriores. A progra-
mação, que tem prazo mais curto do que o planejamento, encaixa-se 
nesta etapa.
b. Monitoramento: Você acompanha a execução do plano para levantar, 
medir e registrar os dados da execução. Por exemplo, as quantidades 
e os prazos das ordens são monitorados. O monitoramento se dá no 
presente, podendo-se fazer correções na produção. 
c. Controle: Você verifica o que, quando, onde e como algo foi produzido. 
O controle se dá sobre atividades do passado, portanto, não há como 
corrigir. Às vezes, gasta-se muito tempo com o controle e pouco com 
monitoramento, quando se pode corrigir a tempo os problemas, evitando 
que se repitam.
d. Análise de dados: Você analisa os dados registrados nas etapas de moni-
toramento, originando informações para uma reprogramação ou replane-
jamento. Os dados de controle são utilizados para analisar os resultados.
Figura 1. Etapas do PPCP.
PLANEJA
REALIMENTA COM INFORMAÇÕES
MONITORA CONTROLA ANALISA DADOS
Veja, a seguir, o que significa cada letra do acrônimo “PPCP”.
P de “planejamento”
“Planejar” significa montar um plano, traduzir a previsão em um plano. Na 
previsão, você prevê como cada evento vai acontecer e quais serão seus resul-
tados. No planejamento, normalmente as quantidades planejadas são diferentes 
das quantidades previstas, por causa de questões como capacidade de produção 
e políticas de capacidade. Esta etapa inclui decisões sobre capacidade versus 
demanda.
247Planejamento da capacidade
O planejamento estratégico envolve mudanças de longo prazo, que nor-
malmente estão relacionadas à construção de plantas, ao desenvolvimento de 
uma nova tecnologia, à mudança de mercado e lançamento de uma nova linha 
de produtos. No médio prazo, é que se dá o planejamento de vendas em 
operações (PVO), que está no topo das atividades do PPCP, ao lado do Pla-
nejamento Financeiro. O PVO combina as visões de Vendas e de Operações 
(ou de Produção). A principal preocupação do PVO é equilibrar a demanda e 
suprimento em um nível agregado (quantidades por famílias de produtos de 
todas as unidades de negócio em períodos mensais).
O Planejamento da Operação também ocorre no médio prazo. Por exemplo, 
expressa as quantidades por famílias de produtos em cada unidade de ne-
gócio. Ele pode ser uma “cópia” da porção Operação do PVO ou pode ser o 
Programa Mestre de Produção, que é mais específico, mostrando os produtos 
que serão produzidos.
Figura 2. Ligações do Planejamento de Vendas e Operações. 
Fonte: Vollmann et al. (2006).
Planejamento estratégico
Planejamento 
de marketing
Planejamento 

nanceiro
Gerenciamento
da demanda
Planejamento 
de recursos
Planejamento da
capacidade bruta
Fronteira do PCP
Plano de
vendas
Plano de
operações
Planejamento de vendas
e operações (volume)
Programação mestre
de produção (mix)
P de “programação”
A programação da operação abrange o curto prazo, dividindo o horizonte de 
programação em intervalos, por exemplo, de horas, dias ou semanas.
A programação é o plano com maior nível de detalhe em termos de prazos, 
produtos e materiais. Diz quando cada atividade produtiva, incluindo os ma-
teriais que compõem os produtos, deve ser realizada. Pode chegar ao ponto 
Administração da produção e operações248
de programaro exato instante (a hora e o minuto) de início da atividade por 
recurso e exato instante (a hora e o minuto) de finalização da atividade. Ex-
pressa também a quantidade e o momento em que cada material é necessário. 
A partir desta informação um programa de compras pode ser montado.
C de “controle”
Inclui-se nesta etapa o monitoramento da produção. Qualquer desvio que 
aconteça no meio do processo pode ser corrigido rapidamente ou ser anali-
sado depois que a programação se tornar produção. Quando há um desvio, 
você pode replanejar ou reprogramar a operação. Ou tomar medidas de cor-
reção, mas sem alterar planos e programas. As ações de controle podem en-
volver monitoramento, controle e elaboração de planos de contingência.
P de “produção”
É o que é produzido para atender à demanda. A demanda pode ter diferentes 
comportamentos e, para cada um deles, você deve tomar diferentes medidas.
Para cumprir os planos e os programas da organização, você pode usar dife-
rentes soluções. Veja, a seguir, quais são as três mais utilizadas nos últimos anos.
 � MRP (Material Requirement Planning): São sistemas que se baseiam 
no cálculo das necessidades de materiais para produzir os produtos pro-
gramados. Calcula as necessidades líquidas dos materiais levando em 
conta os estoques disponíveis em cada período, as chegadas de ordens 
planejadas. Os períodos de programação são fixos – não contínuos - 
divididos em pacotes de tempo (tipicamente em dias ou semanas). O 
MRP é dito como um sistema de capacidade infinita, porque não con-
sidera as restrições de produção, nem o sequenciamento de cada ordem 
em cada recurso.
 � JIT: É uma filosofia japonesa que determina que tudo deve ser produ-
zido, transportado ou comprado no momento certo. A estratégia en-
volve a produção com baixos níveis de estoques e sem desperdícios, no 
tempo certo, na quantidade certa, na qualidade certa.
 � Capacidade finita de produção: A programação finita é detalhada para 
cada recurso. Faz o sequenciamento da produção, isto é, simula o carre-
gamento de cada recurso ligando-os, na linha do tempo e na sequência 
249Planejamento da capacidade
correta, com os recursos precedentes e posteriores que produzem a mesma 
ordem. Isto é feito para todas as ordens e todos os recursos. O carrega-
mento de cada recurso é limitado à sua capacidade. A programação finita 
leva em conta as restrições de recursos e de materiais, por isso é um pro-
grama muito mais realista que um programa gerado pelo MRP.
Atividades relacionadas
Diversas atividades estão relacionadas ao PPCP, como você pode ver no 
Quadro 2.
Previsão da demanda baseada no histórico e/ou em estimativas, utili-
zando-se de algumas das técnicas quantitativas ou qualitativas.
Cálculo da necessidade de recursos baseado no médio 
e longo prazo, baseado no planejamento.
Planejamento agregado de produção, isto é, pro-
dutos agregados em famílias de produtos.
Planejamento mestre da produção, também conhecido como “plano mestre”, 
que define quando e quanto de cada item (produto) deve ser produzido 
no horizonte de planejamento, que pode ser de semanas ou de meses.
Planejamento das necessidades de materiais (MRP) para a exe-
cução do plano de produção, indicando quanto, quais e quando 
os materiais (itens) precisam ser comprados ou fabricados.
Sequenciamento das ordens de produção em cada recurso. Determina o 
carregamento real de cada recurso, considerando as folgas e as esperas 
que ocorrem na linha do tempo do recurso, devido ao sequenciamento.
Controle da produção e de materiais para corrigir a programação, 
quando necessário, a fim de atender os pedidos dos clientes.
Programação das paradas de máquinas e equipamentos.
Quadro 2. Atividades relacionadas ao sistema de planejamento, programação e controle 
da produção.
A função de PPCP pode estar ligado à área industrial ou à área de logís-
tica. O PPCP faz os planos de produção, monitora e controla sua execução. A 
Produção executa a programação. 
Administração da produção e operações250
O PPCP ganhou muito em eficácia com o desenvolvimento de novas tec-
nologia de hardware e de software. Enquanto o MRP remonta aos tempos do 
armazenamento de dados em fitas, os novos softwares de programação finita 
realizam a programação da operação inteira em computadores pessoais, em 
questão de minutos.
O PPCP é o coração da empresa. São as informações do PPCP (ordens) que determinam 
quando os materiais devem ser comprados e quando os produtos devem ser produ-
zidos, influindo diretamente na qualidade de atendimento ao cliente e nas vendas. Por 
isso, é o PPCP determina o fluxo financeiro da empresa. O PPCP pode melhorar ou 
piorar o desempenho financeiro, operacional e comercial da empresa.
As necessidades de matérias-primas, insumos 
e tecnologia para o atendimento do plano 
de vendas
O Planejamento utiliza as previsões de vendas como informação de entrada. 
O plano define as quantidades de produtos, de matérias-primas e de recursos 
que vão ser usados na produção. Além disso, determina quando os produtos 
devem ser fabricados e os materiais processados. A partir dessas informa-
ções, são planejados os seguintes aspectos: 
 � onde cada operação será realizada;
 � qual tecnologia será utilizada;
 � quais serão os prazos;
 � qual será a sequência de produção dos de produção dos itens em cada 
recurso; 
 � quando as matérias-primas e os materiais devem ser adquiridos (plano 
de compras); 
 � quando será a manutenção preventiva e o embarque de produtos expe-
dição, dentre outras informações.
251Planejamento da capacidade
A execução da produção é, também, uma função do PPCP. As ordens de 
produção são acompanhadas para verificar os prazos e as quantidades. Os 
dados das máquinas são coletados a fim de controlar a eficiência. 
Além das ordens de produção utiliza outros documentos como os que você 
vê no Quadro 3.
Requisições de materiais.
Requisições de matéria-prima e insumos.
Listas de materiais e roteiros de produção.
Controle de mão de obra.
Relatórios de carga de máquinas.
Relatórios de produção.
Relatórios de controle de qualidade.
Mapa de custo da produção.
Desenhos de fabricação.
Relatórios de estoque disponível.
 Controle de eficiência de máquinas.
Ordens de compra.
Quadro 3. Documentos usados ou decorrente de 
informações do PPCP.
Em ambientes de produção diferentes, a importância e o impacto das decisões do 
PPCP podem variar consideravelmente. Se a estratégia de produção é produzir para es-
toques (MTS – make to stock), os programas não são tão críticos porque erros eventuais 
podem ser cobertos pelo estoque e os prazos de entrega podem ser reduzidos utili-
zando o estoque de produtos. A estratégia de produzir para pedidos (MTO – make to 
order) não mantém estoques. A produção atende diretamente os pedidos dos clientes. 
Um atraso na produção implica atraso de entrega do pedido.
Administração da produção e operações252
O planejamento e a utilização dos recursos produtivos
A produtividade das operações, o atendimento ao cliente e os custos estão 
diretamente ligados à utilização de recursos. Os objetivos do planejamento 
podem ser diversos: atender os clientes em prazo curto, mesmo a um custo 
maior; produzir just-in-time com baixos estoques; antecipar-se a demanda 
mantendo algum estoque; ou manter os custos unitários baixos utilizando ao 
máximo os recursos.
Este último objetivo requer algum cuidado, porque aumentar a produti-
vidade dos equipamentos individualmente não significa aumentar a produti-
vidade global da operação. Pode resultar em excesso de estoques, atrasos na 
entrega e em desorganização da produção.
Com o advento dos softwares de programação de capacidade finita, os 
problemas podem ser reconhecidos na fase de planejamento e corrigidos antes 
que aconteçam. Por exemplo, já durante a programação, pode-se se identificar 
um gargalo e tentar resolvê-lo ampliando o tempo de operação, descarregando 
suas atividades transferindo-as para outros recursos, aproveitando os setupspara fazer várias ordens ou tomando outras medidas. Neste caso, se o objetivo 
é a qualidade do serviço admite-se a baixa utilização dos recursos não gar-
galos, sendo a utilização deste último a única preocupação.
Entretanto, se o objetivo é obter custos unitários baixos para recursos 
caros, o foco pode ser a máxima utilização do recurso. Nesse caso, mesmo 
não sendo gargalo, o recurso passará a maior parte do tempo produzindo. Tal 
como no caso de um recurso gargalo sua eficiência será monitorada com a 
máxima atenção. A eficiência dos outros recursos também merece atenção 
por que maior produtividade por equipamento significa necessidade de menos 
equipamentos. Menos capital investido na produção equivale ao aumento do 
giro de ativos e maior retorno sobre o investimento. 
A execução do planejamento também contribui para a utilização dos re-
cursos. Uma filosofia de gerenciamento vem chamando atenção das empresas 
pela melhoria que promove na utilização de todos os recursos produtivos. O 
Sistema Toyota de Produção (STP) ou Lean Manufacturing faz com que mate-
riais, pessoas e máquinas sejam melhor utilizadas eliminando os desperdícios 
dos processos de produção.
O principal objetivo do STP é a eliminação de sete tipos de desperdícios ou 
perdas. Perdas é tudo que não agrega valor e adiciona somente custos. Conheça 
as Sete Perdas no Quadro 4.
253Planejamento da capacidade
Transporte
 � Desperdícios relacionados ao transporte desnecessário de 
materiais na produção, por exemplo, devido às máquinas 
distantes uma das outras (layout inadequados) ou estoca-
gem de materiais em processo.
Movimentos
 � Movimentos desnecessários de pessoas, máquinas e 
ferramentas. 
 � As pessoas podem passar mais tempo buscando matérias 
e insumos do que produzindo.
 � Uma prensa só agrega valor quando conformando, em 
contato com o material. Enquanto está se movimentando 
em direção à peça não agrega valor.
 � As ferramentas podem estar longe de onde são usadas, 
sendo necessário ir buscá-las cada vez que forem usadas. 
Estoques
 � O STP declara o estoque como o maior desperdício.
 � Estoques altos escondem outros desperdícios tais como 
defeitos e perdas por espera. Em vez de corrigir a causa 
de um defeito no produto, substitui-se o item defeituoso 
por outro existente no estoque.
Espera
 � Materiais esperando para serem processados aumentam 
o lead time de produção. 
 � Pessoas à espera de materiais ou de máquinas disponíveis. 
 � Materiais a serem processados à espera de pessoas 
(pessoas ocupadas com outras atividades).
Superprodução
 � Produzir acima da quantidade necessária ou antes do 
momento necessário.
 � Este tipo de perdas é típico da produção em lotes.
 � Produzir antes do momento necessário faz com que os 
produtos fiquem à espera da demanda.
Defeitos
 � Defeitos em produtos, documentos, entregas de merca-
dorias (p. ex., fabricar o produto com defeito ou fora das 
especificações; NFs com erros e embalagens danificadas).
Processos 
desnecessários
 � Execução de tarefas desnecessárias para fabricar um 
produto/serviço. 
 � Retrabalho de peças com defeitos. 
 � Realização de muitas inspeções, muitos controles, em vez 
de focar a eliminação das causas dos defeitos.
Quadro 4. As sete perdas do STP.
Administração da produção e operações254
Eliminar os desperdícios é uma tarefa contínua, sem fim. Você pode re-
duzir as perdas usando um programa de Melhorias Contínua (ou Kaizen).
Não perca muito tempo identificando e classificando os desperdícios se você não tiver 
uma intenção firme de eliminá-los; isso seria apenas mais uma forma de desperdício.
Outras formas de melhorar os resultados da fabricação são: 
 � diminuir os tempos de preparação das máquinas; 
 � simplificar o fluxo de materiais na fábrica; 
 � reposicionar as ferramentas utilizadas.
255Planejamento da capacidade
1. Assinale a alternativa que apresenta 
um dos principais objetivos do PPCP.
a) Determinar quais clientes serão 
atendidos.
b) Estabelecer a qualidade do pro-
duto a ser produzido.
c) Calcular as necessidades de mate-
riais a serem usados.
d) Qualificar a mão de obra.
e) Transformar os materiais em 
produtos.
2. Assinale a alternativa que apresenta 
dois exemplos de documentos 
usados para comunicar a ordem de 
produção.
a) Requisições de materiais e requisi-
ções de matéria-prima e insumos. 
b) Listas de serviços ou roteiros de 
produção e normas de produção.
c) Qualificação da mão de obra e 
fichas de carga de serviços.
d) Relatórios de produção e registros 
de não conformidades. 
e) Fichas de rateio de custos e 
pedidos de Compra.
3. Assinale a alternativa que mostra um 
elemento que faz parte do PPCP.
a) Células de manufatura.
b) Controle de Qualidade.
c) Sistema Toyota de Produção.
d) Programação da Produção.
e) Just-in-time.
4. Assinale a alternativa que mostra 
uma das Sete Perdas do Sistema 
Toyota de Produção.
a) Estoques.
b) Retrabalho.
c) Embarque.
d) Embalagem.
e) Preparação de máquinas.
5. A utilização dos recursos de pro-
dução afeta os custos e o nível de 
serviço ao cliente. Assinale a alterna-
tiva correta.
a) A eficiência do recurso gargalo 
e dos recursos não gargalos 
merecem a mesma atenção.
b) Não é possível identificar um 
gargalo na programação.
c) O atendimento ao cliente não 
é afetado pela utilização dos 
recursos.
d) A utilização dos gargalos deve ser 
maximizada.
e) Aumentar a utilização de todos 
os recursos, exceto do gargalo, 
aumenta capacidade global da 
produção.
Administração da produção e operações256
VOLLMANN, T. E. et al. Sistemas de planejamento e controle da produção para gerencia-
mento da cadeia de suprimentos. 5. ed. Porto Alegre : Bookman, 2006. 
Leituras recomendadas
AUGUSTO JUNIOR, O. Estrutura e métricas seis sigma. Curitiba: [s.n.], 2010.
BATOCHIO, A.; MAESTRELLI, N. C. Avaliação de desempenho de células de manufatura: 
estudo de caso. In: CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 15., 1995, 
São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 1995.
CORREA, H. L. Planejamento, programação e controle da produção. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2001.
COSTA JUNIOR, E. L. Gestão em processos produtivos. Curitiba: Ibpex, 2008.
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2006.
SÉRIO, L. C. Tecnologia de grupo no planejamento de um sistema produtivo. São Paulo: 
Ícone, 1990.
Referência
257Planejamento da capacidade

Continue navegando