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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA / PUC-Rio MICROECONOMIA II Profs. Marcos Antonio C. da Silveira e Eduardo P.S. Fiuza Nota de Aulas 7 e 8: Monopólio QUADRO 2 ALGUMAS ESTRUTURAS DE MERCADO BÁSICAS Estrutura de Mercado Vendedores Compradores Barreiras à Entrada Número Barreiras à Entrada Número Concorrência Não Muitos Não Muitos Monopólio Sim Um Não Muitos Monopólio bilateral Sim Um Sim Um Monopsônio Não Muitos Sim Um Oligopólio Sim Poucos Não Muitos Oligopsônio Não Muitos Sim Poucos Oligopólio bilateral Sim Poucos Sim Poucos Concorrência monopolística Não Muitos Não Muitos Bernardo Leão Teixeira MONOPÓLIO • Único vendedor • Consumidores tomadores de preços em um ou vários mercados, em um ou mais períodos. Programa de maximização do monopolista: ( ) ( ) ( )max Q Q RT Q CT QΠ ≡ − CPO: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0Q RT Q CT Q RMg Q CMg QQ Q Q ∂Π ∂ ∂ ≡ − ≡ − = ∂ ∂ ∂ CSO: ( ) ( ) ( )2 2 2 2 2 2 0 Q RT Q CT Q Q Q Q ∂ Π ∂ ∂ ≡ − ≤ ∂ ∂ ∂ Solução interior se Q*>0 (RMg = CMg) Solução de canto: Q*=0 (RMg < CMg) P* = P(Q*) Ainda se deve checar se Π(Q*)>0 Ex: CT(Q) = F + c⋅Q2 P(Q) = a – b⋅Q (DEMANDA INVERSA) Então: Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira RT(Q) = aQ – b⋅Q2 RMg(Q) = a – 2b⋅Q CMg(Q) = 2cQ CMe(Q) = F cQQ + Aqui P > CTMe => Π > 0 Aqui P < CTMe => Π < 0, muito embora a margem preço-custo- marginal (P-CMg)/P seja positiva! CMg RMg CTMe P(Q) $ RMg = CMg P(Q*) Q* CMg RMg CTMe P(Q) $ RMg = CMg P(Q*) Q* Q Q Algebricamente: ( ) ( ) ( )max Q Q P Q Q C QΠ ≡ ⋅ − CPO: ( ) ( ) ( ) 0P Q Q P Q C Qʹ′ ʹ′⋅ + − = Aqui: ( ) ( ) 2Q a b Q Q F c QΠ ≡ − ⋅ ⋅ − − ⋅ CPO: ( )2 2 0a b Q c Q− ⋅ − ⋅ = ou: ( ) 2 0b Q a b Q c Q− ⋅ + − ⋅ − ⋅ = ( ) * 2 aQ b c= ⋅ + ( ) ( ) 2* 2 a b cp b c ⋅ + = ⋅ + P’(Q)⋅Q P(Q) C’(Q) Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira maximizacao do lucro Substituindo em Π(Q): ( ) ( ) ( )max Q Q P Q Q C QΠ ≡ ⋅ − ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2* 04 4 a a Q F F b c b c Π = − > ⇔ < + + ( ) ( )22 4 * 0 a ase F b c b c Q caso contrario ⎧ <⎪ + +⎪ ⎪ ∴ = ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ Voltemo s à fórmula de monopólio: ( ) ( ) ( )P Q C Q P Q Qʹ′ ʹ′= − ⋅ ( *) CPp Q p∴ > Outra reordenação, dividindo por P: Markup (-) ( ) ( ) ( ) ( ) P Q C Q Q P Q P Q P ʹ′− ʹ′= − ⋅ ou: 1 L ε = onde L é chamado de índice de Lerner de poder de mercado (quanto a firma consegue cobrar acima de seu custo marginal) e ( ) 1 / /Q P Q P ε = − ∂ ∂ ⋅ é a elasticidade-preço própria da demanda. E se o monopolista escolher preço? ( ) ( )( )maxp p D p C D pΠ ≡ ⋅ − CPO: ( ) ( ) ( ) ( ) 0D p p D p C D pʹ′ ʹ′ ʹ′+ ⋅ − ⋅ =i ( ) ( ) ( )p C D p D pʹ′ ʹ′⎡ ⎤− ⋅ = −⎣ ⎦i Outra reordenação, dividindo por p.D’(p): Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira ( ) ( ) ( ) 1 / p C p D p p D p ʹ′− = ʹ′− ⋅ i ou: 1 L ε = Portanto, escolher preço ou quantidade é indiferente para um monopolista. CSO usando quantidade: ( ) ( ) ( )2 0P Q P Q Q C Qʹ′ ʹ′ʹ′ ʹ′ʹ′+ ⋅ − ≤ Então P”(q) < 0 é suficiente, mas não necessário (pode ser positivo, desde que não muito), para valer a CSO. CSO usando quantidade: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 22 0D p p C D p C D pʹ′ ʹ′ ʹ′ʹ′ ʹ′ʹ′ ʹ′⎡ ⎤ ⎡ ⎤+ − ⋅ − ⋅ ≤⎣ ⎦ ⎣ ⎦i i Analogamente, D”(p) < 0 é suficiente, mas não necessário (pode ser positivo, desde que não muito), para valer a CSO. (–) ? (+) (–) (+) ? (+) (+) Bernardo Leão Teixeira MONOPÓLIO E BEM-ESTAR ARGUMENTO CONVENCIONAL CONTRA O MONOPÓLIO CUSTO SOCIAL DO MONOPÓLIO Posner (1975): além do DWL, a busca pela posição de monopólio consome recursos (estratégias de rent seeking): • Custos de detenção de entrada (a serem estudados na seção sobre entrada); • P&D conducente a direito de monopólio sobre patente até o prazo de expiração (nos EUA: 17 anos); Obs: Subornos e propinas são transferências, não perdas líquidas. CMg RMg CTMe P(Q) $ RMg = CMg P(Q*) Q* Exc. Cons. Exc. Prod. DWL (perda de peso morto) Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira O consumo de recursos inclui: 1) Propaganda persuasiva; 2) Recursos gastos para se antecipar a entrantes, como, por exemplo, construção de capacidade instalada excessiva; 3) Custos de lobby (lobistas, advogados, etc,) – por exemplo, para aprovar leis ou defender as firmas no Cade; 4) Gastos excessivos em P&D resultantes de corrida de patente; GASTOS PODEM CHEGAR A DISSIPAR TODOS OS LUCROS SUPRA-NORMAIS OUTROS CUSTOS Ausência de concorrência => acomodação => produção ineficiente Enquanto em mercados competitivos a firma ineficiente tem que sair do mercado, no mercado monopolizado, os custos altos podem levar talvez a níveis de produção abaixo do ótimo, mas o monopolista sobrevive. Perde, por exemplo, noção de custos, por falta de comparador. Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira MONOPOLISTA NATURAL REGULADO Se o regulador no mercado acima tenta impor p = CMg , como sabemos que CMg < CTMe, há um prejuízo por parte da firma regulada que precisaria ser coberto por um subsídio, ou então o regulador deveria optar por uma solução second best: p = CTMe. Fica como exercício para casa: 1) Mostre (pode ser graficamente) que, se duas curvas de receita marginal de um monopolista cortam a curva de custo marginal num mesmo ponto, aquela que corresponde a uma CMg CTMe CMg RMg CTMe P(Q) $ RMg = CMg P(Q*) Q* Bernardo Leão Teixeira demanda mais elástica implica numa perda de peso morto menor; 2) Mostre (pode ser graficamente) que, partindo de um mesmo preço, a criação de um imposto sobre um produto monopolizado causará um maior aumento da perda de peso morto se a demanda for mais elástica (resultado de Ramsey). COMO NASCE UM MONOPÓLIO? 1) Através da manutenção de um segredo industrial. Por exemplo, em inglês as cordas de violinos foram chamadas de catgut (vísceras de gato) para desencorajar imitadores, já que matar gatos era considerado de mau agouro. 2) Através de leis: monopólios legais estatais ou operados pela iniciativa privada mediante concessão. Ex: Correios no Brasil, Petrobrás, distribuição de gás encanado, telefonia fixa antes da Lei Geral de Telecomunicações. 3) Há monopólios naturais, isto é, não consegue sobreviver mais de uma firma naquele mercado. A condição necessária para a existência de monopólio natural é a subaditividade de custos (Baumol, Panzar e Willig, 1982). Definição: custos são subaditivos se, para qualquer seqüência de q1, q2,...qk produzido por k> 2 firmas no intervalo relevante de produção, e seja Q = q1 + q2 + qk, então: C(Q) < C(q1) + C(q2) + ... + C(qk) (é mais eficiente para a economia ter uma só firma produzindo tudo). Note que q pode ser um vetor (é o caso de firmas multiproduto). Note também que: Economias de escala globais → Subaditividade, Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Mas a recíproca não é verdadeira: Subaditividade não implica em economias de escala globais. CUSTOS E ESCALA Onde CMe decresce, há economias de escala. Ora, sabemos que CMe decresce quando CMg < CMe Assim, uma medida natural da escala é: s =CMe/CMg => 1 Re 1 Re tan 1 Re tornos crescentes de escala tornos cons tes de escala tornos decrescentes de escala > ⇒⎧ ⎪ = ⇒⎨ ⎪< ⇒⎩ Escala mínima eficiente (EME): é o menor nível de produçãoem que uma planta pode produzir de tal modo que o CMeLP seja minimizado. É o conceito usado para calcular quantas firmas se poderiam esperar num mercado. Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira
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