Buscar

Slides Aula 1 Cultura e Mudança

Prévia do material em texto

Apresentação da Disciplina Cultura e 
Mudança Organizacional
Profa. Dra. Jacquelaine Florindo Borges
Cultura: pessoas/sociedade ou país?
•Identidade nacional: 
quem nós somos?
• Índios (Ameríndios)
• Brancos europeus
• Negros africanos
• Posteriormente imigrantes asiáticos e 
outros: japoneses, alemães e outros
•País/Governo: que país 
é esse?
• Projeto nacional
• Plano para o país
• Modo como o país é governado
Heranças/Manifestações/Expressões Culturais
Cultura ou Culturas? 
Homogeneidade versus Pluralidade Cultural
• Nós da Amazônia!
• Nós mineiros!
• Nós de Curitiba!
• Nós baianos!
• Nós paulistas!
• Nós paulistanos!
• Nós cariocas!
• Nós e os portugueses
Cultura Popular? Ou 
simplesmente Cultura?
Preconceito e violência
• Hip hop
• Rap
• Funk
Cultura popular: preconceito e violência
BENEDITA DA SILVA
30/07/1995
Expressão musical dos jovens das comunidades populares, o ritmo 
funk se expande e conquista também a preferência da juventude da 
classe média. Em nosso Estado (RJ), somente nos fins-de-semana, 
cerca de 1,5 milhão de jovens frequentam os bailes funk.
Com grandes tiragens de discos e um programa de televisão líder 
de audiência em seu horário, o funk se transformou, inegavelmente, 
num fenômeno cultural da juventude. O movimento funk é um 
meio para os jovens expressarem linguagem e símbolos próprios e, 
também, para manifestarem suas críticas sociais e vontade de 
participação.
Vendo seus filhos aderirem ao funk, a sociedade tradicional reage 
com preconceito e exige das autoridades medidas repressivas. Um 
exemplo típico dessa atitude discriminatória está numa carta 
publicada em grande órgão de imprensa, em que uma mãe diz o 
seguinte: ``Meus filhos e os filhos de minhas amigas e vizinhas 
estão sendo envolvidos, já começam a achar tudo muito lindo, o 
morro é uma beleza". Por causa disso ela afirma que o funk ``...é 
uma questão de segurança nacional".
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/7/30/opiniao/9.html
Moradores de Paraisópolis fazem 
homenagem a 9 mortos em ação da PM 
durante baile funk ocorrido há 1 ano em 
SP
Familiares das vítimas levaram flores e fizeram orações na 
viela onde os jovens morreram. Caso ainda não foi 
encerrado e 31 PMs que participaram da ação em 2019 
permanecem afastados das ruas durante a investigação.
Por Graziela Azevedo, TV Globo — São Paulo
01/12/2020
Moradores de Paraisópolis colocam cruzes com fotos de 
vítimas em viela onde ocorreu ação da PM — Foto: 
Divulgação
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/12/01/moradores-de-paraisopolis-fazem-homenagem-a-
9-mortos-em-acao-da-pm-em-baile-funk-ocorrida-ha-1-ano.ghtml
Familiares das vítimas prestam 
homenagem em viela em que jovens 
foram encurralados durante baile funk —
Foto: Graziela Azevedo/TV Globo
Em nota, o governo do estado informou 
que vai inaugurar na primeira quinzena 
desse mês a praça da cidadania em 
Paraisópolis, uma área de lazer e cultura 
para a comunidade. A Prefeitura disse 
que possui várias ações na comunidade.
Ao todo, 31 policiais militares 
continuam afastados e são 
investigados por participação na ação de 
2019. O caso ainda não foi encerrado.
A Defensoria Pública do estado pediu 
que o governo do estado pague uma 
indenização aos familiares dos mortos 
pelos atos cometidos. O governo do 
estado diz que, qualquer decisão a 
respeito, ainda depende da conclusão 
das investigações. Há um processo na 
Justiça Militar e outro na justiça comum 
sobre o caso.
Veja acima quem são as 9 pessoas que morreram 
após ação da PM em Paraisópolis em dezembro de 
2019 — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Veja abaixo quem são os 9 mortos, como 
morreram e quem os defende:
•Mateus dos Santos Costa, 23 anos, morreu 
por traumatismo – família não encontrada pela 
Defensoria Pública
•Gustavo Xavier,14 anos, morreu por asfixia –
Defensoria Pública
•Marcos Paulo Oliveira, 16 anos, morreu por 
asfixia - Defensoria Pública
•Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos, morreu 
por asfixia - Defensoria Pública
•Eduardo Silva, 21 anos, morreu por asfixia -
Defensoria Pública
•Denys Henrique Quirino, 16 anos, morreu por 
asfixia – Rede Liberdade
•Dennys Guilherme dos Santos, 16 anos, 
morreu por asfixia - Rede Liberdade
•Luara Victoria de Oliveira, 18 anos, 
morreu por asfixia - Rede Liberdade
•Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, morreu 
por asfixia - Rede Liberdade
Etnocentrismo, 
Xenofobia, Racismo
• Etnocentrismo: sentimento de 
superioridade que gera 
preconceito e discriminação de 
um grupo étnico/cultura que s 
em relação a outro
• Xenofobia: fobia/aversão a 
pessoas de outras culturas 
(estrangeiros)
• Racismo: discriminação devido 
à origem, cor da pele de 
indivíduo, grupo, povos 
Aculturação, Assimilação, Endoculturação ou 
simplesmente aprendizado?
[...] “estranhamento” (depaysemet), a perplexidade provocada pelo encontro das culturas 
que são para nós as mais distantes, e cujo encontro vai levar a uma modificação do olhar
que se tinha de si mesmo. De fato, presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à 
dos outros, mas míopes quando se trata da nossa. A experiência da alteridade (e a 
elaboração dessa experiência) leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido 
imaginar, dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que é habitual, familiar, 
cotidiano, e que consideramos “evidente”. Aos poucos, notamos que o menor dos nossos 
comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas) não tem realmente nada 
de “natural”. Começamos, então, a nos surpreender com aquilo que diz respeito a nós 
mesmos, a nos espiar. O conhecimento (antropológico) da nossa cultura passa 
inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas; e devemos especialmente 
reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única.
François Laplantine, Aprender Antropologia, (p. 21). São Paulo: Editora Brasiliense, 1997.
Aculturação, Assimilação, Endoculturação ou 
simplesmente aprendizado?
Cultura de massa
• Cultura de massa (também chamada 
de cultura pop) refere-se ao conjunto 
de ideologias, perspectivas, atitudes, imagens e 
outros elementos que são adotados por 
um consenso informal, tendo como referência uma 
dada visão de mundo, especialmente a ocidental, a 
partir da segunda metade do século XX.
• Fortemente influenciada pela mídia de massa, essa 
coleção de ideias permeia o cotidiano da sociedade. 
Em contraste, o folclore se refere a um cenário 
cultural de sociedade mais locais ou pré-industriais.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_de_massa
• O que é cultura de massa - No horizonte da
produção cultural humana, existem formas artísticas
que buscam um fim em si mesmas: fazer arte,
promover a arte, despertar sensações estéticas no
espectador. Também nesse horizonte, existe um
fenômeno do século XX possibilitado pelos meios
de comunicação de massa: produzir uma forma de
arte que seja agradável apenas pelo
entretenimento e que não tenha uma finalidade em
si mesma, mas em outras coisas, como o poder
político e o lucro. Nesse sentido, a cultura de massa
utiliza-se da arte para fazer algo distinto dela:
movimentar o mecanismo capitalista.
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-de-massa.htm
O Mal-Estar na Cultura
Parece-me que a questão decisiva da espécie humana é a 
de saber se, e em que medida, o seu desenvolvimento 
cultural será bem-sucedido em dominar o obstáculo à 
convivência representado pelos impulsos humanos de 
agressão e de auto aniquilação. Quanto a isso, talvez 
precisamente a época atual mereça um interesse especial. 
Os seres humanos conseguiram levar tão longe a 
dominação das forças da natureza que seria fácil, com o 
auxílio delas, exterminarem-se mutuamente até o último 
homem. Eles sabem disso; daí uma boa parte de sua 
inquietação atual, de sua infelicidade, de sua disposição 
angustiada. E agora cabe esperar que o outro dos dois 
“poderes celestes”, o eterno Eros, faça um esforço para se 
imporna luta contra o seu adversário igualmente imortal 
[Thanatos]. Mas quem pode prever o desfecho?
Do livro O mal-estar na cultura [p. 184-185], de Sigmund 
Freud, Porto Alegre, RS, L&PM, 2013. O livro foi escrito em 
1929 e publicado em 1930. Imagem da 1ª. Guerra Mundial (1914-1918)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial#/media/Ficheiro:Scene_just_before_the_evacuati
on_at_Anzac._Australian_troops_charging_near_a_Turkish_trench._When_they_got_there_the..._-
_NARA_-_533108.tif
O Mal-estar na Cultura: hoje
• A substituição dos valores que, bem ou mal, forneciam 
balizamentos para a existência do sujeito e exigiam reflexão, 
por outros que funcionam como fins em si (dinheiro, corpo 
ideal, drogas, programas de computadores), vão cada vez 
mais limitando o universo simbólico e representacional desse 
novo sujeito da aurora do século XXI, e desemboca nesse ser 
que já não crê em nada, a não ser em si mesmo e no seu 
potencial narcísico de resolver tudo apertando um botão
• É, a partir desses novos valores (dessa nova visão de mundo 
que poderíamos chamar de hedonista-consumista), que se 
propõem inquestionáveis dentro da cultura contemporânea, 
do mesmo modo que o fazem os fundamentalismos 
religiosos, que a capacidade criativa e simbólica vai se 
atrofiando, chegando mais e mais perto de um vazio 
representacional/fantasmático, cujos elementos foram 
substituídos por outros concretos e imediatos
MAGDALENO JUNIOR, Ronis. A dialética de Eros e o mal-estar na cultura hoje. Ide (São Paulo), São Paulo , v. 31, n. 46, p. 46-
51, jun. 2008 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062008000100008&lng=pt&nrm=iso>. 
O Mal-estar na Cultura: hoje
Dos desdobramentos freudianos acerca da civilização, 
questionaremos como, diante da eminência de um futuro trágico, a 
indagação de formas alternativas de gozo pode originar uma 
sociedade menos hostil. 
É por esta razão que pensamos ser a responsabilização pelo desejo, 
em sentido lacaniano, a possibilidade para uma sociedade menos 
hostil. Ora, se é verdade que “o inconsciente é estruturado como uma 
linguagem”, então, quando crianças, recebemos do grande Outro os 
significantes que nos estruturam como sujeitos. Aprendemos a 
responder ao real à maneira dos ensinamentos advindos do Outro. Se, 
por exemplo, uma criança passa a entender que, para corrigir um erro 
ou resolver algum conflito, precisa recorrer à violência, muito 
provavelmente, quando se deparar com um evento semelhante, irá 
respondê-lo partindo dos significantes que, repetidas vezes, o grande 
Outro lhe impôs, e cujas agressões foram, aos poucos, internalizadas 
na conduta.
Renato dos Santos e Diego Luiz Warmling, O passado de uma ilusão e o futuro de 
uma tragédia. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia. Santa Maria, v.11, n. 2, 
p. 212-231, maio-agosto, 2020. 
DOI: 10.5902/2179378644494
https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/44494/pdf
Caminhada recupera herança negra de 
bairro oriental de São Paulo, que faz 
467 anos
Iniciativa na Liberdade se contrapõe ao apagamento da 
memória afro-brasileira pelo racismo
23/01/2021
Daniel Avelar
Repórter da Folha e mestre em jornalismo pelo programa 
Erasmus Mundus
[RESUMO] Caminhada promovida por empreendedores 
negros revisita a herança afro-brasileira do bairro da 
Liberdade, no centro de São Paulo, pondo em relevo 
mecanismos que perpetuam narrativas racistas na paisagem 
urbana da cidade que comemora 467 anos nesta segunda 
(25).
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2021/01/caminhada-recupera-heranca-negra-de-bairro-oriental-de-sao-paulo-que-faz-467-anos.shtml?origin=folha
Capela dos Aflitos
Cultura e História
Quem visita o bairro da Liberdade, em São Paulo, pode 
até esquecer que está no centro da maior cidade da 
América do Sul. Em meio aos postes vermelhos que 
caracterizam as ruas da região, há incontáveis 
restaurantes, lojas e templos abertos por imigrantes de 
origem japonesa, chinesa e coreana.
Os primeiros residentes asiáticos chegaram à Liberdade 
há cerca de um século em busca de uma vida melhor e 
transformaram o bairro em polo turístico e símbolo do 
cosmopolitismo paulistano.
No entanto, muitos visitantes ignoram que os primeiros 
moradores da Liberdade não foram imigrantes 
asiáticos, mas negros e indígenas escravizados tentando 
sobreviver, às margens de uma vila de colonizadores 
portugueses. O bairro, em parte erguido sobre um antigo 
cemitério de negros e indígenas, conta com mais 
moradores negros que amarelos —ainda assim, é difícil 
identificar resquícios da herança afro-brasileira na 
paisagem local.
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2021/01/caminhada-recupera-heranca-negra-de-bairro-oriental-de-sao-paulo-que-faz-467-anos.shtml?origin=folha
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2021/01/caminhada-recupera-heranca-negra-de-bairro-oriental-de-sao-paulo-que-faz-467-anos.shtml?origin=folha
A praça da Liberdade, que hoje abriga barraquinhas de comida 
de rua e uma estação de metrô, era originalmente chamada de 
largo da Forca. Em 1821, o cabo negro Francisco José das 
Chagas, conhecido como Chaguinhas, foi condenado à morte 
após liderar uma rebelião por salários melhores.
Os carrascos tentaram enforcar Chaguinhas três vezes, mas a 
cada vez a corda se rompia, e as pessoas que assistiam à 
execução passaram a entoar gritos de “liberdade”. Ele acabou 
sendo espancado até a morte, e seu corpo foi enterrado em 
uma capela localizada até hoje no fundo da rua dos Aflitos. 
Chaguinhas se tornou um mártir dos pretos da região, e o 
bairro foi batizado de Liberdade em sua homenagem.
Apesar de ter me mudado para São Paulo há mais de oito anos, 
eu não conhecia a história de Chaguinhas até participar da 
Caminhada São Paulo Negra, que revisita a herança afro-
brasileira nas ruas do centro da capital paulista. Criada em 
2018 por um grupo de jovens empreendedores negros, a 
caminhada convida os participantes a desenvolver um olhar 
crítico sobre os cartões-postais da cidade, desafiando 
narrativas hegemônicas a respeito do passado colonial 
brasileiro.
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2021/01/caminhada-recupera-heranca-negra-de-bairro-oriental-de-sao-paulo-que-faz-467-anos.shtml?origin=folha
“São Paulo é a cidade com a maior população negra do 
Brasil, em termos absolutos. Somos cerca de 4 milhões 
dos 12 milhões de residentes da cidade”, diz Guilherme 
Soares Dias, guia turístico e fundador da Black Bird 
Viagem, agência de turismo afrocentrado que organiza a 
caminhada.
“Os nomes de ruas, praças e monumentos de São 
Paulo contam uma história branca”, afirma. “Nossa 
caminhada recupera a história negra da cidade, que tem 
sido em grande parte apagada da arquitetura urbana, 
bem como do currículo escolar e da mídia.”
Além de abordar o passado e o presente da violência 
contra negros em São Paulo, a caminhada também 
destaca histórias de resistência contra o racismo. Quem 
participa do passeio aprende sobre personagens negros 
que marcaram a cidade, como o arquiteto Joaquim Pinto 
de Oliveira, conhecido como Tebas, que inovou a 
construção de fachadas de igrejas na cidade, a escritora 
Carolina Maria de Jesus, cuja obra narra a vida nas 
favelas paulistanas, e o advogado e jornalista Luiz Gama, 
que ajudou a libertar centenas de negros escravizados 
durante a sua vida.
Cultura e organizações
• Cultura organizacional (primeira metade do século 
XX e se dissemina a partir dos anos 1980): ênfase 
na esfera simbólica do mundo organizacional: 
valores, crenças, símbolos e seus impactos no 
comportamento das pessoas, no desempenho 
econômico e nos processos de mudança 
organizacional
• Cultura corporativa: conceitos intercambiáveis, 
mas que se distingue pelo recorte, ou seja, 
corporações são formas específicas de 
organização.
• Cultura empresarial: foco nas culturas 
empresariais, com propósito de comparação entre 
empresas ou o estudo sobre mudança e a ação 
coletiva queocorrem no âmbito de uma empresa.
• Livia Barbosa, Cultura e Empresas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar 
Editor, 2002.

Continue navegando