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MEDICINA VETERINÁRIA Anatomia da orelha A orelha é dividida em 3 partes: Orelha externa: Pavilhão auricular Conduto auditivo: ramo vertical e ramo horizontal. Coleta e propaga o som Orelha média: Membrana timpânica Cavidade timpânica Tuba auditiva Ossículos (martelo, estribo e bigorna) Propaga o som Orelha interna: Cóclea (escuta) Vestíbulo (equilíbrio) Canais semi-auriculares Audição e equilíbrio O conduto auditivo do cão é muito comprido, fazendo um ângulo de quase 90º, assim, é necessário otoscópio veterinários e fazer anestesia geral para o exame. O tubo auditivo tem comunicação até a orofaringe, assim, infecções na garganta podem levar a infecções da orelha média e vice versa, mas não é muito comum. Manifestação sempre ao lado da orelha afetada Se a orelha média estiver inflamada, a interna também estará e vice e versa. Entre as duas orelhas, existem dois nervos: uma porção do nervo facial e a inervação simpática para o olho. Assim, se houver inflamação da orelha interna e/ou média, esses nervos podem ficar comprimidos/inflamados e o animal começa a manifestar sinais neurológicos. Se o nervo facial estiver comprimido pode ocorrer (do lado do ouvido inflamado): - Ptose da face: palpebral, da bochecha, do lábio a depender do grau de compressão. Se a inervação simpática para o olho estiver comprimida: - Síndrome de Horner enoftalmia, miose, protrusão da 3ª pálpebra e ptose palpebral. O nervo vestíbulo coclear parte da orelha interna para dentro do cérebro. Quando ele está afetado (otite interna) podem haver: - Sinais vestibulares/periféricos (falta de equilíbrio, cabeça pendente -head tilt, andar em círculos cambaleante em direção a orelha afetada, nistagmo - movimento rápido dos olhos). Síndrome vestibular periférica. Os sinais dependem da gravidade da inflamação. - Sinais de surdez (difícil de avaliar em pacientes veterinários, principalmente em surdez de apenas uma orelha). IMPORTANTE Tímpano rompido é sinal que há otite média e toda medicação aplicada no conduto auditivo externo, entra dentro da orelha média, podendo atingir a orelha interna em função da proximidade. Porém, algumas medicações podem ser ototóxicas, lesando o nervo vestíbulo coclear. O grau de lesão varia de acordo com o grau de toxicidade. MEDICINA VETERINÁRIA Orelha externa Tem uma porção horizontal e vertical. O vertical tem uma porção interna grande e larga. A porção horizontal vai afunilando o conduto até chegar na membrana timpânica. Orelha média Observar se a membrana está íntegra ou rompida. Membrana timpânica é a entrada da orelha média. O tímpano tem duas porções: Parte tensa – é mais transparente porque está mais esticada. É nessa parte onde ocorrem as rupturas. Parte flácida – é mais grossa e robusta. Tratamento da orelha media e interna necessitam de medicamentos sistêmicos. Orelha interna É inacessível ao exame por métodos comuns. Protegida pelo osso temporal. Recebe vibrações e as converte em impulsos nervosos. Tem ligação com o nervo vestíbulo coclear. Anamnese 1- Meneios de cabeça (chacoalha a cabeça)? É diferente de head tilt Pode causar otohematoma por rompimentos de vasos 2- Tempo de evolução? Recidivas? Otite de repetição geralmente ocorre em cães com atopia e hipersensibilidade alimentar. 3- Manifesta prurido? Também pode causar otohematoma 4- Presença de secreção? 5- Odores fétidos? 6- Défictes auditivos? 7- Tratou? Com o que? Qual dose? Qual o resultado? 8- Tem distúrbios de mastigação? Articulação temporomandibular é próxima ao ouvido e ao fazer movimento de mastigar, o ouvido dói. Inspeção direta MEDICINA VETERINÁRIA Observar secreções. A otite pode variar muito nas secreções. Secreção mais fluida vem da bulha timpânica e é sinal de otite média, pois o fluido vem do epitélio ciliar Pode-se observar os eritemas também. Otite crônica promove uma hiperplasia que pode fechar o canal auditivo. Casos de tumores causam um abafamento no canal auditivo que causam otites. Quando é observado uma otite com o pavilhão auricular muito molhado, o tímpano se rompeu. Head tilt. Observar as duas orelhas. No gato é mais fácil realizar a otoscopia porque o canal auditivo é mais curto que o do cão. Uma vez rompida a membrana timpânica, ela pode ser cicatrizada com tratamento terapêutico quando é uma ruptura pequena. Se grande, o paciente fica com o tímpano rompido e não será possível que haja aplicação de medicamentos na orelha. Em humanos é feita a cirurgia para correção, mas na veterinária não é feita. – Sim! Uma otite interna pode vir da otite média, que pode existir mesmo que não haja uma otite externa. É mais raro. Palpação Também é usada para palpar: Otohematoma – consistência flutuante. o Cicatrização de otohematoma tem uma rugosidade. Calcificação de otites crônicas no cone cartilaginoso – consistência firme. Inspeção indireta É feita pela otoscopia. Há um espéculo próprio para pacientes caninos = é mais longo. É necessária uma contenção farmacológica (anestesia geral ou sedação, no mínimo). MEDICINA VETERINÁRIA O posicionamento é decúbito esternal ou em estação. A introdução do espéculo deve ser gradativa e delicada. Entrar com o espéculo verticalmente e depois puxar no pavilhão para desmanchar um pouco o ângulo vertical, e assim continua a entrar no sentido horizontal. O que é visto na otoscopia além do tímpano? Quantidade de cerúmen Cor do cerúmen Ácaros: Otodectes sp. o É possível ver porque é um ácaro grande. Larvas Corpo estranho (algodão, graveto, insetos) Estenose de conduto. Outros procedimentos de inspeção indireta Cultura e antibiograma o Quando faz o citológico e o tipo da bactéria é bacilo, porque esse tipo de bactéria é mais patogênica. Parasitológico do cerúmen o Otodectes o Não cora e observa na objetiva de 4x e 10x. Citológico do cerúmen o Colher com o swab, passa na lâmina e deixa secar, cora com o panótico rápido e deixar secar novamente e observa da lenta de imersão. Raio X o Observar otite média (observar bulha timpânica). o Se o canal auditivo estiver muito calcificado, pode-se observar no raio x. o Melhor posicionamento é a dorsoventral, latero lateral oblíqua, rostrocaudal com a boca aberta (necessário anestesia). Biópsia o Adenoma, adenocarcinoma, pólipos o Tumor muito interno no conduto auditivo externo, é necessária uma instrumentação apropriada para colher fragmentos. Otoscópio com cabeça cirúrgica (pinça de apreensão e pinça de biopsia). o Se a lesão for na entrada do conduto auditivo: punch ou bisturi. Audiometria Exame neurológico o Reflexos posturais e função vestibular. o Nistagmo.
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