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Classificação da Cirurgia Periodontal

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Periodontia Clínica 2 Isabella Machado da Costa
Classificação da Cirurgia Periodontal
 
Após o paciente receber alta da terapia básica periodontal, na reavaliação se inicia a terapia periodontal de suporte para controle e manutenção 
 
Classificação da cirurgia Periodontal:
Relacionada a seus objetivos:
- Cirurgias ressectivas (para eliminação das bolsas)
- Cirurgias regenerativas
Obs: existe a cirurgia estética também
Procedimentos ressectivos:
Cirurgia de retalho posicionado apicalmente (com ou sem ressecção óssea)
Gengivectomia
Princípios da Cirurgia Periodontal:
Racionalização da Cirurgia Periodontal 
• Prover acesso e visibilidade radicular (nesse caso para auxiliar na raspagem, visualização do campo infectado)
• Controlar a doença periodontal quando métodos não cirúrgicos não são efetivos
• Criar condição ideal para regeneração, reposicionamento ou reconstrução de estruturas perdidas.
Princípios da Cirurgia:
• Cuidados pré-operatórios (não se realiza procedimentos cirúrgicos sem exames complementares prévios)
• Incisões
• Retalhos
• Manipulação de tecidos
• Suturas
• Cuidados pré-operatórios.
 
Preparação do paciente:
 • Psicológica 
• Ficha pré-operatória
• Farmacológica
• Nutrição e dieta
• Exames complementares
• Planejamento.
 
Considerações cirúrgicas: 
• Aplicação
• Anestesia
• Instrumentos afiados e forca mínima
• Confinamento da cirurgia
• Manejo atraumático de tecidos moles
• Sutura.
_________________________________________________________________________
Manutenção periodontal
Processo Saúde x doença depende da microbiota periodontopatogênica e da resposta imunológica do paciente
 
Preparo inicial:
• Anamnese e exame clínico (para ver a condição sistêmica)
• Motivação do paciente
• Raspagem e alisamento radicular
• Instrução de higiene bucal
• Eliminação dos fatores de retenção de placa
• Pequenos movimentos ortodônticos (para o paciente conseguir higienizar de forma efetiva)
• Ajuste oclusal
• Contenção de dentes móveis
• Reavaliação
Reavaliação periodontal:
Deve ser realizada 30 dias após o preparo básico completo (finalizado). Realizar novamente todos os exames periodontais. É importante considerar para a reavaliação:
• Sangramento a sondagem
• Bolsas profundas remanescentes;
• Lesões de furca (dependendo da gravidade é necessário procedimento cirúrgico)
• Recessões gengivais (pode ocorrer após a raspagem, pois a gengiva contrai no estado de saúde)
• Mobilidade (o teste deve ser feito com dois instrumentais rígidos)
• Índice de placa
• Motivação / adesão do paciente
• Condições sistêmicas e financeiras do paciente
Fases da terapia periodontal: ( II, III e IV são dinâmicas)
• Fase I: tratamento periodontal não cirúrgico – preparo inicial
Reavaliação: realizada 30 dias após a conclusão do preparo inicial
• Fase II: Fase cirúrgica
• Fase III: Fase restauradora
• Fase IV: Manutenção periodontal (fidelização do paciente)
Manutenção periodontal:
Procedimentos realizados pelo cirurgião-dentista e pelo paciente em intervalos selecionados para auxiliar o paciente periodontal na manutenção da saúde bucal. Como parte da terapia periodontal é estabelecido um intervalo para cuidados contínuos periódicos.
 
✓ Objetivos:
• Minimizar a recorrência e progressão da doença periodontal
• Reduzir a incidência de perda dentaria
• Aumentar a probabilidade de localizar e tratar outras doenças ou condições encontradas na cavidade oral
➔ A manutenção periodontal está consagrada como a fase igualmente ou mais importante que os procedimentos de terapia ativa.
➔ Adotar intervalos regulares de retorno, sendo essa variação determinada por um ajuste
individual baseado na capacidade e motivação do paciente em realizar a higiene bucal, bem como na resposta dos tecidos periodontais diante da presença de biofilme bacteriano
➔ O período de intervalo de cada consulta deve ser flexível de acordo com a necessidade e o perfil do paciente
➔ A decisão sobre o intervalo entre as consultas é baseada no número e gravidade dos fatores que o paciente apresenta e que possa favorecer o aparecimento/ ativação da doença periodontal
✓ Fatores para determinação dos retornos:
• Número e condição dos dentes
• Quantidade de calculo
• Cooperação do paciente
• Saúde sistêmica
• Frequência da manutenção
• Acesso à instrumentação
• História da doença periodontal
• Distribuição das bolsas periodontais
 
✓ Intervalo dos retornos:
• Durante o primeiro ano após o preparo inicial os retornos não devem ser maiores que 3 meses
• 1-2 meses para as condições mais desfavoráveis: lesões de furca, resolução protética, paciente com baixa cooperação de higienização
• 3 meses para os demais pacientes
· PERFIL A: 1 ano ou mais de excelentes resultados bem mantidos
 Retorno: 6-12 meses
· PERFIL B: paciente teve bons resultados, porém apresenta alguns fatores de risco como apinhamento, tabagismo, recessão, lesão de furca
 Retorno: 3-4 meses
· PERFIL C: paciente não manteve bons resultados
 Retorno: 1-3 meses
A manutenção periodontal é para evitar a recorrência da doença por meio de cuidados caseiros rigorosos e controle de biofilme pelo profissional em intervalos regulares, dependendo da condição do paciente
Os procedimentos de manutenção estão sob a supervisão do dentista e geralmente incluem:
1- Atualização das histórias médicas e odontológicas
2- Retratamento dos sítios com inflamações persistentes
3- Avaliação da eficácia do controle de biofilme pelo paciente
 
1- Atualização do histórico médico:
• Medicamentos: Anti-convulsivantes, Imunossupressores, Anti-hipertensivos, Quimioterápicos
• Alterações hormonais: Puberdade, Ciclo menstrual, Gravidez, Menopausa
• Condições psicológicas: Estresse, Depressão, Temperamento, Atitude
• Hábitos e vícios: Tabagista, Etilista, Usuários de drogas ilícitas
 
Exame extra-oral:
Alguns linfonodos na região submandibular e cervical podem tornar-se aumentados e/ou
endurecidos devido a problemas periodontais.
Conduta clínica:
O diagnóstico periodontal deve primeiro determinar se a doença está presente e então identificar:
· Tipo:
Gengivite
Periodontite
Processo agudo
· Gravidade:(não se usa muito essa classificação)
Leve
Moderada
Severa
· Distribuição:
Dente uni ou multirradicular
Região interproximal
· Extensão
Localizada
Generalizada (quantidade de sítios afetados, acima de 30%)
 
Fatores:
-Prótese mal adaptada
-Restauração insatisfatória
Avaliação odontológica:
· Oclusão:
Avaliação dos espaços interoclusais, movimentações dentarias em áreas edêntulas, extrusões, além de interferências oclusais nos movimentos de protrusão e lateralidade.
· Mobilidade dentária:
Etiologia
Prognóstico
Tratamento
Profundidade de sondagem:
Medida da margem gengival até o fundo do sulco/bolsa periodontal
Recessão gengival:
Medida obtida da junção cemento-esmalte até a margem gengival (raiz exposta)
Hiperplasia gengival (bolsa falsa):
Medida obtida da junção cemento-esmalte até a margem gengival (gengiva sobre a superfície da coroa)
Sondagem na região das furcas:
Condição periodontal.
Sangramento a sondagem:
Após a inserção da sonda, aguardar de 30-60 segundos para verificar se há sangramento.
· Supuração:
Pus
Fazer rastreamento com guta
2- Retratamento dos sítios com inflamações persistentes:
- Raspagem e alisamento corono-radicular
- Polimento coronário e radicular: Realizar com taças e pontas de borrachas, discos de feltros, escova de Robinson, fitas de acabamento e polimento e pasta profilática com pedra pomes. (Pode misturar pedra pomes com pasta)
 
Escova manual x Escola elétrica:
• Preço
• Complementa parcialmente a falta de habilidade motora
• Não substitui o uso do fio dental.
Reforço das instruções de higiene:
• Escova interproximal
• Limpadores de língua
• Passadores de fio dental
 
Obs: Analgésicos e anti-inflamatórios, aplicação de dessensibilizante, laser após RAR e bochechos com fluoreto de sódio a 0,2% 3x ao dia, até eliminação dos sintomas. (o flúor
auxilia na obliteração dos túbulos dentinários,amenizando a transmissão nervosa)
Receituários: 
Sensibilidade: (ver receituário no slide 70)
Cremes dentais (sensodyne, colgate sensitive)
Inflamação: (ver receituário do caso de persistência de inflamação no slide 73)
Parodontax
Colgate total 12
Bitufo maxi control
Em casos de persistência, receitar gluconato de clorexidina 0,12%
 
Enxaguatórios: (sem álcool)
Não substituem a escovação ou o uso do fio dental, são um complemento
Reforço das instruções de higiene bucal:
A colaboração do paciente no controle do biofilme bacteriano é de fundamental importância. Sem a manutenção periodontal, torna-se impossível manter os benefícios alcançados pela terapia periodontal ativa.
Saber técnicas de escovação!
O que acontece quando não tenho resultados positivos com o tratamento
Sintomas de recorrência da doença periodontal:
-Aumento da mobilidade
-Recessão gengival
-Aumento da profundidade de sondagem
-Perda óssea
 
· Aumento da mobilidade:
-Aumento da inflamação
-Higiene oral precária
-Cálculo subgengival
-Próteses mal adaptadas
-Restauração inadequada
-Alteração da resposta do hospedeiro a placa devido a doença sistêmica
· Recessão gengival:
-Freio alto
-Forca exacerbada pela escovação
-Pouca faixa de mucosa queratinizada
-Terapia ortodôntica
Possíveis causas da recorrência da doença periodontal:
-Higiene oral deficiente
-Cálculo remanescente
-Restauração inadequada/ prótese desajustada
-Interferências oclusais
-Variações anatômicas dentarias 
-Uso de medicamentos e alterações sistêmicas
Importância clínica:
O fator mais importante na determinação do sucesso da terapia periodontal em longo prazo é o controle do biofilme pelo paciente.
_________________________________________________________________________
Gengivectomia e Gengivoplastia
✓ Gengivectomia
Conceito:
• “Excisão da parede de tecido mole de uma bolsa patológica”
• “Excisão de tecido gengival”
Histórico:
• Roma antiga→ As gengivas crescidas e inflamadas eram queimadas quimicamente
• Fauchard, 1746 → Utilizava tesouras para cortar o excesso de gengiva
• Robisek, 1884→ Considerado pioneiro da gengivectomia, utilizando lâminas de ferro para incisão
• Pickerill, 1912→ Criou o termo “gengivectomia”
• Goldman,1951→ Descreveu a gengivectomia como é realizada atualmente.
Condições prévias fundamentais:
1. Pacientes motivados e esclarecidos na importância do controle de placa
• Precisa ter um bom controle de placa, senão pode haver piora do quadro, acaba não ganhando inserção
2. Natureza fibrótica do tecido gengival
• Procedimentos de adequação básicos periodontais (HFO, RAR) devem ser realizados antes. Depois da RAR o tecido vai sofrer uma contração cicatricial e só depois podemos fazer a cirurgia
• Não se opera tecido flácido, em que dá edema
3. Preservação de gengiva inserida suficiente.
4. Ausência de deformidades ósseas.
• Se tiver que corrigir alguma deformidade óssea devemos optar por outra técnica, pois gengivoplastia e gengivectomia não mexem nessas deformidades
Indicações:
• Bolsas supra-ósseas de profundidades semelhantes (para que a incisão seja mais homogênea, mais retilínea. Precisamos manter o arco côncavo regular ou restabelecê-lo)
Obs: bolsa supra-óssea é aquela que o fundo da bolsa está coronal à crista óssea remanescente
• Hiperplasias gengivais
• Crateras interproximais (a GUN gera inversão papilar)
• Obter coroa clínica adicional 
Contra Indicações:
• Bolsas infra-ósseas (precisa ter acesso à osso, então não pode ser esse tipo de cirurgia)
Obs: bolsa infra-óssea é aquela que está abaixo da crista óssea remanescente
• Pequena faixa ou ausência de gengiva queratinizada
• Bolsas supra-ósseas de profundidades diferentes
• Debilidade sistêmica ou processo inflamatório agudo (lembrar que preciso ter o controle da placa para fazer cirurgia)
Vantagens:
• Não expõe tecido ósseo (quando há exposição ao ar, por mais mínima que seja, há ativação dos osteoclastos e, assim, reabsorção óssea)
• Transformação de bolsa gengival de difícil higienização em sulco gengival facilmente higienizável (facilita o controle da placa)
Desvantagens:
• Não pode ser realizada na presença de deformidades ósseas
• Pode resultar em:
Recessão Gengival
Sensibilidade cervical
Estão relacionados a pacientes que já tem perda de inserção. Depois da cirurgia, haverá uma contração cicatricial e a gengiva vai buscar o osso lá embaixo, nisso a coroa clínica aumenta, expõe a raiz e gera esses dois problemas.
• Em alguns casos, pode comprometer a estética.
✓ Gengivoplastia
Conceito:
• “Intervenção cirúrgica utilizada para dar novas formas às margens gengivais e papilas, fazendo com que elas voltem a ter conformação fisiológica, a fim de obter melhoras no aspecto e na função, porém com presença de falsas bolsas”
Objetivos:
• Proporcionar forma e contornos fisiológicos: 
-Reconstituição do contorno festonado da margem gengival (arquitetura gengival)
-Adelgaçamento da espessura papilar (se eu tenho aumento em espessura dessa papila, eu consigo refinar a estrutura dessa papila)
-Acentuação dos sulcos interdentais ou canais de escape, que se estendem da papila interdentária à gengiva queratinizada.
Vantagens:
• Técnica de fácil execução
• Pós-operatório confortável
• Reparação rápida dos tecidos moles.
Indicações:
Associada à gengivectomia ou não
• Eliminação de margens gengivais espessas
• Eliminação de crateras superficiais (GUN)
• Correção de desníveis gengivais em áreas de dentes adjacentes
• Eliminação de pigmentação melânica
Contra Indicações:
Associada à gengivectomia ou não
• Deformação gengival relacionada a defeitos ósseos
• Presença de retrações gengivais que prejudicam a estética
• Presença de processos locais agudos.
Indicações:
• Eliminação de margens gengivais espessas
• Eliminação de crateras gengivais
• Eliminação de pigmentação melânica
• Bolsas supra ósseas de profundidades semelhantes
• Falsas bolsas
• Aumento de coroa clínica.
Contra Indicações:
• Bolsas intra-ósseas
• Bolsas que atingem ou ultrapassam o limite mucogengival
• Bolsas supra-ósseas de profundidades diferentes
• Palato raso (porque não consigo inclinação necessária com o meu instrumental)
• Região de retromolar (porque existe uma inserção muscular nesse lugar)
• Faixa insuficiente de gengiva queratinizada.
_________________________________________________________________________
Espaço Biológico
É uma coisa muito desrespeitada e muito agredida durante preparos cavitários (dentística, próteses, bandas ortodônticas) e outros procedimentos.
 
Diferença entre coroa clínica e coroa anatômica:
• Coroa clínica: tudo que é visível, da gengiva para fora, supragengival
• Coroa anatômica: tudo que é recoberto por esmalte (desde a junção amelocementária até a incisal do dente)
Obs: Existem pacientes com coroas de tamanhos diferentes (com coroas anatômicas maiores que clínicas, devido a um crescimento gengival, por exemplo). Mas elas podem coincidir também 
Espaço biológico:
• Sulco gengival tem, em média, 0,69 mm de profundidade
• Epitélio juncional normal, em média, 0,97 mm de profundidade
• Inserção conjuntiva uma média de 1,07 mm
• Espaço biológico = Do fundo do sulco gengival normal (ou do topo do epitélio juncional) até a crista óssea, envolvendo todo o epitélio juncional e toda a inserção conjuntiva 
Obs: Sulco gengival não faz parte do espaço biológico
• Toda vez que adentrar no epitélio juncional ou inserção conjuntiva (margem de preparo cavitário, restauração, preparo para prótese...), qualquer coisa que invada esse espaço biológico, o organismo reage com um processo inflamatório muito semelhante a uma periodontite, levando a uma perda óssea progressiva e incontrolável. 
 
Aumento de coroa clínica:
• Aumento de coroa clínica não é uma técnica cirúrgica
• Antes de escolher a técnica para o aumento de coroa clínica, preciso entender o motivo do paciente estar procurando por isso.
• Quando falamos de aumento de coroa clínica, precisamos pensar em três situações: 
1) O tecido gengival cresceu e cobre a coroa anatômica, diminuindo a coroa clínica
2) Houve uma cárie,uma fratura, uma perfuração que entrou abaixo da gengiva, sendo necessário expor essa margem para poder fazer uma dentística ou uma prótese
3) Paciente apresenta uma coroa clínica curta para retenção (preparo)
• Fazemos aumento de coroa clínica ou porque a gengiva cobriu, ou porque a cárie se estendeu para baixo da gengiva, ou porque tem uma coroa clínica curta para fazer um preparo.
Obs: Quando houver cárie/fraturas/perfurações, a primeira coisa que preciso observar é se houve invasão de espaço biológico ou não
• Quando houver dúvidas, ou quando for um preparo subgengival, tenho que realizar radiografias periapicais e interproximais 
• Preciso ter uma distância média da margem cervical do preparo até a crista óssea de, mais ou menos, 2,5 a 3mm. Se tiver uma distância menor que essa, significa que o espaço biológico está invadido 
• É possível de detectar por exame dimensional (sondagem), mas, principalmente, por radiografias periapicais associadas a radiografias interproximais 
 
O que acontece quando existe essa invasão do espaço biológico?
• Inflamação gengival, mesmo com ausência de placa (Inflamação gengival traumática)
• Reabsorção de crista óssea alveolar (devido a esse processo inflamatório)
• Dor (sensibilidade gengival a estímulos) - não acontece na maioria dos casos
• Recessão gengival 
• Migração epitelial (formação de bolsas)
 
• Caso do paciente com cárie. O profissional removeu toda a cárie, de modo que temos uma margem cervical de preparo recoberta por tecido gengival. Ao fazer uma radiografia interproximal, o profissional deve medir a distância da margem cervical do preparo até a crista óssea. Essa distância precisa dar, em média, 3mm, para que a gengiva, no processo de cicatrização, consiga ficar saudável. 
Se eu pegar uma lâmina de bisturi e cortar essa gengiva no nível do osso eu sei o quanto essa gengiva vai crescer em direção coronal durante a cicatrização? Sim
Toda vez que eu corto uma gengiva na altura do osso, essa gengiva cresce coronalmente a suas estruturas anatômicas normais. Isso quer dizer que ela vai crescer 1,07mm de inserção conjuntiva, 0,97mm de epitélio juncional e 0,69mm de sulco gengival (cerca de 3mm)
Nesse caso, posso fazer qualquer técnica cirúrgica, pois a distância da margem do preparo à crista óssea foi respeitada.
• Mas se no caso em que a cárie foi completamente removida e o limite cervical do preparo até a crista óssea tem menos que 3mm, se eu retirar a gengiva que recobre esse preparo sem fazer osteotomia, a gengiva vai voltar a crescer acima do preparo. 
Então, em situações que houve a invasão do espaço biológico deve-se fazer uma cirurgia com retalho para se obter acesso a osso (expor a crista óssea), tirar osso/osteotomia, até que da crista óssea à margem cervical do preparo volte a ter novamente os 3mm
Necessário fazer uma cirurgia para reestabelecimento do espaço biológico 
__________________________________________________________________________________
Invasão do espaço biológico e controle de placa
• Quando se fala de aumento de coroa clínica, esse aumento pode ser sem e com invasão do espaço biológico. 
• Quando se trata de aumento de coroa clínica SEM invasão do espaço biológico, é possível que se faça um procedimento não cirúrgico ou cirúrgico, ou ambos.
Aumento de coroa clínica sem invasão do espaço biológico cirúrgico:
• Ou faz gengivectomia ou faz uma cirurgia a retalho, porém, sem osteotomia.
• Por não ter invasão do espaço biológico, podemos fazer o aumento de coroa clínica em procedimentos não cirúrgicos, por meio de procedimentos básicos (temos um paciente que apresenta gengiva inflamada, o que tende ao acúmulo de líquido, uma inflamação por edema. Se realizar HFO, orientamos o paciente sobre higienização, fazemos a RAR, essa gengiva vai desinflamar, e nesse processo o líquido sai e ocorre a contração cicatricial desse tecido (a gengiva “murcha” e volta para sua posição original). Assim teve um aumento de coroa clínica sem cirurgia, devido a contração cicatricial desse tecido gengival)
 
Aumento de coroa clínica em casos que houve a invasão do espaço biológico:
• Nesses casos, necessariamente, é preciso ter acesso a osso
• Também pode ser cirúrgico ou não cirúrgico 
• Não cirúrgico: através de um tracionamento ortodôntico ou extrusão dentária 
• Cirúrgico: é necessário fazer um retalho, total ou parcial, e osteotomia, já que será necessário remover osso
 
• Se for fazer aumento de coroa clínica sem invasão do EB, não precisa mexer em osso! Com invasão do EB, será necessário retirar osso, para isso, deverá ser feita uma técnica cirúrgica que forneça acesso a ele. 
•Sempre que for fazer uma cirurgia de aumento de coroa clínica pré-protética existe uma sequência para se fazer esse aumento de coroa:
1) Remoção de todo o tecido cariado (deixar o dente apenas com tecido dentário sadio)
2) Esse dente é tratado endodonticamente ou não? Se não tratado, vai ser necessária a execução da endo ou não? Se já tratado, esse tratamento está bom ou não? Se não comprometeu a polpa, pode-se fazer uma restauração provisória e fazer a cirurgia em seguida. 
3) Se precisar de uma prótese e tem comprometimento endodôntico, existe uma sequência para ele: tratamento endodôntico, pino, núcleo, provisório e cirurgia
• Nas cirurgias de aumento de coroa clínica pré-protéticas não existe a coaptação das papilas e nas proximais. Sem o provisório/restauração, não tem ponto de contato, e consequentemente, tem a possibilidade de impacção alimentar no espaço proximal durante o pós-cirúrgico. Esse tecido cruento, essa área não coaptada nas proximais, vai cicatrizar por segunda intenção por meio de um coágulo estável. Se existe uma compressão dessa área devido o bolo alimentar, além do trauma pela mastigação, o coágulo se desestabiliza, formando uma cratera na proximal do dente, ficando, no pós-cirúrgico, uma área de depressão em formato de cunha na proximal, impedindo a higienização, principalmente no fundo dessa cratera. 
 
• Observação: não usar bisturi elétrico em cirurgias de aumento de coroa clínica! Bisturi elétrico necrosa tecido gengival e, se chegar perto de osso, pode causar uma necrose óssea que culmina na perda do dente
 
• Quando faz uma cirurgia com lâminas frias, lâminas de bisturi normal, ao fazer a incisão sangra, e consequentemente, tem fator de crescimento e o organismo entra em processo de cicatrização. Com o bisturi elétrico, ele queima o tecido, de modo que o organismo tem que limpar todo esse tecido necrosado que foi queimado pelo bisturi elétrico, para depois fazer o processo de cicatrização. 
• O controle de placa no pós-operatório também é extremamente importante
⦁ Tomar cuidado ao realizar uma prótese, porque dependendo do jeito que você fizer e o jeito que o paciente higienizar pode reter muito biofilme
• Orientar o paciente de como higienizar bem essa prótese. Se não tiver higiene, a condição periodontal fica bastante precária.
_________________________________________________________________________
Retalho de Widman e Widman modificado
Quando falamos em retalho, podemos ter dois tipos: o total e o dividido/parcial
Total: quando eu faço uma excisão e afasto epitelio, conjuntivo e periosteo deixando o osso exposto (usa o destaca periósteo para afastar)
Dividido: afasto deixa conjuntivo e periósteo recobrindo o osso (usa a lâmina do bisturi)
Hoje vamos ver os totais:
✓ Retalho de Widman:
Definição:
Técnica com retalho, utilizada exclusivamente para acesso às raízes subgengivais para alisamento e raspagem radicular, através de incisão sulcular sem retrair o retalho além da linha mucogengival.
Quando eu uso:
Quando já fiz a terapia básica periodontal, já refiz a raspagem e ainda apresenta sangramento a sondagem ou exsudato (não consigo inativar a bolsa). Ou então quando eu quero remover alguns defeitos que possam ter
Técnica:
⦁ Assepsia e antissepsia
⦁ Anestesia com mepivacaína e epinefrina pra que haja o mínimo de sangramento.
⦁ Incisão sulcular em toda a área para ter acesso a superfície da raiz.
⦁ Descolaepitélio, conjuntivo e periósteo (retalho total) e expõe o osso. Faz isso com destaca periósteo.
⦁ Usa uma broca e aplaina bem ali, deixa bem liso. Pode usar uma broquinha de polimento na superfície da raiz pra ajudar no aplainamento.
⦁ Faz o condicionamento da superfície da raiz com cloridrato de tetraciclina. Pode cair no osso sem problema nenhum, ela é estimulador de fator ósseo.
⦁ Descontaminação química.
⦁ Pode ter uma cicatrização boa dessa bolsa agora, porque está bem aplainado, sem fator retentor de placa e limpo.
⦁ Sutura com pontos interrompidos.
 
Obs: A diferença pro retalho de Widman modificado é que ao invés de fazer só a incisão sulcular, na Widman modificado haverá também uma outra incisão, formando um bisel interno, fugindo da margem gengival de 1 a 2 mm, como um colarinho. Vai tirar um pedaço de gengiva e vai aumentar a coroa clínica.
✓ Retalho de Widman modificado:
Definição:
•Técnica semelhante a original, porém a incisão é feita 1-2mm em sentido apical da margem gengival
• Incisão em bisel interno
• 45 graus em direção à crista óssea (incisão perpendicular)
• Incisão sulcular
• Removo o tecido
Esse tipo de retalho permite acesso para instrumentação adequada das superfícies radiculares e um fechamento imediato da área.
Técnica:
⦁ A incisão inicial é um bisel interno recortado, até o bordo alveolar, de 1 a 2 mm acima da margem gengival.
⦁ Usamos um destaca-periósteo.
⦁ Uma incisão sulcular é feita desde o fundo da bolsa até o osso, circunscrevendo a margem triangular de tecido que contém a parede da bolsa.
⦁ O colarinho gengival é removido. Assim, a coroa clínica aumenta.
⦁ As superfícies radiculares são examinadas, raspadas e alisadas se for necessário.
⦁ Suturas diretas interrompidas são feitas em cada espaço interdentário

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