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Prévia do material em texto

Higiene do Trabalho – Riscos 
Biológicos
ANA LÚCIA NASCIMENTO OLIVEIRA
1ª Edição
Brasília/DF - 2020
Autores
Ana Lúcia Nascimento Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução ..............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
Introdução aos riscos biológicos ..............................................................................................................................7
1.1 Biossegurança – complexidade e conceituação de risco .........................................................................7
1.2 Medidas de precaução e isolamento ............................................................................................................ 17
Capítulo 2
Medidas de controle .................................................................................................................................................. 24
2.1 Medidas de controle e níveis de biossegurança – EPI ........................................................................... 24
2.2 Medidas de controle e níveis de biossegurança – EPC ......................................................................... 28
Capítulo 3
Gerenciamento de resíduos .................................................................................................................................... 30
3.1 Processos de descontaminação em serviços de saúde: aspectos conceituais, limpeza, 
desinfecção, esterilização e equipamentos de proteção individual (EPI) ............................................... 31
Capítulo 4
Resíduos de serviços de saúde: resíduos sólidos urbanos, procedimentos para manejo de 
resíduos de serviços de saúde, plano de gerenciamento de resíduos de saúde e descarte ............ 42
4.1 Resíduos sólidos urbanos e resíduos serviços de saúde ...................................................................... 42
4.2 Gerenciamento do RSS ...................................................................................................................................... 48
Capítulo 5
Níveis de biossegurança .......................................................................................................................................... 51
5.1 Níveis de biossegurança e classificação dos resíduos ........................................................................... 51
5.2 Vigilância em saúde: exames médicos, imunização e controle sorológico..................................... 54
5.3 Legislação brasileira e acidentes ocupacionais com exposição a material biológico ................ 56
Capítulo 6
Norma Regulamentadora 15 .................................................................................................................................. 59
6.1 Atividades e operações insalubres ............................................................................................................... 59
6.2 Atividades e Operações Insalubres – avaliação dos aspectos inerentes aos riscos 
biológicos .......................................................................................................................................................... 61
Referências .......................................................................................................................................................................... 64
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORGANIzAçãO DO LIVRO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Gotas de Conhecimento
Partes pequenas de informações, concisas e claras. Na literatura há outras 
terminologias para esse termo, como: microlearning, pílulas de conhecimento, 
cápsulas de conhecimento etc.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Seja bem-vindo à disciplina Higiene do Trabalho – Riscos Biológicos.
Nesta disciplina vamos refletir sobre os riscos biológicos relacionados ao trabalho, buscando 
propiciar um debate e a compreensão destes riscos e dos programas e estratégias para sua 
prevenção e controle.
Nosso estudo será estruturado em três pilares: no primeiro, vamos tratar da introdução aos 
riscos biológicos, medidas de controle e níveis de biossegurança. O segundo pilar será sobre 
o gerenciamento de resíduos, em que serão discutidos tópicos como os resíduos de serviços 
de saúde, assim como seu manejo e descarte adequado. Por fim, no terceiro, trabalharemos 
os níveis de biossegurança e a Norma Regulamentadora 15.
Ao longo dos capítulos, é importante atentar a todos os aspectos discutidos neste livro 
didático em conjunto com os materiais audiovisuais e as discussões apresentadas. 
Espera-se que, ao final deste curso, o aluno seja capaz de atingir os objetivos abaixo 
descritos. Em caso de dúvidas, consulte sempre o professor tutor da disciplina.
Bons estudos!
Objetivos
 » Conceituar biossegurança e os temas que ela engloba.
 » Entender os riscos biológicos, e, em especial, medidas de prevenção. 
 » Compreender a importância das medidas de precaução e isolamento para a 
redução da transmissão de doenças por agentes infecciosos.
 » Entender a importância do adequado gerenciamento de resíduos de serviços 
de saúde, assim como seu manejo e descarte adequado.
 » Entender a necessidade do uso de EPI e EPC.
7
Introdução
Neste primeiro capítulo, discutiremos alguns conceitos básicos relacionados aos Riscos 
Biológicos no processo de Saúde e Segurança do Trabalho. Iniciaremos por uma visão 
geral dos riscos biológicos, medidas de controle, conceito de biossegurança e seus 
níveis.
Serão apresentados pontos como avaliação, classificação e controle dos riscos. 
Objetivos 
 » Compreender o conceito de riscos biológicose biossegurança. 
 » Conhecer os cuidados necessários para a realização segura das atividades.
 » Entender a importância do manejo, condicionamento e descarte adequados.
1.1 Biossegurança – complexidade e conceituação de risco
Figura 1. Biossegurança.
DE PROTOCOLOS
BIOSSEGURANÇA 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/biosafety-word-cloud-concept-on-grey-622734296.
1
CAPÍTULO
INTRODUçãO AOS RISCOS 
BIOLÓGICOS
8
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
Antes de abordarmos os conceitos de riscos biológicos, precisamos primeiro ter uma 
percepção do que é biossegurança. Biossegurança é a ciência relacionada à segurança 
da vida, o que inclui, além dos seres humanos, os animais, as plantas e todo o meio 
ambiente em que vivemos (CARDOSO, 2016).
O conceito de risco está sempre associado à probabilidade de algum acontecimento 
independente da nossa vontade.
E por que é tão importante estudar sobre este assunto?
Vamos lá! Todos nós passamos por diversas situações de risco em nosso trabalho ou 
no ambiente externo que podem causar sérios danos à saúde. Os riscos são divididos 
na literatura em cinco grandes grupos, que são: 
 » Riscos físicos;
 » Riscos de acidentes; 
 » Riscos ergonômicos;
 » Riscos químicos; 
 » Riscos biológicos.
Os riscos biológicos serão destaque nos estudos deste livro didático.
Figura 2. Imagem simbólica de célula sendo atacada por vírus. Elementos desta imagem fornecidos pela Nasa.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/virus-cell-symbolic-image-3dillustration-
elements-1672140328.
No ambiente de trabalho, a exposição a riscos pode causar problemas de saúde ao 
trabalhador, considerando a natureza, suscetibilidade, intensidade, tempo de exposição 
e concentração. Os prejuízos causados à saúde do trabalhador estão relacionados 
aos diferentes tipos de risco. Os trabalhadores ficam sujeitos à exposição a aspectos 
materiais, físicos, químicos, biológicos, culturais e organizacionais no ambiente de 
9
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
trabalho. A análise do ambiente de trabalho como um todo propiciaria ações mais 
conjuntas, que auxiliam na formação de legislações e políticas públicas que visam 
à dignidade e ao bem-estar do trabalhador (FERREIRA et al., 2018).
Os riscos biológicos ocorrem geralmente por meio de microrganismos, que, em contato 
com o ser humano, podem provocar inúmeras doenças. São considerados agentes 
de risco biológico os vírus, bactérias parasitas, protozoários, fungos e bacilos. Na 
execução de algumas atividades profissionais, o trabalhador está constantemente 
exposto a este tipo de risco (FIOCRUZ, 2020).
No estudo deste livro, aprofundaremos os temas relevantes para o seu entendimento 
sobre a ciência biossegurança, com o objetivo de que você, diante das suas atividades 
profissionais ou do cotidiano, possa levar sempre em consideração a opção mais 
segura, que não comprometa a saúde e a integridade física de todos os envolvidos.
De acordo com o Laboratório Didático de Bioquímica (2017):
Biossegurança trata-se do conjunto de medidas voltadas para a 
prevenção, controle, minimização ou eliminação dos riscos presentes 
nas atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento 
tecnológico e prestação se serviços que podem comprometer a saúde 
do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e/ou a 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
As atividades em laboratórios de saúde expõem os profissionais a vários tipos de risco que 
podem afetar sua integridade física. Estes riscos são classificados em cinco grupos (ANVISA, 
2017):
 » Riscos físicos.
 » Riscos biológicos.
 » Riscos ergonômicos.
 » Riscos de acidentes.
 » Riscos químicos.
Sugestão de estudo
Conheça um pouco mais sobre os riscos ocupacionais. Disponível em: https://www.tagout.com.br/blog/conheca-os-
5-tipos-de-riscos-ocupacionais/.
10
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
Há anos as patologias adquiridas dentro de laboratórios cl ínicos vêm sendo 
reportadas. Não são raras as situações que expõem os indivíduos em função da 
combinação hostil entre equipamentos, agentes biológicos, pessoas etc. E foi nesse 
cenário que nasceu o conceito de biossegurança (SANGIONE et al., 2013).
No Brasil o tema é regido por leis federais, estaduais e municipais. A Lei de Biossegurança 
é a Lei no 11.105, de 24 de março de 2005 (SENADO FEDERAL, 2011). 
Mas afinal, o que é biossegurança? 
Morfologicamente, (bio) é vida, então biossegurança seria “segurança da vida”; no 
seu sentido mais amplo, inclui os homens, os animais e as plantas.
De acordo com o Ribeiro (2017), biossegurança é: 
Conjunto de medidas voltadas para ações de prevenção, minimização 
ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, 
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que 
podem comprometer a saúde do homem, dos animais e do meio 
ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.
Segundo Cardoso (2016), o conceito de biossegurança deve ser analisado e considerado 
de forma ampla, relacionando-a a espaços como hospitais, laboratórios, entre outros. 
O autor destaca que o termo biossegurança, está, inicialmente, relacionado ao respeito 
à vida. Sendo necessário, portanto, um forte entendimento dos fatores de riscos para o 
indivíduo e para toda a sociedade, quando ocorre a exposição a agentes patogênicos. 
Ainda de acordo com o autor, o foco da biossegurança é centrado em iniciativas que 
permitem conhecer, prevenir, minimizar e monitorar os riscos que o trabalho pode 
gerar sobre o ser humano, o meio ambiente e a vida, riscos esses inerentes ao complexo 
ecossistema em que vivemos.
Várias ações podem ser tomadas no intuito de minimizar esses riscos, como, por 
exemplo, ações administrativas, técnicas, educacionais etc. E é aí que entra a 
complexidade do tema, pois são necessários não apenas equipamentos de proteção e 
instalações adequadas ao ambiente de trabalho, mas, também, que se tenha um fluxo 
de informações e treinamento a todos os profissionais envolvidos (ANVISA, 20XXb).
De acordo com Zochio (2009), embora estejam sendo tomadas tantas iniciativas com 
relação à biossegurança, o número de acidentes continua elevado, com um índice de 
acidentes perfurocortantes de aproximadamente 80% a 90%. A percepção é de que 
este percentual tão elevado não esteja relacionado às tecnologias disponíveis para 
eliminar e minimizar os riscos, mas à conduta inadequada do trabalhador e, sim, no 
11
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
comportamento inadequado dos profissionais. Esta realidade precisa ser revertida 
através de treinamentos adequados e constantes, a fim de reduzir os riscos inerentes 
à atividade. 
Na prática, a biossegurança deve avaliar o risco para programar a instalação de 
sistemas de controle e prevenção adequados. Sendo assim, é fundamental a avaliação 
do risco para determinar as medidas a serem adotadas para tentar minimizar, ou, 
até mesmo, eliminar os riscos de acidentes e a exposição a patógenos presentes no 
ambiente de trabalho e sua possível propagação (CARDOSO, 2016). A Figura 3 ilustra 
a complexidade das ações de biossegurança, que tem como pilar a contenção e a 
administração dos riscos.
Figura 3. Complexidade das ações de biossegurança.
Serviço de Saúde
Usuário 
Serviço 
Ambiente
Risco Biológico 
Risco Físico 
Risco Ergonômico 
Risco de Acidentes 
Risco Químico
Vigilância Médica 
Descontaminação 
Equipamentos de Proteção 
Projeto de Construção de Instalações 
Boas Práticas 
Qualidade dos Serviços 
Monitoramento 
Segurança Predial
Fonte: Adaptado de Cardoso (2016).
Mas o que é risco?
Todos convivem com o risco no dia a dia, seja por ordem natural (tempestades, 
enchentes, riscos produzidos pelo homem, como guerras) ou até mesmo em situações 
que podem ocorrer em nossas residências, escolas etc. Enfim, não é possível nos 
protegermos totalmente dos riscos, pois no nosso cotidiano estamosexpostos a eles 
(CARDOSO, 2016).
Para refletir
Riscos do ambiente de trabalho quanto às condições laborais e o impacto na saúde do trabalhador. 
Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v16n3a14.pdf.
12
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
O tema é muito amplo e pode estar relacionado a vários aspectos de nossas vidas. 
No segmento da saúde, de acordo com a Anvisa (2008), o risco está relacionado à 
probabilidade de ocorrer algum evento nocivo durante um período de observação. 
Cardoso (2016) acrescenta que o risco corresponde a uma parte da realidade atual e que 
probabilisticamente falando, o risco zero inexiste para qualquer atividade científica. 
E é nesse panorama que atua a biossegurança.
Como vimos anteriormente, os riscos podem ser classificados em função do tipo em: 
Físicos, Químicos, Biológicos, de Acidentes e Ergonômicos. Por sua vez, os agentes 
biológicos podem pertencer a quatro classes diferentes (Classes 1, 2 3 ou 4), de acordo 
com o grau de periculosidade (CARDOSO, 2016).
Figura 4. Classes de risco.
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
CLASSES BÁSICAS DE RISCOS DE LABORATÓRIO DE BAIXO A ALTO
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/biosafety-level-signs-bsl1-bsl4-simple-1311817211.
1.1.1 Avaliação, classificação e controle dos riscos: riscos e perigo; 
contenção
As Normas Regulamentadoras 7 e 9 estabelecem o Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), 
respectivamente. Ambos os programas têm por objetivo proteger o trabalhador, através 
da implementação de ações da Segurança e Medicina do Trabalho. O PPRA criará 
informações usadas para a elaboração do PCMSO e, por isso, deverá ser elaborado 
primeiramente. Os programas devem ser elaborados e implantados por um especialista 
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e ao serem elaborados devem 
respeitar as respectivas normas e as particularidades da empresa, como ramo de 
atividade, tamanho da empresa, entre outros (IMTEP).
A NR 9 determina que a elaboração e a implementação do PPRA são obrigatórias, 
com o objetivo preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores, através da 
antecipação, reconhecimento e avaliação de riscos ambientas, possibilitando o 
13
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
controle da ocorrência de r iscos ambientais existentes no ambiente de trabalho 
ou que haja possibi l idade de ocorrência, protegendo o meio ambiente e os 
recursos naturais (ANVISA, 2019) . 
Conforme vimos anteriormente, o conceito de risco está relacionado com a probabilidade 
de ocorrência de um acidente ou de algum evento adverso. Nesse cenário, nota-se a 
necessidade de que algumas medidas sejam tomadas para minimizar ao máximo esses 
incidentes , e, para isso, podemos contar com a ferramenta de avaliação de riscos, que 
serve para a identificação de perigos que podem causar efeitos indesejáveis sobre nós 
e o meio em que vivemos (FREITAS, 2002).
A identificação do perigo representa um risco potencial para acontecer algum problema 
ao trabalhador, tais como lesões ou doenças. Portanto, o risco está diretamente associado 
à exposição ao perigo e, cronologicamente, observa-se inicialmente o perigo, para, 
depois, se houver exposição, surgir o risco (FUNDACENTRO, 2019).
Freitas (2002) divide o gerenciamento da avaliação de riscos em quatro etapas: 
1. Identificação de perigo;
2. Avaliação da dose – resposta;
3. Avaliação de Exposição;
4. Caracterização de riscos.
Segundo Freitas (2002), somente a partir da última etapa é que são tomadas as decisões 
sobre o gerenciamento de riscos.
Vamos conhecer, agora, os tipos de riscos, que, segundo Cardoso (2016), podem 
ocasionar sérios problemas à saúde do trabalhador, sendo percebidos em curto prazo, 
no caso de algum acidente, por exemplo, ou em longo prazo, quando ocasionado por 
algum tipo de lesão por esforço repetitivo.
 » Riscos físicos : os riscos físicos normalmente são provocados por algum 
tipo de energia, como, por exemplo: ruído, vibração, radiação, temperaturas 
extremas, umidade, entre outros. Na figura a seguir, temos exemplo de um 
trabalhador de laboratório com possibilidade de exposição a radiação. 
14
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
Figura 5. Risco físico de exposição a radiação.
CUIDADO!
PERIGO DE 
RADIAÇÃO
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/scientist-coverall-protection-clothing-full-face-1650344854.
 » Riscos químicos: estão normalmente relacionados à manipulação de substâncias 
químicas, que podem causar diversos danos à saúde dos indivíduos expostos a 
elas, como doenças respiratórias, queimaduras e até doenças mais graves, como 
o câncer. Na figura a seguir, temos um exemplo de ambiente onde pode haver 
exposição a agentes químicos.
Figura 6. Risco químico devido à manipulação de substâncias químicas.
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/laboratory-studies-404537242.
 » Riscos ergonômicos: estão associados a situações que geram desconforto, estresse 
ou esforço físico excessivo, entre outros. A figura a seguir mostra um exemplo de 
risco ergonômico ao se utilizar computadores.
15
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
Figura 7. Risco ergonômico relacionado a postura inadequada.
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ergonomics-women-correct-incorrect-sitting-posture-1005969070.
 » Riscos de acidentes: estão associados ao arranjo físico deficiente, incluindo, 
por exemplo, ferramentas inadequadas, máquinas e equipamentos sem 
proteção, sistema elétrico etc. Capazes de comprometer a integridade física 
do trabalhador. A figura a seguir mostra um acidente de trabalho gerado por 
falta de equipamento de proteção adequado.
Figura 8. Risco de acidentes relacionados à falta de equipamento de proteção individual.
SEGURANÇA EM 
PRIMEIRO LUGAR
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/work-safety-flat-vector-banner-about-1504972763.
 » Riscos biológicos: causados por agentes biológicos (vírus, bactérias, parasitas, 
protozoários, fungos e bacilos). Os materiais biológicos abrangem amostras 
provenientes de seres vivos (plantas, animais, bactérias etc.), seres humanos 
(sangue, urina biópsia, entre outros) e organismos geneticamente modificados. 
A figura a seguir mostra uma atividade de exposição ao risco biológico.
16
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
Figura 9. Risco biológico devido à exposição a agentes biológicos.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/germs-growing-on-agar-plate-laboratory-248139793.
De acordo com o Ministério da Saúde (2017), os agentes biológicos afetam os seres 
humanos, os animais e o meio ambiente. Podem ser distribuídos em quatro classes 
de risco:
 » Classe de risco 1: baixo risco individual e para a comunidade. Incluem-se nesta 
classe os agentes biológicos conhecidos por não apresentarem riscos a seres 
humanos ou animais. Ex.: Lactobacillus sp.
 » Classe de risco 2: moderado risco individual e limitado risco à comunidade. 
Estão listados aqui os agentes biológicos conhecidos por provocar infecções no 
homem ou nos animais. O potencial de propagação na população, animais e meio 
ambiente é limitado. E existem medidas profiláticas e terapêuticas conhecidas 
eficazes. Ex.: Schistosoma mansoni.
 » Classe de risco 3: alto risco individual e moderado risco para a comunidade. 
Estão listados nesta classe os agentes que possuem capacidade de transmissão 
por via respiratória e que podem causar patologias humanas ou animais 
potencialmente letais, para os quais há tratamento e prevenção. Ex.: HIV.
Saiba mais
Vamos saber um pouco mais sobre gestão e avaliação de risco em saúde ambiental. Disponível em: https://static.
scielo.org/scielobooks/ffk9n/pdf/brilhante-9788575412411.pdf.
17
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
 » Classe de risco 4: alto risco individual e para a comunidade. Inclui os agentes 
biológicos com alto poder de transmissão para oser humano e a comunidade. 
Ainda não existe medida profilática e/ou terapêutica eficiente. São responsáveis 
por doenças humanas e animais de elevada gravidade. Esta classe inclui, 
principalmente, os vírus. Ex.: Vírus Ebola.
Figura 10. Análise das classes de risco.
Classe 
de Risco
Risco 
Individual
Risco à 
Coletividade
Profilaxia ou 
Terapia 
Eficaz
1 Baixo Baixo Existente
2 Moderado Baixo Existente
3 Elevado Moderado Usualmente existente
4 Alto Alto Inexistente
Fonte: Adaptado de Binsfeld et al. (2010).
Visto isso, podemos perceber a importância de uma polít ica de contenção e 
controle visando à proteção dos indivíduos e do meio frente aos riscos aos quais 
estamos todos suscetíveis.
Essas medidas podem ser feitas de forma primária; através da utilização de técnicas 
que protejam o indivíduo e o ambiente contra algum tipo de agente infeccioso, com 
ouso de equipamentos de proteção individual, através da aplicação de vacinas. E de 
forma secundária, que trata da proteção do ambiente externo contra a contaminação, 
com o descarte adequado de resíduos, desinfecção e limpeza. (ROSSETE, 2017).
1.2 Medidas de precaução e isolamento
Pelo que vimos até aqui, todos nós estamos expostos a situações que ocorrem 
independentemente das nossas vontades, incluindo os vários tipos de riscos com os 
quais podemos nos deparar em nosso ambiente de trabalho e, até mesmo, em nossas 
casas ou no meio em que vivemos.
Riscos biológicos, que são o enfoque desse livro, podem ocorrer de diversas formas, 
podendo causar doenças graves, e até fatais, caso não sejam tomados os cuidados 
adequados.
18
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
Por isso, é muito importante que medidas de precaução e isolamento sejam tomadas, 
principalmente pelos profissionais da área da saúde, que lidam com esses agentes na 
sua rotina de trabalho; essas medidas contribuem para interromper os mecanismos 
de transmissão e prevenir infecções (CARDOSO, 2016).
Podemos citar como exemplos de medidas de precaução a higienização das mãos, o 
uso de EPIs, descontaminação adequada de materiais, equipamentos e ambientes, 
além das medidas de isolamento (CARDOSO, 2016).
1.2.1 Transmissão de doenças
Ao longo deste material são discutidos os vários agentes de riscos aos quais os 
profissionais estão sujeitos, e no caso específico dos profissionais da saúde, 
principalmente aos agentes de riscos biológicos.
A exposição biológica pode ocorrer de diversas maneiras, podendo transmitir aos 
indivíduos várias doenças, das mais brandas como a do vírus Influenza, a casos 
mais sérios, como o vírus da imunodeficiência humana (HIV ). Em função disso, o 
conhecimento sobre a transmissão, as práticas necessárias, as formas de prevenção 
e condições de segurança apresentam importância primordial para que medidas de 
prevenção e contenção sejam tomadas a fim de controlar a propagação da doença 
entre pacientes, a população e o meio (CARDOSO, 2016).
Mas como essa transmissão é feita?
Figura 11. Transmissão de doenças infectocontagiosas.
EPIDEMIA
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/world-epidemic-meaning-planet-global-
contagious-217358206.
Saiba mais
Transmissão de doenças infecciosas: Como ocorrem? Disponível em: https://www.drakeillafreitas.com.br/
transmissao-de-doencas-infecciosas-como-ocorrem/.
19
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
Para que a transmissão ocorra, sempre há um caminho a ser percorrido: Há uma fonte, 
um meio de transmissão e um hospedeiro, como mostrado na figura a seguir:
Figura 12. Formas de transmissão.
Fonte
Doente
Típico
Atípico
Portador 
Convalescente
Crônico
Subclínico
Reservatório
Transmissão
Contato (direto ou indireto)
Gotículas
Aerossóis
Hospedeiro Suscetível
Falta de resistência imunológica
Alimentação inadequada/não
balanceada
Fonte: Adaptado Cardoso (2016).
Segundo Cardoso (2016), a transmissão pode ocorrer de diversas formas, como 
detalhado a seguir:
 » Transmissão por contato (direto e/ou indireto): este tipo de transmissão 
ocorre quando indivíduos contaminados por agentes biológicos entram em 
contato direto, ou seja, de pessoa para pessoa ou indireto, através de objetos 
contaminados etc.
 » Transmissão por gotículas: a transmissão por gotículas é realizada através 
da fala, espirro, tosse etc. Ocorre geralmente quando não há um grande 
distanciamento entre o ser infectado e o hospedeiro susceptível, visto que as 
gotículas não permanecem no ar por muito tempo.
 » Transmissão pelo ar: este tipo de transmissão ocorre por gotículas que podem 
ficar suspensas no ar por um longo período. Por isso os agentes biológicos podem 
ser dispersos por correntes de ar a longas distâncias. 
 » Transmissão por um vetor : ocorre quando os agentes biológicos são 
transmitidos por mosquitos, pássaros, ratos ou insetos.
20
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
Figura 13. Exemplo de formas de proteção e propagação de doenças infectocontagiosas.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/air-infections-transmission-disease-one-person-1146078323.
1.2.2 Precauções 
A fim de diminuir e até evitar a transmissão de agentes patogênicos, deverão ser 
adotadas medidas para a proteção dos indivíduos e o meio.
A precaução padrão é considerada a mais importante, universal ou básica. Deve ser 
projetada para o atendimento de qualquer paciente, independente do diagnostico, 
na manipulação de qualquer amostra, no manuseio de itens contaminados e quando 
houver risco de contato com secreções e excreções, independentemente de haver 
sangue visível ou não (CARDOSO, 2016).
São consideradas medidas de precaução padrão:
 » Higiene das mãos.
 » Uso de EPI.
 » Descontaminação de superfícies.
 » Artigos e equipamentos. 
 » Descarte de materiais perfurocortantes. 
 » Programa de prevenção de acidentes e imunização. 
21
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
Figura 14. Uso de EPI para evitar a contaminação e propagação de doenças infectocontagiosas.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/coronavirus-test-medical-worker-taking-throat-1689807304.
Além da medida de precaução padrão, tem-se, também, a precaução com base na via de 
transmissão.
Há situações em que mesmo colocando em prática as medidas de precaução padrão, 
elas são insuficientes para a interrupção da transmissão de doenças infecciosas. Por 
isso é necessário o uso de precaução por transmissão. Elas podem ser de três tipos 
(EBSERH, 2017): 
 » Precaução de contato: este tipo de precaução visa reduzir o risco de transmissão 
de patógenos do indivíduo infectado para outro indivíduo. Como exemplos de 
contenção por contato podem ser citados quarto privativo, uso de EPIs, entre outros.
 » Precaução para gotículas: tem por objetivo prevenir a transmissão de agentes 
infecciosos através de gotículas de tamanho grande (> 5 micra) veiculadas por 
vias aéreas. Por serem grandes, elas não se propagam no ambiente. Nesses 
casos, o ideal é manter o distanciamento de pelo menos um metro.
 » Precaução para aerossóis: são medidas de precaução adotadas para reduzir 
o risco por agentes infecciosos provenientes de gotículas eliminadas durante 
a fala, respiração ou tosse. Essas gotículas podem permanecer em suspensão 
por horas, pois são partículas pequenas (< 5 micra). Neste caso, é indicado um 
sistema de ventilação especial.
22
CAPÍTULO 1 • INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS
1.2.3 Isolamento
As medidas de precaução e isolamento foram criadas como uma técnica de prevenção e 
controle de doenças transmissíveis. No caso de suspeita ou confirmação de um paciente 
com infecção, o ideal é isolar os pacientes em quartos ou com outros pacientes que 
estejam infectados de forma semelhante (CARDOSO, 2016).
Se houver risco de transmissão por gotículas, de pacientes infectados pelo vírus 
influenza, por exemplo, a medida de isolamento adequada é em quarto privativo ou 
com outros pacientes portadores do mesmo tipo de patógeno. A distância entre os 
pacientes deve ser de no mínimoum metro e as portas devem ser sempre mantidas 
fechadas (CARDOSO, 2016).
Por fim, nos casos suspeitos ou confirmados de infecções por microrganismos 
transmitidos por aerossóis, como o da tuberculose, a indicação de isolamento é em 
um quarto privativo, podendo haver mais pacientes com este patógeno. A porta deve 
ser sempre mantida fechada e o quarto deverá possuir um sistema de ventilação 
especial que propicie pressão negativa com seis a 12 horas de troca de ar por dia e o ar 
oriundo da exaustão deve passar por uma filtragem, com o uso de um filtro absoluto 
(CARDOSO, 2016).
1.2.4 Barreiras de contenção
De acordo com o Ministério da Saúde (2006), o termo contenção é utilizado para 
se referir aos mecanismos de segurança para manipulação dos agentes de risco no 
ambiente de trabalho. O objetivo da contenção é o de reduzir ou eliminar a exposição 
da equipe e outras pessoas aos agentes de risco, assim como evitar que estes agentes 
alcancem o ambiente.
As barreiras de contenção combinam três elementos essenciais:
 » Práticas e procedimentos técnicos.
 » Equipamentos de segurança.
 » Projeto de instalações. 
Que, por sua vez, também podem ser divididas em pr imár ias ou secundár ias. 
A f i g u ra a s e g u i r re p re s e n t a a e s q u e m a t i z a ç ã o d a s b a r re i ra s d e c o n t e n ç ã o 
(CARDOSO, 2016) .
23
INTRODUçãO AOS RISCOS BIOLÓGICOS • CAPÍTULO 1
Figura 15. Barreiras de contenção primárias e secundárias.
Instalações
Contenção 
Secundária
Contenção 
Primária
Práticas Equipamentos de Proteção
Biossegurança
Fonte: Adaptado de Cardoso (2016).
As barreiras de contenção primária dizem respeito à proteção do profissional e do 
ambiente de trabalho contra a exposição aos agentes de risco. É obtida através 
da adoção de boas práticas e pelo uso adequado de equipamentos de segurança 
individuais e coletivos. O uso de vacinas pode aumentar o nível de proteção 
individual (CARDOSO, 2016).
As barreiras de contenção secundárias compreendem a proteção dos profissionais ao 
meio externo ao trabalho contra a exposição acidental a agente de risco. Essa forma 
de contenção é alcançada tanto pela estrutura física do local como pelas rotinas de 
trabalho e as práticas operacionais relacionadas (CARDOSO, 2016).
24
Introdução 
Neste capítulo, conheceremos as medidas de controle necessárias os riscos biológicos 
no processo de saúde e segurança do trabalho, tais como a utilização adequada de 
equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva 
(EPCs), de acordo com a atividade exercida. 
Ao final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de entender a importância da utilização 
de meios de prevenção da contaminação, como EPIs e EPCs adequados. 
Objetivos 
 » Conhecer as medidas de controle para evitar a propagação de infecções.
 » Conhecer os cuidados necessários para a realização segura das atividades, como 
a utilização de EPIs e EPCs, de acordo com a necessidade relacionada à atividade 
desempenhada.
 » Entender a importância da aplicação dos protocolos de biossegurança.
2.1 Medidas de controle e níveis de biossegurança – EPI
Figura 16. Ilustração de equipamento de proteção indicada para laboratórios.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/scientific-medical-research-abstract-background-
3d-668507017.
2CAPÍTULOMEDIDAS DE CONTROLE
25
MEDIDAS DE CONTROLE • CAPÍTULO 2
De acordo com Rossete (2016), a limpeza e desinfecção adequada das instalações 
podem ser fator importante para evitar a propagação de infecções. Além disso, 
o descarte dos resíduos contaminados com agentes biológicos deve ser feito de 
forma consciente, tendo em vista que podem causar a contaminação de pessoas e 
de ambientes.
Outro ponto importante para se evitar a contaminação é a utilização de equipamentos de 
proteção individual (EPIs) e equipamentos de proteção coletiva (EPCs). 
A Norma Regulamentadora 6 determina que as empresas disponibilizem gratuitamente 
todos os EPIs necessários para os trabalhadores, com orientações de uso e treinamentos 
necessários. 
Segundo o Guia Trabalhista, a Norma Regulamentadora 6 (NR 6) define o equipamento de 
proteção individual (EPI), como todo dispositivo ou produto, de uso individual e que 
tem por finalidade a proteção do trabalhador quanto riscos que possam ameaçar sua 
segurança e saúde no desempenho do trabalho.
É muito importante conhecer a forma de transmissibilidade dentro da cadeia 
epidemiológica, pois se pode atuar ativamente a fim de interromper a forma de 
transmissão. Medidas de precaução e isolamento têm por objetivo interromper 
os mecanismos de transmissão. Dentre estas medidas pode-se citar : o uso de 
equipamentos de proteção individual, os EPIs (tais como máscaras, luvas, aventais, 
óculos de proteção), a adesão à higienização das mãos, entre outras (EBSERH, 2017).
2.1.1 Proteção de olhos, face e cabeça
 » Óculos de segurança: são obrigatórios para os profissionais que trabalham 
em laboratórios e são indicados quando houver risco de respingos, poeira ou 
impactos. Caso haja o risco de explosão, os óculos devem ter proteção lateral.
Figura 17. Pesquisador usando óculos e máscara de proteção.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/researcher-doctor-scientist-laboratory-assistant-
working-1469485697.
26
CAPÍTULO 2 • MEDIDAS DE CONTROLE
Figura 18. Explosão no laboratório.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/funny-little-girl-doing-experiments-laboratory-627551969.
Outras atividades demandam a necessidade de proteção de toda a face e, nestes 
casos, indica-se o uso de protetores faciais ou capuz de proteção facial com visores 
integrados (ROSSETE, 2016).
2.1.2 Proteção da pele e mãos
Durante as atividades, as mãos também estão sujeitas a entrar em contato com 
substâncias que podem causar irritações, e ainda, com materiais contaminados. O 
grau de vulnerabilidade das pessoas a estes agentes é variável. Sabe-se que pessoas 
que transpiram muito e pessoas com a pele muito seca são mais suscetíveis. Portanto, 
neste caso, a principal forma de prevenção é através de uma higienização adequada 
com água e sabão. Além disso, em alguns casos está indicado o uso de luvas, que 
podem ser de diferentes materiais, de acordo com a indicação:
 » Luvas de algodão ou couro: protegem as mãos de materiais abrasivos, objetos 
pontiagudos e cortantes;
 » Luvas com isolamento térmico: para trabalhar com objetos quentes;
 » Luvas de borracha (PVC e nitrílicas): são resistentes a ácidos, solventes e 
substâncias corrosivas.
Figura 19. Utilização de luvas e jalecos de mangas longas para proteção da pele.
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/doctors-infectionist-research-covid19-concept-
satisfied-1689617482.
27
MEDIDAS DE CONTROLE • CAPÍTULO 2
Após o uso, as luvas devem ser descartadas e deve-se evitar o uso prolongado. Além 
disso, após o uso deve-se lavar as mãos para evitar contaminação (ROSSETE, 2016).
2.1.3 Proteção do corpo e vestuário
Figura 20. Utilização de EPIs para proteção no ambiente de trabalho.
EPI Completo 
Rede de Cabelo 
Óculos/Viseiras 
Máscara N95 
Proteção para o rosto 
Roupa de isolamento 
Luvas descartáveis 
Capa para sapatos 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/doctors-character-wearing-full-ppe-personal-1695883693.
O uso de jaleco de algodão com mangas longas e punhos fechados está indicado para 
uso geral. Em especial, para lavar os materiais de laboratório, indica-se o jaleco 
longo de PVC e macacões Tyvek.
 » Calçados de segurança devem, preferencialmente, ser confeccionados sem 
material impermeável e com solado antiderrapante (ROSSETE, 2016).
2.1.4 Proteção respiratória
Figura 21. Proteção respiratória.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/safety-breathing-masks-industrial-n95-mask-1360868570.
28
CAPÍTULO 2 • MEDIDAS DE CONTROLE
De acordo com Rossete (2016), para atividades que envolvam pós tóxicos ou 
irritantes, vapores e gases nocivos é indispensávelo uso de proteção respiratória, 
que pode ser feita com o uso de fi ltros, máscaras respiratórias ou respiradores. 
A proteção respiratória possui vários níveis, de acordo com o tipo de exposição 
e proteção necessária. Por exemplo, para a proteção à exposição de agentes 
biológicos, indica-se o uso de respiradores N95.
2.2 Medidas de controle e níveis de biossegurança – EPC 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2017), os equipamentos 
de proteção coletiva (EPCs) são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho 
que têm por objetivo preservar a integridade física e a saúde dos profissionais 
dos riscos no ambiente em que realizam as suas atividades.
Alguns exemplos de EPC de grande importância para os serviços de saúde (ZOCHIO, 
2009).
 » Cabine de segurança biológica: uso obrigatório em todos os laboratórios, 
utilizado para a proteção do trabalhador e do meio ambiente para evitar 
contaminação por aerossóis que podem se espalhar durante a manipulação. 
 » Chuveiro de emergência: deve ser utilizado no caso de acidente envolvendo 
substâncias químicas ou material biológico. 
Sugestão de estudo
Assista ao vídeo Como usar a proteção facial contra riscos biológicos – canal Treinar para Salvar (Youtube) 
publicado em 21 de março de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pOTQSMzigc4.
Figura 22. Proteção facial contra riscos biológicos.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=pOTQSMzigc4.
29
MEDIDAS DE CONTROLE • CAPÍTULO 2
 » Lava olhos: utilizado para acidentes na mucosa ocular. O jato de água deve ser 
forte e direcionado aos olhos.
 » Extintores de incêndio: há vários tipos diferentes de extintor de incêndio e ele 
deve ser escolhido de acordo com a situação, considerando-se a extensão do 
problema, o tipo de construção, condições de temperatura, entre outros fatores.
É impor tante que os trabalhadores recebam treinamento de como uti l izar 
adequadamente os equipamentos e que saibam que estes são de uso obrigatório 
para a prevenção de um possível acidente, como, por exemplo, um incêndio ou um 
acidente com reagentes químicos.
Sintetizando
Vimos neste capítulo:
 » A importância da aplicação da biossegurança.
 » Conhecemos os riscos biológicos e a necessidade de cuidados com a contaminação.
 » Conhecemos formas de evitar a contaminação pessoal e ambiental.
 » Estudamos as formas de proteção previstas por normas regulamentadoras.
30
Introdução 
Neste capítulo veremos a importância dos processos de descontaminação em serviços 
de saúde. Abordaremos conceitos e métodos importantes de limpeza, desinfecção e 
esterilização de materiais, além da seleção de produtos de limpeza, aspectos éticos 
e comportamentais. Veremos, ainda, a importância do gerenciamento adequado dos 
resíduos de saúde e seu descarte.
Ao final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de entender o risco da presença 
de agentes infectantes no ambiente de trabalho e que podem comprometer a saúde 
do trabalhador através de contaminação e o risco de disseminação destes agentes 
para o ambiente, assim como os meios de prevenção com o uso de EPIs adequados, 
higienização adequada e descarte adequado de resíduos.
Objetivos 
 » Elaborar o gerenciamento de resíduos. 
 » Compreender a importância dos processos de descontaminação, tais como 
limpeza, desinfecção, esterilização e utilização de EPIs.
 » Compreender os métodos de limpeza pessoal e do ambiente de trabalho, 
desinfecção e esterilização de materiais.
 » Entender a importância do descarte adequado dos resíduos de saúde.
3CAPÍTULOGERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
31
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS • CAPÍTULO 3
3.1 Processos de descontaminação em serviços de saúde: 
aspectos conceituais, limpeza, desinfecção, esterilização e 
equipamentos de proteção individual (EPI)
Figura 23. A eliminação indiscriminada de lixo infectante pode contaminar o meio ambiente.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/mountain-large-garbage-pile-pollutionpile-stink-1431433979.
Segundo a Anvisa (2019), o gerenciamento de resíduos é regulamentado no Brasil 
pela norma – RDC no 222, de 2018, que revogou a norma anterior, RDC no 306/2004.
Segundo essa resolução, os geradores de resíduos de serviços de saúde (RSS) são 
definidos como todos os serviços relacionados com a saúde do homem ou animal , 
como hospitais, clínicas odontológicas, empresas de biotecnologia, casas de repouso 
e funerárias (ANVISA, 2018).
Bento (2017) conceitua RSS como todo lixo proveniente do cuidado ao paciente, tanto 
em ambiente domiciliar quanto em instituições públicas e privadas.
No campo da saúde, grande quantidade dos resíduos produzidos e manipulados é 
considerada de elevado risco, e quando o gerenciamento destes não é feito de forma 
adequada, pode afetar a saúde da população e causar sérios danos ao meio ambiente 
(CAFURE; PATRIARCHA-GRACIOLLI, 2015).
Figura 24. Descarte adequado da agulha em uma lixeira vermelha própria para o descarte seguro.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/health-officer-put-needle-into-safety-492504214.
32
CAPÍTULO 3 • GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
Por isso é tão importante que se tenha um plano de gerenciamento de resíduo 
bem consolidado, a fim de que possa se assegurar a proteção à saúde pública e à 
qualidade do meio ambiente. Devido a sua heterogeneidade, a Anvisa classifica os 
RSS em cinco grupos, A, B, C, D e E, os quais veremos mais detalhadamente adiante.
Figura 25. Cientista com macacão estéril usando álcool a 70% e lenços para limpar o armário de segurança 
biológica (BSC).
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/scientist-sterile-coverall-gown-using-alcohol-1404754184.
Os materiais utilizados em ambientes da área da saúde podem se constituir em 
veículos de transmissão de agentes infecciosos se não passarem por um processo de 
descontaminação adequado após seu uso (CARDOSO, 2016).
Essa transmissão, segundo Cardoso (2016), pode ocorrer de forma direta, através 
do contato com sangue ou secreções, por exemplo, e de forma indireta, por meio de 
contato com equipamentos, superfícies, entre outros.
Para entendermos melhor sobre esse assunto, primeiro precisamos saber o que é 
descontaminação.
Saiba mais
Vamos conhecer um pouco mais das normas regulamentadoras relacionadas ao gerenciamento de riscos?
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/
Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf.
NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/
images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf.
33
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS • CAPÍTULO 3
Descontaminação é um processo que visa à redução dos microrganismos em alguma 
superfície, instrumento ou material hospitalar. Quando essa descontaminação é feita, 
não se pode dizer que o local está 100% seguro para os profissionais e pacientes, 
pois esse processo pode variar desde uma desinfecção completa a uma simples 
higienização com água e sabão (HIRATA et al., 2012).
Figura 26. Profissional da área de saúde colocando instrumental de trabalho limpo para ser autoclavado 
(processo de esterilização).
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/sterilizing-medical-instruments-autoclave-dental-
office-716852656.
Souza et al.(1998) acrescentam o termo conhecido como descontaminação prévia 
ou desinfecção prévia, que se refere à primeira etapa do processo de desinfecção 
ou esterilização e se constitui na imersão de materiais com presença de matéria 
orgânica, microrganismos e outros resíduos em uma solução desinfetante por um 
período de 15 a 30 minutos com o objetivo de reduzir e até eliminar a presença de 
microrganismos antes da etapa de limpeza mecânica com água e sabão. 
Algumas formas de descontaminação, segundo o Ministério da Saúde (1994) são:
 » Fricção com o auxílio de uma esponja, pano ou escova.
 » Autoclavagem prévia do artigo contaminado, sem o ciclo de secagem.
 » Imersão do artigo em água em ebuliçãopor 30 minutos, entre outros.
Vamos, agora, a outros conceitos importantes nesse processo, os quais a Fiocruz 
(2009) desmembra em dois grandes grupos; de desinfecção por agentes químicos 
(limpeza, assepsia, antissepsia e desinfecção) e desinfecção por agentes físicos 
(esterilização). Vamos falar sobre esses tipos de desinfecção a seguir.
34
CAPÍTULO 3 • GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
A limpeza é o processo manual ou mecânico voltado à remoção de sujeiras e 
detritos. Para que se tenha eficácia garantida é necessário o uso de água e sabão 
ou detergente enzimático com posterior enxágue e secagem. É importante que 
esse procedimento sempre preceda os de desinfecção e esterilização para garantir 
a eficácia deles. (EBSERH, 2016)
Figura 27. Profissional fazendo a limpeza do instrumental de trabalho.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/profile-view-young-woman-washing-sterilizing-533672779.
Segundo Pires (2003), ao realizar a limpeza de um instrumental, os profissionais estão 
expostos a fluidos contaminados e a produtos químicos. Por esse motivo é essencial o 
uso de equipamentos de proteção individual como luvas, óculos, máscara, entre outros. 
Produtos a serem utilizados no processo de limpeza de artigos e superfícies: 
 » Detergente líquido, neutro e biodegradável.
 » Detergente enzimático.
 » Desincrustante em pó ou líquido.
 » Lubrificante.
 » Desoxidante.
Sugestão de estudo
A higienização adequada é uma forma importante de se evitar a contaminação de pessoas e ambientes. Vamos ler um 
pouco mais sobre isso?
Procedimento Operacional Padrão – Higienização Hospitalar (EBSERH, 2016). Disponível em: http://www2.ebserh.
gov.br/documents/220250/1649711/POP+higieniza%C3%A7%C3%A3o+hospitalar+PADR%C3%83O+EBSERH.pdf/
a1efc390-aab4-4e7d-96ae-97b44872c09f.
35
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS • CAPÍTULO 3
A desinfecção, segundo o CBMMS (2014), é um processo de destruição dos agentes 
infecciosos na forma vegetativa, isto é, não esporulados, através da aplicação de 
processos físicos ou químicos. A desinfecção pode ser classificada em três categorias: 
 » Desinfecção de Alto Nível: elimina a maior parte dos agentes biológicos, exceto 
grande número de esporos bacterianos. 
 » Desinfecção de Nível Intermediário: inativa a maior parte de vírus, bactérias 
vegetativas e fungos, mas não tem ação contra os esporos bacterianos.
 » Desinfecção de Baixo Nível: inativa a maior parte das bactérias em forma 
vegetativa, vírus e fungos, mas não afeta microrganismos mais resistentes 
como, por exemplo, os bacilos e os esporos.
Características ideais de um agente desinfetante (FIOCRUZ, 2009):
 » Amplo espectro.
 » Atóxico.
 » Ação rápida.
 » Não poluente.
 » Deve ser ativo na presença de matéria orgânica. 
Os principais desinfetantes são muito comuns até em nossas residências, no nosso 
cotidiano, tais como: álcool, compostos de cloro, compostos fenólicos, formol, 
entre outros (FIOCRUZ, 2009).
A esterilização é o processo de destruição de todos os organismos vivos, sejam eles 
vegetativos ou esporulados. Pode ser executada por meios químicos ou físicos. 
Esterilização é diferente de limpeza e de assepsia, pois, esses conceitos estão mais 
l igados ao controle de microrganismos, enquanto a esteri l ização refere-se à 
eliminação total dos mesmos (FIOCRUZ, 2009).
Pires (2003) acrescenta o meio físico-químico ao processo de esterilização. Vamos ver 
de forma mais detalhada cada um deles:
 » Esterilização por processo químico: indicada para artigos que não resistem às 
altas temperaturas dos processos físicos. Produtos que podem ser utilizados: 
formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético.
 » Esterilização por processo físico: esse tipo de esterilização pode ser realizado 
por processos físicos (através do calor seco, úmido ou radiação).
36
CAPÍTULO 3 • GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
 » Ester il ização por processo f ísico-químico : indicada para mater iais 
termossensíveis. São exemplos de produtos a serem utilizados nesse tipo de 
esterilização: óxido de etileno, vapor de formaldeído, entre outros.
Segundo Cardoso (2016), o calor é o método mais tradicional, eficiente e seguro 
de esterilização, que pode ser: esterilização por calor seco, esterilização a vapor e 
esterilização química.
Por fim, vamos enfatizar, mais uma vez, a importância do uso de EPIs no processo 
de descontaminaç ão. Já v imos a n t e r i o r m e n t e qu e o s E PIs s ã o u ma m e d ida 
de precaução padrão, e o quanto eles são impor tantes para a segurança do 
profissional. Durante o processo de descontaminação, é de extrema importância o 
uso adequado dos equipamentos de proteção individual para proteger de agentes 
como o calor, o r isco de perfuração, ou a exposição a agentes químicos, por 
exemplo, prevenindo, assim, o risco de acidentes e a contaminação por agentes 
infecciosos (CARDOSO, 2016).
Tabela 1. EPIs indicados para cada tipo de procedimento de desinfecção.
MÉTODO/PRODUTO EPI NECESSÁRIO
Autoclave Luva de raspas de couro cano longo
Estufa Luva de raspas de couro cano longo
Glutaraldeído Máscara com filtro químico, óculos, luvas de borracha, avental impermeável
Cloro Luvas
álcoois Não necessita
Iodo e derivados Luvas
Fenol sintético Luvas, óculos, avental impermeável
Quaternário de amônio Luvas
Fonte: Adaptado Cardoso (2016).
3.1.1 Métodos de limpeza, desinfecção e esterilização de materiais: 
procedimentos, limpeza, desinfecção, antissepsia e esterilização, 
seleção e aquisição de produtos de limpeza, aspectos éticos e 
comportamentais
Vimos aspectos conceituais de vários temas considerados na descontaminação. Agora 
vamos discutir sobre a parte prática, ou seja, os métodos utilizados para garantir a 
eficácia nos procedimentos de descontaminação, a fim de proteger o ser humano, os 
animais, assim como todo o meio em que vivemos.
Os procedimentos de limpeza dizem respeito à remoção de material orgânico e outros 
objetos das superfícies. Esse processo é considerado básico e de extrema importância 
para garantir a destruição de toda e qualquer substância que possa vir a conter 
37
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS • CAPÍTULO 3
microrganismos, como vírus e bactérias, capazes de ocasionar danos à saúde dos 
seres humanos e animais (ROSSETE, 2016).
Princípios básicos de limpeza laboratorial, segundo Rossete (2016):
 » Usar produtos químicos na medida certa, pois o uso exagerado pode levar ao 
desgaste das superfícies e materiais, risco de toxidade aos usuários e aumento do 
custo.
 » Limpeza diária dos laboratórios.
 » Efetuar a varredura úmida com MOP (escovão) e/ou pano úmido. Nunca efetuar 
a varredura a seco.
 » Limpar os laboratórios na sequência: tetos, parede e piso.
 » Iniciar a limpeza sempre pela área menos contaminada.
 » Laboratórios não devem ser encerados.
 » Evitar deixar áreas molhadas ou úmidas a fim de que não ocorram acidentes.
 » Higienizar adequadamente todos os materiais e equipamentos utilizados na 
limpeza.
 » Orientar o pesquisador sobre a necessidade de armazenar, neutralizar e descartar 
os resíduos laboratoriais gerados seguindo a legislação.
 » Realizar a coleta diária de resíduos.
 » Usar luvas e demais EPIs necessários à atividade de limpeza.
 » Evitar o contato do saco de resíduos com o corpo do profissional.
 » Acondicionar os diferentes tipos de materiais descartados em recipientes 
coloridos e identificados.
 » Manter as portas dos banheiros fechadas.
Segundo a Anvisa (2010), o processo de limpeza envolve a limpeza contínua (diária) e a 
limpeza terminal.
A limpeza diária deve ser realizada em todas as áreas, com o objetivo de limpar e 
organizar o ambiente, além de serem necessários o abastecimento e a reposição de 
materiais de uso diário como sabonete, papel higiênico, entre outros, e a coleta de 
resíduos de acordo com a sua classificação. Deve, ainda, ser realizada a limpeza de 
superfícies e equipamentos mobiliários, a fim de proporcionar ambientes limpos e 
agradáveis.
38
CAPÍTULO 3 • GERENCIAMENTO DE RESÍDUOSA l impeza terminal se trata de uma l impeza mais completa e engloba todas 
as superfícies de determinada unidade, objetivando a redução da sujidade e, 
consequentemente, de contaminação ambiental. Sempre, após uma alta hospitalar, 
este tipo de limpeza deve ser realizado.
Há diversas técnicas de limpeza, segundo a Anvisa (2010), como:
 » Técnica de dois baldes: essa técnica diz respeito à limpeza com a utilização de 
panos de limpeza, piso e rodo. Facilita o trabalho do empregado, pois evita idas 
e vindas para trocar a água e lavar o pano no expurgo. Os passos dessa técnica 
são os de varredura úmida, ensaboamento, enxágue e secagem.
 » Técnica de limpeza com MOP: essa técnica tem o objetivo de remover o pó e os 
possíveis detritos espalhados pelo chão.
 » Limpeza com máquinas de rotação – enceradeiras: essa técnica tem o objetivo 
de ir desde lavar o piso até lustrar. 
 » Limpeza com máquinas lavadoras e extratoras automáticas: nesse método 
ocorre a lavagem e o enxágue do piso no mesmo procedimento. É utilizada 
para a limpeza de pisos com alta produtividade, qualidade e menor esforço 
pelo trabalhador.
 » Limpeza com máquina de vapor quente : nesse t ipo, as máquinas são 
abastecidas com água e fornecem vapor quente. Pode ser aplicada a 
praticamente todas as superfícies fixas, sem necessidade de produto saneante, 
enxágue e secagem.
Vamos para mais um método de limpeza, que é a desinfecção.
Conforme vimos anteriormente, desinfecção é o processo de destruição de 
microrganismos como bactérias na forma vegetativa, fungos, vírus e protozoários. 
Segundo Cardoso (2016), a desinfecção pode ocorrer por métodos físicos ou químicos.
A desinfecção por métodos físicos diz respeito à exposição a agentes físicos como, por 
exemplo, o calor seco, em que o processo de desinfecção (através de fornos e estufas, 
etc.) irá eliminar microrganismos e também o calor úmido (através, por exemplo, da 
autoclave), na forma de vapor, que irá eliminar as formas vegetativas de procariotas, 
vírus, fungos e esporos.
Já na desinfecção pelo método químico, os agentes químicos (como bactericidas, 
por exemplo) serão utilizados para erradicar os microrganismos presentes no meio. 
Agentes bacteriostáticos atuam inibindo as atividades metabólicas dos microrganismos 
presentes em determinado ambiente. Exemplos de agentes químicos: álcool, cloro, 
formaldeído, entre outros (CARDOSO, 2016).
39
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS • CAPÍTULO 3
É fundamental que se verifique nos rótulos desses produtos informações como: nome, 
data de fabricação, validade, lote, símbolo de perigo químico, número de registro na 
Anvisa, entre outros (CARDOSO, 2016).
Veremos a seguir os métodos de antissepsia e esterilização.
A antissepsia é a prática da descontaminação dos tecidos vivos e pode ser dividida 
em dois processos: a degermação e a antissepsia.
Degermação visa à redução da quantidade de microrganismos após o uso de sabonetes 
e sabões antissépticos na pele e a antissepsia pode ser considerada um conjunto de 
medidas que têm o objetivo de inibir o crescimento de microrganismos em determinado 
ambiente (ROSSETE, 2016).
Como vimos, a esterilização destrói todos os organismos vivos, mesmo os esporos 
bacterianos, e pode ser executada através de agentes químicos ou físicos. Vamos 
ver a seguir alguns métodos de esterilização (FIOCRUZ, 2009).
A esterilização pelo calor é o processo mais comum para o controle, sendo o calor 
úmido considerado o mais efetivo.
A esterilização a calor seco é um processo lento no qual são necessárias elevadas 
temperaturas, mas o calor alcança áreas que o vapor não alcança. Esse tipo de 
esterilização é realizado em estufa ou forno de Pasteur (CARDOSO, 2016). 
Tabela 2. Relação de tempos de exposição e temperaturas necessárias para esterilização por calor seco (a 
contagem do tempo só tem início quando a temperatura indicada é atingida).
Temperatura (oC) Tempo de Exposição
180 30 minutos
170 1 hora
160 2 horas
150 2 horas e 30 minutos
140 3 horas
121 6 horas
Fonte: Adaptado de Cardoso (2016).
Importante
Estufa e sua Operacionalidade
A ABNT, em 1995, editou a NBR 8165 que trata da estufa e sua operacionalidade. 
Disponível em: https://www.normas.com.br/visualizar/abnt-nbr-nm/1131/abnt-nbr8165-estufa-esterilizadora-de-
circulacao-forcada.
40
CAPÍTULO 3 • GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
A esterilização a calor úmido é considerada a mais prática e eficiente para esterilização 
(sob a forma de vapor d’água). A vantagem dessa técnica é a rápida elevação de 
temperatura e maior penetrabilidade. O aparelho utilizado nesse caso é a autoclave 
(CARDOSO, 2016).
Tabela 3. Ciclos de esterilização por calor úmido.
Ciclo Material de Espessura Material de Superfície Material Líquido
Pré-vácuo 7 minutos 7 minutos 10 minutos
Aquecimento 25 minutos 25 minutos –
Esterilização 30 minutos (122oC) 15 minutos (122oC) 25 minutos (122oC)
Resfriamento e Secagem 15 minutos 15 minutos 10 minutos
Ciclo Total 77 minutos 62 minutos 45 minutos
Fonte: Adaptado de Cardoso (2016).
A esterilização química em meio líquido é alcançada pela ação do formaldeído, óxido 
de etileno e glutaraldeído (CARDOSO, 2016). Neste tipo de esterilização, é importante 
ressaltar que o enxágue deve ser realizado com água estéril e com técnica asséptica 
e a secagem deve ser feita com compressas estéreis.
Para a esterilização química em meio gasoso (químico-gasoso) é preciso que o material 
seja acondicionado em um recipiente adequado para a execução desse processo, 
utilização de EPIs adequados, registrar as etapas do processo e controlar o tempo de 
exposição; o armazenamento deve ser feito em local adequado (BRASIL, 1994 apud 
CARDOSO, 2016, p. 192).
Figura 28. Desinfecção de escritório para evitar Covid-19, trabalhador em traje de proteção com desinfecção.
 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/coronavirus-pandemic-disinfecting-office-prevent-
covid19-1694282296.
41
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS • CAPÍTULO 3
Outras técnicas de esterilização: 
 » Irradiação: o efeito da radiação varia de acordo com a intensidade, a duração, o 
comprimento da onda e a distância da fonte. Para o controle dos microrganismos 
temos as ionizantes e as não ionizantes, como o raio gama e o raio UV.
 » Filtração: a filtração é uma técnica utilizada com o objetivo de reter os 
microrganismos com a utilização, por exemplo, de membranas de nitrocelulose de 
pequena porosidade (0,2m).
 » Óxido etileno: muito utilizado para esterilização de instrumentos. Essa técnica 
possui alto custo e requer um longo tempo. Por isso deve ser utilizada somente 
em situações específicas (FIOCRUZ, 2009).
Há mais um aspecto importante a se considerar, que é o de seleção e aquisição de 
produtos para limpeza, pois de nada adianta sabermos a parte teórica, e os métodos 
de limpeza, se não usarmos o material adequado. Por isso é importante que quando 
seja feita essa seleção, tenha-se em mente que tipo de produto é necessário, e será 
mais eficaz quando se for fazer a limpeza de determinado tipo de superfície onde o 
produto será aplicado. Também é essencial levar em conta o tipo de contaminação 
para a determinação do melhor produto para a eliminação do agente infectante 
(FIOCRUZ, 2009).
Alguns aspectos aos quais devemos atentar são: prazo de validade, toxicidade dos 
produtos, concentração etc.
De acordo com a Norma Regulamentadora (NR) 7, que trata sobre o Programa de 
Controle Médico e Saúde Ocupacional, é dever da empresa providenciar exames médicos 
(admissionais e demissionais) e periódicos a todos os profissionais que trabalham na 
limpeza dos laboratórios. Além de outra ação obrigatória, que diz respeito à vacinação 
contra o tétano e a hepatite B (ENIT, 2018).
A rotina desses profissionais deve ser vigiada sempre pela chefia, e todo e qualquer 
ato que seja realizado de forma indevida deve ser imediatamente corrigido.
42
Introdução 
Neste capítulo abordaremos o descarte de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). 
Discutiremos sobre os resíduossólidos urbanos e os procedimentos indicados para o 
manejo de resíduos de serviços de saúde, que fazem parte do plano de gerenciamento 
de resíduos de saúde e o descarte adequado. 
Ao final deste capítulo o aluno deverá estar consciente do risco do descarte inadequado 
de resíduos de serviços de saúde e qual a forma correta.
Objetivos 
 » Entender a importância do descarte adequado dos resíduos de saúde.
 » Compreender os riscos envolvidos no descarte inadequado de resíduos de saúde.
4.1 Resíduos sólidos urbanos e resíduos serviços de saúde 
Resíduos sólidos urbanos (RSU) são formados por resíduos industriais, resíduos 
hospitalares, comerciais, domiciliares e de limpeza urbana. A quantidade de formação 
destes resíduos aumentou nos últimos anos (CARDOSO, 2016).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), a quantidade 
de RSU produzido diariamente foi de 0,5 a 0,8kg per capta no Brasil. Pesquisa da 
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (Abrelpe) verificou que em 2013 a 
quantidade per capta produzida foi de1,037kg/dia. 
4
CAPÍTULO
RESÍDUOS DE SERVIçOS DE SAÚDE: 
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, 
PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE 
RESÍDUOS DE SERVIçOS DE SAÚDE, 
PLANO DE GERENCIAMENTO DE 
RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE
43
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE 
• CAPÍTULO 4
Os resíduos de serviço de saúde (RSS) são formados por variados componentes de 
resíduos, que, na maioria das vezes, são simples, podendo ser equiparados aos que 
geramos em nossas residências. Porém, uma parte deles pode oferecer risco, e é aí 
que entra a importância de um gerenciamento adequado. Mas como assim?
Os RSS correspondem a cerca de 5% do RSU, contudo, quando são misturados aos 
outros tipos de resíduos podem contaminá-los. Por isso é importante que os RSS 
sejam separados e recebam os tratamentos necessários. É preciso conhecer os 
RSS, os materiais que os compõem, formas corretas de gerenciamento, manuseio 
e tratamento, e, principalmente, entender seus riscos à saúde e ao meio ambiente 
(FERREIRA, 2002 apud CARDOSO, 2016). É valido ressaltar que a maior parte dos RSS 
são compostos por resíduos comuns, e apenas um pequeno percentual é considerado 
de risco. Tal característica torna ainda mais importante um bom gerenciamento 
deste material (CARDOSO, 2016).
A preocupação com a gestão destes resíduos se dá devido ao risco de doenças ou 
acidentes quando há a exposição a RSS, que podem ser físicos, com a possibilidade 
de exposição a materiais radioativos, químicos, biológicos, ou ainda de acidentes, 
com materiais perfurocortantes, entre outros. Os RSS podem afetar os profissionais 
que manipulam o material, que fazem tratamento, transporte e a sua disposição, 
além de poder afetar a população em geral. Os agentes biológicos presentes nos 
RSS podem transmitir doenças infecciosas se encontrarem condições adequadas 
para a sua proliferação (CARDOSO, 2016).
A seguir, veremos o tempo de sobrevivência de alguns agentes biológicos:
Figura 29. Tempo de sobrevivência de agentes biológicos.
12 60 31 18 8 2 9 2
885
244
370
12 29 14 2
NÚMERO MÉDIO DE DIAS
Fonte: Adaptado de Cardoso (2016).
De acordo com a norma ABNT NBR 10004:2004, que trata sobre a classificação dos 
resíduos sólidos, eles podem ser classificados em duas classes, de acordo com os 
riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública.
44
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE
CAPÍTULO 4 •
 » Classe I: Resíduos perigosos: são os resíduos que apresentam propriedades 
físicas, químicas ou infectocontagiosas que podem causar riscos à saúde ou 
ao meio ambiente. Apresentam uma ou mais das seguintes características: 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, entre outros. São 
alguns exemplos de resíduos dessa classe: óleo lubrif icante usado ou 
contaminado, lâmpadas fluorescentes, entre outros.
 » Classe II: Resíduos não perigosos: classificados em inertes e não inertes.
Segue trecho da NBR 10004:2004, que trata da classificação dos resíduos sólidos: 
3.1 Resíduos sólidos: resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que 
resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, 
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta 
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, 
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de 
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades 
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos 
de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente 
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
3.2 Periculosidades de um resíduo: característica apresentada por 
um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou 
infectocontagiosas, pode apresentar: 
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças 
ou acentuando seus índices; 
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma 
inadequada. 
3.3 Toxicidade: propriedade potencial que o agente tóxico possui de 
provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso em consequência 
de sua interação com o organismo. 
3.4 Agente tóxico: qualquer substância ou mistura cuja inalação, 
ingestão ou absorção cutânea tenha sido cientificamente comprovada 
como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico, 
teratogênico ou ecotoxicológico). 
3.5 Toxicidade aguda: propriedade potencial que o agente tóxico possui 
de provocar um efeito adverso grave, ou mesmo morte, em consequência 
de sua interação com o organismo, após exposição a uma única dose 
elevada ou a repetidas doses em curto espaço de tempo. 
45
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE 
• CAPÍTULO 4
3.6 Agente teratogênico: qualquer substância, mistura, organismo, 
agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a 
vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função 
do indivíduo dela resultante. 
3.7 Agente mutagênico: qualquer substância, mistura, agente físico ou 
biológico cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea possa elevar as 
taxas espontâneas de danos ao material genético e ainda provocar ou 
aumentar a frequência de defeitos genéticos. 
3.8 Agente carcinogênico: substâncias, misturas, agentes físicos ou 
biológicos cuja inalação ingestão e absorção cutânea possa desenvolver 
câncer ou aumentar sua frequência. O câncer é o resultado de processo 
anormal, não controlado da diferenciação e proliferação celular, 
podendo ser iniciado por alteração mutacional. 
3.9 Agente ecotóxico: substâncias ou misturas que apresentem ou 
possam apresentar riscos para um ou vários compartimentos ambientais. 
3.10 DL50 (oral, ratos): dose letal para 50% da população dos ratos 
testados, quando administrada por via oral (DL – dose letal). 
3.11 CL50 (inalação, ratos): concentração de uma substância que, 
quando administrada por via respiratória, acarreta a morte de 50% da 
população de ratos exposta (CL – concentração letal). 
3.12 DL50 (dérmica coelhos): dose letal para 50% da população de coelhos 
testados, quando administrada em contato com a pele (DL – dose letal).
(Fonte: https://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res06a.html).
De acordo com Organização Mundial de Saúde (2014 apud CARDOSO, 2016), a 
composição do RSS pode ser dividida da seguinte forma:
Figura 30. Composição dos resíduos em serviços de saúde.
Composição dos Resíduos – Serviços de Saúde
Resíduos comuns Resíduos infectantes Resíduos químicos e rejeitos radioativos
Fonte: Adaptado de Cardoso (2016).
46
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS,PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE
CAPÍTULO 4 •
A análise do gráfico mostra que o maior percentual dos resíduos gerados em serviços 
de saúde é comum, e que apenas uma pequena parte pode causar agravos à saúde e 
ao meio ambiente.
Segundo a Anvisa (2018), devido a sua heterogeneidade, os RSS são classificados 
em cinco grandes grupos, A, B, C, D e E, que têm como objetivo principal conhecer 
as características dos resíduos, para que, assim, se obtenha uma gestão eficiente, 
visando à preservação da saúde do homem e do meio. De acordo com Cardoso (2016), 
estes resíduos devem ser separados assim que forem gerados, considerando a sua 
classificação.
Figura 31. Símbolo de radiação nuclear.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/nuclear-radiation-sign-drawn-on-cracked-111914708.
Classificação dos RSS (EBSERH, 2019):
Grupo A: Resíduos Biológicos e/ou Infectantes 
Podem representar risco de infecção. Exemplos: excreções, secreções, líquidos 
orgânicos, entre outros. Devido a sua vastidão, é subdividido em: A1, A2, A3, A4 e A5. 
 » A1 : Culturas e estoques de microrganismos, descartes de vacinas de 
microrganismos vivos ou atenuados, sobras de amostras de laboratório 
contendo sangue ou líquidos corpóreos, entre outros.
 » A2: Peças anatômicas, vísceras, outros resíduos provenientes de animais, entre 
outros.
47
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE 
• CAPÍTULO 4
 » A3: Membros do ser humano, produto de fecundação sem sinais vitais, entre outros.
 » A4: Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes, kits de linhas arteriais, 
endovenosas e dialisadores quando descartados, entre outros.
 » A5: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, órgãos, tecidos, fluidos 
orgânicos, entre outros.
Grupo B: Resíduos Químicos 
Podem representar r iscos à saúde pública por suas características químicas. 
Exemplos: inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxidade.
Grupo C: Rejeitos Radioativos
Qualquer material oriundo das atividades humanas que tenham nível de nucleídeo 
maior do que o permitido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). 
Podem ser oriundos de laboratórios de análise clínica, radioterapia, entre outros.
Grupo D: Resíduos Comuns
Pode ser equiparado aos resíduos domésticos; não representam risco biológico, químico 
ou radioativo à saúde ou ao meio ambiente. Exemplo: restos de alimento e de preparo 
de alimento, absorventes higiênicos, papel de uso sanitário e fralda, entre outros.
Grupo E: Resíduos Perfurocortantes
Resíduos perfurocortantes ou escarificantes como lâminas de barbear, agulhas, entre outros.
Quadro 1. Simbologia dos RSS.
GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D GRUPO E
INFECTANTE QUÍMICO RADIOATIVO COMUM 
RECICLáVEL
PERFUROCORTANTE
GRUPO A 
INFECTANTE
GRUPO B 
QUÍMICO
GRUPO C 
RADIOATIVO
GRUPO D 
COMUM
GRUPO E 
PERFUROCORTANTE
 
Peças anatômicas, 
carcaças, culturas...
Medicamentos, 
lâmpadas, baterias...
Rejeitos 
Radionuclíneos
Gesso, fraldas, resíduos 
alimentares, papel,...
Agulhas, escalpes, 
lâminas de bisturi,...
Fonte: Adaptado de Ruiz (2004).
48
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE
CAPÍTULO 4 •
4.2 Gerenciamento do RSS
Agora que vimos sobre a classificação dos RSS, vale reiterar que os resíduos devem 
ser separados no momento e local de sua geração, de acordo com a sua classificação.
No Brasil, todas as atividades relacionadas às boas práticas do gerenciamento do RSS 
são regulamentadas pela RDC no 222. Esse gerenciamento abrange todas as etapas 
de planejamento de recursos físicos, materiais e capacitação dos recursos humanos 
envolvidos.
Todo gerador de RSS deve dispor de um plano de gerenciamento de RSS (PGRSS) que é 
um documento que detalha todas as ações veiculadas ao gerenciamento dos resíduos 
de serviço de saúde, levando-se em consideração as suas características de risco, 
englobando aspectos referentes à geração, identificação, segregação, acondicionamento, 
coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final adequada no 
ambiente, respeitando sempre a saúde pública, do profissional e do meio ambiente. 
O referido plano deve ser organizado de forma compatível com as resoluções federais 
e normas locais (ANVISA, 2018).
Estão presentes na fase de gerenciamento de RSS, ainda segundo a RDC no222:
 » Segregação, acondicionamento e identificação: a segregação consiste em 
selecionar os resíduos de forma adequada considerando a classificação adotada. 
Essa operação deve ser realizada na fonte, a fim de reduzir riscos para a saúde 
e o ambiente. Na etapa do acondicionamento, serão embalados os resíduos 
segregados em sacos ou recipientes adequados para que se evite retrabalho. Já 
a identificação consiste em medidas que concedem a identificação dos resíduos 
compreendidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações para o correto 
manejo dos RSS. Deve sempre possuir elementos para uma fácil identificação 
como cores e frases.
 » Coleta e transporte interno: a coleta e transporte interno dos RSS compreendem 
o translado dos resíduos desde o ponto de geração até o local onde será efetuado o 
armazenamento temporário ou externo. A finalidade é a de disponibilização para a 
coleta. Nessa fase os resíduos são transportados nos carros de coleta.
Saiba mais
Vamos ler um pouco sobre procedimentos de higienização a fim de evitar a contaminação? Disponível em: http://
www2.ebserh.gov.br/documents/221436/4141828/POP+HIGIENIZA%C3%87%C3%83O+EM+PDF.pdf/cf2666b4-
dca4-429d-986b-5cc6f15f5894.
49
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS, PROCEDIMENTOS PARA MANEJO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE, PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E DESCARTE 
• CAPÍTULO 4
 » Armazenamento interno, temporário e externo : para armazenamento 
temporário e externo de RSS é necessário que os resíduos sejam mantidos 
em sacos e acondicionados em coletores com a tampa fechada. No caso de 
armazenamento interno, os procedimentos devem ser descritos e incorporados 
ao PGRSS do serviço. A Anvisa estabelece, ainda, que os locais destinados ao 
abrigo temporário de RSS devem possuir pisos e paredes revestidos de material 
resistente, lavável e impermeável, ter iluminação artificial e de água, tomada 
elétrica alta e ralo sifonado com tampa; quando houver área de ventilação, 
esta deve ser ter tela de proteção contra roedores e vetores, ter porta de 
largura compatível com as dimensões dos coletores e deve estar identificado 
como “ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS”. Rejeitos radioativos, grupo C, 
devem obedecer ao Plano de Proteção Radiológica do Serviço, às Normas da 
CNEN e demais normas aplicáveis. Quanto ao abrigo externo, este deve ter, 
minimamente, um ambiente para armazenar os coletores de RSS do Grupo A, 
podendo também conter os do grupo E. Outro ambiente exclusivo para coletores 
do grupo D. Para o Grupo B, o abrigo externo deve respeitar a separação 
de categorias de RSS químicos, devendo estar devidamente identificados, 
considerando possível incompatibilidade química.
 » Coleta e transporte externos: a coleta externa irá retirar os resíduos que 
foram colocados na área de armazenamento externo, que será transportado 
até a unidade de tratamento ou destino. Essa coleta deve estar de acordo com 
as regulamentações de limpeza urbana, visando sempre a integridade dos 
profissionais, sociedade e meio ambiente. Os pressionais envolvidos na coleta e 
transporte de RSS devem sempre estar utilizando EPIs e EPCs adequados. Com 
relação ao transporte, podem ser utilizados os mais diversos tipos de veículos, 
de pequeno a grande porte, e sempre atendendo as normas legais.
Sugestão de estudo
Chernobyl: a verdade e o inventado na horripilante

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