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Caso DR P Oliver Sacks

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“ O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPEU” OLIVER SACKS 																																		PRIMEIRA CONSULTA DO PACIENTE AO DR. SACKS. 																												DEMANDA:																						1. Quem encaminha o paciente para o Dr. Sacks? 																Dr.P., paciente, musico, e professor universitário descobre ter desenvolvido diabetes, e com medo de o quanto a patologia pode afetar a sua visão, decide procurar um atendimento oftalmológico. Após fazer um histórico e minucioso exame dos olhos o colega oftalmologista conclui que com os olhos de Dr. P. não fora encontrado nenhuma anormalidade mas que certamente há um problema nas partes visuais do seu cérebro . O paciente é encaminhado prontamente ao neurologista Dr Oliver Sacks. 																 					2. Qual alteração se observava no Dr.P.? 																			 Dr. P. passou a perceber, que enquanto ministrava suas aulas na faculdade passou a se confundir com os rostos dos alunos, não os reconhecendo mais (prosopagnosia). Ele os diferenciava ora pelo movimento corporal ou pelo som de suas vozes. Passara também a atribuir faces onde não existiam como por exemplo quando via paquímetros ou hidrantes e lhes acariciava pensando serem cabeças de crianças. 																							3. Existe a demanda do Dr.P. de ser avaliado? 																	Sim, existe essa demanda já que a interpretação que o paciente tem da realidade difere do que é normal ou ate mesmo habitual. Inclusive os sintomas neurológicos podem ser bastante graves, o que requer uma avaliação mais minuciosa. 																								OBSERVAÇÕES: 																						4. O que o Dr.Sacks observou para, logo de inicio, descartar o diagnostico de demência?																						Tao logo Dr.Sacks o conhece pessoalmente, torna-se evidente que Dr.P. não há nenhum traço de demência, pois o paciente possuía grande habilidade de comunicação , era muito bem humorado e com boa imaginação, sendo um homem culto e de vida funcional. 																						5. O que o Dr.Sacks observa a respeito da percepção do Dr. P.,detectando “algo estranho”? 																					Durante o exame neurológico inicial, Dr.Sacks percebe algo estranho no comportamento do paciente, Dr.P. fica de frente a ele enquanto fala , como se o encarasse com os ouvidos e não com os olhos, ele não o olha nos olhos. Dr.P. fazia estranhas fixações súbitas em partes da face do Dr.Sacks como se procurasse juntar parte a parte para formar uma única imagem e entende-la como um todo. 																									6. Quais auto-observações do Dr.Sacks, a partir de seus estados emocionais, propiciaram sua percepção do Dr.P.?																	Dr.Sacks estranhou o fato do Dr.P. reagir com bom humor diante de eventos anormais ocorridos com ele ,sendo que obviamente este não se dava conta da gravidade da situação em que se encontrava. Uma das confusões de Dr.P. presenciada pelo Dr.Sacks foi no momento da despedida da consulta em que o paciente vai procurar pelo chapéu e agarra a cabeça da esposa tentando ergue-la e tira-la para por em sua cabeca, confundindo-a com o chapéu. 																													TESTES: 																							7. O que o Dr.Sacks buscava investigar quando pediu que Dr.P. descrevesse fotografias de uma revista? 																			Dr. Sacks procurava que Dr.P. descrevesse a imagem como ele a via. Novamente Dr.P busca por características minúsculas e individuais da imagem, como fez anteriormente com o rosto do Dr.Sacks. Ele percebia brilho, cor ou algo marcante e não a imagem toda mas dissociada. Ele via somente detalhes e dessa forma tentava “adivinhar” do que se tratava o todo. Dessa forma foi possível concluir que Dr.P. não conseguia visualizar o cenário completo. 																												CONCLUSÃO: 																						8. Quais forças e dificuldades do paciente foram avaliadas pelo Dr.Sacks, quais duvidas permaneceram e como ele se propôs a continuar a investigação? 													Através da avaliação clinica o Dr.Sacks concluiu que o paciente era um homem extremamente inteligente, educado e culto. E o fato de lecionar em uma universidade mostrava o quanto sua capacidade intelectual estava preservada. Apesar de tudo o fato de o Dr.P estar tendo dificuldade em reconhecer rostos e cenários como uma unidade vendo-os de forma dissociada e confusa. Dessa forma Dr.Sacks decide por continuar a avaliação do paciente em sua residencia, para tentar entender como Dr.P mantinha sua rotina de vida com tal comprometimento neurológico .																																		VISITA À CASA DO DR.P. 																		AVALIAÇÃO: 																						1.Quais funções psicológicas foram investigadas pelo Dr.Sacks e através de que meios (que testes)? 																					A visita do Dr.Sacks teve o intuito de avaliar as funções psicológicas superiores do paciente, como a atenção ,memória ,percepção e pensamento. Os testes foram aplicados através de cartas de baralho, ilustrações com caricaturas e um kit neurológico contendo peças com formas geométricas. Também durante a visita Dr. Sacks sintonizou um canal de tv e perguntou ao paciente o que via, Dr. P. prontamente identificou a famosa atriz principal mas não conseguia e não percebia de fato as expressões em seu rosto. 																				2. Como vocês avaliam as seguintes funções do Dr.P. : 																	 a) Percepção: visual, auditiva e tátil? 													 					A percepção visual estava visivelmente afetada já que o paciente não conseguia ver as expressões nos rostos das pessoas. 						A percepção auditiva era excelente pois escutava e entendia bem. Muito provavelmente fora bem aprimorada devido aos longos anos de aulas de musica ministradas na faculdade. 				 					A percepção tátil era boa e sem comprometimento, visto que ao manipular os cubos Dr.P. descrevia suas formas perfeitamente.																				 									b) Atenção geral e, em particular, atenção a estímulos visuais? 															A atenção geral estava boa já que o paciente ouvia e entendia bem o que acontecia a sua volta. A atenção a estímulos visuais estava comprometida já que Dr.P. não focava na imagem em sua totalidade, mas em suas partes e em detalhes específicos e de forma fragmentada. 																			 	c) Memória geral e memória especifica: visual e verbal? 																Dr.P. possuía uma boa memória lembrando-se bem de partituras e também de narrativas, fatos acontecidos durante sua vida. 					A memória visual esta bastante prejudicada já que Dr.P não consegue fazer associação de cenas nem visualizar os rostos e suas expressões. 			A memória verbal encontra-se intacta já que o paciente, em um determinado momento, pede para o Dr. Sacks tocar ao piano enquanto ele canta uma canção completa e espetacularmente bem, sem esquecer nenhuma nota ou errar qualquer palavra.													 									d) Linguagem(compreensão e expressão, leitura de partitura musical)?	 												O paciente se expressa pela audição, olfato e tato. Sem duvidas a audição era o seu meio de comunicação mais importante já que ele entendia o que acontecia a sua volta não mais por associar as imagens mas por ouvir os sons do ambiente e das pessoas nele.																					e) Inteligência?																					Dr.P. continuou a lecionar na universidade, fato facilmente explicado pela sua notória inteligência e facilidade de adaptação a situação em que se encontra. É um jogador de xadrez excepcional e tem incrivel capacidade de jogar fazendo perfeitas associações mentais. 																																f) Adaptação ao ambiente domestico, de trabalho e social? 																Dr P. desenvolveu um importante poder de adaptação a esta situação através da musica. Ele constantemente cantarolava para dessa forma conseguir cumprir suas obrigações. Para se vestir por exemplo ele cantava determinada canção e a associava a ordem que tinha que vestir as peças. 															 		 g) Aspectos afetivos emocionais (com a esposa)?																	A esposa do Dr.P., Sara, se mantem sempre presente buscando constantemente compreender comoo mesmo funciona e o ajudando com suas obrigações diárias. Sem duvidas eles mantem uma boa e harmoniosa convivência. 																									ENCAMINHAMENTO: 														 					 3. Que orientação vocês dariam ao caso? 												 						No caso do Dr.P. há um evidente comprometimento neurológico e com um diagnostico provável de Agnosia Visual Associativa, pois o paciente se encontra perdido num mundo de abstrações sem vida, sendo capaz de falar sobre as coisas mas não as vê. Apesar de ter perdido bastante o senso de realidade ele consegue cumprir o que se propõe, se adaptando ao deficit e o transformando em canção. A musica, principal motivo de sua existência, tomou o lugar da imagem e assim ele se reorganizou. 										Sugere-se aqui o regular acompanhamento com o medico neurologista para constante avaliação de seu comprometimento neurológico; a avaliação de um medico oncologista para saber se o que vem causando sua Agnosia e afeta o Córtex Visual do Dr.P. não é devido a alguma massa tumoral. 					E sem duvida, o acompanhamento do casal com sessões de
 Psicoterapia para garantir uma melhora da qualidade de vida diante da situação difícil em que se encontram prevenindo um futuro desgaste da relação procurando evitar também que Sara não adoeça devido agora a tantas obrigações. 		 		 Musicoterapia, já que é exatamente a área de atuação do Dr.P., poderia ser de grande valia já que seria voltada para a reformulacao do esquema corporal.

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