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INFECÇÕES CUTÂNEAS Pensar em 3 coisas: · Agente (Gram + > pessoas saudáveis) · Porém, lembrar que politratados, DM, acamados, renais, cirurgias, ficam colonizados por agentes mais resistentes. · Hospedeiro (pacientes com DM, problema venoso...) · Profundidade · Impetigo: estafilo - superficial · Fasceíte necrotizante (profunda) – já começa a pensar Gram - Ordem de profundidade: impetigo > abscesso > erisipela > celulite > fasceíte > osteomielite 1. IMPETIGO: Superficial // a mais comum da infância. Agente: ESTREPTOCOCOS. Em menor frequência o estafilo ou uma combinação dos dois. · IMPETIGO NÃO BOLHOSO (CROSTOSO): Agente: ESTREPTO (pode ter estafilo secundário). Tem porta de entrada. Clínica: Mácula eritematosa > vesícula > pústula > erosão superficial com crosta cor de mel (melicéricas). Com extensão da infecção para pelo adjacente (lesões satélites). FACE (ao redor da boca e nariz) e extremidades. Evolução: curso benigno, em torno de 2 semanas, se não tratado – não forma cicatriz. Complicações: 5% podem evoluir para GNPE, mesmo tratada // não foi vinculado a Febre Reumática. · IMPETIGO BOLHOSO Agente: Sthafilococcus aureus. Produz toxinas esfoliantes, que causam as bolhas. Clínica: vesículas pequenas > bolhas superficiais flácidas > erosões circundadas por restos de bolhas na periferia + crostas melicéricas com pouco eritema Face, tronco, nádega, períneo, axilas e extremidades. Curso: 3-6 semanas, sem cicatriz. Complicações: em pessoas mais supressas pode evoluir e causar a Síndrome da pele escaldada estafilocócica. - Geralmente não há sintomas sistêmicos no Impetigo, se acontecer é mais provável na forma bolhosa. TRATAMENTO: · Limpeza e remoção manual das crostas com agua morna e sabão, 2-3x/dia · Lesão isolada: pode usar tópico (Mupirocina ou Ácido Fusídico, 2x/dia, por 5-14 dias. · Lesões múltiplas/ extensas/ sintomas sistêmicos/ comorbidades: Oral Penicilinas (amoxicilina, benzetacil, oxacilina) ou cefalosporinas (cefalexina, ceftriaxona). Se alergia à penicilina: macrolídeos (eritromicina) 2. ERISIPELA Superficial (epiderme, derme e as vezes, parte superior do subcutâneo). + comum em adultos. Agente: ESTREPTOCOCO BETA-HEMOLÍTICO A (S. pyogenes). Tem porta de entrada. Pensar em fatores de risco: insuficiência vascular periférica, DM, obesidade. Clínica: acometimento AGUDO, contorno bem definido, eritema rubro, edema, dor, calor + sintomas sistêmicos (febre, calafrios, mal-estar, adenite satélite,) + em MMII, também em face e abdome. OBS: se casos com bolhas (erisipela bolhosa) e úlceras ou intenso compremetimento do estado geral, pensar em associação com S. aureus Complicações: linfedema em episódios recorrentes e GNPE EM CASOS GRAVES solicitar: · Hemograma: desvio a esquerda. · Cultura por punção aspirativa do agente (para casos resistentes e para identificação do agente) TRATAMENTO: ambulatorial ou hospitalar, a depender da gravidade e presença de comorbidades. >> Elevar o membro, repouso, compressa fria, analgésico/antitérmico, tto da porta de entrada, meias compressivas e diureticoterapia, se edema prévio hidrostático, profilaxia antitetânica + ATB Amoxicilina + Clavulanato, 875mg/125mg, 12/12h, por 7 dias Penicilina G parenteral Clindamicina 300 a 600mg, 8/8 horas Cefalexina 500mg, 6/6h ou 1g, 12/12h Sulfa + trimetropina 800mg/160mg, 12/12h, 7 dias Se suspeita de associação com S. aureus: Oxacilina (preferencia nessa ordem) - pode usar Benzetacil Obs: Aplicar penicilina benzatina 1200000 UI intramuscular a cada 21 dias, por longo período, nos casos de erisipela de repetição. 3. CELULITE Infecção da derme e tecido subcutâneo. Agentes: Streptococcus do grupo A e S. aureus. Em < 3 anos: Haemophilos influenza. Em imunocomprometidos: gram -, anaeróbicos, micobactérias atípicas e fungos. Pode ter porta de entrada ou ser primária (via hematogênica) >> pesquisar fatores de risco: insuficiência vascular periférica, linfedema, DM, obesidade, alcoolismo, abuso de drogas IV. Clínica: lesão com contornos maldefinidos, eritema menos vivo, edema, discreto aumento de temperatura. Sintomas sistêmicos são pouco comum. Mais comum afetar MMII e ao redor de lesões ulcerativas. Infecções graves pode ter vesículas, bolhas, pústulas, tecido necrótico e linfagite regional. Tem uma evolução mais GRADUAL. Complicações: linfedema nas recorrências, linfadenite, GNPE, endocardite bacteriana aguda. Exames complementares só em casos resistentes!! TRATAMENTO: ambulatorial ou hospitalar (interna casos graves ou presença de comorbidades) · Caso leve, não purulento: Cefalexina · Caso leve e purulento, alergia a betalactâmico: Clindamicina ou ª{Sulfametoxazol +Trimetoprima. · Úlcera diabética ou decúbito complicado pela celulite: Cipro + Clindamicina; Pipetazo · Caso mod/grave e não purulento: Oxacilina (penicilina que age contra estafilos) · Caso mod/grave + purulento: Vancomicina · Se imunossupressão grave: cultura e avaliar cobertura para micobactérias atípicas e fungos. 4. FOLICULITE BACTERIANA Processo inflamatório do folículo piloso. + comum: S. aureus Pensar em Gram – se acne vulgar tratada a muito tempo com ATB sistêmico ou Pseudomonas se histórico de uso de banheira de hidromassagem inadequadamente clorada. >> pápulas e pústulas perifoliculares sobre base eritematosa. >> foliculite profunda (sicose da barba ou sicose lúpica) TRATAMENTO: Cuidados locais e uso de sabonete antisséptico + corrigir fatores predisponentes. · Lesões localizadas: antimicrobiano tópico 2x/dia por 7-10 dias (Mupirocina, Gentamicina, Peróxido de Benzoíla) · Lesões disseminadas ou recorrentes: ATB sistêmico (Cefalexina de 1ª geração, penicilina resistente a betalactamase – Oxacilina, tetraciclina, macrolídeo) OBS: se foliculite recorrente = descolinização do S.aureus, usar Mupirocina por 7 dias em regiões de dobras e periorificiais e eliminar a infecção de fômites com desinfetante a base de álcool ou hipoclorito de sódio. 5. FURÚNCULO E CARBÚNCULO · Furúnculo: complicação da foliculite. Abscesso inflamatório. · Furunculose: furúnculos múltiplos e recorrentes · Carbúnculo/ antraz: coleção contígua de furúnculos com extensão para o subcutâneo. Mais em peles mais grossas: nuca, dorso, axila. Tem sintomas sistêmicos (febre, leucocitose, prostação) Por S. aureus. Regiões anogenitais pensar em anaeróbios TRATAMENTO: · Furúnculo simples: compressa de água quente (amadurece, drenagem e resolução) · Furúnculo extenso ou profundo e carbúnculo: incisão e drenagem + cefalosporina · Furunculose: tratar o quadro agudo + descolonização 6. PARONÍQUIA AGUDA · Infecção do tecido ao redor do aparato ungueal, por S. aureus ou S. pyogenes; viral (se episódios recidivantes pelo Herpes simples) Após pequenos traumas. TRATAMENTO: · Cuidados locais e drenagem do pus · Paroníquia bacteriana: ATB sistêmico (Cefalexina ou Clindamicina) · Paroníquia viral: antiviral sistêmico 7. FASCEÍTE NECROSANTE Infecção rara e grave de partes moles com necrose do tecido celular subcutâneo e da fáscia muscular. · polimicrobiana (anaeróbias e aeoróbias) · Dor à palpação muito intensa, eritema, edema, calor que evoluem rapidamente (até 36h) para áreas de necrose, bolhas violáceas/hemorrágicas e edema pétreo. INTENSA TOXEMIA. · Prognóstico: alta letalidade (20-40%) Diagnóstico: Se houver dúvidas: · Rx:ar em partes moles · RNM:avalia profundidade e extensão · Gram e cultura com antibiograma do exsudato. TRATAMENTO: · INTERNAR · ATB empírica de amplo espectro (carbapenemico ou piperacilina/tazobactam + vancomicina + Clindamicina). Direcionar após antibiograma. · Desbridamento cirúrgico extensiv
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