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Infecções de partes moles Úlcera Mácula eritematosa Crostas, exulcerarão HD: Impetigo? Pústulas e crotas. Impetigo bolhoso Síndrome da pele escaldada estafilocócica Ectima, similar ao impetigo, porém penetra na derme Impetigo não bolhoso É uma infecção superficial da pele por estafilococos ou estreptococos Acomete principalmente face e membros superiores, podendo acometer qualquer região devido a autoinoculação A infecção pode ser primária, quando acomete a pele normal e secundária, quando a área já está afetada por outra doença cutânea Mais frequente em crianças de 2 a 5 anos e nos meses de mais calor, geralmente associada à higiene precária Pápulas, vesículas e pústulas que, rapidamente, se rompem deixando crostas melicéricas frequentemente localizadas na face e extremidades Corresponde a 70% dos casos de impetigo Causa: S.aureus ou S. pyogenes Localiza-se principalmente ao redor do nariz, boca e nas extremidades A doença de instala em locais de pequenos traumatismos, como escoriações, picadas de inseto e queimaduras Impetigo bolhoso Ocorre exclusivamente pela toxina esfoliativa do S.aureus do fago tipo ll Ocorre mais em neonatos e crianças pequenas Acomete face, pescoço, períneo, nádegas e extremidades Bolhas flácidas que, ao se romperem, deixam crosta amarronzada. Lesões preferencialmente localizadas no tronco. Não deixam cicatrizes Limpeza das feridas com água e sabão e remoção das crostas Uso de antissépticos (ex: óxido amarelo de Hg a 0,5-1%; ácido bórico a 2%; permanganato de potássio a 1/10.000) Uso de ATB tópicos (ex. mupirocina) quando a extensão das lesões não for muito grande (até 5 lesões) Quando há envolvimento sistêmico, muitas lesões (6 ou mais) ou acometimento de camadas mais profundas, a antibioticoterapia sistêmica é mandatória, devendo cobrir para estreptococos e estafilococos o A primeira linha de tratamento é Dicloxacilina ou Cefalexina 250mg 4x/dia por 10 dias o A segunda opção são os macrolídeos (eritromicina) ou amoxicilina + clavulanato Ectima É uma forma ulcerativa do impetigo As lesões se estendem pela epiderme e derme Etiologia: principalmente estreptocócica Inicialmente formam-se pústulas que aprodundam-se formando lesões ulceradas com crostas espessas e muito aderidas que ao involuir deixam cicatriz Úlceras com bordas levemente elevadas, com crostas de bordas violáceas Ocorre principalmente nas pernas Diagnóstico é clínico Higiene local: água com sabão, compressa com água boricada ou permanganato e antibiótico tópico Antibióticos sistêmicos contra estreptococos Foliculite É uma infecção bacteriana dos folículos pilosos Transpiração, trauma, fricção e oclusão da pele são conhecidos por potencializar a infecção O patógeno pode ser bacteriano, viral, fúngico ou parasítico Foliculite bacteriana geralmente é causada por Staphylococcus aureus, mas ocasionalmente por Pseudomonas aeruginosa (foliculite da banheira de hidromassagem, devido ao tratamento químico inadequado da água) Obs: acne é uma forma não infecciosa de foliculite Sintomas: dor leve, prurido ou irritação. Sinais: pústulas superficiais ou nódulos inflamatórios ao redor do folículo piloso. O diagnóstico é clínico Presença de pápula e pústulas ➔Pseudomonas está ligada com banhos em piscina e banheira, e geralmente ocorre no dorso Presença de pápulas A história do paciente pode oferecer subsidio para a etiologia da foliculite Paciente imunossupresso: etiologia principalmente fúngica No caso de exposição prolongada a antibioticoterapia para acne, pensar em gram-ngeativos Acne vulgar Rosácea Dermatite perioral Pseudofoliculite da barba Foliculite induzida por droga (esteroide?) Ceratose pilar Hidroadenite supurativa Escabiose Doença de Grover linfadenite supurativa. Resolve após a retirada das glândulas. Formam-se abscessos, mas na forma inicial pode lembrar foliculite Escabiose: pápulas Tópico para a maioria dos casos: Mupirocina, Clindamicina ou ác. Fusídico Áreas extensas envolvidas, casos recorrentes ou refratários a terapia tópica e ainda foliculite da barba ➔ Cefalexina ou eritromicina por 5 a 7 dias Foliculite por pseudomonas, geralmente é autolimitada, resolvendo-se em 7 a 10 dias (manter higiene adequada) Ciprofloxacina oral para paciente imunossupressos Cefalexina: cefalosporinas de 1ª geração Foliculite fúngica: o tratamento depende da etiologia É incomum a foliculite fúngica Abscessos cutâneos, furúnculos e carbúnculo Abscessos cutâneos: são coleções de pus dentro da derme ou tecidos cutâneos profundos Furúnculo: é uma infecção do folículo piloso cujo material purulento se estende através da derme até o tecido subcutâneo Fatores de risco Colonização nasal por S.aureus DM Imunossupressão Quebra da barreira cutânea Uso de drogas intravenosas (tb subcutânea e intramuscular) Contato próximo com pacientes com infecções de partes moles Drenagem: áreas de flutuações e dor Furúnculo pequenos ➔ compressas mornas Lesões grandes (furúnculos, abscessos, carbúnculo) ➔ requerem drenagem Lesões múltiplas ou lesão >/= 2cm Celulite adjacente extensa Imunossupressão ou comorbidades sérias Sinais de infecção sistêmica Resposta inadequada à drenagem Uso de próteses ou dispositivos intravasculares (prótese ortopédica, marcapasso, enxerto vascular) Biofilme: torna a penetração do antimicrobiano muito difícil. A bactéria produz esse biofilme no local em que há prótese, e isso dificulta a combate à bactéria Infecções que atingem o triangulo facial tem maior chance de evoluir com complicação. Orientar a não fazer expressão manual da lesão, pois pode precipitar a bacteremia Celulite e erisipela São infecções que envolvem a pele e/ou tecido subcutâneo, em geral causadas por Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus ERISIPELA: é uma infecção da epiderme, com acometimento dos vasos linfáticos, causada por espécies de Streptoccus, principalmente o strepto pyogenes (Streptococcus do grupo A de Lancefield) CELULITE: infecção aguda mais produnda que a erisipela, envolvendo a derme e o tecido gorduroso subcutâneo; causada principalmente por Staphylococcus aureus Ocorrem mais nos MMII ou na face Mais frequentes em imunossuprimidos, obesos ou com deficiências vasculares ou linfáticas Lesões de pele, unha ou trauma costumam ser a porta de entrada para a infecção DM Imunossupressão Quebras na barreira cutânea Uso de drogas intravenosas Edema (insuficiência venosa, linfática) Erisipela (com bordas mais definidas) e celulite na foto Geralmente essas são causadas por gram positivas. Mas caso o paciente tenha passagem recente em hospital ou fez uso de ATB, podemos pensar em gram negativo Ambas são clinicamente caracterizadas por rápida disseminação de edema, hiperemia e calor local, podendo ser acompanhada de dor, linfangite e inflamação dos linfonodos regionais A superfície cutânea pode ter aspecto de “casca de laranja” e vesículas, bolhas, petéquias ou equimoses e podem evoluir para crostas As manifestações sistêmicas costumam ser leves a moderadas, mas podem evoluir rapidamente com sinais de sepse grave Em casos de celulite, ficar atento para tromboflebite, necrose e formação de abscessos locais Doenças infecciosas Abscesso cutâneo Herpes zoster Artrite séptica Eritema migrans Bursite séptica Osteomielite Não infecciosas Dermatite de contato Gota Reação a drogas Vasculite Picada de insetos TVP Paniculites Paciente com herpes zoster pode apresentar comprometimento neuropático antes do aparecimento das lesões, apresentando dor intensa que pode ser confundida com abdome agudo O diagnóstico é clínico Hemoculturas são positivas em menos de 5% dos casos (colher somente nos casos que necessitam internação ou sinais de bacteriemia) Biopsia não é uma prática rotineira A coleta do material purulento para realização de bacterioscópio (gram) e cultura deve ser realizada sempre que houver material disponível Leucocitose, desvio à esquerda e aumento de provas inflamatórias podem estar presentes Cuidados locais da área acometida Repouso e elevação do membro afetado a 45° Tratamento da causa de base (trauma, ferimentos, onicomicose – grande fator de risco – eczema, úlcera venosa, xerodermia, entre outros) Drenagem do abscesso sempre que possível, com envio do material para Gram e cultura Profilaxia antitetânica em todos os casos A decisão de realizar o tratamento ambulatorial ou hospitalizado depende da situação clínica do paciente e do grau de acometimento da doença A doença pode progredir rapidamente, em menos de 24h, principalmente se for causada por s.aureus Cefalexina, 05-1g, VO, a cada 6h (preferir doses mais altas em pacientes obesos) Cefadroxila, 0,5-1g, VO, a cada 8 a 12 horas Amoxicilina + clavulanato, 500mg/125mg, VO, 8/8h Clindamicina, 600mg, VO, a cada 6 ou 8 horas Azitromicina, 500mg, VO, 1 vez ao dia Não se deve usar penicilina benzatina IM no tratamento, pois não apresenta cobertura para S. aureus e tem baixa concentração sérica Para casos de erisipela, penicilina procaína, 400.000 UI, IM, a cada 12 horas, também pode ser usada Lesão rapidamente progressiva Resposta sistêmica proeminente Comorbidades (imunossupressão, neutropenia, asplenia, cirrose, ICC, DRC Persistência ou progressão do quadro após 48h de terapia oral apropriada As medicações EV são habitualmente usadas para casos hospitalizados: Cefazolina, 1-2g, EV, a cada 8horas Penicilina cristalina, 4.000.000 UI, EV, a cada 4 horas (cuidado com flebite medicamente quando realizado em veia periférica) Em geral, infecções menos graves são resolvidas com 7-10 dias de tratamento. Infecções mais graves devem usar antibióticos até a re solução do processo infeccioso, o que pode durar até ≥ 3 semanas, principalmente nos casos com complicações. O tratamento pode ser feito por 5 dias, caso haja melhora do quadro clínico Recomenda-se a demarcação da extensão da infecção nos primeiros dias de tratamento para avaliar a resposta clínica, principalmente se não houver acompanha mento médico diário Placa eritematosa com presença de pústulas. Picada de inseto Caso 2 M.J.P, feminino, 42 anos, queixa de edema em membro inferior direito há 2 dias. Também refere dor e eritema local. AM: HAS – usa Enalapril. Faz uso de anticoncepcional oral. HV: tabagista, etilista HD: TVP Você está tratando um paciente com celulite em membro inferior. Além da ATB, que medidas auxiliares você julga importante para o manejo do caso? Elevação do membro afetado Resolução de eventual porta de entrada Limpeza/desbridamento de lesões cutâneas Ainda sobre o caso, considerando que a resolução do eritema é um evento tardio nesta condição, como mensurar, objetivamente, a melhora clínica? Remissão da febre e/ou sinais de SRIS Gradação da dor Diminuição do edema o Medir a circunferência com fita métrica. Geralmente a tuberosidade da tíbia, 5cm abaixo, e faz a medida circunferencial ali, e faz isso no retorno do paciente Caso 24 anos, gestante 18 sem. Dor, edema e eritema em vulva há cerca de 2 dias. Foi indicada cefalotina. Evoluiu com piora dos sinais locais, febre e taquipneia. Acrescentada ciprofloxacina. Evoluiu com agitação psicomotora. Foi solicitada vaga em UTI HD: fasceíte necrotizante. Edema com característica de “tábua” Infecções de partes moles podem se apresentar como necrosantes e não necrosantes. As necrosantes são graves, rapidamente progressivas, acompanhadas de altas taxas de morbidade e mortalidade; acometem inicialmente o tecido subcutâneo e a fáscia muscular; o comprometimento da pele e dos músculos são mais tardios. Podem evoluir para abscesso, condição em que há necrose localizada de tecidos, rico em neutrófilos mortos, tornando-se material liquefeito amarelado ou amarelo- esverdeado, envolvido por tecido com intenso processo inflamatório agudo, manifestado também pelos sinais cardinais da inflamação – calor, dor, rubor e diminuição da função Fasceíte necrosante Infecções necrotizantes de tecidos moles incluem: formas necrotizantes de celulite, miosite e fasceíte Essas infecções são caracterizadas clinicamente por o Destruição tecidual fulminante o Sinais sistêmicos de toxema o Mortalidade elevada Demanda diagnóstico rápido, eficaz e tratamento apropriado com intervenção cirúrgica precoce e terapia antimicrobiano apropriada Infecções necrotizantes de tecidos moles são categorizadas em duas entidades distintas: tipo l (polimicrobiana) e tipo ll (por estreptococo do grupo A) Tipo l: ao menos uma espécie anaeróbia (mais comumente bacteridoides, Clostridium ou Peptostreptococcus) + uma ou mais espécies de anaébrios facultativos estreptococos (não grupo A) e membros das enterobacteriacea (ex. E. coli, Enterobacter, Klebsiella, proteus) Tipo ll: geralmente monomicrobiana, por estreptococos do grupo A ou outros estreptococos beta-hemolíticos sozinhos ou em associação com S.aureus Dor severa e constante (“desproporcional”) Edema lenhoso (característica de tábua, madeira) Áreas de necrose na pele Gás (crepitação ou exame de imagem) em tecidos moles Edema que se estende além da área de eritema Anestesia cutânea Toxemia (febre, leucocitose, delirium) Rápido aumento da área Trauma penetrante Trauma contuso Rupturas da pele (varicela, picada de inseto, drogas injetáveis) Cirurgia recente (colônica, urológica, ginecológica) Ruptura de mucosa Imunossupressão (DM, HIV, Cirrose) Malignidade Obesidade Alcoolismo
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