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PNAB 2017: Atenção Básica = Atenção Primária em Saúde → Ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção e prevenção, realizadas com equipe multiprofissional. → Alto grau de descentralização, próxima de onde as pessoas vivem. → Deve ser o contato preferencial dos usuários de saúde; a porta de entrada no sistema de saúde e o centro de comunicação com as demais instâncias de saúde . → Trabalha com muitas situações de promoção à saúde e prevenção, não somente com a doença já instalada. → Considerada uma tecnologia de saúde de elevada complexidade (exige alto grau de conhecimento) e baixa densidade (não querer equipamentos de elevada tecnologia industrial). → Exemplos da atenção básica (não é somente o que se faz dentro do posto de saúde): atendimento individual em consultório, acompanhamento de pré-natal, incentivo à amamentação, visitas domiciliares, cuidados de saúde a moradores de rua, etc. Política Nacional da Atenção Básica → Portaria 2436, de 21 de setembro de 2017, regulamenta a implementação e operacionalização da Atenção Básica no SUS , estabelecendo diretrizes para a sua organização dentro da rede de saúde. → Atenção Básica é porta de entrada centro de comunicação dentro da Rede de Atenção à Saúde (RAS). → Atenção Básica será oferecida integralmente e gratuitamente a todas as pessoas. → Pronto socorro: casos inesperados, acidentes, dores súbitas e intensas, tonturas, desmaios, queimaduras, hemorragias, etc. → Unidade Básica de Saúde: consultas agendadas, aferição de pressão arterial, coleta de Papanicolau, testes rápidos e curativos, retirada de pontos e medicações, vacinas, etc. → Artigo 4°: A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. → Artigo 6°: Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, serão denominados Unidade Básica de Saúde - UBS. → É responsabilidade das três esferas de governo – federal, estadual e municipal: contribuir para a expansão da Estratégia de Saúde da Família – ESF; fornecer boas condições de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde- UBS ; contribuir com financiamento dos serviços da Atenção Básica; estabelecer metas ; etc. → Funcionamento e ambiência das Unidades Básicas de Saúde: mínimo de 40 horas/sem em 5 dias da semana e nos 12 meses do ano ; obrigatoriedade de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da ESF. Ambiência acolhedora e humana. → Ações e serviços da Atenção Básica: ▪ Padrões essenciais: vacinas, consultas, visitas domiciliares, etc. ▪ Padrões ampliados: ações estratégicas que variam conforme a necessidade, como medidas específicas às gestantes devido a o surto de toxoplasmose. Diretrizes 1. Regionalização e Hierarquização; 2. Territorialização; 3. População Adscrita (presente no território); 4. Cuidado centrado na pessoa; 5. Resolutividade; 6. Longitudinalidade do cuidado; 7. Coordenação do cuidado; 8. Ordenação da rede; 9. Participação da comunidade. Princípios → Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde. → Equidade: ofertar o cuidado reconhecendo as diferenças nas condições de vida, atendendo à diversidade e sem qualquer tipo de exclusão. Na prática, equidade é dar mais a quem precisa mais e, menos, a quem precisa menos. → Integralidade: prestação de um conjunto de serviços destinados a suprir todas as ações de saúde necessárias, implicando no reconhecimento adequado de problemas que causem doenças e a prestação de serviços preventivos. Redes de atenção à saúde (RAS) → Definição Organizações de conjuntos de serviços de saúde vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permite ofertar uma ação contínua e integral à determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde, prestada de forma humanizada, com equidade e responsabilidade econômica e sanitária. → RAS: rede horizontal poliárquica, de distintas densidades tecnológicas, sem ordem e sem diferentes graus de importância entre os serviços. Antes rede hierárquica, agora rede poliárquica: → Consiste na estruturação de uma rede de pontos de atenção à saúde que atuam de forma integrada, buscando atuar de forma equilibrada entre condições agudas e crônicas. → Características ▪ Serviços ofertados de forma dispersa: recursos suficientes, questão geográfica afeta na acessibilidade; redes de unidades básicas de saúde, laboratórios ▪ Serviços concentrados: recursos escassos, distância não interfere no acesso; ambulatórios de especialidades, internação hospitalar. ▪ Importante integração vertical (dispersos precisam atuar de forma homogênea) e horizontal (comunicação entre dispersos e concentrados → Elementos constitutivos ▪ População cadastrada no serviço de saúde ▪ Modelos de atenção à saúde (agudas ou crônicas) ▪ Estrutura operacional: o centro de comunicação (APS), pontos de atenção à saúde secundários (ambulatórios de especialidades) e terciários (exames complexos, urgência), sistemas de apoio (laboratórios, farmacêutica), sistemas logísticos (prontuário eletrônico). → Redes prioritárias (Ministério da Saúde) ▪ Rede Cegonha: gestante e criança até 24 meses ; ▪ Rede de Atenção às Urgências e Emergências ; ▪ Rede de Atenção Psicossocial: álcool e drogas ; ▪ Rede de Atenção às doenças e condições crônicas; ▪ Rede de cuidado à pessoa com deficiência. Estratégia de Saúde da Família (ESF) → Surgiu em 1994 com o Programa de Saúde da Família (PSF) destinado a municípios de extrema vulnerabilidade. → Centraliza a abordagem na família e não no indivíduo doente, envolve conhecer os contextos familiares e a vida comunitária. → Em 2006 o PSF foi modificado e expandido: Estratégia de Saúde da Família (ESF). → Objetivo geral: contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do SUS, imprimindo uma nova dinâmica de atuação nas UBS. → Na prática: busca o rompimento do modelo de atenção centrado no médico e na doença e redireciona-o ao modelo de atenção centrado no usuário e nos determinantes sociais de saúde. → Objetivo específico: prestar, na UBS e no domicílio, assistência integral, contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita; intervir sobre fatores de risco; eleger a família como núcleo de abordagem no atendimento à saúde; humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de vínculo → Controle social – formas de participação da comunidade: → Ouvidoria (sugestões, elogios, críticas); → Conselhos de Saúde (locais, municipais, estaduais, federal); → Conferências de saúde. → Atividades básicas → Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os problemas de saúde mais comuns e situações de risco as quais a população está exposta; → Garantir a continuidade do tratamento; → Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e organizada à demanda, buscando contato com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde; → Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais ou informais existentes na comunidade, para o enfrentamento conjunto de problemas; → Discutir, de forma permanente, o conceito de cidadania, junto a equipe e comunidade, enfatizando os direitos de saúde; → Incentivar a formação ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e conselho municipal de saúde. → População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica. → 1. Equipe mínima da ESF: médico, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). - Podem fazer parte: agentede combate às endemias (ACE) e profissionais de saúde bucal. - eSFR (Equipe de Saúde da Família Ribeirinha): equipe multiprofissional composta por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialidade de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem - → 2. Enquanto isso, nas equipes de Atenção Básica (eAB), não é obrigatório a participação de ACS. → 3. Equipe de Saúde Bucal (eSB): - Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; - Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB. → 4. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) Multidisciplinaridade ▪ Há diversos profissionais envolvidos no cuidado ao usuário, entretanto a avaliação é realizada de forma independente, os profissionais não estabelecem trocas entre si. Interdisciplinaridade ▪ A equipe realiza trocas entre si, as relações incluem mais diálogo entre profissionais de forma a chegar a um planejamento mais adequado para a assistência ao usuário. ▪ Mais desejável, visto que a resolução imediata (multidisciplinaridade) é insuficiente para modificar os níveis de saúde da população. ▪ Os resultados obtidos são maiores do que a soma dos resultados individuais. ▪ A integralidade é a principal diretriz aplicada por levar em conta o contexto social, familiar e cultural dos usuários e integrar práticas de promoção, prevenção, reabilitação e cura, junto às equipes de AB. Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (eNASF-AB) ▪ Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) criado pela Portaria GM nº 154 de 24 de janeiro de 2008. ▪ Portaria nº 99 de 07 de fevereiro de 2020 modifica o NASF transformando-o em Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (eNASF-AB). ▪ Constituído por uma equipe de profissionais de diferentes áreas do conhecimento, que atuam em conjunto com equipes de Atenção Primária, principalmente de Saúde da Família, como uma equipe de apoio. ▪ Profissionais que compõem: A composição é definida pelo gestor municipal, diante das necessidades locais e disponibilidade dos profissionais Médico sanitarista; Médico veterinário; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Nutricionista; Fonoaudiólogo; Terapeuta ocupacional; Educador físico; Médico generalista; Médico GO; Psicólogo; Assistente social Diretrizes ▪ Educação permanente em saúde dos profissionais e população; ▪ Integralidade; ▪ Participação social; ▪ Educação popular; Promoção da saúde; ▪ Humanização; ▪ Ação Intersetorial; ▪ Ação interdisciplinar. → Benefício geral do eNASF-AB: aumenta a resolutividade e reduz os encaminhamentos; colabora com diferentes saberes técnicos e isso incrementa o conhecimento dos profissionais. → A proposta de trabalho é o desenvolvimento de ações compartilhadas e integradas, de forma colaborativa, buscando atender às complexas demandas da população assistida. → O Ministério da Saúde anunciou o fim do cadastramento e do financiamento do eNASF-AB, ou seja, não há repasse financeiro federal para a existência do eNASF-AB, assim o financiamento passa a ser exclusivamente municipal. → Norma técnica nº 03/2020: deixa a cargo do gestor local manter ou não o eNASF-AB e em qual formato atuarão – vinculados a eSF (equipe de saúde da família), vinculados a eAB, não vinculados a nenhuma equipe, etc. Atribuições dos profissionais na Atenção Básica Atribuições comuns a todos os profissionais → Participar do mapeamento das áreas de atuação, cadastrar os dados de saúde das famílias e definir as situações com prioridade de acompanhamento. → Realizar o cuidado integral à saúde da população tanto na UBS quanto no domicílio e em espaços comunitários, através da promoção e prevenção de doenças; → Dar atenção especial às populações que apresentem necessidades específicas (e m situação de rua, em medida socioeducativa, privada de liberdade, etc.); → Participar do acolhimento dos usuários proporcionando atendimento humanizado; → Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, famílias e grupos sociais, visando propor intervenções que possam influenciar os processos saúde-doença individual, das coletividades e da própria comunidade; → Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória; → Realizar busca ativa de internações e atendimentos de urgência/emergência por causas sensíveis à Atenção Básica (doenças preveníveis por imunização, anemia, infecções de pele, doenças relacionadas ao pré -natal e ao parto). → Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas técnicas, profissionais de diferentes formações e até mesmo outros níveis de atenção; → Participar de reuniões para discutir o planejamento. Atribuições do médico → Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua responsabilidade; → Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS ou nos domicílios e espaços comunitários; → Elaborar plano de cuidados para a s pessoas que possuem condições crônicas no território junto aos demais profissionais. O médico necessita sentir -se confortável em estabelecer um relacionamento com os pacientes, o qual envolve lidar com situações que nem sempre são problemas de saúde clássicos. Atribuições do enfermeiro → Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes na UBS ou nos domicílios e espaços comunitários; → Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos estabelecidos pelo gestor; → Elaborar plano de cuidados para a s pessoas que possuem condições crônicas no território junto aos demais profissionais. → Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS. Atribuições do técnico ou auxiliar de enfermagem → Realizar procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS ou nos domicílios e espaços comunitários; → Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, administração de medicamentos, vacinas, coleta de material para exames, lavagem, preparação e esterilização de materiais, entre outras atividades delegadas pelo enfermeiro, de acordo com sua área de atuação e regulamentação. Atribuições do agente comunitário de saúde → O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local ; → Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750 pessoas por ACS ; → Cadastrar todas a s pessoas de sua área, mantendo os dados atualizados no sistema de informação da Atenção Básica vigente; → Registrar dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético; → Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as particularidades da comunidade local; → Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas e exames agendados ; → Participar do acompanhamento das necessidades dos usuários no que diz respeito à agendamentos ou desistências de consultas e exames solicitados. Processo de trabalho e financiamento na Atenção Básica Características do trabalho na Atenção Básica → Atenção Básica: contato preferencial dentro do sistema de saúde (porta de entrada, primeiro atendimento, referenciamento dentro das RAS) ; → Definição do território e territorialização: cada equipe tem sua área de responsabilidade; → Responsabilidade Sanitária: a equipe necessita levar em conta questões sanitárias, ambientais, epidemiológicas, culturais e socioeconômicas em sua área de responsabilidade; → Facilitação de acesso dos usuários à UBS, como horário diferenciado, formas de agendamento adequadas à realidade local, etc.; → Desenvolvimento de relações de vínculo entre usuários e profissionais; → Acolhimento: permeado pela empatia,ouvir as necessidades durante todo horário de funcionamento; → Acolhimento: deve estar acompanhado da classificação de risco para identificar casos de urgência e emergência e organizá -los com prioridade no atendimento. Desfechos possíveis: ▪ Consulta no mesmo dia ▪ Agendamento de consulta para data futura ▪ Procedimento para resolução da demanda conforme protocolo ▪ Encaminhamento a outro ponto de atenção ▪ Orientação geral. → Trabalho em equipe multidisciplinar; → Resolutividade (capacidade da equipe em atingir soluções que os usuários precisam); → Atenção à saúde de forma integral na UBS, no domicílio ou em outros locais comunitários; → Atendimentos domiciliares a pessoas que não conseguem ou têm dificuldade de locomoção para acessar a UBS; → Desenvolvimento de ações educativas; → Vigilância em saúde; Financiamento → Portaria nº 2979 de 12 de novembro de 2019: Institui o Programa Previne Brasil que estabelece o novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do SUS; → Modelo misto de pagamento que busca estimular o alcance de resultados e é composto pelos seguintes componentes: ▪ Capitação ponderada - o repasse é calculado com base no número de pessoas cadastradas e sob responsabilidade das equipes, não leva em conta a população do IBGE ▪ Pagamento por desempenho – 7 indicadores ▪ Proporção de gestantes com 6 ou mais consultas de pré-natal e a primeira iniciada antes de 20 semanas; proporção de gestantes com exames de sífilis e HIV, proporção de gestantes com atendimento odontológico; cobertura de exame citopatológico; cobertura vacinal de poliomielite e pentavalente; percentual de pessoas hipertensas com pressão arterial aferida em cada semestre; percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada. ▪ Incentivo para ações estratégica
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