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Constitucionalismo e Constituição 3.pdf

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CONSTITUCIONALISMO 
E
CONSTITUIÇÃO
Profª. Dra. Débora Costa Ramires
CONSTITUCIONALISMO
CONSTITUCIONALISMO MODERNO
Conjunto de regras e princípios postos de modo consciente, a partir das
teorias e movimentos ideológicos voltados a organizar o Estado segundo
sistemática que estabelecesse limitações ao poder político, além de
direitos e garantias fundamentais em favor dos membros da comunidade.
Teve início na transição da monarquia absolutista para o Estado liberal, já no final do século XVIII.
➢ Primeiras Constituições do período. (Constituição norte-americana de 1787 e francesa de 1789).“Universalização da constituição escrita”.
➢ John Locke, Montesquieu e Rousseau. Apontados como os principais precursores do constitucionalismo moderno, com ideias
contratualistas, desenvolveram teorias sobre o Estado com base na vontade popular em oposição as fundamentações teológicas.
PRINCIPAIS MOVIMENTOS DO CONSTITUCIONALISMO 
Inglês: Soberania ou supremacia do
parlamento. O constitucionalismo inglês
deixou como contribuições os institutos
da MONARQUIA CONSTITUCIONAL,
do PARLAMENTO BICAMERAL, por
membros geralmente eleitos
popularmente, do governo de gabinete,
das liberdades públicas e das garantias
constitucionais.
Norte-americano; O povo é a
matriz do poder constituinte. (1787) .
“ Nós, o povo
O texto não é concebido como
projeto futuro, mas como regras do
jogo político, nele se registram
normas que garantem direitos e
limitam o poder estatal.
Francês: Tipificou-se pela
preocupação em superar a
monarquia absolutista. O poder
constituinte assume a tarefa de
criar a norma que estabelece
nova ordem política e social para
o futuro.
CONSTITUCIONALISMO “ CONTEMPORÂNEOS”
Global ou globalizado. É defendida a ideia de uma globalização do constitucionalismo, 
cuja pretensão é unificar e consagra os ideais humanos.
Objetivos :
a) O fortalecimento do sistema jurídico político internacional. Relações horizontais 
entre os Estados , e também nas relações ESTADO/Povo.
b) A PRIMAZIA, em face do direito nacional, do direito internacional fundado em 
valores e normas universais;
c) A elevação da dignidade da pessoa humana a pressuposto não limitável por 
nenhum movimento constitucional.
Constituição: Objeto de estudo do Direito Constitucional, deve ser entendida como a lei fundamental 
de um Estado, que rege a sua organização política jurídica.
• Dos Princípios Constitucionais ( José Afonso da Silva ) 
• Princípio – “Mandamento nuclear de um sistema. Os princípios são 
ordenações que se irradiam e imantam os sistemas de normas, são núcleos de 
condensações nos quais confluem valores e bens constitucionais.” 
• Os princípios que começam por ser base de normas jurídicas podem 
estar positivamente incorporados, transformando-se em norma-princípio e 
constituindo preceitos básicos da organização constitucional. 
Constituição: Objeto de estudo do Direito Constitucional, deve ser entendida como a lei fundamental 
de um Estado, que rege a sua organização política jurídica.
• Os princípios constitucionais positivos 
• Princípios que se traduzem em normas da Constituição. 
• A doutrina reconhece que não são homogêneos e revestem natureza 
ou configuração diferente. 
Constituição: Objeto de estudo do Direito Constitucional, deve ser entendida como a lei fundamental 
de um Estado, que rege a sua organização política jurídica.
• Os princípios políticos constitucionais 
• Constituem-se daquelas decisões políticas concretizadas em normas 
conformadoras. Esses princípios fundamentais que constituem a matéria dos 
arts. 1 ao 4 da CF. 
• Os princípios jurídicos constitucionais.
• São princípios constitucionais gerais informadores da ordem jurídica nacional .
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• Para Canotilho constitui-se dos princípios definidores da forma de Estado, 
dos princípios definidores da estrutura do Estado, dos princípios 
estruturantes do regime político e dos principais caracterizadores da forma 
de governo e da organização política em geral .
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• A) Princípios relativos à existência, forma, estrutura e tipo de Estado: 
• República Federativa do Brasil, soberania, Estado Democrático de Direito.
• (Art. 1 CF)
• B) Princípios relativos à forma de governo e a organização dos poderes : 
República e separação dos poderes ( art. 1 e 2 );
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• C) Princípios relativos à organização da sociedade : princípio da livre 
organização social, princípio de convivência justa e princípio da solidariedade ( 
Art. 3, I);
• D) Princípios relativos ao regime político : princípio da cidadania, princípio da 
dignidade da pessoa, principio do pluralismo, princípio da soberania popular, 
princípio da representação política e princípio da participação popular direta( 
Art. 1, parágrafo único);
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• E) Princípios relativos à prestação positiva do Estado: princípio da 
independência e do desenvolvimento nacional (Art. 3,II), princípio da justiça 
social (Art. 3, III) e princípio da não discriminação (Art. 3, IV);
• F) Princípios relativos à comunidade internacional: da independência nacional, 
do respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, da autoderminação
dos povo, da não intervenção, da igualdade dos Estados, da solução pacífica dos 
conflitos e da defesa da paz, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da 
cooperação entre os povos e da integração da América Latina (Art. 4) 
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• E) Princípios relativos à prestação positiva do Estado: 
• e princípio da não discriminação (Art. 3, IV);
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• Proibição de discriminação das pessoas em razão do sexo, seja no plano da dicotomia homem/mulher (gênero), seja 
no plano da orientação sexual de cada qual deles. A proibição do preconceito como capítulo do constitucionalismo 
fraternal. Homenagem ao pluralismo como valor sociopolítico-cultural. Liberdade para dispor da própria sexualidade, 
inserida na categoria dos direitos fundamentais do indivíduo, expressão que é da autonomia de vontade. Direito à 
intimidade e à vida privada. Cláusula pétrea. O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita 
em sentido contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. Proibição de preconceito, à luz do inciso IV 
do art. 3º da CF, por colidir frontalmente com o objetivo constitucional de "promover o bem de todos". Silêncio 
normativo da Carta Magna a respeito do concreto uso do sexo dos indivíduos como saque da kelseniana "norma 
geral negativa", segundo a qual "o que não estiver juridicamente proibido, ou obrigado, está juridicamente permitido". 
Reconhecimento do direito à preferência sexual como direta emanação do princípio da "dignidade da pessoa 
humana": direito à autoestima no mais elevado ponto da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade. Salto 
normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade sexual. O concreto uso da 
sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais. Empírico uso da sexualidade nos planos da 
intimidade e da privacidade constitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Cláusula pétrea.
• Os princípios constitucionais fundamentais são de natureza variada.
• Ante a possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou 
discriminatório do art. 1.723 do CC/2002, não resolúvel à luz dele próprio, faz-
se necessária a utilização da técnica de "interpretação conforme à 
Constituição". Isso para excluir do dispositivo em causa qualquer significado que 
impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas 
do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de serfeito segundo as 
mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva. 
[ADI 4.277 e ADPF 132, rel. min. Ayres Britto, j. 5-5-2011, P, DJE de 14-102011.]
Constituição: Objeto de estudo do Direito Constitucional, deve ser entendida como a lei 
fundamental de um Estado, que rege a sua organização política jurídica.
Elementos essenciais da constituição:
1. Forma de Estado: unitário ou federal;
2. Forma de Governo: Monarquia ou República;
3. Sistema de Governo: parlamentarismo ou presidencialismo;
4. Modo de aquisição, exercício e perda do poder político;
5. Órgãos de atuação do Estado: executivo, legislativo e judiciário;
6. Principais postulados da Ordem Econômica e Social;
7. Limites à atuação do Estado (direitos fundamentais da pessoa humana); 
Constitucionalismo e Soberania Popular 
• A ideia de que todo Estado deva possuir uma Constituição e de 
que esta deve conter limitações ao poder autoritário e 
regras de prevalência dos direitos fundamentais 
desenvolve-se no sentido da consagração de um Estado 
Democrático de Direito. (art. 1, caput, da CF88) e, portanto, 
de Soberania Popular. Pedro Lenza – Direito Constitucional. 
Constitucionalismo e Soberania Popular 
• Art. 1 da CF/88 –
“ Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição”. 
Constitucionalismo e Soberania Popular 
A titularidade do exercício do poder é povo. Como regra, o 
exercício do poder dá-se através dos representantes do povo, 
que são os integrantes do Poder Legislativo. 
Deputados Federais ; Deputados Estaduais; Deputados Distritais; 
Vereadores. 
Senadores são representantes dos Estados Membros e DF. Art. 46 da 
CF/88
Constitucionalismo e Soberania Popular 
O poder é desempenhado de maneira indireta (democracia 
representativa), por meio de seus representantes e também pode ser 
diretamente (democracia direta), concretizando a soberania popular.
Art. 14, I,II,III, da CF/88 – “ é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos, nos termos desta Lei e das normas 
constitucionais, mediante: Plebiscito, referendo e iniciativa popular”.

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