Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TIREOIDE Essa glândula possui dois lobos lateralizados, direito e esquerdo, unidos por um istmo de parênquima glandular que se apoia frouxamente sobre a traqueia anterior. Responsável pela síntese dos hormônios T3 e T4, grandes atuantes no metabolismo corpora. Sua unidade funcional são folículos formado por tireócitos, lúmen e coloide. Além disso, ao redor dessas células existem as células C, que secretam a calcitonina. PATOLOGIA DA TIREOIDE Algumas doenças comuns classicamente relacionadas a essa glândula são o hipertireoidismo (T3 e T4 elevados e TSH baixo ou normal) e o hipotireoidismo (T3 e T4 baixos e TSH elevado) – maioria acompanhada de bócio. Um processo diagnóstico comum para identificação é a ultrassonografia com doppler – possibilidade de observar a localização, vascularização, consistência e etc. Nesse processo de investigação podem ser observados estruturas conhecidas como nódulos – quando mais altos do que largos tendem a ser malignos. Podem gerar dificuldade na deglutição, ortopneia e compressão da traqueia. Um outro exame diagnóstico é a Punção Aspirativa com Agulha Fina (PAAF). Após a determinação de qual nódulo apresenta características mais suspeitas (ultrassom), é realizada a punção aspirativa, orientada e guiada pelo ultrassom. Depois, o material retirado é colocado em lâminas e enviado para estudo patológico. OBS: Existe uma classificação ultrassonográfica que avalia os nódulos e os classifica através de uma escala de pontuação – o ACR TI-RADS. Dependendo da pontuação, indica-se a punção aspirativa ou não (sem diagnóstico, apenas suspeita). PRINCIPAIS ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS Algumas alterações são típicas de processos patológicos básicos da tireoide: hipertrofia (aumento do tamanho de células) e hiperplasia (aumento do número de células). Além disso existem esses: BÓCIO – significa um aumento volumétrico (> 30g) causado por hiperplasia do parênquima que pode ser seguido por alterações agressivas. O bócio pode apresentar alguns tipos: Endêmico: acomete áreas com deficiência de iodo; Esporádico: aparece em qualquer região, sendo causado por inúmeros agentes que interferem na síntese hormonal; Tóxico: hiperfuncionantes, secretantes, alto T4 e T3, baixo TSH (doença de Basedow Graves); Atóxico: não hiperfuncionantes, não- secretante. Difuso: sem nódulos; Nodular: uni ou multi-nodular; DOENÇA DE BASEDOW – GRAVES – bócio difuso tóxico (sem nódulo, secretante, hipertireoidismo). Distúrbio de autoimunidade caracterizado pela produção de autoanticorpos contra múltiplas proteínas de tireoide, principalmente o receptor de TSH. Caracterizada pela tríade: Hipertireoidismo com aumento difuso da glândula; Oftalmopatia infiltrativa com exoftalmia resultante; Dermopatia infiltrativa localizada, mixedema pré-tibial. Alguns outros sinais e sintomas são: taquicardia, diarreia, insônia, agitação, irritabilidade, olhar fixo com olhos arregalados. Na macroscopia, não há a presença de nódulos, tom meio amarelado devido ao hormônio. Pode apresentar ducto tireoglosso. Além disso, apresenta epitélio com elevações para dentro do folículo (busca aumentar a superfície de contato) – conxin de Sanderson. Apresenta intensa pinocitose dos hormônios T3 e T4. Também apresenta aumento simétrico e difuso da glândula, com parênquima carnoso e vermelho-escuro. Hiperplasia e hipertrofia difusa e infiltrados linfoides. Deposição de glicosaminoglicanos também. BÓCIO NODULAR ATÓXICO – não apresenta hiperplasia e nem pinocitose. Tireoide submetida a baixa disponibilidade de iodo gera diminuição da síntese hormonal. Células foliculares não respondem mais aos estímulos hormonais. Bócio gera dificuldade de deglutição, problemas mecânicos e não hormonais. Também conhecido como bócio mergulhante pois pode chegar até a região do mediastino – aumento lento do volume. Pode comprimir vias aéreas superiores. Na macroscopia apresenta nódulos em diferentes tamanhos. Possui aspecto gelatinoso, mais esbranquiçado (nódulos mais antigos). Na microscopia observa-se número maior de folículos por área, sem hiperplasia. TIREOIDITE DE HASHIMOTO (AUTOIMUNE) A tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo. Uma resposta imunitária gera anticorpos contra as células foliculares a consequente destruição progressiva da glândula, sem produção hormonal -> hipotireoidismo. Falha na autotolerância aos autoantígenos tireoidianos. Gera depleção progressiva das células epiteliais da tireoide por apoptose e substituição do parênquima tireoidiano por infiltração celular mononuclear e fibrose. Apresenta cotidianamente a célula de Hurthle, que caracteriza a tireoidite de Hashimoto. Na macroscopia apresenta lóbulos de coloração variada: mais brancos (fibrose) e avermelhadas (ainda ativas). Na microscopia há extensiva infiltração do parênquima por infiltrado inflamatório mononuclear. Folículos tireoidianos são atróficos e revestidos por células epiteliais de citoplasma abundante – células de Hurthle. OBS: A tireoidite autoimune é precursora do linfoma de tireoide. NEOPLASIAS CARCINOMA PAPLÍFERO – ocorre na célula folicular e é o mais comum (mais de 60%). A invasão dos vasos linfáticos pode levar a metástase em linfonodos cervicais. Às vezes as metástases são o primeiro sinal de um carcinoma paplífero oculto. Essas neoplasias podem ser ocultas ou manifestas: Oculto: mede até 1cm na maior dimensão. Pode ser único ou múltiplo. Macroscopicamente apresenta-se como lesão embranquecida; Manifesto: lesão encapsulada, forma invasiva (em um lobo), forma difusa (dois lobos e istmo) – metástase linfonodal. Na microscopia apresentam papilas com eixo fibrovascular e definição por “vidro estilhaçado” é a aparência dessa neoplasia. CARCINOMA FOLICULAR – invasão de vasos capsulares, disseminação hematogênica (venosa), ocorre em pulmão, ossos e fígado. Macroscopicamente o nódulo é bem delimitado e encapsulado, porém a sua forma invasiva tem limites indistintos e não possui cápsula – quando invade o osso pode gerar uma fratura patológica (ocupação metastática). CARCINOMA MEDULAR – origina-se da célula C, esporádico ou familiar, presença de amiloide, pode gerar metástase linfonodal. Apresenta níveis altos de calcitonina no sangue, núcleo escuro e com células malignas. Na microscopia pode ser encontrada a substância amiloide (homogênea e amorfa). CARCINOMA INDIFERENCIADO (anaplásico) – menos comum, tem evolução rápida, crescimento invasivo e capacidade de metástase pelas vias linfáticas e hematogênicas. Microscopicamente apresenta células muito pleomórficas com muitas mitoses atípicas e necrose.
Compartilhar