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DEFINIÇÃO: Amputação é uma palavra derivada do latim, tendo o significado de AMBI = ao redor de/ em torno de, e PUTATIO = podar/ retirar. A amputação é a cisão de um osso na altura do tecido saudável ou a remoção de uma parte do corpo na altura da articulação. Amputação – são necessárias quando não há expectativa de cura de uma parte enferma do corpo e isso coloca a vida do paciente em risco. • As etapas de abordagem devem ser de prescrição, adaptações, treinamento, avaliação e segmento. FATORES DE AMPUTAÇÃO • Circulatórios • Infecções • Acidentes • Câncer • Malformação congênita TIPOS DE AMPUTAÇÃO ▪ Vascular Cerca de 75% das amputações são de ordem vascular. População com idade superior a 50 anos é mais afetada. Menor capacidade de cicatrização dos tecidos devido a menor irrigação. Fatores: tabagismo, sedentarismo, excesso de peso, HAS, hiperuricemia, antecedentes familiares, diabetes, hiperlipidemia, estresse. ▪ Traumática Retirada acidental de parte do corpo. Comum em acidentes de fábrica, fazendas e acidentes rodoviários, deles são várias as complicações decorrentes: choques, sangramentos, infecções, complicações psicológicas. Essas amputações necessitam muitas vezes, muitas vezes, de uma segunda operação cirúrgica do coto com vista à adaptação da protetização.. Quando um membro é amputado parcialmente, podem ainda existir partes de tecido mole para uma eventual reparação. ▪ Congênita Geralmente realizada em crianças e adolescentes. São cirurgias que devem ser realizadas o mais tarde possível, à espera de que o indivíduo esteja ciente para participar na decisão. Podem ser criadas próteses para tornar o membro malformado mais funcional. ▪ Infecciosa Tem sido menos frequente em virtude os avanços médicos e laboratoriais. Uma das amputações infecciosas clássicas é a meningite meningocócica, caracterizada por lesões cutâneas importantes que podem causar necrose das extremidades. As infecções deste tipo também podem estar relacionadas a processos traumáticos e circulares. Elementos em próteses e órteses ▪ Tumorais Tumores ósseos malignos, como osteossarcoma também podem ser responsáveis pela amputação, especialmente dos membros inferiores. Maior incidência em jovens de 15 – 18 anos no sexo masculino e de 10 – 14 anos no sexo feminino. NÍVEL DE AMPUTAÇÃO Descrever o local em que a parte do corpo foi amputada. Nível de amputação é usado para escolha da prótese adequada. O nível de amputação é determinado pelo médico, antes das operações, e é baseado no motivo da amputação. COMPLICAÇÕES Ulceração – associada a isquemia local, aparece ao longo da cicatriz cirúrgica. Degeneração Waleriana – degeneração das fibras nervosas. A fibra nervosa separada de sua célula de origem, sofre alterações na sua porção distal. Membro Fantasma – sensação indolor, descrição de um membro que não existe Dor Fantasma – é sentida distalmente, cerca de 50% dos pacientes. É limitante e a representação cortical do membro é preservada – sente dor. Neuroma de Amputação – tumor composto por células nervosas. Cicatrização – má cicatrização, rejeição dos pontos, infecção. APÓS AMPUTAÇÃO Curativos são necessários para a cicatrização de feridas. O principal objetivo é a cicatrização rápida da ferida cirúrgica e a preparação do membro residual para a futura prótese. A fase pós operatória inicial concetra-se em 3 metas: 0 ter pouca ou nenhuma dor. 0 o membro residual torne-se capaz de suportar peso. 0 mobilidade ideal do membro residual, em todas as direções. Posicionamento correto na cama (decúbito ventral), de forma que os músculos e a articulação mais próximos ao membro residual não encurtem ou enrijeçam. Exercícios regulares de respiração. Exercícios leves de movimento e mobilidade. Essas medidas ajudam a garantir que possa receber uma prótese rapidamente e sem complicações, para poder se manter móvel e ativo. Elementos em próteses e órteses POSICIONAMENTO CORRETO – diminui dor, diminui surgimento de úlceras, aumenta mobilidade CICATRIZAÇÃO DO MEMBRO RESIDUAL – regenera-se em 3 – 4 semanas, formação de 1 cicatriz. COMPRESSÃO DO MEMBRO RESIDUAL – diminui edema, otimiza suas condições para prótese. EXERCÍCIOS DE MOVIMENTO – diminui rigidez muscular, diminui rigidez articular. TREINAMENTO DE MOBILIDADE – transferências, equilíbrio. AVALIAÇÃO DO COTO Cicatriz – sem aderências Massa muscular – não pode ter uma extremidade com massa muscular volumosa. Formato do coto – coto tende a estar em forma de cone. OBS: forma globoso ou cônico, presença de cicatriz hipertrófica, aderências cicatriciais, infecção, distúrbios de sensibilidade, enxertia, neuroma, espículas ósseas. AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR Amputação de pé – variam de uma amputação do hálux, uma de médio-pé, até uma área do tarso. 1. LISFRANC: desarticulação tarso- metatarso – mantem o médio-pé 2. CHOPART: desarticulação entre o médio-pé. 3. PIROGOFF: ressecção bimaleolar e de todos os ossos do pé, com exceção do calcâneo. – desarticulação do pé, reinserindo o calcâneo (melhora a dorsiflexão e flexão plantar). 4. SYME: desarticulação total do pé – mais comum. Elementos em próteses e órteses 1 3 2 4 Lisfranc e Chopart podem causar deformidade equino, musculatura dorsiflexora perde a inserção. Amputação Transtibial – amputação na área da tíbia e da fíbula. Para protetização são necessários um pé protético, adaptadores e elementos de conexão para o encaixe protético. Revestimento estético pode ser aplicado sobre uma prótese, para que esta fique visualmente imperceptível. Desarticulação Do Joelho – ocorre quando a articulação do joelho é retirada e a coxa permanece intacta. Para protetizar são necessários um pé protético, uma articulação do joelho, adaptadores e elementos de conexão para prótese. Amputação Transfermoral – é uma amputação no fêmur distalmente. Para protetização, são necessários um pé protético, uma articulação do joelho, adaptadores e elementos de conexão para o encaixe protético. Desarticulação do Quadril – é realizada na área da articulação do quadril. Como consequência a pele terá que controlar a prótese. Para a protetização, são necessários um pé protético, uma articulação do joelho, uma articulação de quadril, adaptadores e elementos de conexão para o encaixe protético. Elementos em próteses e órteses NÍVEL DE AMPUTAÇÃO Hemipelvectomia (perna + pedaço da pelve) – amputação completa da perna. Consequentemente a pelve terá que controlar a prótese. Para a protetização, são necessários um pé protético, uma articulação do joelho, uma articulação de quadril, adaptadores e elementos de conexão para o encaixe protético. Convencionais – feitas em resina ou componentes em plásticos e madeira. Indicadas para todo tipo/níveis de amputação, com exceção da desarticulação do joelho. Modulares – prótese endoesquelética com revestimento cosmético em espuma. Podem ser utilizadas em todos os níveis de amputação de membro inferior, são constituídas por vários módulos ajustáveis e intercambiais entre si, mais leves, seus componentes são: aço, titânio, alumínio e fibra de carbono. TRATAMENTO DOS MEMBROS INFERIORES ▪ Enfaixamento – modelar o coto – fase aguda. ▪ Dessensibilização ▪ Posicionamento do coto em extensão – para evitar encurtamento muscular. ▪ Alongar musculatura ▪ Exercícios passivos, ativos, resistidos. ▪ Trabalho de deambulação na paralela ▪ Trabalho de apoiodo coto TRATAMENTO DOS MEMBROS INFERIORES PÓS PROTETIZAÇÃO ▪ Exercício ativo livre e assistido de membros inferiores. ▪ Transferência de peso com paciente sentado. ▪ Apoio sobre uma perna e depois sobre a prótese. ▪ Deambulação nas paralelas. ▪ Reeducar o paciente a levantar e se sentar. ▪ Deambulação sem ajuda das barras paralelas. ▪ Subir e descer escada e rampa. FASE PÓS CIRÚRGICA IMEDIATA ▪ Transferência, deslocamentos e treino de marcha. ▪ Orientar quanto ao posicionamento, à prevenção de deformidades, ao controle de edema e a modelagem do coto. ▪ Iniciar mobilização no coto entre 24 – 48 horas pós cirurgia. ▪ Fortalecimento de endurance dos outros segmentos. ▪ Dessensibilização do coto. FASE PRÉ PROTÉTICA ▪ Avaliação geral ▪ Avaliação específica FASE PROTÉTICA ▪ Uso correto da prótese ▪ Orientar como realizar a transferência de peso para o membro protetizado, subir e descer escada e rampa, sentar e levantar, desviar de obstáculos e andar em terrenos irregulares. Elementos em próteses e órteses ÓRTESE DEFINIÇÃO: Um dispositivo aplicado externamente ao segmento corpóreo e utilizado para modificar as características estruturais ou funcionais dos sistemas esquelético e neuromuscular – Correção e colocação. PRÓTESE DEFINIÇÃO: Dispositivo permanente ou transitório que substitui total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido do corpo que foi retirado/amputado ou malformados – Adição, aplicação, acessório. ORTOPRÓTESE DEFINIÇÃO: Quando ocorre simultânea as funções de uma órtese e prótese. Exemplo: Amputação do hálux e segundo artelho (dedos do pé), na qual é indicado uma palmilha (órtese plantar) para distribuição de carga e prótese para complementos dos dedos. NEUROPRÓTESE DEFINIFIÇÃO: Dispositivos eletrônicos fixados externamente ao corpo, que enviam estímulos elétricos para contração de grupos musculares. Exemplo: Pós AVC, padrão de marcha com flexão plantar. É utilizado a Neuroprótese para estimular musculatura dorsiflexora. Elementos em próteses e órteses INTRODUÇÃO A terminologia aplicada aos diferentes tipos de órteses continua gerando confusões para profissionais e revendedores. Antigamente as órteses eram denominadas pelos inventores e pesquisadores, pelas cidades ou centro de reabilitação. Atualmente, busca-se uma nomenclatura mais clara e lógica. Terminologia com correlação anatômica e seu objetivo ou correspondente funcional. São classificadas e denominadas de acordo com duas considerações: região anatômica que está envolvida pela órtese e funções ou efeitos que as órteses produzam. Consenso na utilização das iniciais em inglês das articulações ou segmentos corpóreos envolvidos pelas órteses. Iniciando em sentido craniocaudal. Utiliza a letra O, referindo-se a Orthosis, no final. EWHO AFO – Ankle foot orthosis – tornozelo KAFO – Knee-ankle foot orthosis – joelho e tornozelo TLSO – thoracic-lumbar-sacral orthosis – tronco WHO – wrist-hand orthosis – mão e punho EWHO – elbow-wrist-hand orthosis – cotovelo, punho e mão TLSO KAFO AFO KO WHO Elementos em próteses e órteses Órteses composta por cinco ou mais letras fracionando-se o nome em duas partes, padronizou-se uma terminologia quanto a região envolvida tornando-a mais clara para a indicação clínica. ▪ AFO de reação ao solo ▪ KAFO com trava em anel ▪ WHO dinâmica extensora ▪ TLSP tipo Boston Para órteses de reciprocação, convencionou-se utilizar: RGO – reciprocating gait orthosis TLSO + HKAFO = TLSHKAFO PRESCRIÇÃO Definir os segmentos anatômicos que deverão ser envolvidos. Descreve os controles biomecânicos desejados. Especificar o tipo de material. ▪ AVALIAÇÃO Déficit funcional, integridade neuromuscular, força muscular, presença de contratura articular, prognóstico da doença. MATERIAIS Na primeira metade do século XX, as órteses eram confeccionadas principalmente em metal, couro e tecido. No final do século XX, já era possível utilização de materiais mais leves e resistentes e essa evolução continua até os tempos atuais. Materiais como: termoplástico, fibras de carbono. O emprego de materiais termoplásticos em sua confecção permitiu o aumento da durabilidade e a melhora da cosmética. ÓRTESE DE TERMOPLÁSTICO Escolha de materiais com informações relacionadas ao tempo de utilização, peso dos materiais, condições financeiras do paciente e reação alérgica. Elementos em próteses e órteses TEMPO DE UTILIZAÇÃO Órteses para uso temporário ▪ Uso em processos inflamatórios agudos e em caso de P.O ▪ Poderão ser confeccionadas com componentes mais simples ou quando possível, adquiridas na forma de pré- fabricados. Órteses para uso definitivo ▪ Em casos de sequelas neurológicas deverão ser mais resistentes, leves e perfeitamente adaptadas aos pacientes mediante confecção sob medida. PESO DO MATERIAL A utilização de hastes e articulações em alumínio resulta em órteses mais leves, quando comparadas com as confeccionadas em aço. A escolha dependerá do peso do paciente e das forças aplicadas durante seu uso. Preconiza-se a utilização de materiais mais leves para diminuir o gasto energético durante sua utilização. CONDIÇÕES FINANCEIRAS Paciente com menor poder aquisitivo, as vezes é necessário optar por materiais menos nobres – mantendo os objetivos da indicação sem comprometer sua funcionalidade. REAÇÕES ALÉRGICAS Esses materiais deverão ser trocados ou forrados sem afetar as características da órtese. Conhecendo-se previamente a sensibilidade do paciente, alguns tipos de materiais, estes devem ser evitados. Alguns materiais utilizados para forrações aumentam a sudorese local, podendo acarretar irritações cutâneas. OBJETIVOS As órteses são utilizadas como recurso terapêutico complementar e podem ser indicadas para: repousar, imobilizar, proteger, fornecer feedback, corrigir, aliviar quadros álgicos. REPOUSO São indicadas para manter o segmento corpóreo livre da ação de forças que levam a movimentos articulares indesejados. IMOBILIZAÇÃO Indicadas para evitar/prevenir traumas repetitivos e lesões em regiões com alterações sensitivas ou limitar movimentos indesejados. PROPRIOCEPÇÃO Permitem aos pacientes a realização de atividades com menor risco de lesões ou recidivas. Pode ser usada para facilitar a manutenção postural, pois permitem movimentos articulares. Elementos em próteses e órteses CORREÇÃO Indicadas para situações, nas quais, ainda é possível reverter um encurtamento, retração ou desvio articular não estruturado. Órtese de punho e mão – indicado em processos inflamatórios. Tipóia – indicado para estabilizar o ombro. Colete Jewett -indicado para fratura da coluna vertebral. Órteses de Sarmiento – indicado para fratura. Joelheira e tornozeleira – indicado para controle da ADM. Colete – indicado para correção postural. Ombreira – indicado para correção e estabilização glenoumeral. AFO – indicada para prevenção de deformidade de pé equino Colete Milwaukee – indicado para escoliose não estruturada COLETE DE JEWETT COLETE DE MILWAUKEE Elementos em próteses e órteses
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