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Objetivos de Aprendizagem: 1. Explique o que é, função, estrutura dos respectivos termos: A) DNA E RNA: O DNA e o RNA são ácidos nucleicos, polímeros de nucleotídeos. Cada nucleotídeo possui a seguinte formação: um radical fosfato, uma pentose (açúcar) e uma base nitrogenada (que pode ser do grupo das purinas e pirimidinas). O DNA carrega a informação química que permite a transmissão exata da informação genética de uma célula para suas células-filhas e de uma geração para a próxima. Sendo assim, responsável pela coordenação do desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. Já o RNA é um tipo de ácido núcléico que intervém em várias funções biológicas importantes como a codificação genética, e a descodificação durante a tradução de proteínas, regulação e expressão dos genes. PROPRIEDADES DO dna: O DNA possui certas propriedades como: • É uma molécula de armazenamento de propriedades e materiais genéticos. • Apresenta mutação, diferentemente das proteínas. • Apesenta capacidade de duplicação (replicação), o que mantém constante o genoma próprio de cada espécie. • O DNA possui cadeias (esqueletos) antiparalelas, ou seja, polarizadas, de forma que uma cadeia apresenta, de cima para baixo, fosfato e pentose, e a outra, de forma invertida: pentose e fosfato. • Carbono 5’: apresenta o grupo fosfato (5’ fosfato). • Carbono 3’: sempre apresenta o grupo OH e se liga com o fosfato do outro nucleotídeo (3’ OH). • Carbono 2’: pode haver ou não OH, dependendo se for RNA ou DNA. • Carbono 1’: liga a base nitrogenada ao seu nucleotídeo. Bases Nitrogenadas: Os ácidos nucleicos de todos os seres são iguais. O que os diferencia são as sequências das bases nitrogenadas. Elas podem estar classificadas como bases púricas e bases pirimídicas. São bases que possuem duas cadeias fechadas. São bases que possuem uma cadeia fechada. O DNA possui como base pirimídica exclusiva a timina e ela é responsável por estabilizar mais a molécula, o que se torna necessário. Já o RNA possui a uracila, o que a torna uma molécula mais instável. Taltomerização de bases nitrogenadas: devido a mutações, o hidrogênio da amina das bases pode mudar de local, mudando as propriedades de pareamento. Amino → Imino Ceto → Enol REGRA DE CHARGAFF Em 1949, foi mostrado que em moléculas de DNA isoladas, tem-se: quantidades de purinas = quantidades de pirimidinas, mostrando que as cadeias da molécula de DNA não são iguais, mas são complementares: A+G = T+C A+G T+C = 1 B) Cromossomos e suas classificações de acordo com a posição do centrômero: Os nossos genes e os fatores determinantes para a sua expressão está contida no DNA dos 46 cromossos humanos no núcleo celular. Os cromossomos humanos consiste em uma dupla hélice de DNA contínua e única, assim, casa cromossomo é uma molécula de DNA de fita dupla linear e longa. Ou seja, é uma longa sequência de DNA, que contém vários genes, uma molécula de DNA que está enovelada/empacotada em torno de si mesmo. Os cromossomos não são dupla-hélices de DNA desprotegida, dentro de cada célula ele é armazenado como cromatina, na qual o DNA está conjugado com vários proteínas cromossômicas. Já durante a divisão celular, principalmete em metáfase, é onde os cromossomos atinge um alto grau de condesação e se faz possível a sua melhor observação e diferenciação de suas partes. Centrômero: é a região de constrição primária do cromossomo, responsável pela sua divisão em dois braços, os quais podem ter tamanhos diferentes a depender da posição do centrômero. Nessa região, localiza-se o cinetócoro estrutura proteica capaz de garantir a conexão das cromátides irmãs no fuso mitótico. A posição do centrômero permite classificá-lo em: • Metacêntrico (centrômero na posição mediana); • Submetacêntrico (centrômero deslocado para um dos braços do cromossomo); • Acrocêntrico (centrômero localizado mais próximo da extremidade); • Telocêntrico (o centrômero localiza-se muito próximo da extremidade, dando a ideia de que o cromossomo possui apenas um braço). Os telômeros são regiões encontradas na extremidade dos cromossomos. Neles não há genes, sendo encontradas apenas pequenas repetições de nucleotídeos. A função dos telômeros é garantir a proteção do cromossomo. A cada divisão celular parte do telômero se perde, o envelhecimento celular consiste na perca total desse telômero e início da perda de DNA codificável, que pode levar a perda de alguma função ou morte celular. Para a formação do cromossomo o DNA não enrola só em torno de si mesmo, ele se enrola em torno de estruturas chamadas de nucleossomos, eles são formados pelo empacotamento de oito proteínas histonas. São elas duas cópias de cada uma das quatro histonas H2A, H2B, H3 e H4 constituindo o octâmero, ao redor do qual um segmento da hélice dupla de DNA se enrola. Quando juntamos o cromossomo mais os nucleossomos temos a cromatina. C- Gene, genótipos e fenótipos: É a unidade fundamental da hereditariedade, cada gene é formado por uma sequência específica de ácidos nucléicos os éxons e íntrons. Só os éxons são de fato traduzidos, os íntrons podem aumentar o tamanho do gene, mas sua função não é conhecida. Assim, gene é uma sequência de nucleotídeos do DNA que pode ser transcrita em uma versão de RNA mensageiro responsável pela síntese proteica. Pedaço de DNA que pode ser decodificado em proteína durante a tradução. É a constituição genética ou o conjunto de genes de um indivíduo contida no seu genoma. Genoma por sua vez é toda a informação hereditária de um organismo que está codificada em seu DNA. O fenótipo são as características observáveis ou caracteres de um organismo ou população, como: morfologia, desenvolvimento, propriedades bioquímicas ou fisiológicas e comportamento. Resulta da expressão dos genes do organismo, da influência de fatores ambientais e da possível interação entre os dois. O fenótipo pode ser uma variável discreta – como a presença ou ausência de uma doença — ou pode ser uma medida mensurável, como o índice de massa corporal ou a glicemia. Apenas os alelos do genótipo são herdados. Embora o fenótipo seja determinado, pelo menos em parte, pelo genótipo, os organismos não transmitem seus fenótipos para a próxima geração. Cada genótipo produz um único fenótipo e a maioria dos fenótipos é codificada por um único genótipo. D- Eucromatina e heterocromatina (regiões de éxon e íntron): Quando temos a junção de um cromossomo ao nucleossomos (molécula de DNA associado a histonas) temos a cromatina. E essa possui diferentes graus de condensação ao decorrer da sua estrutura, formando regiões de eucromatina e heterocromatina, que se diferenciam de acordo com os níveis de compactação dos filamentos de cromatina. A região de heterocromatina é a mais condensada, portanto, inativa, com baixa ou nenhuma atividade gênica, não sendo possível sua transcrição em RNA. Heterocromatina corresponde às partes do DNA que não estão sendo utilizadas pelas células naquele momento, por isso podem estar condensadas (enroladas). Pode ser classificada em: São sequências gênicas repetitivas transcritas. Podem ser transcritas, porém, não inativadas. Ex: cromossomo X – cromatina sexual. A região de eucromatina são fibras descondensadas com grande atividade gênica. É a região onde há genes ativos, pois para que o DNA possa ser “lido”, ele precisa estar desenrolado, por isso, fixa menos corante. São as sequências de nucleotídeos no DNA e no RNA que são conservadas na transcrição. Os éxons incluem geralmente o 5' - e 3' - as que contêm códons do começo e de parada, e todas as sequências de codificação da proteína. Os Íntrons são as sequências de nucleotídeos no DNA e no RNA que não sãocodificados diretamente para proteínas, e são removidos durante a fase do RNA de mensageiro do precursor (pre-mRNA) da maturação do mRNA pela emenda do RNA. O Splicing é um processo que remove os íntrons e junta os éxons depois da transcrição do RNA. O splicing só ocorre em células eucarióticas, já que o DNA das células procarióticas não possui íntrons. A estrutura fundamental para clivar essas ligações entre os nucleotídeos é o spliceossomo. 2. Explique os processos de duplicação, transcrição e tradução do material genético. A duplicação do DNA é tida como um padrão semiconservativo (modelo proposto por Watson & Crick), em que uma das duas fitas serve de molde (template) para o pareamento de bases, formando um novo DNA. O processo de replicação ocorre durante o período de interfase no núcleo. (Processos enzimaticos) Enzimas Desestabilizadoras de Hélice: cortam, desenrolam e abrem o DNA. Ex: Topoisomerase (abre, quebrando as pontes de hidrogênio) e Helicase (desenrola a fita ao contrário). Lembrando que a helicase só realiza a sua ação se houver um ponto de origem formado por uma sequência especifica de DNA. SSB (Single Strand Binding – proteína ligante do DNA e fita simples): enzimas que se ligam a fita abeta do DNA para manter a fita abeta, para que ela não se enrole. Primase: a DNA polimerase III não inicia a síntese por si só. Apenas com a formação do RNA primer (uma pequena molécula de RNA) pela enzima primase que dá capacidade à polimerase III para adicionar nucleotídeos à fita aberta de DNA. A enzima primase possui um nucleotídeo de extremidade 3’ OH livre para que a polimerase III adicione bases para formar o novo DNA na síntese descontínua (lagging, no sentido contrário da síntese, ou seja, 3’→5’) a partir dela. Desse modo, o crescimento da nova fita vai se dar no sentido natural, ou seja, 5’ → 3’ como se fosse de “marcha ré”. Já na síntese contínua (leading), é necessário apenas um “pontapé” inicial da RNA primer para o início da síntese. Se a primase não nortear o inicio da replicação a DNA polimerase não saberia por onde começar. DNA Polimerase III: adiciona nucleotídeos trifosfatados (dois fosfatos para fornecimentos de energia) apenas na extremidade 3’ OH da fita template. Por isso, que se diz que a direção da síntese do novo DNA dar- e de 5’ → 3’ (em relação à fita que está sendo sintetizada), para mantê- las antiparalelas. DNA Polimerase I: é a responsável por retirar os fragmentos de RNA primer (que não pode ficar na molécula de DNA) e, simultaneamente, adicionar nucleotídeos no novo DNA além de fazer os reparos necessários. DNA Ligase: une as extremidades 3’ OH de um nucleotídeo e 5’ fosfato de outro nucleotídeo. Telomerase: é uma enzima de RNA Transcriptase reversa (faz DNA a partir de RNA) que une as extremidades das fitas para repor os espaços vazios (gap) no final do cromossomo após a replicação. Esse espaço é causado pelo fim da síntese descontínua da RNA primer. Ela prolonga a fita de DNA 3’ - 5’ acima da qual ela está atuando e pareia bases ao adiciona-las na fita 5’ – 3’, tentando repor essa parte do DNA replicado (uma vez que algumas bases são perdidas). ✓ RNA polimerase I – RNA ribossômico; ✓ RNA polimerase II – RNA mensageiro; ✓ RNA polimerase III – RNA transportador. A transcrição consiste no processo de produção de RNA a partir de uma fita de DNA. Para haver síntese de RNA, é necessário que a RNA polimerase reconheça um ponto de início e um ponto de finalização, por meio de sinais (promotores e terminadores). Nos eucariotos, existe uma RNA polimerase para cada tipo de RNA: ✓ RNA polimerase I – RNA ribossômico; OBS: Para que haja a transcrição e a tradução, não é necessário que o DNA seja duplicado, o que ocorre, por exemplo, nos neurônios, que são células que não se duplicam. ✓ RNA polimerase II – RNA mensageiro; ✓ RNA polimerase III – RNA transportador. O sentido da transcrição se dá inversamente em relação a fita template e ao RNA sintetizado: enquanto a fita template está no sentido 3’ → 5’, o RNA sintetizado encontra-se no sentido 5’ → 3’. O local onde a enzima RNA polimerase se liga ao DNA é chamado de promotor, que consiste em uma grande sequência de bases do DNA, encobrindo cerca de 25 a 35 pares de bases. O reconhecimento do sinal do promotor pela enzima se dá pelos fatores basais de transcrição, que localizam o ponto de iniciação e inicia a síntese de RNAm. (Fases) Iniciação: Reconhecimento do ponto de iniciação. Elongação: adição de nucleotídeos na cadeia de RNA no sentido 5’- 3’. A molécula de RNA polimerase contém atividades tanto de desenrolar o DNA quanto de enrolá-lo novamente (a enzima, continuamente, desenrola a dupla hélice de DNA diante do sítio de polimerização e reenrola os filamentos complementares de DNA atrás do sítio de polimerização). Terminação: existem duas maneiras de se barrar a síntese de RNA. Em ambos os tipos de terminação de RNA, forma-se um grampo anteriormente à uma grande sequência de uracilas (UUUU). Essa fileira de U é tida como facilitadora da liberação das cadeias de RNA recém-formadas do molde de DNA, quando a estrutura em grampo faz com que a RNA polimerase pare neste sítio. ✓ Terminação dependente do fator ρ (“rô”): é um mecanismo ainda incerto. Parece que esse fator separa a ligação entre o RNA e o DNA, fazendo com que a síntese pare ao retirar o RNA da “bolha” de transcrição. ✓ Terminação independente do fator ρ. 1. São adicionados revestimentos (caps) de 7-metil guanosina às pontas 5’ dos transcritos primários. Esses caps são nucleotídeos que recebem um grupo metil. Esses grupos fosfato vão fazer uma ligação incomum 5’→5’ entre os açúcares (figura ao lado). O primeiro nucleotídeo que possui o metil é chamado de cap 0. O segundo nucleotídeo recebe esse cap ou no açúcar, ou até mesmo na própria base nitrogenada, sendo chamado de cap 1. O terceiro, cap 2, e assim por diante até somar cerca de 5 caps. Esse cap é importante pois: ✓ Tenta estabilizar a molécula de RNA. ✓ Auxilia na ligação do RNAm com o ribossomo no processo de tradução. 2. Adição de caudas poliA às pontas 3’ dos transcritos, que são geradas por clivagem em vez do término da extensão da cadeia. Essa sequência é constante em todos os RNAs e é adicionada por enzimas poliA polimerase. Essa cauda na extremidade 3’ é importante pois: ✓ Serve para estabilização do RNA ✓ Fornecimento de energia na migração do RNA do núcleo para o citoplasma (uma vez que essas bases vão sendo perdidas). ✓ Junção do das subunidades do ribossomo 40s e 60s. 3. Processo de splicing ou montagem gênica, que consiste na retirada de sequências não codificantes do RNA chamadas de introns, realizando a união das regiões codificantes restantes chamadas de exons. Esse processo só é presente nos eucariotos e nos vírus nucleares. O RNA primário (heteronuclear) é o RNA sintetizado antes de sofrer o splicing por meio de einzimas ribonucleoproteínas (SNURF). Os exons (regiões codificadoras) são intercalados por introns (regiões não codificadoras). Os introns vão sendo eliminados do RNA primário em forma de laço (figura ao lado), enquanto os exons vão sendo reunidos. O RNA final (constituído de exons apenas) é que vai ser traduzido, e representa apenas 5% do tamanho do RNA primário (os genes possuem muito mais introns que exons). O processo de tradução dar-se em duas etapas: a tradução I (ativação do AA) e a tradução II (iniciação, elongação e terminação) TRADUÇÃO I ATIVAÇÃO DO AMINOÁCIDO:O aminoácido é reconhecido por uma proteína específica chamada de aminoacil-RNAt-sintetase (existe uma enzima específica dessas para cada um dos 20 aminoácidos). Essa enzima possui três sítios de ligação: um para o aminoácido específico, um para o ATP (fornecimento de energia para o AA)e um para o RNAt, Primeiramente, a enzima se liga ao AA e ao ATP, resultando em dois fósforos pirofosfato. Ela reconhece o RNAt específico para esse AA e os ligam. A ativação do AA consiste justamente na união do RNAt e o AA, com fornecimento de energia, para formar o adenilato, que tem sua nomenclatura baseada no AA ao qual o RNAt se liga (RNAt + Prolina = Adenilato de Prolina; RNAt + Valina = Adenilato de Valina). TRADUÇÃO II INICIAÇÃO • A tradução inicia-se com um códon de iniciação AUG que corresponde a um tRNA iniciador que transporta sempre a metionina (não-formilada). Em procariontes, antes do códon AUG, existe uma sequência de 5 a 6 bases do RNAr da subunidade menor (sequência de Shine Dalgarno) que se pareia com o RNAt, fazendo com que o ribossomo localize, justamente, o códon de iniciação AUG. Este tRNA iniciador liga-se à pequena subunidade ribossomal. Há também a ligação de fatores de iniciação. OBS5: Em eucariontes, a sequência que precede do códon de iniciação chama-se Kosack, onde há a presença do cap, que faz com que o ribossomo páre justamente nesse local para iniciar a síntese. • A pequena subnidade ribossomal liga-se à extremidade 5’ do mRNA e percorre-o até encontrar o primeiro AUG (após a sequência de Shine Dalgarno). • Após a leitura do códon de iniciação AUG, com a chegada do anticódon UAC, associados à fatores de iniciação, a grande subunidade ribossômica liga-se à pequena subunidade, formando um ribossomo funcional. OBS6: Complexo de iniciação: Ribossomo + RNAm + RNAt + AA Metionina. • O RNAt iniciador encontra-se no sítio P (peptidil) deixando o sítio A (aminoacil) vazio, pronto para que outra molécula de aminoacil- tRNA o ocupe, iniciando a síntese proteica. Apenas o RNAt inicial entra no sítio P, enquanto todos os demais entram no sítio A, devido o fator de iniciação IF- 2 que se liga especificamente ao RNAt da metionina. OBS7: Na iniciação de eucariontes, primeiramente a subunidade menor se liga ao RNAt com a metionina e, em seguida, esse conjunto se liga ao RNAm para então se ligar à subunidade maior. Enquanto que em procariontes, a subunidade menor se liga ao RNAm e, em seguida, o RNAt com o aminoácido metionina se liga ao códon AUG para então se ligar à subunidade maior. OBS9: O IF-3 é um fator de dissociação, que não deixa as subunidades dos ribossomos se unirem. Ele sai da subunidade menor no momento da chegada do códon AUG, permitindo a ligação da subunidade maior. ELONGAÇÃO • Após o complexo de iniciação ter sido formado, a tradução continua pelo alongamento da cadeia polipeptídica. • O sítio A, até então vazio, é ocupado por um aminoacil-RNAt correspondente ao segundo códon do mRNA. O fator de iniciação EFTU faz com que o segundo e os futuros RNAt que chegarão, se liguem no sítio A. • A metionina se solta do RNAt iniciador e liga-se por ligação peptídica aos aa recém-chegado no local A, formando um peptidil- tRNA. O RNAr, funcionando como ribozima, realiza essa ligação entre os AA. • Em seguida, ocorre a translocação, em que o ribossomo se move 3 nucleotídeos ao longo do mRNA, posicionando o próximo códon num sítio A vazio. Assim, o peptidil-RNAt é translocado do sítio A para o P e o RNAt iniciador do sítio P para o E (exit - saída). • A ligação de um novo aminoacil-RNAt ao sítio A, induz a libertação do RNAt iniciador do sítio E, deixando o ribossomo pronto para a inserção do próximo AA na cadeia polipeptídica em formação. • O alongamento da cadeia polipeptídica prossegue até que um códon de STOP (parada) seja translocado no sítio A do ribossomo. TERMINAÇÃO • Após vários ciclos de alongamento surge um códon STOP (UAA, UAG, UGA) no local A. Estes códons não são reconhecidos por nenhum RNAt. • Liga-se um fator de terminação ao códon STOP, o fator de liberação RF (release factor). • Esta ligação altera a atividade da peptidil transferase, que catalisa a adição de H2O (em vez de um AA) ao peptidilRNAt. • Dá-se a hidrólise da ligação entre o peptídeo e o RNAt, com consequente libertação do peptídeo e do RNAt do ribossomo. • O ribossomo liberta o RNAm e dissocia-se nas suas 2 subunidades. OBS10: Devido ao fato de o RNAm ser instável e de vida curta, existem os polirribossomos, que formam aglomerados de ribossomos em fila para aproveitar a mesma mensagem e produzir a mesma proteína várias vezes como forma de economia de energia para a célula. 3. Explique como ocorre a herança genética: Herança é aquilo que se transmite de pais para filhos, no caso da herança genética, será a transmissão de informações contidas em sequência de DNA, os genes. Em posse desses genes, os descendentes são capazes de realizar síntese proteica para determinação de suas formas e metabolismo. A herança genética pode ser transmitida pelo processo de reprodução, sexuada ou não. Tipos de heranças genica: As mutações gênicas podem ocorrer em cromossomos autossômicos, os quais determinados padrões de herança afetam igualmente homens e mulheres, que são as heranças autossômicas ou ocorrer em cromossomos sexuais, determinando um padrão de herança que afeta diretamente homens e mulheres, que são as heranças ligadas ao sexo ou restritas ao sexo. As heranças autossômicas podem ser recessivas, dominante ou codominante. • Recessiva: a herança autossômica recessiva só se manifesta em homozigose, ou seja, em dose dupla, com a presença de um par de genes alelos recessivos em cromossomos homólogos autossomos. Tem como exemplo, o albinismo. • Dominante: a herança autossômica dominante é determinada pela presença de pelo menos um alelo dominante no genótipo do indivíduo, como a acondroplasia em humanos. • Codominante: a herança autossômica codominante é a condição em que o heterozigoto apresenta características determinadas por ambos os alelos, ou seja, dominante e recessivo, por exemplo, o grupo sanguíneo ABO. Os heredogramas são os recursos gráficos utilizados para favorecer o estudo genético e determinação de fenótipos e genótipos presentes em cada indivíduo. Para a determinação do genótipo se utilizam letras maiúsculas e minúsculas, normalmente utilizando-se a primeira letra do caráter recessivo. Tipos de heranças genéticas em humanos: • Albinismo: é uma característica de humanos e animais, como consequência da não produção de melanina na pele, olhos e cabelos, devido a mutação no gene que carrega a informação para a produção da enzima produtora do pigmento. Na herança, pais normais heterozigotos podem ter 25% de seus filhos afetados, todos os filhos de pais afetados serão afetados e, basta que um dos pais seja normal homozigoto para que todos os filhos sejam normais. • Acondroplasia: é um tipo de nanismo determinado por um gene autossômico dominante que afeta o crescimento dos ossos longos das pernas, braços e dedos. Diferente do albinismo, os pais afetados podem ter filhos normais, e pais normais não devem ter filhos afetados, a não ser por mutação genica especifica na gametogênese. Os cromossomos sexuais X e Y apresentam diferenças com as regiões homólogas e regiões não homologas onde não são encontrados genes alelos. Assim, os genes da região não homologam de X não possuem alelo correspondente em Y e vice versa, no entanto, dois cromossomos X apresentam todos seus alelos aos pares. A herança ligada ao sexo é determinada pelo gene presente em X que não apresenta homologia em Y, e por isso não se manifestam na mesma proporção nos dois sexos. Assim, toda filha de pai afetado sempre recebe o gene dele afetado e toda filha afetada tem o pai também afetado. Todos os filhos homens de mãe homozigota afetada serão afetados e tanto o pai quanto a mãe podem transmitir o alelo afetado. Os exemplos de heranças ligadas ao sexo são: • Daltonismo: é uma doença recessiva presente no X, mas não no Y, que se caracteriza pela deficiência na distinção das cores, ocorrendo em indivíduos que nãopossuem pelo menos um gene normal dominante, e então, são afetados pelo caráter. Como é ligado ao X, ocorre mais em homens, os quais bastam receber um cromossomo X da mãe com alelo recessivo e, para mulheres daltônicas, é necessário que ela tenha recebido um alelo recessivo do cromossomo X paterno e um alelo recessivo do cromossomo X materno. • Hemofilia: é caracterizada pela ausência do gene que dá origem ao fator VIII, que é a proteína que atua na coagulação sanguínea, apresentando pessoas com tendência de sangramentos acima do normal. Esse gene do fator VIII está localizado exclusivamente no cromossomo X, novamente ocorrendo principalmente nos homens. É determinada por gene presente na região Y que não apresenta homologia em X, e por isso não se manifesta no sexo homogamético (XX), sendo restrita apenas ao sexo heterogamético (XY). Desse modo, toda filha de pai afetado não recebe o gene afetado; todo filho afetado tem pai afetado e todos os filhos homens de pais afetados serão afetados; e somente o pai pode transmitir o alelo afetado. O caso mais comum de doença restrita ao sexo é a Hipertricose auricular, caracterizada pela presença de pelos grossos e longos nas orelhas masculinas. 4. Explique o casamento consanguíneo e seus efeitos na expressão genética (citando as doenças genéticas mais recorrentes): O casamento consanguíneo é um fator de risco para o surgimento de alterações congênitas porque é mais provável que os traços recessivos surjam em famílias com consanguinidade. Os genes recessivos devem ser herdados duas vezes para que a característica se manifeste. Por isso, as uniões consanguíneas aumentam esse risco porque há aumento da expressão de mutações autossômicas recessivas, herdadas de um ancestral comum. Dessa forma, quanto mais próximo o relacionamento biológico entre os pais, maior é a probabilidade de seus filhos herdarem cópias idênticas de um ou mais genes recessivos prejudiciais. Pois, quanto mais próximos de um antepassado comum, maior a chance de ambos terem os mesmos genes defeituosos. Determinado estudo observou que 78,8% dos indivíduos com doenças autossômicas recessivas eram oriundos de casamentos consanguíneos, em comparação com 21,2% de indivíduos não consanguíneos. As proles oriundas de casamentos entre primos de primeiro grau parecem ter um risco aumentado em cerca de 3% do surgimento de anomalias, 5% de morte no início da infância, o que é o dobro do risco em relação à população em geral. As doenças autossômicas recessivas herdadas de relações de consanguinidade mais ocorrentes são: • Surdez congênita, em que a criança já nasce sem conseguir ouvir • Fibrose cística: exemplo de doenças causadas por genes recessivos. Trata-se de uma doença genética que afeta o funcionamento de glândulas exócrinas, responsáveis pela produção de muco e outras substâncias mais espessas. A doença compromete, principalmente, os sistemas digestivos e respiratório, podendo levar o portador à morte prematura. • Anemia falciforme: causa deformidade de hemácias. Com essa doença, as hemácias perdem o formato de disco e assumem a forma de foice (daí o nome falciforme), dificultando a circulação do sangue pelos vasos sanguíneos mais finos. • Deficiência intelectual, que corresponde ao atraso no desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança, podendo ser percebido por meio da dificuldade de concentração, aprendizagem e adaptação a diferentes ambientes; • Displasias ósseas, que é caracterizada por alteração no desenvolvimento de um órgão ou tecido que leva à deformação de um ou mais ossos, podendo resultar dificuldade de locomoção, por exemplo; • Mucopolissacaridose, que é uma doença genética rara em que há alteração no funcionamento de algumas enzimas do corpo, levando a sintomas progressivos relacionados aos ossos, articulações, olhos, coração e sistema nervoso, por exemplo; • Cegueira congênita, em que a criança já nasce sem conseguir enxergar. 5. Defina o sistema ABO e Rh (herança genética) (Contexto Historico) O Sistema ABO foi o primeiro dos grupos sanguíneos descobertos (1900, 1901) no início do século XX em 1900), pelo cientista austríaco Karl Landsteiner. Fazendo reagir amostras de sangue de diversas pessoas, ele isolou os glóbulos vermelhos (hemácias) e fez diferentes combinações entre plasma e hemácias, tendo como resultado a presença de aglutinação dos glóbulos em alguns casos, e sua ausência em outros. Assim, Landsteiner classificou os seres humanos em três grupos sanguíneos: A, B e O. (Genetica e Bioquimica do Sistema ABO) Determinação antigênica do sistema ABO: Os genes H e h condicionam a presença de uma substância denominada antígeno H. Esses genes produzem fucosil transferase que transfere fucose para a sequência precursora que está no glicocálix das hemácias, formando então a substância H. Substância H + N-acetilgalactose pela enzima Atransferase: grupo sanguíneo A; Substância H + galactose pela enzima B-transferase: grupo sanguíneo B; Indivíduos de composição genética HH ou Hh produzem essa substância, que serve de base para a manifestação de todos os antígenos do sistema ABO; Seu grupo será determinado pela presença ou não dos genes A e B. Os Indivíduos de composição genética hh (genótipo muito raro) não produzem o antígeno H. Estes indivíduos serão sempre do grupo denominado fenótipo O Bombay. Independentemente de sua composição genética em termos dos genes A e B, não podem produzir nem o antígeno A nem o antígeno B (por falta de seu precursor). Estes indivíduos desenvolvem os anticorpos Anti-A e Anti-B, da mesma maneira que todos os indivíduos do grupo O. Entretanto, desenvolvem também o anticorpo Anti-H e não podem receber transfusões de sangue do grupo O comum, que é rico neste antígeno. Os genes A e B (codominantes) condicionam a produção dos antígenos A e B, pela adição de carboidratos ao antígeno H; sua ausência (gene recessivo O) condiciona a não adição de carboidratos a esta substância base. • Indivíduos de composição genética OO (duplo recessivo) produzem apenas o antígeno H. Estes indivíduos serão do grupo O. • O Gene A condiciona a adição de uma molécula do carboidrato N- acetilgalactose a algumas moléculas de antígeno H. Indivíduos de composição genética AA (homozigoto dominante) ou AO (heterozigoto) produzem o antígeno A, que ocupará parte dos sítios representados pelo antígeno H. Estes indivíduos são do Grupo A. Entretanto, como nem todos os sítios do antígeno H são ocupados, estes indivíduos apresentam também o antígeno H, e não desenvolverão anticorpos anti-H. • O Gene B condiciona a adição de uma molécula do carbohidrato D- galactose a algumas (mas não todas) as cadeias do Antígeno H. Indivíduos de constituição genética BB ou BO produzem o antígeno B. Estes indivíduos são do grupo B. Da mesma forma que os do grupo A, apresentam também o antígeno H e não desenvolvem anti-H. • Por fim, indivíduos de constituição genética AB possuem ambos os alelos em codominância. Produzem os antígenos A, B e H, e não produzem anticorpos contra antígenos ABO. Todos esses alelos estão localizados no cromossomo 9, na posição 9q34. A expressão genética para o sistema ABO é poligênica, o gene A e B possuem codominância, porém eles são dominantes em relação ao alelo “i”. Os anticorpos ABO vão ser produzidos contra aos antígenos que ele não expressa. (fator rh) O fator Rh é um dos dois grupos de antígenos eritrocitários de maior importância clínica, estando envolvido nas reações transfusionais hemolíticas e na Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN ou Eritroblastose fetal). Sua determinação, juntamente com a dos antígenos pertencentes ao sistema ABO, no procedimento laboratorial denominado Tipagem sanguínea (ABO e Rh) – ou simplesmente tipagem sanguínea - é obrigatória antes de qualquer transfusão sanguínea. Fator Rh+: RR, Rr (85%). Possui o fator Rh e nãoproduzem anticorpos Rh. Fator Rh-: rr (15%). Não possui o fator Rh e produzem anticorpos Rh. Com o avançar das pesquisas, o sistema se revelou na prática bem mais complexo do que a tipificação simplesmente em Rh Positivo e Rh negativo. Hoje, conhecem-se mais de 40 antígenos diferentes pertencentes a este sistema. Os principais antígenos são: D, C, E, c, e. Sendo os antígenos D os mais imunogênicos. Estão localizados no cromossomo 1. O gene RHD codifica a proteína D e o gene RHC codifica as proteínas C, c, E, e. Sendo que, os indivíduos negativos possuem deleção completa do gene RHD. É a incompatibilidade ABO materno-fetal, isso ocorre quando a mãe é Rh negativa o pai é Rh positivo e um segundo filho com Rh positivo herdado do pai. Na primeira gestação o corpo da mãe é sensibilizado e inicia a produção de anticorpos/aglutinina anti-Rh. Na segunda gravidez, a criança Rh positivo receberá anticorpos via circulação fetal atingindo o feto e ocasionando a doença. As aglutininas atravessam a placenta, o que tem como consequência a aglutinação das hemácias do feto e em seguida a sua hemolisação, liberando hemoglobina no sangue. A hemoglobina liberada servira de base para o metabolismo da bilirrubina, com a transformação da hemoglobina em bilirrubina, ocasionando a icterícia do feto, esse aumento de bilirrubina indireto pode ocasionar deposição no Sistema Nervoso, podendo causar retardo mental no feto. A doença chama eritoblastose fetal, porque com a hemolisação das hemácias no feto a medula óssea tenta compensar essa diminuição liberando eritoblastos, que é a forma jovem das hemácias. Na maioria dos casos que o feto sobrevive apresenta casos de anemia grave, resultando na morte fetal. Prevenção: após o parto do filho Rh positivo, antes mesmo da mãe ser sensibilizada (até 72 horas), injeta-se o soro anti-Rh na mãe. Isso destruirá as hemácias do feto que circulam no sangue da mãe, evitando a sensibilização. ➔ A cada parto de criança Rh positivo o procedimento deverá ser repetido. 6. Explique como ocorre mutações genéticas e outras alterações genéticas. Em condições normais as células humanas contêm 46 cromossomos, sendo 22 pares de cromossomos autossomais e 1 par de cromossomos sexuais (XX em mulheres e XY em homens). Porém, as vezes ocorrem irregularidades na divisão celular, ou podem ocorrer “acidentes” (como radiação) nos cromossomos de interfase de modo que se forme células ou organismo inteiros com genoma aberrante, com variações numérica ou estrutural dos cromossomos. As variações numéricas podem ser de dois tipos: as euplodia, que originam células com número de cromossomos múltiplos do número haploide, e as aneuploidias que originam células em que há falta ou excesso de algum(ns) cromossomo(s). Ocorrem a partir de falhas na transcrição e/ou tradução, produzindo proteínas imperfeitas. São exemplos: deleção de uma base nitrogenada, adição de base, substituição, etc. ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS São alterações que não alteram o número de cromossomos da célula, mas sim, a estrutura íntima de cada um dos envolvidos nesse tipo de mutação. ➔ Deleção (deficiência): o cromossomo perde genes. ➔ Duplicação: o cromossomo duplica alguns genes. ➔ Inversão paracentrica: ocorre permutação nos genes e não envolve o centrômero. ➔ Inversão pericêntrica: ocorre permutação nos genes envolvendo o centrômero. ➔ Translocação simples (inversão): um cromossomo cede genes para outro não-homólogo. ➔ Translocação recíproca: cromossomos não homólogos trocam genes. ➔ Mutações silenciosas: existe uma mudança de uma das bases do DNA que leva o tripleto de nucleotídeos a ficar diferente da sequência normal, embora acabe por codificar o mesmo aminoácido, por conta de uma redundância, ou seja, o código tem uma certa margem de segurança, havendo várias combinações diferentes de tripletos que codificam o mesmo aminoácido. Classificando um tipo de mutação molecular ou pontual. MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS: São aquelas que alteram o número de cromossomos. Para isso, deve-se saber que o termo genoma corresponde à metade (n) do número de cromossomos de uma espécie. É a mutação numérica onde o indivíduo perde ou ganha um genoma. Aploidia (n): tipo de euploidia onde o indivíduo nasce com um genoma a menos (apresenta menor porte). Triploidia (3n): tipo de euploidia onde o indivíduo nasce com um genoma a mais. Tipo de mutação cromossômica numérica em que o indivíduo perde ou ganha cromossomos. Ocorre com maior frequência que as euploidias. As aneuploidias deve-se principalmente a não-disjunção de um (ou mais) cromossomo(s) para as células filhas durante a meiose ou durante as mitoses do zigoto. A não disjunção na mitose decorre do não rompimento do centrômero no início da anáfase ou da perda de algum cromossomo por ele não ter se ligado ao fuso meiótico. A não-disjunção na meiose é devido a falhas na separação dos cromossomos ou das cromátides, que se separam ao acaso para um polo e para outro. Quando a não-disjunção é pré-zigótica, ela pode ter ocorrido na espermatogênese ou na ovulogênese. Nas aneuploidias autossômicas, a influência da idade materna leva supor que a participação feminina é maior que a masculina. ANEUPLOIDIAS AUTOSSÔMICAS: Síndrome de Down (Trissomia do 21) ♂ 45A, XY (21) / ♀ 45A, XX (21) O indivíduo possui um cromossomo a mais no par 21. A síndrome de Down é o principal fator de retardo mental nos dias atuais e não escolhe etnia ou sexo. É uma síndrome compatível com a vida que apresenta mais de 50 sinais característicos. O indivíduo apresenta: • Obesidade • Língua grande • Prega palmar única • Grande separação entre o hálux e o segundo dedo • Retardo mental • Associado a Alzheimer • Homens estéreis e mulheres potencialmente férteis. • Dentição irregular • Face achatada • Olhos esticados • Problemas cardíacos congênitos • Menor expectativa de vida ANEUPLOIDIAS SEXUAIS: Síndrome de Klinefelter → ♂ 44A, XXY. Homens que nascem com um X a mais (apresenta um corpúsculo de Barr). XYY (Super Macho) → ♂ 44A, XYY. Homens que nascem como um cromossomo Y a mais. Síndrome de Turner → ♀ 44A, X0. Mulheres que possuem um cromossomo X a menos. 7. Detalhe sobre epigenética (mecanismos): A epigenética é uma ciência que busca compreender como alterações na expressão de genes ocorrem sem alterações no código e sequência genética. Os mecanismos epigenéticos fornecem as células uma ferramenta adicional para ajustar como os genes controlam a maquinaria celular sem alterar a sequência de DNA, e leva a modificações que podem ser transmitidas às células filhas – como se algumas partes destacadas do texto fossem transmitidas adiante. Produzindo assim, efeitos nas futuras gerações. Segundo a epigenética apesar de as células possuírem a mesma informação (mesma sequência de DNA, constituição de genes, etc), algumas dessas informações são utilizadas e outras não. Essas alterações são flexíveis e podem mudar ou surgir durante nossa vida em resposta a influências externas. Muitos traumas como sofrer abuso infantil, stress e passar fome ou ainda fatores externos como metais pesados, pesticidas, fumo de tabaco, radioatividade, bactérias e a alimentação podem influenciar em nosso desenvolvimento, pois, alteram as marcas em nosso DNA, resultando na alteração da expressão dos nossos genes e as vezes resultando em doenças. Isso também explica porque gêmeos idênticos, apesar de possuírem a mesma sequência de DNA são diferentes. A diferente exposição e o contato com o ambiente resultam em diferentes marcas epigenéticas, que podem ser diferentes em cada um dos irmãos, resultando nas diferenças que observamos em cada um deles. A metilação consiste na adição de um radical metil (CH3) no carbono 5 da base nitrogenada citosina que é seguida por uma base guanina.Após a adição do radical metil, a base nitrogenada metilada passa a se chamar 5-metil-citosina. Essa adição é feita por enzimas DNA-metil-transferases (DNMTs) que podem ser de 3 tipos: DNMT3A e DNMT3B são responsáveis por fazer novas metilações; enquanto a DNMT1 cuida da manutenção da metilação. A manutenção feita pela enzima DNMT1 é importante, uma vez que a desmetilação do DNA pode ocorrer de forma passiva, ou seja, naturalmente, ao longo das várias etapas da replicação. Se não houver a atividade da DNMT1, a citosina será desmetilada. A metilação do DNA leva ao recrutamento de proteínas que causam a compactação da cromatina, impedindo que a enzima RNA-polimerase se ligue à molécula, ou seja, impedindo a transcrição. Dessa forma não ocorre a expressão gênica. Normalmente, regiões da molécula de DNA nas quais não existem genes ativos (regiões chamadas de heterocromatina) são notadamente compactadas e metiladas. O ARN interferente pequeno, ARNip ou siRNA, também chamado ARN interferente curto ou ARN silenciador, são pequenos fragmentos de ARN que medem aproximadamente 23 pares de nucleotídeos. Os siRNA são produtos da clivagem de longas moléculas de ARN de dupla cadeia pela ação da nuclease Dicer. O RNA de interferência, também conhecido por RNAi, é um mecanismo conservado por meio da evolução. É desencadeado pela presença de RNA fita- dupla que resulta na redução de expressão e silenciamento de genes. Esse processo também é conhecido por silenciamento gênico a nível pós- transcricional, uma vez que o RNAi gera a quebra do RNA mensageiro (mRNA) específico, resultando na redução e/ou silenciamento da tradução do mesmo. https://profissaobiotec.com.br/rna-de-interferencia-o-que-sao-onde-agem- por-que-existem/ miRNA: processados a partir da transcrição de moléculas de RNA mais longos através da RNA polimerase II pela DICER. Quando esse fragmento menor encontra a RISC ele promove a remoção da cauda poliA de molécula de RNA pré-transcritos, isso diminui a vida dessa molécula de RNA, faz com que ele seja degradado e reabsorvido e não seja traduzido. O DNA está associado, no núcleo celular dos eucariotos, às proteínas de histona e o nucleossomo é uma estrutura básica de condensação formada pela associação do DNA com as histonas. o DNA se condensa conforme os nucleossomos se aproximam e as regiões compactadas não podem ser transcritas. Para que um gene possa ser expresso https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/AcNucleico4.php https://www.the-scientist.com/news-analysis/the-rna-age-a-primer-31520 https://www.the-scientist.com/news-analysis/the-rna-age-a-primer-31520 https://profissaobiotec.com.br/rna-de-interferencia-o-que-sao-onde-agem-por-que-existem/ https://profissaobiotec.com.br/rna-de-interferencia-o-que-sao-onde-agem-por-que-existem/ é necessário que sua sequência de bases esteja acessível para a maquinaria celular. As histonas, então, sofrem modificações para permitir ou não a transcrição dos genes, sendo que a acetilação das histonas, que é feita pela adição de um radical acetil (-COCH3) em resíduos de lisina feita pelas enzimas histona acetil- transferases (HATs), resultem na descompactação da cromatina, permitindo a expressão do gene naquela região. Já a metilação dessas histonas, feita pelas enzimas histona metil transferases (HMTs), pode tanto silenciar quanto ativar genes, dependendo de qual resíduo de aminoácido esteja ocorrendo a modificação. https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/42490/R%20-%20E%20- %20RONALDO%20DE%20OLIVEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/42490/R%20-%20E%20-%20RONALDO%20DE%20OLIVEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/42490/R%20-%20E%20-%20RONALDO%20DE%20OLIVEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://developingchild.harvard.edu/translation/o-que-e-epigenetica/ 8. Identifique a influências dos fatores ambientais e não ambientais que impactam nas malformações genéticas: As causas dos DCs podem ser didaticamente divididas em genéticas, ambientais e multifatoriais (coexistência dos fatores ambientais e genéticos). Estima-se que 25% das malformações congênitas são de origem genética (gênica ou cromossômica), 10% estão envolvidas com causas ambientais e 65% tem origem desconhecida. Responsável por cerca de 7 a 8% das anomalias congênitas, resultando da mutação de um único gene, ocorrendo tanto nos cromossomos autossômicos como nos sexuais. A maioria das mutações ocorre em cromossomos autossômicos, superando as mutações nos cromossomos X. A maioria das doenças ligadas ao cromossomo X é recessiva, portanto, os homens são mais afetados que as mulheres, visto que, para as mulheres expressarem esse padrão recessivo precisa se apresentar em dose dupla. Já as doenças ligadas ao X dominantes são caracterizadas por um número de mulheres afetadas duas vezes maior que nos homens. Aberrações cromossômicas são comuns e estão presentes em 6 a 7% dos zigotos. Elas podem ser do tipo numéricas ou estruturais e envolvem um ou mais autossomos, sexuais ou ambos. A não disjunção na mitose decorre do não rompimento do centrômero no início da anáfase ou da perda de algum cromossomo por ele não ter se ligado ao fuso meiótico. A não-disjunção na meiose é devido a falhas na separação dos cromossomos ou das cromátides, que se separam ao acaso para um polo e para outro. Quando a não-disjunção é pré-zigótica, ela pode ter ocorrido na espermatogênese ou na ovulogênese. Nas aneuploidias autossômicas, a influência da idade materna leva supor que a participação feminina é maior que a masculina. Os fatores ambientais exercem uma influência parcial ou total sobre algumas anomalias humanas. Os teratógenos são agentes externos ao genoma do concepto que podem produzir uma anomalia estrutural, deficiência de https://developingchild.harvard.edu/translation/o-que-e-epigenetica/ crescimento e/ou alterações funcionais durante o desenvolvimento pré-natal. Os teratógenos podem ser próprios do organismo materno (anticorpos contra receptor da acetilcolina em mães com miastenia gravis ou anticorpos anti-Rh fetal na anemia hemolítica do recém-nascido) ou são agentes exógenos como drogas ou infecções. Como agentes teratogênicos podemos citar três categorias: agentes químicos (drogas lícitas, ilícitas, medicamentos, substâncias químicas), agentes biológicos (infecções) e agentes físicos (radiação ionizante, temperatura). Dentre os agentes químicos podem ser citados o cigarro, cocaína, cafeína, álcool, andrógenos, progestágenos, antibióticos, anticoagulantes orais, anticonvulsivantes, agentes antineoplásicos, corticosteróides, inibidores da enzima de conversão da angiotensina, insulina, AAS, ácido retinóico e talidomida. Dentre os agentes biológicos, os mais importantes são a infecção pelo vírus da rubéola, citomegalovírus (CMV), Toxoplasma gondii e Treponema pallidum. Todas as vacinas com agentes atenuados, assim como a SCR, devem ser evitadas durante a gestação. Além disso, a probabilidade de se ter filhos com síndrome de Down é maior em mulheres de idades avançadas, pois os ovócitos que passaram muito tempo parados em meiose I (isso devido a exposições constantes a fatores ambientais), geralmente têm defeitos de não-disjunções, passando a apresentar células com 2 cromossomos 21 e outras sem ele, logo, a idade da mãe também é um agente biológico. A radiação ionizante é considerada um potente agente físico teratogênico. O seu efeito é dosedependente e relacionado ao estágio de desenvolvimento no qual o concepto é exposto. http://www.gmbahia.ufba.br/index.php/gmbahia/article/viewFile/281/272 9. Defina como é realizado o pré-natal em gravidezes com alterações genéticas. Mesmo que não exista nenhuma suspeita, os obstetras tendem a solicitar algumas avaliações de rotina, como as ecografias obstétricas, realizadas em doismomentos distintos da gestação: entre a 11ª e a 14ª semanas e entre a 20ª e a 23ª. A ecografia obstétrica com medida da translucência nucal é realizada durante o exame de ultrassom de primeiro trimestre (entre 11 e 13 semanas) e tem como objetivo medir uma prega na nuca do feto, já que determinadas síndromes cromossômicas promovem acúmulo de líquido nessa região, alterando sua medida. Durante esse exame, também se verifica a presença do osso nasal, cuja ausência é mais um indicador de anormalidade, e o fluxo no ducto venoso, que quando alterado pode ser indicativo de alterações no coração do feto. O resultado da translucência nucal pode ser combinado com o de um exame feito a partir de uma amostra de sangue da mãe, em que são dosadas duas http://www.gmbahia.ufba.br/index.php/gmbahia/article/viewFile/281/272 substâncias, o BHCG livre e o PAPPA, ajudando a identificar possíveis alterações cromossômicas no bebê. O obstetra pode, ainda, lançar mão de recursos como o diagnóstico pré-natal não invasivo (que localiza anomalias cromossômicas por meio de uma amostra de sangue da mãe) e outros mais invasivos, como a biópsia do vilo corial ou a amniocentese, a fim de confirmar ou descartar uma eventual suspeita—estes últimos devem ficar restritos aos casos em que há forte suspeita de alteração cromossômica no feto. Além disso, a ecografia morfológica pode ser realizada entre 20 e 24 semanas de gravidez e visa avaliar detalhadamente a anatomia do feto, com o intuito de diagnosticar ou descartar malformações fetais. https://portal.fiocruz.br/noticia/pre-natal-e-essencial-para-o-diagnostico- precoce-de-doencas-raras 10. Explique como ocorre o aconselhamento genético no SUS. A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou proposta que inclui, nos casos em que haja indicação clínica, o aconselhamento genético nas ações de planejamento familiar oferecidas pela rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O aconselhamento segue a diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica, ação do Ministério da Saúde em vigor desde 2009. o AG tem o papel de avaliar como a hereditariedade contribui para a doença e o risco de recorrência nos familiares, bem como compreender as opções para lidar com o risco de recorrência. O AG também fornece subsídio para escolha do curso de ação que pareça apropriado à família, em função dos seus riscos e objetivos; a agir de acordo com sua decisão e a adaptar-se à doença da melhor maneira possível, considerando-se tanto um membro da família afetado quanto o risco de recorrência daquela doença. O AG pode ser realizado nos indivíduos e famílias com DR de origem genética ou sob risco de desenvolvê-la e tem como objetivo primordial a assistência e a educação, permitindo o conhecimento, aos indivíduos e/ou famílias, sobre todos os aspectos da doença em curso ou em risco, desde a sua etiologia, evolução, prognóstico, bem como a tomada de decisões a respeito do direito reprodutivo. O AG poderá ser indicado nas seguintes situações: a) Pessoas com doenças genéticas raras previamente diagnosticadas sem AG e seu familiares; b) Indivíduos, casais e gestantes com questionamento sobre riscos individuais ou para prole futura em função de doença genética rara (confirmada ou sob suspeita) na família; https://portal.fiocruz.br/noticia/pre-natal-e-essencial-para-o-diagnostico-precoce-de-doencas-raras https://portal.fiocruz.br/noticia/pre-natal-e-essencial-para-o-diagnostico-precoce-de-doencas-raras c) Gestantes/casais com suspeita de doença genética rara na gestação em curso que ainda não tenham sido encaminhados para o AG. O AG deverá ser realizado por equipe multiprofissional capacitada, contendo em sua equipe o médico geneticista e/ou profissionais de saúde capacitados, com graduação na área da saúde e pós-graduação - mestrado ou doutorado acadêmico na área de Genética Humana ou Título de especialista em Biologia Molecular Humana ou Citogenética Humana, emitidos pela Sociedade Brasileira de Genética ou Titulo de Especialista em Genética, emitido pelo Conselho Federal de Biologia, e Comprovação de no mínimo 800 horas de experiência profissional ou estagio supervisionado em AG. Durante o AG, as informações sobre etiologia, evolução e prognóstico da doença devem ser repassadas ao consulente e/ou familiares, juntamente com as informações acerca do risco reprodutivo. Isso deve ser feito de forma não diretiva e com discussão das opções frente ao risco de ocorrência/recorrência, favorecendo a compreensão e o seguimento da atenção ao consulente e seus familiares. Deverá ser garantida a contrarreferência orientada para seguimento na Atenção Básica, com possibilidade de retorno ao serviço de atenção especializada ou serviço de referência em DR caso seja identificada necessidade de orientação. Quando a DR não for de natureza genética, deve ser garantido o acesso aos Serviços Especializados ou Serviços de Referência em Doenças Raras, para o atendimento adequado às suas necessidades. Quando o AG envolver diagnóstico médico, tratamento clínico e medicamentoso será obrigatória a presença de médico geneticista. É obrigatória a elaboração de laudo escrito e assinado pelo profissional responsável que realizou o AG, a ser anexado no prontuário do consulente. O AG será realizado no SUS apenas nos serviços de saúde definidos e pactuados pelo gestor local com habilitação específica para o referido procedimento. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/junho/04/DIRETRIZE S-DOENCAS-RARAS.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/junho/04/DIRETRIZES-DOENCAS-RARAS.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/junho/04/DIRETRIZES-DOENCAS-RARAS.pdf
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