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APOSTILA BCG

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1. INTRODUÇÃO 
Em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin conseguiram isolar uma cepa do bacilo da tuberculose 
para produzir culturas vivas atenuadas a ser usada como vacina, esta recebeu o nome de bacilo Calmette-Guérin, de 
onde surgiu o nome "BCG". 
A vacina BCG foi aplicada pela primeira vez em crianças em 1921, e em 1927 teve início a vacinação contra a 
tuberculose no Brasil, na Liga Brasileira contra a Tuberculose, produzida na própria Liga a partir da cepa Moreau. 
No ano de 1961 teve início a produção, no Brasil, da fórmula intradérmica da vacina BCG, ocorrendo em 1968 a 
substituição da vacina BCG oral pela administrada por via intradérmica. 
Como demonstrado o bacilo de Calmette-Guérin (BCG) vem sendo utilizado há várias décadas e é uma das 
principais estratégias da Organização Mundial da Saúde para o controle da mortalidade por formas graves da 
infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis em países em que a doença ainda tem importância 
epidemiológica. 
A vacina da BCG pode, quando administrada antes da infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, reduzir os 
riscos da doença tuberculose em até 75%, mas não eliminará o risco totalmente, contudo tem como principal 
finalidade a prevenção de formas graves da tuberculose (miliar e meníngea), em crianças menores de cinco anos. 
 
2. APRESENTAÇÃO 
A vacina BCG (bacilo de Calmette e Guerin) é apresentada sob a forma liofilizada em ampola multidose, 
acompanhada da ampola do diluente especifico para a vacina. 
 
 
3. COMPOSIÇÃO 
A vacina é preparada com bacilos vivos, a partir de cepas do Mycobacterium bovis, atenuadas com glutamato 
de sódio, sendo que a subcepa utilizada no Brasil é a Moureau-Rio de Janeiro que é considerada uma cepa com alta 
virulência residual (multiplicação e sobrevida no indivíduo vacinado), alto poder protetor e ocasiona poucas reações 
indesejáveis. 
A cepa Moreau – Rio de Janeiro é mantida sob o sistema de lote semente no Statens Serum Institut de 
Copenhagen, na Dinamarca, de onde é enviada periodicamente aos laboratórios da Fundação Ataulpho de Paiva e 
do Butantan, no Brasil. 
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4. INDICAÇÃO 
A vacina é indicada para prevenir as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea), sendo também 
recomendada para contatos domiciliares de hanseníase como forma de prevenir a doença em indivíduos expostos 
ao M. leprae. 
5. CONTRA INDICAÇÕES 
 
 Indivíduos portadores de imunodeficiência primária ou adquirida. 
 Indivíduos acometidos de neoplasias malignas. 
 Pacientes em tratamento com corticosteroides em dose elevada (equivalente à dose de prednisona de 2 
mg/kg/dia para crianças até 10 kg ou de 20 mg/dia ou mais, para indivíduos acima de 10 kg) por período 
superior a duas semanas. 
 Pacientes em uso de outras terapias imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia, entre 
outros). 
 Grávidas. 
 Usuários a partir dos 5 anos de idade portadores de HIV, mesmo que assintomaticos e sem sinais de 
imunodeficiência. 
 
6. PRECAUÇÕES GERAIS 
A vacina deverá ser adiada até três meses após o tratamento com imunodepressores ou com 
corticosteróides em dose elevada; em casos de afecções dermatológicas extensas em atividade; e em recém-
nascidos com menos de 2.000 g até que atinjam este peso, devido à escassez do tecido cutâneo (panículo adiposo). 
7. ESQUEMA 
O esquema de vacinação com a vacina BCG corresponde a dose única o mais precocemente possível, 
preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade. 
Na rotina, a vacina pode ser administrada em crianças até 4 anos, 11 meses e 29 dias, contudo nos casos de 
contados intradomiciliares de indivíduos portadores de hanseníase e crianças ou adultos portadores do vírus HIV 
deve-se seguir as orientações expostas nos quadros abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• No caso de contato intradomiciliar de paciente com diagnóstico de hanseníase que não apresenta 
sinais e sintomas, independentemente de ser paucibacilar (PB) ou multibacilar (MB), o esquema de 
vacinação deve considerar a história vacinal do contato da seguinte forma: 
– Contatos intradomiciliares com menos de 1 ano de idade comprovadamente vacinados não 
necessitam da administração de outra dose de BCG. 
– Para contatos intradomiciliares com mais de 1 ano de idade, adote o seguinte esquema: 
• contato domiciliar sem cicatriz vacinal ou na incerteza da existência de cicatriz 
vacinal – administre uma dose de BCG; 
• contato domiciliar comprovadamente vacinado com a primeira dose – administre 
outra dose de BCG (mantenha o intervalo mínimo de seis meses entre as doses); 
• contato domiciliar com duas doses/cicatrizes – não administre nenhuma dose 
adicional. 
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8. VOLUME 
O volume de cada dose corresponde rigorosamente a 0,1 mL. 
 
 
 
9. VIA DE ADMINISTRAÇÃO 
A vacina é administrada por via intradérmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A vacina BCG para crianças e adultos com HIV positivo segue tais recomendações: 
– Crianças filhas de mãe com HIV positivo podem receber a vacina o mais precocemente 
possível até os 18 meses de idade, se assintomáticas e sem sinais de imunodeficiência. 
– Crianças com idades entre 18 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias, não vacinadas, somente 
podem receber a vacina BCG após sorologia negativa para HIV; para estes indivíduos, a 
revacinação e contra-indiciada. 
A partir dos 5 anos de idade, indivíduos portadores de HIV não devem ser vacinados, mesmo que 
assintomáticos e sem sinais de imunodeficiência. Entretanto, os portadores de HIV que são contatos 
intradomiciliares de paciente com hanseníase devem ser avaliados do ponto de vista imunológico para a 
tomada de decisão. Pacientes sintomáticos ou assintomáticos com contagem de LT CD4+ abaixo de 
200/mm3 não devem ser vacinados. 
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10. LOCAL DA ADMINISTRAÇÃO 
A administração da vacina é feita na região do músculo deltóide, no nível da inserção inferior, na face externa 
superior do braço direito. 
O uso do braço direito tem por finalidade facilitar a identificação da cicatriz em avaliações da atividade de 
vacinação, contudo quando essa recomendação não puder ser seguida, registre o local da administração no 
comprovante de vacinação. 
 
11. CONSERVAÇÃO 
A vacina e conservada entre +2oC e +8oC (sendo ideal +5oC), não podendo ser congelada. 
 
12. NOTAS 
• A presença da cicatriz vacinal é considerada como dose para efeito de registro, independentemente do 
tempo transcorrido desde a vacinação até o aparecimento da cicatriz. 
• Para crianças que foram vacinadas com a vacina BCG e que não apresentem cicatriz vacinal após 6 meses, 
revacine-as apenas uma vez, mesmo que não apresentem cicatriz novamente. 
• Os recém-nascidos contatos de indivíduos bacilíferos deverão ser vacinados somente após o tratamento da 
infecção latente da tuberculose ou a quimioprofilaxia. 
• Ao administrar dose adicional em contato de paciente de hanseníase, respeite o intervalo de seis meses da 
dose anterior. Administre um pouco acima (± 1 cm) da cicatriz existente. 
• Em gestante contato de indivíduo portador de hanseníase, a vacinação com BCG deve ser adiada para 
depois do parto. 
• A realização do teste tuberculínico é dispensável antes ou depois da administração da vacina BCG, inclusive 
para os contatos de pacientes de hanseníase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13. RECONSTITUIÇÃO DA VACINA BCG 
 
I. Higienizar as mãos com água e sabão. 
II. Paramentar com Equipamento de Proteção Individual – EPI 
III. Preparar o material. 
IV. Verificar se o diluente é específico para o liófilo. 
V. Inspecionar os produtos antes da reconstituição. 
VI. Aspirar todo o diluente com a seringa e a agulha, deixando-a reservada e protegida. 
VII. Bater levemente com o dedo na ampola que contém o liófilo (pó) para que ele se deposite no fundo. 
VIII. Verificar se o gargaloda ampola esta seco. 
IX. Envolver a ampola com o saco plástico da embalagem. 
X. Abrir (quebrar) a ampola no ponto demarcado. 
XI. Retirar o plástico lentamente, para que o ar penetre na ampola de forma gradual. 
XII. Injetar o diluente lentamente pelas paredes da ampola que contem o pó vacinal, umedecendo-o. 
XIII. Realizar um movimento rotatório em sentido único com a ampola até obter uma suspensão homogênea. 
XIV. Injetar o restante do diluente e voltar a fazer o movimento rotatório. 
XV. Observar o aspecto após a reconstituição. 
XVI. Colocar data e hora da reconstituição. 
XVII. Apoiar a ampola com a vacina reconstituída (envolvida no saco plástico ou na embalagem da seringa usada 
para diluição) em um recipiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14. ADMINISTRAÇÃO DA VACINA BCG 
 
I. Separar os materiais: 
a. Algodão. 
b. Seringa e agulha apropriadas. 
i. A seringa mais apropriada para a injeção intradérmica e a de 1,0 mL, que possui escalas de 
frações em mililitros (0,1 mL). 
ii. A agulha deve ser pequena (entre 10 mm e 13 mm de comprimento) e fina (3,8 dec/mm; 4,0 
dec/mm e 4,5 dec/mm de calibre). 
c. Bandeja. 
II. Higienizar as mãos com água e sabão. 
III. Paramentar com Equipamento de Proteção Individual – EPI 
IV. Abrir a embalagem da seringa de forma asséptica. 
V. Colocar a seringa sobre a sua embalagem plástica na bandeja. 
VI. Aspirar o volume a ser administrado, verificando na graduação da seringa se a dosagem esta correta (0,1 
mL). 
VII. Recolocar o frasco da vacina no recipiente, dentro da caixa térmica, até a aspiração de nova dose. 
VIII. Segurar firmemente com a mão o local, distendendo a pele com o polegar e o indicador. 
IX. Segurar a seringa com o bisel da agulha para cima, coincidindo com o lado da graduação da seringa. A agulha 
deve formar com o braço um ângulo de 15º 
X. Introduzir a agulha paralelamente a pele, até que o bisel desapareça. 
XI. Não aspirar! Injetar a vacina lentamente, pressionando a extremidade do embolo com o polegar. 
XII. Retirar a agulha da pele. 
XIII. Não fazer compressão no local de administração da vacina. 
XIV. Desprezar a seringa e a agulha utilizadas na caixa coletora de perfurocortante. 
XV. Higienizar as mãos com água e sabão. 
XVI. Registrar no cartão de vacina a data, o número do lote, a unidade vacinadora e o nome do vacinador e 
agende a próxima vacina do calendário a ser administrada. 
XVII. Registrar a vacina administrada no boletim diário ou em impresso específico. E alimente o sistema 
informatizado nominal (SI-PNI) com a dose administrada, atentando para a crítica do sistema, em caso de 
dose inadvertida, e verifique-a. Em seguida, confirme o agendamento da próxima dose no sistema. 
XVIII. Orientar o usuário, os pais e/ou os responsáveis sobre o retorno, quando for o caso, para complementação 
do esquema básico de vacinação e/ou na ocorrência de algum evento adverso. 
XIX. Orientar o usuário, os pais e/ou os responsáveis sobre a evolução normal da lesão vacinal e os cuidados com 
ela. 
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15. EVOLUÇÃO DA LESÃO VACINAL 
 
 Após a administração, de 3 a 4 semanas, surge um nódulo (caroço) no local; 
 Entre 4 a 5 semanas, o nódulo evolui para uma pústula (ferida com pus); 
 Em seguida, evolui para uma úlcera (ferida aberta) de 4 a 10 mm de diâmetro; e 
 Entre 6 a 12 semanas, finalmente, forma-se uma crosta (ferida com casca em processo de cicatrização). 
 
16. CUIDADOS COM A LESÃO 
 Não cobrir a úlcera que resulta da evolução normal da lesão vacinal; 
 Não fazer uso de compressas; 
 O local deve ser sempre limpo; 
 Não é necessário colocar qualquer medicamento nem realizar curativo. 
 
17. EVENTOS ADVERSOS 
A vacina BCG pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, que podem ser decorrentes: 
a. do tipo de cepa utilizada, 
b. da quantidade de bacilos atenuados administrada, 
c. da técnica de aplicação e 
d. da presença de imunodeficiência primária ou adquirida. 
 
As complicações podem ser classificadas da seguinte forma: 
 
 
LESÕES LOCAIS E REGIONAIS MAIS FREQUENTES : 
a. úlcera com diâmetro maior que 1 cm; 
b. abscesso subcutâneo frio; 
c. abscesso subcutâneo quente; 
d. granuloma; 
e. linfadenopatia regional não supurada maior que 3 
cm; 
f. linfadenopatia regional supurada; 
g. cicatriz quelóide; 
h. reação lupóide. 
 
LESÕES RESULTANTES DE DISSEMINAÇÃO/ 
GENERALIZADAS 
São lesões que ultrapassam a topografia locorregional, 
podendo acometer pele e linfonodos a distância, 
sistema osteoarticular e vísceras em um ou mais órgãos. 
A incidência é rara (risco médio: 0,39 a 1,9 por milhão 
de vacinados) 
Ocorrem em média 3 a 36 meses após a aplicação da 
vacina.

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