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vapor, executa em 1 hora, a 3 pence ou 1/4 de xelim, tanto trabalho quanto 66 pessoas a 15 xelins por hora. Volto a esse exemplo para esclarecer uma concepção falsa. Os 15 xelins não são, de modo algum, a expressão do trabalho realizado pelas 66 pessoas em 1 hora. Se a relação entre mais-trabalho e trabalho necessário era de 100%, então esses 66 trabalhadores produziam por hora um valor de 30 xelins, embora só 33 horas representem um equivalente para eles, isto é, um salário de 15 xelins. Supondo-se, portanto, que uma máquina custa tanto quanto o salário anual de 150 trabalhadores deslocados por ela, digamos 3 mil libras esterlinas, 3 mil libras esterlinas não são, de modo algum, a expressão monetária do trabalho fornecido por 150 tra- balhadores e agregado ao objeto do trabalho, mas só a expressão da parcela de seu trabalho anual que se apresenta a eles mesmos como salário. Em contrapartida, o valor monetário da máquina de 3 mil libras esterlinas expressa todo o trabalho despendido durante sua pro- dução, qualquer que seja a relação em que esse trabalho constitua salário para o trabalhador e mais-valia para o capitalista. Caso a má- quina custe, por conseguinte, tanto quanto a força de trabalho subs- tituída por ela, então o trabalho objetivado nela mesma é sempre muito menor do que o trabalho vivo por ela substituído.44 Considerada exclusivamente um meio de baratear o produto, o limite para o uso da maquinaria está em que sua própria produção custe menos trabalho do que o trabalho que sua aplicação substitui. Para o capital, no entanto, esse limite se expressa de modo mais es- treito. Como ele não paga o trabalho aplicado, mas o valor da força de trabalho aplicada, o uso da máquina lhe é delimitado pela diferença entre o valor da máquina e o valor da força de trabalho substituída por ela. Como a divisão da jornada de trabalho em trabalho necessário e mais-trabalho é diferente em diferentes países, bem como no mesmo país em diferentes períodos ou durante o mesmo período em diferentes ramos de atividades; como, além disso, o verdadeiro salário do traba- lhador ora cai abaixo do valor de sua força de trabalho, ora se eleva acima dele, a diferença entre o preço da maquinaria e o preço da força de trabalho a ser substituída por ela pode variar muito, ainda que a diferença entre o quantum de trabalho necessário à produção da má- quina e o quantum global de trabalho substituído por ela continue a mesma.45 Mas é só a primeira diferença que determina os custos de produção de mercadoria para o próprio capitalista e o influencia por meio das leis coercitivas da concorrência. Por isso, são inventadas hoje, OS ECONOMISTAS 26 44 "Esses agentes mudos" (máquinas) “são sempre o produto de muito menos trabalho do que aquele que eles dispensam, mesmo quando possuem o mesmo valor monetário.” (RICARDO. Op. cit., p. 40.) 45 Nota à 2ª edição. Numa sociedade comunista, a maquinaria teria portanto um espaço de atuação completamente diferente do que tem na sociedade burguesa.
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