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DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG) Termo genérico para síndromes hipertensivas que se desenvolvem a partir da 20ª semana da gestação. É a principal causa de mortalidade materna. 90% se iniciam a partir da 34ª semana, mas os 10% que se iniciam no início da gestação costumam ser mais graves. Classificação Pré-eclâmpsia, hipertensão arterial gestacional, pré-eclâmpsia supera juntada e eclampsia. Fisiopatologia Pré-eclâmpsia é uma doença endotelial que se desenvolve por uma má placentação. Em pacientes eu não tem pré-eclâmpsia, a artéria uterina fica bem mais avantajada, quando existem questões imunológicas, stress oxidativo ou pontos genéticos que impossibilitam o aumento dessa artéria uterina, o fluxo fica insuficiente para receber a gestação. Dessa forma a placenta vai fazer de tudo para levar nutrientes necessários para o feto, vai liberar fatores na corrente sanguínea materna causando lesão endotelial que irá causar espasmo arteriolar e CIVD (coagulação intravascular disseminada). A pré-eclâmpsia é uma doença sistêmica que pode atingir qualquer órgão. Fatores de risco Imunológicos: Primiparidade, troca de parceiro, nova gravidez, longo intervalo interpartal e extremos de vida reprodutiva. Genéticos: História familiar em DHEG, pré- eclâmpsia em gestação anterior e raça negra. Doença sistêmica: Gravidez múltipla, doença vascular, hipertensiva crônica, diabetes mellitus, doença renal crônica, doenças do colágeno, trombofilias, obesidade, gestação molar, hidropisia fetal e síndrome antifosfolipídeo. Quadro clínico Hipertensão Renal: proteinúria, insuficiência renal aguda Hepáticas Neurológicas: Convulsões Hematológica: Plaquetopenia Placentárias: Crescimento ultra uterino restrito, necrose placentária. Diagnóstico PA > ou igual 140x90 mmHg medida 2 vezes intervaladas 4h entre elas até 7 dias, no membro superior direito. Proteinúria: > ou igual a 300mg/24h ou proteinúria de fita +1 ou mais, ou relação proteína/creatinina urinária > ou igual a 0,3. Edema não é critério diagnóstico Pré-eclâmpsia grave: Pré-eclâmpsia + lesão de órgão alvo: - PA > ou igual a 160x110 - Creatinina > 1,1 ou DU < 400ml)24h - Edema agudo de pulmão - Trombocitopenia < 100.000 - Elevação de transaminases 2x - CIUR - Sinais de eminência de eclampsia - Eclampsia Observação: Proteinúria não é critério de gravidade e não é necessária para o diagnóstico. Pré-eclâmpsia supera juntada: Hipertensão crônica + proteinúria (> 20 semanas). Eclampsia: Pré-eclâmpsia + convulsões tônicoclônicas (curta duração). Causa sofrimentos fetal durante as contrações. Hipertensão arterial gestacional (HAG): PA > ou igual a 140x90 mmHg, mas tem ausência de proteinúria e ausência de lesão de órgão alvo. Considera-se proteinúria patológica é a partir de 300mg em 24h + hipertensão a partir de 20 semanas = pré eclampsia Síndrome HELLP: 1. Hemólise: LDH > 600 ou BT bilirrubina total > ou igual 1,2 ou esquizócitos 2. Elevação de transaminases: TGO > 70 3. “Low Plaquets”: < 100.000 Questionamentos: Se já tiver proteinúria antes das 20 semanas? Se já tiver lesão de órgão-alvo antes de 20 semanas? Marcadores: O ácido úrico é um grande marcador pois não costuma se elevar nas disfunções orgânicas decorrentes de hipertensão arterial crônica diferentemente da pré-eclâmpsia. No Doppler se tiver disfunção placentária geralmente a paciente está super ajuntando a pré-eclâmpsia. Piora ou novas disfunções e piora da PA. Tratamento Parto é o tratamento definitivo. Mas para pré- eclâmpsia e hipertensão arterial gestacional o seguimento é ambulatorial. Não prescrever anti- hipertensivos. Corticoide em todas em gestantes com < 34 semanas para amadurecimento do pulmão fetal. Parto a termo (37 semanas): CTG (cardiotocografia) semanas a partir da 30ª semana USG com Doppler mensalmente Em casos de pré-eclâmpsia grave é necessário o internamento, o uso de anti-hipertensivos e sulfato de magnésio (para evitar convulsões) e a interrupção da gestação com 34 semanas. Para administrar o sulfato de magnésio: sondar e monitorizar a paciente: DU > ou igual 25ml/h, FR > ou igual a 12 irpm e reflexos patelares presentes; deixar gluconato de cálcio diluído na cabeceira do paciente (antidoto para intoxicação). Sempre fazer corticoide para pacientes 34 semanas. Esquemas para o sulfato de magnésio: - Pritchard 4g IV + 10g IM + 5g IM a cada 4 horas - Zuspan 4g IV + 1 a 2g/h - Sibai 6g IV + 2 a 3g/h Anti-hipertensivos com o objetivo de manter a PA em 140-155x100-90 mmHg - Metildopa (carro chefe): 2g por dia - Nifedipina: 80mg por dia no máximo - Pindolol - Hidralazina (pode ser usada via IV). CAPTOPRIL NÃO É UM HIPERTENSIVO SEGURO NA GESTAÇÃO! Na eclampsia usa-se sulfato de magnésio e precede-se o parto: NÃO AGUARDA CORTICOIDE! Prevenção e prognóstico Para gestantes com risco de pré-eclâmpsia utiliza- se como prevenção: AAS (100mg/dia) e cálcio (carbonato de cálcio). Principal causa de morte é o AVC hemorrágico. Na pré-eclâmpsia a mortalidade é rara, com exceção da síndrome HELLP Quanto mais precoce pior.
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