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LEIA O TEXTO E EM SEGUIDA, RESPONDA AS QUESTÕES PROPOSTAS. CONSUMISMO: MAL DO SÉCULO XXI A palavra “desperdício” pode ser enten- dida em vários contextos e podemos defini-la como “o que é gasto sem proveito”. Isso tem re- lação com os valores consumistas da sociedade industrializada em que vivemos. No início do século XX, a indústria tinha como meta buscar novos mercados para seus produtos, abaste- cendo-os e crescendo. Logo, os produtos deveriam ser bons, duráveis e baratos. Mas, com o tempo, os con- sumidores já tinham os produtos e não preci- savam mais comprá-los. A solução para a in- dústria foi lançar no mercado novos produtos, mais modernos, com novos designs, com novas funções, tornando os anteriores obsoletos e fora de moda. Hipermercados, centros de compras, fei- ras, shoppings, cada dia novas possibilidades, sofisticados, elegantes e reluzentes. Cada vez mais, verifica-se a existência de mais e mais prateleiras com uma variedade crescente de produtos. Quantas marcas de detergentes sintéti- cos existem? Quantos diferentes tipos de auto- móveis, celulares, câmeras digitais, equipa- mentos domésticos? Para ganhar o mercado, cada indústria lança um novo tipo de produto acrescentando novidades para o consumidor, como diferentes odores, embalagens, consis- tências, aspectos, funções e recursos etc. O presente modelo econômico introdu- ziu o que chamamos consumismo, que signi- fica a expansão da cultura do “ter” em detri- mento da cultura do “ser”. O estilo de vida norte-americano provocou a expansão do con- sumo, que, estimulado pelas forças do mer- cado, da moda e da propaganda, se transfor- mou em compulsão. Tal dinâmica influenciou a personalidade social. Na cultura do consumo, os indivíduos passaram a ser reconhecidos, avaliados e julgados pelo que consomem, ves- tem e calçam, pelo carro e celular exibidos em público. Isso chegou a tal ponto que até felici- dade e qualidade de vida passaram a ser avali- adas por muitos com base no que o indivíduo consome. Podemos dizer que o consumo é neces- sário, afinal precisamos manter nossas neces- sidades básicas de sobrevivência. Entretanto, existem dificuldades em se diferenciar con- sumo e consumismo, o limite entre necessida- des básicas e supérfluas relacionam-se com ca- racterísticas culturais das sociedades. O consumismo pode causar má quali- dade de vida às pessoas. Uma mania que pre- judica o bem-estar de um ser humano é a oni- omania (impulso compulsivo de comprar), con- siderada psicopatológica. Outro fator que afeta a qualidade de vida é o conhecido “mal do sé- culo XXI”, ou seja, o tecnoestresse – ansiedade diária, nervosismo e cansaço por excesso de in- formações por meio da utilização de computa- dores, notebooks, celulares e outros. Existem pessoas que querem ter produtos tecnológicos de última geração e ficam ansiosas para ad- quiri-los. Para fabricantes, publicitários, mídia e comerciantes, esse tipo de indivíduo é essen- cial aos seus negócios. E para o planeta, será um bom negócio? Sem dúvida, a publicidade é um meio eficiente para tornar um bem de consumo co- nhecido. No entanto, como ela atende a interes- ses da indústria e do comércio, busca artifícios para atingir pontos vulneráveis do consumidor – vaidade, desejo, gosto e outros. As mulheres das propagandas de cosméticos são muito bo- nitas, atraentes, magras – parecem ideais. E quando a mídia explora produtos de limpeza, parece que estamos vivendo em uma casa mo- delo, brilhando e com mobílias novas. Já a ima- gem do homem é, geralmente, a de pessoa viril, simpática, alinhada, com carro esportivo etc. Infelizmente, existem grupos publicitá- rios que produzem propagandas enganosas ou abusivas, explorando a credibilidade dos con- sumidores. Para mudar essa situação, a sociedade precisa ter clareza de que o consumo desenfre- ado e a mentalidade de utilizar produtos des- cartáveis representam uma ameaça à presente e às futuras gerações. É preciso aprender a cui- dar adequadamente do planeta Terra. É neces- sário mudar nossos hábitos e nos tornar mais críticos em relação à publicidade. Precisamos aprender a avaliar não só o custo financeiro de um bem, mas também seu custo ambiental e social. Porém o fundamental, e talvez o mais difícil, é consumir apenas o necessário, sem ex- travagância. 1. O texto fez referências ao “consumo compul- sivo”, existente na sociedade moderna e tecno- lógica. Quais são os aspectos éticos que devem ser discutidos no contexto da sociedade de con- sumo? 2. Discuta situações do dia a dia em que o con- sumismo prejudica a qualidade de vida do ser humano. 3. Discuta com os colegas a afirmação “O con- sumo é fundamental para o desenvolvimento econômico de um país”. 4. O desperdício é um fator que deve ser evitado para a manutenção da economia de empresas, residências, indústrias e vários outros espaços da sociedade; diversos fatores também estão relacionados ao desperdício, como a poluição ambiental, intoxicações etc. Observando o dia a dia de sua casa e de sua escola, cite alguns exemplos de desperdícios e como se pode combatê-los. 5. Ainda com relação ao desperdício, dê uma olhada detalhada na despensa de sua casa e faça uma pequena lista, apenas para não es- quecer, dos produtos que você utiliza no cotidi- ano. a) que produtos poderiam ser retirados da lista de compras de sua casa sem maiores prejuí- zos? b) que produtos poderiam ser substituídos por outros com o mesmo efeito gerando menor im- pacto ambiental? 6. Debata com os colegas como a expansão da cultura do “ter” em detrimento da cultura do “ser” afeta (influencia) o seu relacionamento com os amigos e com a família.