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História do Pensamento Político e Econômico

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2012
História do Pensamento 
Político e econômico
Prof. André Marcos Vieira Soltau
Prof. Edison Lucas Fabrício
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. André Marcos Vieira Soltau
Prof. Edison Lucas Fabrício
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
909.829
S691h Soltau, André Marcos Vieira
 História do pensamento político e econômico / André Marcos Vieira 
 Soltau e Edison Lucas Fabrício. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 192 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830- 586-4
1. Políticas mundiais – Economia; 2. História.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
aPresentação
Olá, acadêmico/a! 
Iniciamos os estudos da disciplina História do Pensamento Político 
e Econômico.
No intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no plano de estudo 
da disciplina, utilizamos uma linguagem que ousou quebrar a sisudez do 
tema. Pesquisamos filmes apropriados para cada temática estudada, bem 
como, utilizamos muitas citações retiradas dos originais, permitindo que 
você, acadêmico/a, amplie seus horizontes de estudo e pesquisa.
Organizamos seu livro em três unidades, assim distribuídas:
Unidade 1 – Recorte Histórico: origens do Pensamento Político e 
Econômico.
Unidade 2 – O Liberalismo Político.
Unidade 3 – Teorias Políticas e Econômicas Contemporâneas.
Quer uma dica para sua formação profissional? Procure assistir aos 
filmes indicados, ler os livros citados e faça perguntas aos nossos professores-
tutores, durante sua leitura. Um bom historiador é curioso e procura novos 
caminhos para perceber melhor os contextos históricos em estudo.
Então, vamos aos estudos e que esse caderno contribua para sua 
formação.
Prof. André Marcos Vieira Soltau
Prof. Edison Lucas Fabrício
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E 
ECONÔMICO ............................................................................................................... 1
TÓPICO 1 – DEBATES NA GRÉCIA ANTIGA E EM ROMA ........................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 SURGIMENTO DO TERMO POLÍTICA ......................................................................................... 4
3 INSTITUIÇÕES POLÍTICAS GRECO-ROMANAS ...................................................................... 5
3.1 ATENAS ............................................................................................................................................ 5
3.2 ESPARTA ........................................................................................................................................... 8
3.3 ROMA ................................................................................................................................................ 9
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 10
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 11
TÓPICO 2 – PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS ................................................................ 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 PLATÃO .................................................................................................................................................. 13
3 ARISTÓTELES ...................................................................................................................................... 15
4 SOFISTAS ............................................................................................................................................... 17
5 A EMERGÊNCIA DA NOÇÃO DE “ECONOMIA” ...................................................................... 19
6 MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA ......................................................................................... 20
6.1 INSTAURAÇÃO .............................................................................................................................. 20
6.2 CARACTERIZANDO O MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA ........................................... 21
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 23
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 25
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 28
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 29
TÓPICO 3 – PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA....................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 SANTO AGOSTINHO ........................................................................................................................ 33
3 MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL ................................................................................................... 35
3.1 DINÂMICA DO MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL ................................................................. 35
4 AS TRÊS ORDENS SOCIAIS NO IMAGINÁRIO FEUDAL ....................................................... 37
5 A DESINTEGRAÇÃO DO FEUDALISMO ..................................................................................... 39
6 A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO .................................................. 41
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 43
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................44
TÓPICO 4 – FILOSOFIA, ECONOMIA E POLÍTICA NA MODERNIDADE ............................ 45
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45
2 NICOLAU MAQUIAVEL .................................................................................................................... 46
2.1 MAQUIAVEL: INTERPRETAÇÕES ............................................................................................. 49
3 THOMAS HOBBES .............................................................................................................................. 52
3.1 THOMAS HOBBES: INTERPRETAÇÕES .................................................................................... 54
sumário
VIII
4 MERCANTILISMO .............................................................................................................................. 57
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 59
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 62
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 63
UNIDADE 2 – O LIBERALISMO POLÍTICO .................................................................................... 65
TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DO SEU SURGIMENTO ............................................... 67
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 67
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
TÓPICO 2 – O LIBERALISMO POLÍTICO ........................................................................................ 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 JOHN LOCKE ........................................................................................................................................ 73
2.1 JOHN LOCKE: INTERPRETAÇÕES ............................................................................................. 74
3 VOLTAIRE.............................................................................................................................................. 77
4 MONTESQUIEU ................................................................................................................................... 79
5 JEAN-JACQUES ROUSSEAU ............................................................................................................ 81
5.1 ROUSSEAU: INTERPRETAÇÕES ................................................................................................. 82
6 A DEMOCRACIA MODERNA .......................................................................................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 86
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 87
TÓPICO 3 – OS PENSADORES DA POLÍTICA: DOS MODERNOS AOS 
CONTEMPORÂNEOS .................................................................................................... 89
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 89
2 EDMUND BURKE ................................................................................................................................ 90
3 IMMANUEL KANT ............................................................................................................................. 93
4 GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL ....................................................................................... 97
5 ALEXIS DE TOCQUEVILLE ............................................................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 105
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 106
TÓPICO 4 – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS ......................... 109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 116
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 117
UNIDADE 3 – TEORIAS POLÍTICAS E ECONÔMICAS CONTEMPORÂNEAS .................... 119
TÓPICO 1 – O LIBERALISMO ECONÔMICO ................................................................................. 121
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 121
2 OS FISIOCRATAS E O LAISSEZ-FAIRE .......................................................................................... 121
3 ADAM SMITH ...................................................................................................................................... 123
4 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA ........................................................................................ 125
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 129
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 130
IX
TÓPICO 2 – OS PENSADORES DA ECONOMIA: DOS CLÁSSICOS AOS 
CONTEMPORÂNEOS .................................................................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 131
2 THOMAS MALTHUS E O PROBLEMA DA POPULAÇÃO ....................................................... 131
3 DAVID RICARDO E O VALOR DO TRABALHO NA ECONOMIA LIBERAL ..................... 134
4 JOHN STUART MILL E A LIBERDADE MERCANTIL ............................................................... 136
5 KARL MARX E O PRINCÍPIO AUTODESTRUTIVO DO CAPITALISMO ............................ 138
6 JOHN MAYNARD KEYNES E A VIABILIDADE DO CAPITALISMO .................................... 140
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 145
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 147
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 149
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 150
TÓPICO 3 – O SOCIALISMO ...............................................................................................................151
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 151
2 O SOCIALISMO CIENTÍFICO .......................................................................................................... 152
3 O SOCIALISMO REAL ....................................................................................................................... 155
4 LENINISMO .......................................................................................................................................... 157
5 A ERA STALIN ...................................................................................................................................... 159
6 ANARQUISTAS .................................................................................................................................... 161
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 166
TÓPICO 4 – REGIMES TOTALITÁRIOS ........................................................................................... 167
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 167
2 FASCISMO ............................................................................................................................................. 168
3 NAZISMO .............................................................................................................................................. 171
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 175
TÓPICO 5 – POLÍTICA E ECONOMIA NA HISTÓRIA RECENTE ............................................. 177
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 177
2 NEOLIBERALISMO ............................................................................................................................. 178
3 GLOBALIZAÇÃO ................................................................................................................................. 180
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 183
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 186
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 187
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 189
X
1
UNIDADE 1
RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS 
DO PENSAMENTO POLÍTICO E 
ECONÔMICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• compreender o processo histórico de surgimento das discussões e refle-
xões políticas na Antiguidade Clássica;
• entender as primeiras ideias fundadoras do pensamento ocidental acerca 
da política;
• analisar e refletir a respeito da formação política da humanidade ocidental 
e o surgimento dos estados e governos;
• compreender os modos de produção escravista e feudal, bem como suas 
relações com o pensamento político de sua época.
• compreender o surgimento das primeiras instituições políticas na Grécia e 
em Roma;
• analisar a desintegração do feudalismo e a transição para o capitalismo;
• entender as filosofias de Maquiavel e Hobbes como fundadoras do pensa-
mento político moderno.
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles você 
encontrará diversas atividades que o(a) ajudarão na compreensão das 
informações apresentadas.
TÓPICO 1 – DEBATES NA GRÉCIA ANTIGA E EM ROMA
TÓPICO 2 – PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
TÓPICO 3 – PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA
TÓPICO 4 – FILOSOFIA, ECONOMIA E POLÍTICA NA MODERNIDADE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DEBATES NA GRÉCIA ANTIGA E EM ROMA
1 INTRODUÇÃO
O que hoje compreendemos por política é resultado de um processo 
histórico, que define nossas concepções contemporâneas, nossos significados, 
dando consistência às atividades políticas, como algo fundamental na vida social 
dos seres humanos. Ao compreendermos o surgimento das ideias políticas e 
percebermos as mudanças que essas tiveram, podemos refletir acerca de uma 
atividade que está sempre em movimento e, consecutivamente, é construída em 
diversos momentos históricos do ocidente.
As formas pelas quais a política se apresenta em alguns momentos – 
debates, organizações de Estado ou partidos políticos – foram, pouco a pouco, 
constituindo elementos de sua existência e dando contornos a manifestações 
políticas importantes na história. Mesmo que atualmente percebamos uma 
descrença diante da política, é fundamental que historiadores em formação 
analisem o processo histórico que tornaram as manifestações políticas um dos 
caminhos para a solução de diversos problemas em muitos agrupamentos 
humanos.
A política, diante dessa descrença generalizada, começa a se concentrar 
em ações que estão fora das instituições aceitas como representantes dessa 
ação organizacional. São em organizações não governamentais, organizações 
trabalhistas e patronais, clubes e em diversas instâncias do cotidiano que as ações 
políticas têm concentrado seu trabalho e atuação. Isto é o que podemos afirmar 
ser um caminho de constituição de um futuro transformador, diante da trajetória 
histórica das organizações políticas do ocidente.
O estudo que você, caro(a) acadêmico(a), fará, nessa unidade, será sobre 
o processo histórico que aponta o pensamento político em sua trajetória no 
mundo ocidental, bem como, perceberá que as instituições e organizações sociais 
surgem vinculadas às ideias políticas ricas em argumentos e capazes de constituir 
movimentos sociais e agentes de atuação tão necessários quanto os governos ou 
partidos políticos. 
Estudemos as teorias políticas, percebendo que a compreensão de sua 
história é fundamental para que entendamos a multiplicidade de políticas 
existentes.
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
4
2 SURGIMENTO DO TERMO POLÍTICA
Para começarmos nossa conversa sobre o tema, é conveniente estudarmos a 
origem do termo política. Sua origem está vinculada às atividades desenvolvidas 
na polis grega. 
A polis, ou seja, a cidade-estado, foi o espaço social onde se utilizou, pela 
primeira vez, o termo política. Filósofos e escritores da Grécia Antiga utilizavam 
o termo para designar as regras de organização da vida em comum, ou melhor, 
tratava dos cuidados e decisões sobre problemas e interesses da cidade. Política 
seria a arte e a ciência de governar, decidir sobre os destinos da cidade.
É na polis que os gregos começavam as discussões em torno dos 
problemas da cidade. Essas discussões iniciavam a delinear os fundamentos 
do conceito política. A cidade era considerada a unidade da vida social sendo, 
portanto, o espaço privilegiado, pelos gregos, para o exercício do pensamento e 
de questionamentos diante de problemas comuns.
Anterior às organizações em cidades-estado (século VI a.C.), a Grécia era 
organizada, social e politicamente, em realezas com características tradicionais 
e feudais. Grandes famílias definiam os princípiospolíticos, religiosos, jurídicos 
e econômicos diante de pequenos agricultores. Nessa organização, um pequeno 
grupo dominava absoluto, com apoio de militares, sacerdotes e funcionários 
administrativos. Os conflitos eram inevitáveis, diante de tamanha tensão entre 
essas famílias, os agricultores e os moradores das cidades que começavam a crescer. 
Essas relações eram marcadas pela crença em mitos e, segundo essa concepção de 
mundo, os deuses interferiam diretamente na vida humana, por meio de leis que 
determinavam o comportamento humano. As leis e determinações sobre a vida 
tinham origem divina sendo, assim, inquestionáveis.
Os conflitos constantes geraram a necessidade de legisladores que 
definiram textos tornados públicos e chamados de leis – expressão do bem 
comum. Aristóteles, filósofo grego, definia o homem como um animal que possui 
capacidade de refletir sobre seus atos. As primeiras leis apontavam as cidades 
como uma organização fundada sobre interesses coletivos e o espaço onde os 
homens podem enfrentar a força e tutela de clãs familiares, as quais os cidadãos 
gregos estavam submetidos.
As mudanças na organização social vêm acompanhadas de outras, como: 
o surgimento da escrita, circulação de moedas e de leis escritas, além, da filosofia 
que contribuiu diretamente para uma nova perspectiva de mundo, desvinculado 
da mitologia e das definições consideradas divinas para uma ordem social mais 
próxima da racionalidade.
Essa dinâmica social define os primeiros espaços de discussão política e 
tem reflexo direto na vida pessoal do cidadão grego e na organização coletiva 
TÓPICO 1 | DEBATES NA GRÉCIA ANTIGA E EM ROMA
5
2 SURGIMENTO DO TERMO POLÍTICA da polis grega. O desenvolvimento da discussão, diante de problemas comuns, 
discursos e retóricas de convencimento delineiam o termo política e seus 
desdobramentos.
NOTA
politikós 
Termo grego que indicava os procedimentos relativos às cidades-estado. Termo que 
dá origem à palavra política – palavra que, etimologicamente origina de polis (cidade). 
Poderíamos afirmar, portanto, que política é a arte de gerir os destinos da cidade.
Concepções de cidadania e democracia começam a ocupar as conversas, 
ao mesmo tempo, gregos começam a discutir a participação e o direito de todos, 
no exercício de decisões coletivas, independente da origem familiar. Aqueles que 
antes recebiam esse direito, por serem aristocratas ou guerreiros, agora o recebe 
por serem cidadãos.
3 INSTITUIÇÕES POLÍTICAS GRECO-ROMANAS
3.1 ATENAS
Como vimos anteriormente, o termo “política” tem uma relação íntima com 
a cultura grega. Era a arte de administrar, gerenciar e discutir os rumos e destinos 
da polis (cidade). Como a Grécia chegou a esse ideal, quais foram os caminhos e 
instituições que levaram os gregos a criar o sistema político democrático?
Primeiramente, devemos analisar aquilo que os gregos entendiam ser 
a cidade (polis). A cidade para os gregos não era somente o espaço urbano, 
compreendia também os campos ao redor e até alguns povoados urbanos 
menores. A cidade era caracterizada e formada pela população que a compõe, o 
povo (demos).
Segundo Funari (2002, p. 25), demos são grupos de indivíduos que estão:
 
submetidos aos mesmos costumes fundamentais e unidos por um culto 
comum às mesmas divindades protetoras. Em geral, uma cidade, ao formar-se, 
compreende várias tribos. A tribo está dividida em diversas fratrias e estas em 
clãs; estes, por sua vez, compostos de muitas famílias, no sentido estrito do termo 
(pai, mãe e filhos). A cada nível, os membros desses agrupamentos acreditam 
descender de um ancestral comum, e se encontram ligados por estreitos laços de 
solidariedade. As pessoas que não fazem parte destes grupos são estrangeiras na 
cidade e não lhes cabem nem direitos, nem proteção. 
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
6
UNI
Você deve ter notado a palavra demos. É justamente desta palavra que deriva 
a palavra “democracia” (poder do povo). Portanto, a democracia é uma invenção grega. Mas 
nem sempre a Grécia foi democrática. 
A seguir, veremos como se chegou a essa concepção de governo.
Por muito tempo a cidade grega de Atenas viveu um regime político 
aristocrático (aristoi = nobre, “melhor”). A aristocracia grega era definida pela 
linhagem de sangue, ou seja, nascia-se nobre. Mas com o passar do tempo, 
as classes populares, chamadas de “demos”, principalmente os comerciantes 
enriquecidos através do comércio mediterrânico, começaram a lutar por mais 
direitos políticos.
Por volta do século VIII a. C., muitos cidadãos de classe média e pobres 
começaram a integrar as forças militares que faziam a defesa das cidades. Desta 
forma, começaram a questionar a restrição de direitos e buscaram ampliar sua 
participação política. 
Conforme Funari, isso levou a muitas guerras civis, e como medida 
emergencial para conter os conflitos, muitas cidades deixaram a cargo de certos 
homens, chamados “tiranos” (senhores, em grego), a redação de leis para 
amenizar a situação. 
Várias cidades, por volta de 650 a 500, foram governadas por 
homens autoritários que se colocavam contra a “nobreza”, dizendo-
se defensores dos direitos do povo — os tiranos —, que ampliaram 
os direitos políticos dos cidadãos e permitiram que os indivíduos 
se desligassem do poderio dos grupos familiares. Entretanto, tais 
transformações que tendiam para a democracia (governo do povo) 
ocorreram principalmente nas cidades marítimas e mais voltadas 
para o comércio. Em outros lugares, nessa mesma época, prevalecia o 
regime aristocrático (“governo dos melhores”, os nobres). (FUNARI, 
2002, p. 27).
A aristocracia ateniense governou por muitos séculos. Neste período, 
a propriedade das terras estava nas mãos dos nobres, também chamados de 
eupátridas (bem-nascidos). Eles se reuniam numa colina chamada Areópago e 
legislavam segundo aquilo que achavam justo e de acordo com seus interesses.
Ficavam de fora das decisões políticas os agricultores pobres, os pequenos 
comerciantes e os artesãos. Neste período, entre os séculos IX e VI, os mais pobres 
ainda poderiam ser escravizados por dívidas. 
TÓPICO 1 | DEBATES NA GRÉCIA ANTIGA E EM ROMA
7
De acordo com Funari, “foi Sólon, arconte ateniense, em 594 a.C., que 
aboliu o sistema de escravidão por endividamento”. (FUNARI, 2002, p. 33).
Sólon foi uma figura muito importante na política ateniense. Em seu tempo 
a democracia vai ganhando centralidade na política ateniense, e a Eclésia ganha 
mais poder de decisão nas questões da cidade. Eclésia? Sim. Parece familiar essa 
palavra? Ela quer dizer assembleia, uma instituição que congregava todos os 
cidadãos para discutir e propor soluções para os problemas da cidade. 
Sólon buscou desvincular os privilégios políticos da linhagem de sangue 
dos nobres e das riquezas, ou seja, os cidadãos pobres que não eram de linhagem 
nobre também tiveram acesso às decisões políticas. 
Sólon instituiu também um novo conselho, a Boulé, também conhecida 
como “Conselho dos Quinhentos”. A Boulé era uma espécie de senado, que 
reunia 500 homens sorteados anualmente de uma lista prévia de candidatos de 
cidadãos. Este conselho era formado por homens com idade mínima de 30 anos. 
A eles cabia analisar os projetos de lei vindos da assembleia dos cidadãos, fazer 
alterações, emendar quando necessário e remetê-los novamente à apreciação da 
assembleia. Mas quem eram os cidadãos atenienses? 
Na época, no século V a. C., Atenas tinha cerca de 42 mil cidadãos, filhos 
homens, de pais e mães atenienses maiores de 18 anos. Portanto, ficavam de fora 
as mulheres, aproximadamente 28 mil estrangeiros e cerca de 110 mil escravos.
Você deve estar se perguntando como é que duas instituições 
aparentemente tão díspares, como a democracia e a escravidão, podiam conviver 
num mesmo ambiente.Perry Anderson nos responde essa questão. Segundo este autor, foi 
justamente a formação de uma população escrava que liberou os cidadãos para 
a vida pública, “que elevou a cidadania grega a alturas até então desconhecidas 
de liberdade jurídica consciente. A escravidão e a liberdade helênicas eram 
indivisíveis: uma era condição estrutural da outra [...]”. (ANDERSON, 1989, p. 
23).
Embora a democracia ateniense fosse limitada em muitos aspectos, ela nos 
faz refletir sobre temas relevantes para nossa atualidade. Primeiro, a democracia 
ateniense era “direta”, e não meramente representativa. Qualquer cidadão poderia 
pronunciar-se publicamente na assembleia, propor leis e discussões importantes 
para a polis. O cidadão gozava de liberdade individual e do direito de igualdade 
perante a lei e seus concidadãos.
Ainda segundo Funari (2002), com o decorrer do tempo passou-se a 
pagar para os cidadãos participar das assembleias. Porque estava havendo 
uma disparidade na participação dos cidadãos ricos, que poderiam deixar seus 
afazeres para discutir livremente as questões políticas, em prejuízo dos cidadãos 
mais pobres, que ficavam impossibilitados de assim proceder.
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
8
A ideia era que cidadãos de menos posses, que trabalhavam para 
garantir seu sustento, pudessem assistir às reuniões e usufruir dos 
direitos políticos do mesmo modo que os mais abastados. O que era, 
sem dúvida, mais democrático. Uma democracia direta que ainda paga 
para os cidadãos exercerem o poder político só é possível em estados 
pequenos e com recursos econômicos suficientes para proporcionar 
aos seus cidadãos disponibilidade e tempo livre. (FUNARI, 2002, p. 
38).
A democracia ateniense inspira nosso pensamento político há mais de 
dois milênios e meio. Mas ao lado de Atenas havia a cidade grega de Esparta, sua 
rival e uma das mais importantes do mundo antigo.
 
A seguir veremos como eram as suas instituições políticas.
3.2 ESPARTA
Segundo a tradição, Esparta foi fundada no século IX a.C. Ao 
conquistarem os territórios, os espartanos também dominavam seus habitantes e 
os transformavam em hilotas, que quer dizer “aprisionados”. Desta forma, cada 
espartano tinha uma fração de terra e também hilotas que a cultivavam, embora 
estes não fossem escravos. Por diversas vezes os hilotas se revoltaram por causa 
da sua condição de submissão.
Os espartanos eram proibidos de cultivar a terra, pois eram essencialmente 
guerreiros e pertenciam ao chamado grupo dos “iguais” que se dedicavam às 
questões e problemas da cidade.
Esparta, como todas as cidades-estado, tinha seu próprio regime de 
governo. A instituição política mais importante de Esparta era a Gerusia, uma 
espécie de senado ou conselho de anciãos. A Gerusia era formada por dois reis de 
famílias rivais e mais 28 membros com mais de 60 anos, escolhidos entre os mais 
nobres de nascimento.
Havia também uma assembleia de homens adultos, que embora não 
tendo tanto poder político, escolhia por aclamação cinco éforos, espécie de cargo 
executivo, próximo ao que conhecemos como prefeito, que permaneciam no 
cargo por um ano.
Há uma dificuldade em conhecermos as particularidades do sistema 
político espartano, por causa da escassez de fontes históricas. O que podemos 
afirmar é que se trata de uma cidade cujas características mais importantes eram 
a aristocracia e o militarismo. Por causa de suas conquistas militares, conseguiam 
subjugar povos e fazer com que produzissem para o sustento dos cidadãos 
espartanos, que assim podiam livremente se dedicar à guerra e à política.
TÓPICO 1 | DEBATES NA GRÉCIA ANTIGA E EM ROMA
9
3.2 ESPARTA
3.3 ROMA
Os romanos também contribuíram com importantes instituições e 
conceitos para a história do pensamento político. Uma das mais caras é a noção 
de “república”, em latim res publica, que quer dizer “coisa pública, coisa do 
povo”, ou seja, aquilo que é do interesse coletivo. Em Roma havia dois cônsules 
ou magistrados, eleitos anualmente por um conselho de anciãos chamado de 
senado. Estamos notando muitas palavras familiares. Isso faz parte do legado 
greco-romano para a civilização ocidental. Foi a herança sobre a qual construímos 
nosso pensamento político.
A história política em Roma foi muito parecida com a da Grécia, pois por 
muito tempo o poder político esteve nas mãos de uma pequena aristocracia. Mas 
com o passar dos anos, a plebe, aqueles que não tinham uma nobreza de sangue, 
passou a fazer valer seu poder econômico na pressão por direitos políticos. 
Nesta luta, conseguiram criar um cargo de magistratura chamado de “tribuno 
da plebe”, que defendia os interesses e tinha poder de veto ante as decisões do 
senado e dos cônsules, se porventura viessem a prejudicar os interesses da plebe.
Segundo Funari, a democracia romana foi bem mais ampla que a ateniense.
Tornavam-se romanos, por exemplo, os ex-escravos alforriados, chamados 
libertos, ainda que os plenos direitos políticos só fossem adquiridos pelos filhos 
de libertos, já nascidos livres. Os romanos concediam, também, a cidadania a 
indivíduos aliados e, até mesmo, a comunidades inteiras. (FUNARI, 2002, p. 84).
Assim como os gregos tinham suas poleis, os romanos cunharam 
expressões muito caras até os nossos dias para designar suas cidades. É de Roma 
que ganhamos a noção de cidade como espaço urbano, de urbs e também como 
civitas (cidade). Palavra da qual derivaram tantas outras expressões, como civil, 
civilidade, civilização etc.
Por essas e outras razões, a cultura greco-romana tem uma importância 
capital para a história do pensamento político.
ESTUDOS FU
TUROS
No segundo tópico, da primeira unidade, deste caderno, iremos analisar mais 
profundamente as principais ideias de pensadores gregos, como: Platão, Aristóteles e os 
sofistas. Filósofos que despontam nos debates políticos da antiguidade.
10
Neste tópico você estudou que:
• A polis grega é considerada o princípio da organização política.
• Política é a arte e a ciência de governar.
• Leis são textos que definem a expressão do bem comum.
• As instituições políticas greco-romanas foram um legado importante para a 
história política ocidental.
• As noções de democracia, cidadania, república são heranças importantes da 
cultura política greco-romana.
RESUMO DO TÓPICO 1
11
1 Afirma-se que é na polis que nasce e se desenvolve o princípio do pensamento 
político. Explique essa afirmação, com base no que acabamos de estudar.
2 Escreva um texto relacionando os dois significados do termo política, ou 
seja, sua origem grega e o seu uso nos dias atuais.
3 Assinale a alternativa que melhor caracteriza a democracia ateniense.
a) ( ) A democracia ateniense era um regime político em que havia uma 
participação maciça de toda a população nas decisões políticas.
b) ( ) A democracia ateniense foi gestada lentamente. Ela significou a conquista 
de direitos políticos pelos cidadãos que formavam os demos e que não 
possuíam uma nobreza de sangue.
c) ( ) A democracia desenvolvida em Atenas era bem ampla. Dela participavam 
os escravos que conseguiam a alforria e também as mulheres das classes 
mais abastadas.
d) ( ) A escravidão e a democracia eram instituições díspares e contraditórias. 
Por isso, a noção de democracia buscou questionar a escravidão e logo os 
escravos passaram a ter direitos políticos.
4 Complete as lacunas da sentença a seguir:
a) Apesar de a democracia ateniense ser extremamente excludente, ela tinha 
uma característica muito importante, ela oportunizava a participação política 
“direta” e não apenas ______________.
b) A ___________ foi uma das instituições mais importantes da política romana, 
ela significava que a política não pode servir a interesses particulares, 
privados, pelo contrário, deve ser o espelhodos interesses coletivos e 
públicos.
c) Em Esparta, assim como em Grécia e Roma, durante muito tempo a discussão 
das questões políticas era tarefa de uma pequena ___________. Atualmente, 
o modelo democrático iniciado com os atenienses prevalece, mas por muito 
tempo uma pequena minoria decidia os destinos da maioria da população.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) eletiva – democracia - burguesia.
b) ( ) representativa – república - aristocracia.
c) ( ) participativa – monarquia - assembleia.
AUTOATIVIDADE
12
13
TÓPICO 2
PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Duas das mais importantes cidades-estado gregas – Esparta e Atenas – 
tiveram um longo envolvimento na Guerra do Peloponeso. O resultado desse 
processo foi a derrota de Atenas (século IV a.C.), cidade que acolhia, em sua 
população, Platão e Aristóteles, filósofos que levantavam polêmicas diante de 
temas políticos, sempre em busca de uma verdade e, muitas vezes, criticando 
os poderosos na política Grega. Ambos, diferentes dos sofistas, donos de uma 
retórica e defensores de muitos argumentos.
Vejamos as principais ideias desses filósofos a respeito do pensamento 
político.
2 PLATÃO
FONTE: Disponível em: <www.educ.fc.ul.pt>. Acesso em: 10 set. 2008.
FIGURA 1 – A ACADEMIA DE PLATÃO
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
14
Oriundo de famílias aristocráticas e considerado um tipo conservador, o 
jovem Platão presencia as discussões políticas entre aristocratas e democratas, 
bem como os excessos cometidos por ambos. Crítico da democracia – como seu 
mestre Sócrates, que foi, inclusive, condenado por suas ideias –, dizia que a 
corrupção da classe política em Atenas era incorrigível.
Platão foi pensador de uma época conturbada e presenciou as primeiras 
discussões sobre democracia, queda das aristocracias, tiranias após guerras.
O filósofo Platão, na sua trajetória, defendeu que as decisões políticas 
deveriam ser de responsabilidade de pessoas preparadas para ocupar cargos. Não 
era, portanto, qualquer pessoa que poderia assumir o compromisso de decidir os 
destinos da cidade. Argumentava, também, que uma sociedade deveria possuir 
apenas três grupos: os filósofos, os guerreiros e os artesãos. 
Para administrar uma cidade ideal, deveriam escolher, entre os filósofos, 
aqueles que poderiam ser representantes, com alto grau de formação. O restante 
da população deveria se ocupar de problemas concretos do cotidiano da cidade, 
tais como: agricultura, comércio e defesa do território da cidade-estado. Para 
Platão, os filósofos são pessoas capazes de dar uma ordem possível na sociedade, 
por sua procura constante pela verdade, pela pesquisa e pelo bem discernir. 
Suas ideias políticas estão, sobretudo, na obra A República. Ele mostra, 
nessa obra, uma possibilidade de constituição perfeita, definida por uma política 
defensora de um elevado sentimento de justiça, onde predominasse a Ideia do 
Bem. Por meio de diálogos entre seus personagens, ele escreve um texto profundo 
que define ideias sobre o relacionamento entre os cidadãos e o governo. Utiliza 
frases do seu mestre Sócrates, para fazer proposições sobre modelos ideais de 
cidade, estado, nação, justiça e cidadania. Seu texto aborda questões sobre a 
organização do estado e a elevação espiritual do homem e é, sem dúvida, uma 
obra completa sobre o pensamento platônico. Seu livro aspira a um Estado ideal, 
completamente baseado na justiça.
Escreveu Platão (1996, p. 39) “Um Estado nasce das necessidades dos 
homens, ninguém basta a si mesmo, mas todos nós precisamos de muitas coisas.” 
E continua sua reflexão com uma pergunta: “se procurássemos uma base comum 
de acordo [...] qual deve ser o principal objetivo do legislador ao ditar suas leis 
com vistas na organização de cidade – qual o maior bem e qual é o maior mal?”. 
(PLATÃO, 1996, p. 113).
Platão, respondendo por meio de diálogos, diz que é a unidade o maior 
bem da cidade, sendo a discórdia o maior mal, e conclui dizendo que os males 
humanos só terão fim quando os filósofos – aqueles que buscam a verdade – 
receberem o poder soberano das cidades ou, em outra hipótese, que os poderosos 
das cidades – mediante algumas providências – se tornem filósofos.
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
15
Platão fundou a Academia, uma escola filosófica (Figura 1). Este era um 
espaço onde dialogava com seus discípulos, procurando a verdade sobre temas 
diversos. Esse espaço de diálogos manteve suas atividades do ano IV a.C. até o 
ano de 529 d.C., quando foi fechada por ordem de Justiniano, imperador.
3 ARISTÓTELES
FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt>. Acesso em: 15 set. 2008. 
FIGURA 2 – PÁGINA DA OBRA POLÍTICA DE ARISTÓTELES
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
16
Discípulo de Platão e crítico das ideias do mestre, Aristóteles desenvolve 
a divisão do governo nas seguintes formas: monarquia, aristocracia e democracia. 
Podemos, assim, resumir suas ideias, no seguinte conceito: 
• A forma de governar tornou-se outra questão de debate entre os cidadãos 
gregos que se distinguiam, segundo Aristóteles, em três regimes de governo: 
monarquia, aristocracia e democracia. Era o número de pessoas que exerciam 
o poder que diferenciavam um de outro.
Observem as características principais:
Forma de governo Etimologia Caracterização
Monarquia Mono + arquia
(poder de um só)
Poder exercido apenas por 
um soberano.
Aristocracia Aristoi + arquia
(poder dos melhores)
Poder exercido pelos que 
têm arete, a capacidade dos 
heróis.
Democracia Demo + kratos
 (Autoridade do povo)
Poder exercido por todos. 
Regime onde todos são 
iguais.
FONTE: O autor
Aristóteles defende que o governo deve promover a justiça e uma “vida 
boa”, para que os cidadãos possam viver numa cidade feliz. Porém, para que 
a cidade tenha possibilidades de oferecer isso aos seus cidadãos, é necessário 
que as formas de governo não sejam corrompidas. Por exemplo, quando uma 
monarquia se torna tirania ou quando aristocratas se transformam em oligarcas 
e, também, quando a democracia torna-se demagogia.
QUADRO 1 – OS TRÊS REGIMES DE GOVERNO SEGUNDO ARISTÓTELES
IMPORTANT
E
Aristóteles, mesmo apontando diferentes formas de governo, é um defensor 
de que existem homens capazes de governar. Ele exclui, dessa capacidade, os artesãos e 
comerciantes. Como pensador, defendeu que a educação é o caminho para a formação da 
juventude, na qual estaríamos preparando o bom cidadão e o bom governante.
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
17
Sendo aluno da Academia de Platão, ele se destacou como estudioso 
profundo. Após sair dos estudos, tornou-se tutor de Alexandre da Macedônia. 
Quando esse assumiu o trono (336 a.C.), Aristóteles voltou para Atenas e 
fundou o Liceu. Defendeu, nesse espaço, ideias distintas de seu mestre Platão, 
considerado, por ele, como um idealista. Aristóteles (1991, p. 51) diz que “aquele 
que não precisa dos outros homens, ou não pode resolver-se a ficar com eles, ou é 
um deus, ou um bruto [...] assim como homem civilizado é o melhor de todos, os 
animais, aquele que não conhece nem justiça, nem leis é o pior de todos.”
 
Aristóteles deixou sua obra mais conhecida na área, A Política. Um texto 
escrito durante muitos anos, abordando seus estudos e observações sobre a polis. 
O filósofo fortalece essa estrutura, dando fundamento teórico para a organização 
política, tornando-se um texto clássico para o estudo das bases de organização 
das Cidades-Estado. Sua obra é considerada um marco de passagem do idealismo 
platônico ao mundo real, quando se trata de ciência política. 
Afirma Aristóteles (1991, p. 1) que:
Todo Estado é uma sociedade, a esperança de um bem, seu princípio, 
assim comode toda associação, pois todas as ações dos homens têm 
por fim aquilo que consideram um bem. Todas as sociedades, portanto, 
têm como meta alguma vantagem e aquela que é a principal e contém 
em si todas as outras se propõe a maior vantagem possível. Chamamo-
la Estado ou sociedade política.
O trabalho de Aristóteles tem um caráter de observação, feito por um 
pesquisador da realidade socioeconômica e das ações políticas. 
4 SOFISTAS
FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt>. Acesso em: 20 set. 2008.
FIGURA 3 – OS SOFISTAS
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
18
Os sofistas eram considerados retóricos muito respeitados na Grécia 
Antiga, por trabalharem com jovens ambiciosos que almejavam sucesso na vida 
pública da cidade. Seu objetivo não era a formação educativa da mente, mas dar a 
esses jovens meios para que atinjam grupos maiores, com o uso da palavra. Suas 
técnicas eram chamadas de sofística. Afirmavam que a influência e o poder eram 
conquistados pela retórica.
Eram chamados de mestres itinerantes, pois viajavam pelas cidades 
vendendo seus conhecimentos. Suas ideias defendiam que os valores morais não 
eram universais e sim relativos a cada sociedade de onde eles se originavam. 
Os conhecimentos são individuais e, portanto, não são originários de critérios 
objetivos e universais.
Sendo assim, os sofistas defendiam suas ideias, afirmando ser necessário 
usar a arte de bem falar para persuadir os outros, por meio da palavra. Afinal, 
como não existem verdades universais, é impossível comprovar o que está sendo 
dito. Podem existir duas ideias aceitas sobre um mesmo assunto, mas se uma delas 
for persuasiva o bastante para convencer um grupo, esta será a verdadeiramente 
aceita e aplaudida.
NOTA
O termo sofista é utilizado para designar alguém que não fala completamente a 
verdade, mas utiliza de retórica para seduzir um grupo sobre suas ideias, utilizando-se de um 
argumento enganador.
No entanto, os sofistas podem ser considerados os primeiros a utilizar 
técnicas para falar em público, muito conhecido por meio das palavras de 
políticos. A utilização do diálogo, como método, é um dos recursos da retórica 
para o convencimento, prática em voga no mundo da política.
DICAS
O rei Leônidas e seus 300 guerreiros lutam até a morte 
contra o exército persa. Dirigido por Zack Snyder 
Com Gerard Butler, Rodrigo Santoro e Dominic West no elenco. 
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 117 minutos 
Ano de Lançamento (EUA): 2007
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
19
5 A EMERGÊNCIA DA NOÇÃO DE “ECONOMIA”
A palavra economia é de origem grega e tem um significado bem diferente 
daquele que atribuímos ao termo hoje. Um dos primeiros registros da palavra 
economia é encontrado nos escritos do ateniense Xenofonte. Este autor viveu na 
Grécia clássica, no século IV antes da era cristã. Foi contemporâneo de Sócrates e 
Platão e produziu uma vasta obra literária.
Na enorme obra de Xenofonte, o livro chamado “Econômico” é destaque. 
Ele se encontra na categoria dos escritos socráticos, ou seja, foi concebido como 
um diálogo com Sócrates. Mesmo Xenofonte não tendo sido um dos discípulos 
de Sócrates, ele registrou várias lembranças e diálogos com Sócrates em seus 
escritos. São exemplos “A apologia de Sócrates” e o próprio “Econômico”.
Mas vamos ao texto de Xenofonte. Por que sua forma de conceber a 
economia difere tanto da nossa?
Quando falamos em economia hoje, logo pensamos nas flutuações das 
bolsas de valores, nos efeitos globais das crises econômicas etc. Mas a obra 
“Econômico”, de Xenofonte, era um tratado prático daquilo que hoje chamaríamos 
de “economia doméstica”. Pois, para os gregos a palavra economia é a junção do 
termo oikos = casa, moradia, espaço familiar, doméstico; e nomos = lei, regulamento 
e norma.
Desta forma, a economia na Grécia clássica era a arte de bem gerenciar ou 
administrar a casa. Mas não era somente isso, a palavra oikos tem um significado 
bem mais amplo. Ele é entendido em oposição ao termo polis (cidade). Enquanto 
a polis é o espaço público, da cidadania, da política, da comunidade de cidadãos, 
o oikos é o espaço familiar, dos membros da família, dos interesses privados, 
particulares.
 Nesta perspectiva:
Como membro de uma família, o indivíduo insere-se em seu oikos 
como o cidadão em sua polis e, assim, pode-se dizer que o indivíduo 
está para o seu oikos, assim como o cidadão está para sua polis. O oikos, 
portanto, é muito mais que a oikía, a casa onde reside uma família. É 
tudo o que a família possui, a oikía em si com seu mobiliário e adorno. 
Os bens, quer em dinheiro, quer em terras e, mais que tudo, os seus 
valores éticos e tradições. (XENOFONTE, 1999, p. X)
Dessa forma, o escrito de Xenofonte é uma espécie de manual para bons 
administradores do patrimônio familiar. Tal como a polis necessita de bons 
políticos, a casa necessita de bons administradores. No âmbito da casa, os papéis 
são bem divididos. Esposa é a dona de casa, que cuida e administra o lar, já o 
homem governa a propriedade como chefe de família.
Sigamos o trecho do diálogo socrático em que ele define o que entende 
por economia:
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
20
Bem, então!, disse Sócrates. Pensamos que economia, administração 
do patrimônio familiar, é o nome de um saber, e esse saber parece 
ser aquele pelo qual os homens são capazes de fazer crescer seus 
patrimônios. E patrimônio parece-nos ser o mesmo que o total de 
uma propriedade, e, para nós, propriedade é o que para cada um é 
proveitoso para a vida e dá-se como proveitoso tudo quanto se saiba 
usar. (XENOFONTE, 1999, p. 30-31).
6 MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA
A Grécia Antiga e, sobretudo Roma, tinha cerca de 80% de sua população 
composta de escravos. Todos os trabalhos manuais e burocráticos eram 
executados por escravos que recebiam moradia, alimentação e roupas permitindo 
sua sobrevivência.
Esse modo de produção surgiu na Grécia Antiga, mas sua expansão foi 
com os romanos, após a conquista desses sobre os gregos. Esse Modo de Produção 
foi justificado no pensamento grego e ampliado e praticado em todo o Império 
Romano.
A economia desses povos era predominantemente agrícola. Nessas 
propriedades, os senhores viviam com muito conforto e luxo. O controle e 
vigilância dos escravos eram rígidos, incluindo escritos filosóficos brilhantes 
para justificar a escravidão. Platão e Aristóteles consideravam a escravidão 
um fenômeno natural que seria eterno por sua perfeição. Acreditavam, esses 
filósofos, que alguns seres humanos nasciam para serem escravos, sendo 
considerados inferiores. As ideias que justificassem a escravidão estavam em 
voga na antiguidade.
A escravidão, na antiguidade, construiu a ideia de que alguns trabalhos são 
indignos e reservado aos considerados inferiores, segundo algumas sociedades. 
Como funcionou o modo de produção escravista? Vejamos a seguir.
6.1 INSTAURAÇÃO
O modo de produção escravista resultou em guerras constantes, nas quais 
um povo conquistava o outro. Diante desse contexto de conflitos e pilhagens, o 
escravismo permitiu que o trabalho de um grupo fosse apropriado por outro.
Grécia Antiga e Roma foram edificadas economicamente tendo, como 
base, guerras de conquistas e pilhagens sobre povos conquistados. Os donos de 
escravos, grupo dominante que acumulava grandes lucros e privilégios, podem 
ser considerados o motor do desenvolvimento das forças produtivas, vinculado 
ao aumento do número de escravos resultantes de novas conquistas.
A economia escravista romana é fundada sobre a pilhagem e a exploração 
dos povos conquistados, fornecendo aos romanos os seus meios de subsistência 
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
21
6.1 INSTAURAÇÃO
(comida, tributos e escravos).O poder político é confundido com o poder que 
os militares adquirem a cada triunfo. O mesmo podemos dizer da prosperidade 
econômica, que está intimamente vinculada com as capacidades militares da 
civilização romana.
6.2 CARACTERIZANDO O MODO DE PRODUÇÃO 
ESCRAVISTA
A sociedade escravista é demarcada pela propriedade dos meios de produção 
(Terra e instrumentos de produção) e tudo isto era propriedade do senhor. Assim 
sendo, o escravo era um instrumento de produção, como os animais e as ferramentas 
utilizadas. O escravo não era diferente de uma enxada ou de um boi.
As relações de produção são demarcadas pelo controle e sujeição 
dos escravos por seus senhores. As pilhagens e conquistas aumentavam 
consideravelmente a quantidade de terras para produção, pois as terras dos 
povos conquistados eram divididas entre os nobres. Os povos conquistados 
eram escravizados e considerados propriedade do Estado, sendo cedidos aos 
nobres para a produção em suas terras. Por meio do escravismo, o mundo antigo 
conheceu um período de grande desenvolvimento, tendo as obras de irrigação 
em lavouras, portos e estradas feitas com mão de obra escrava.
O trabalho de produção era feito exclusivamente pelos escravos. Sua mão 
de obra era fundamental para a economia de gregos e romanos. Em números, 
podemos dar uma ideia dessa importância utilizando a cidade-estado de Atenas. 
Havia uma média de 20 escravos para cada cidadão. 
As revoltas escravas eram constantes contra a exploração (veja dica de 
filme ao final dessa unidade, que trata de uma das mais conhecidas que ocorreram 
no mundo antigo) e o desinteresse dos povos escravizados em aumentar a 
produção, bem como as guerras constantes que o império romano impunha, 
foram arruinando a economia e, consecutivamente, os domínios imperiais. 
Veja o texto que segue sobre como tratar o escravo, sua importância na 
economia e modo de perceber sua condição, o material data dos século II e III 
escrito por Gaio: 
Os escravos devem ser submetidos ao poder de seus amos. Esta espécie 
de domínio já é consagrada no direito dos povos pois podemos observar que, 
de um modo geral, em todos os povos, o amo tem sobre os escravos poder 
de vida e morte, e tudo aquilo que se adquire por intermédio do escravo 
pertence ao amo. Mas hoje em dia não é permitido nem aos cidadãos romanos, 
nem a nenhum dos que se acham sob o império do povo romano, castigar 
excessivamente e sem motivos os escravos [...] não devemos fazer mau uso de 
nossos direitos; é em virtude do mesmo princípio, que se proibiu ao dissipador 
a administração dos próprios bens. (PINSKI, 1980).
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
22
DICAS
O diretor Stanley Kubrick traz às telas a história de Spartacus, 
gladiador que se revolta contra a opressão dos nobres romanos e 
organiza uma rebelião de escravos. Com Kirk Douglas, Laurence Olivier 
e Peter Ustinov. Vencedor de 4 Oscars.
Direção: Stanley Kubrick
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
23
LEITURA COMPLEMENTAR 1
OS PROBLEMAS DE DEFINIÇÃO DA ESCRAVIDÃO ANTIGA
Moses I Finley
Num trabalho sobre a escravidão no mundo greco-romano, Lauffer 
escreveu: “A palavra Sklave, esclave, schiavo, originada na Idade Média, e que a 
princípio designava os cativos da guerra eslava da Europa oriental, só pode ser 
transferida para a Antiguidade de um modo anacrônico, o que suscita equívocos. 
Além do mais, essa palavra lembra a escravidão negra da América do Norte e 
das regiões coloniais nos séculos mais recentes, o que dificulta ainda mais sua 
aplicação nas relações da Antiguidade. “O ‘escravo’ antigo é um tipo social 
completamente diferente”.
Poucos (ou nenhum) dos historiadores da Antiguidade que participaram 
da discussão do trabalho de Lauffer viram com bons olhos essa sugestão radical 
de abandonar a palavra “escravo”, o que, na verdade, representa uma omissão 
diante das dificuldades, não uma solução. Se um rótulo induz a sérios erros, ele 
talvez possa ser substituído por um outro, neutro.
A opção óbvia para o historiador da Grécia é a palavra grega doulos, que 
não dá margem a associações não gregas. Mas isso é pretensão. Todas as palavras 
ensejam associações, e estas não podem ser eliminadas por decreto. [...] Doulos, 
como palavra isolada, pode não ter sentido para um historiador moderno, mas 
assim que lê e pensa sobre os douloi em Atenas, ele, sendo humano, inevitavelmente 
a associará à servidão, e daí a escravos. [...].
“O ‘escravo’ da Antiguidade é um tipo social completamente diferente”, 
pressupõe que o escravo da Antiguidade é um tipo social. Mas os gregos usavam 
regularmente a palavra doulos (e o substantivo abstrato douleia) para abranger 
uma ampla gama de condições sociais. Mesmo se ignorarmos os usos mais 
metafóricos — “os aliados tornaram-se douloi dos atenienses” —, ainda nos resta 
o famoso problema dos hilotas espartanos. 
Os gregos contemporâneos não tinham escrúpulos em chamá-los de douloi. 
A maioria dos historiadores, hoje, opõe-se à tradução de “escravos” por hilotas. 
Embora a empreguem para os douloi de Atenas e, curiosa e incoerentemente, para 
o escravo por dívida da Ática pré-solônica ou da Roma primitiva. 
São inegáveis as diferenças significativas existentes entre essas categorias 
sociais antigas. Portanto, devemos questionar a linha de raciocínio de Lauffer 
e concluir que o escravo da Antiguidade não é absolutamente um tipo social 
único, e sim apenas um escravo no sentido geral. Devemos insistir na eliminação 
desse conceito, usando palavras diferentes para hilota, escravo por dívida, e assim 
por diante. 
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
24
Esse processo, levado a extremos, tornaria impossível todo discurso 
histórico: mesmo o analista mais parcimonioso encontraria problemas, pois ele 
seguramente não poderia mais dizer que o indivíduo X executou a ação Y em 
determinado lugar e em certo dia. Tal procedimento pelo menos seria coerente. 
O que ocorre com frequência na prática corrente não tem nem essa virtude nem 
outra qualquer. Em vez de enfrentarem as dificuldades que Lauffer observou — 
e elas são sérias —, os estudiosos da Antiguidade esquivam-se frequentemente 
delas, abrigando-se na segurança ilusória do termo “servo”, que em geral aplicam 
aos hilotas espartanos, chegando mesmo a empregá-lo para os escravos por dívida 
da Ática pré-solônica e a outros grupos que não eram de escravos propriamente 
ditos.
 Deveria ser óbvio que esse procedimento simplesmente transfere o 
problema de um termo para outro, de “escravo” para “servo”. Não soluciona 
nada. Em conclusão, podemos demonstrar que, atualmente, com relação a este 
tópico em particular, o uso de rótulos e conceitos classificatórios encontra-se num 
estágio insatisfatório, no qual a terminologia incongruente reflete uma confusão 
mais profunda quanto à interpretação das próprias instituições.
FONTE: FINLEY, Moses I. Generalizações em história antiga. In: Uso e abuso da história. São 
Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 60-62.
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
25
LEITURA COMPLEMENTAR 2
 NA SOCIEDADE GREGA, OS ESCRAVOS CONSTITUÍAM UMA CLASSE?
Pierre Vidal-Naquet 
Na sociedade grega, os escravos constituíam uma classe? A ques tão 
é menos trivial do que talvez pareça, e colocá-la sob esta forma exige alguns 
esclarecimentos da parte do historiador da Grécia. 
A meu ver, nossa concepção moderna de classe social está ligada a três 
ordens de fenômenos bem distintos que enumerarei aqui bem empiricamente e 
sem escolher: 
1. Uma classe é um grupo de homens que ocupa um lugar bem definido na escala 
social. É o que exprimimos em linguagem comum quando falamos da “grande 
burguesia” ou da “pequena burguesia”, da pretensa “classe média” ou das 
“classes inferiores”. [...]
2. Uma classe socialocupa um lugar definido nas relações de produção; esta é a 
principal contribuição do marxismo, e é inútil insistir nesse ponto. 
3. Finalmente, uma classe social supõe a tomada de cons ciência de interesses 
comuns, o emprego de uma linguagem co mum, uma ação comum no jogo 
político e social. [...].
Seria evidentemente fácil pegar essas três noções de nível, relações de 
produção e de consciência e tentar aplicá-las à Anti guidade clássica e aos escravos, 
mas antes de nos dedicarmos a es se joguinho, talvez para torná-lo inútil, convém 
fazer um desvio. Meu primeiro ponto pode ser resumido desta forma: estamos 
acos tumados a imaginar a sociedade antiga como composta de senhores e 
escravos - e é o que o próprio Marx diz na abertura do Manifesto Comunista -, mas 
é preciso observar o seguinte: 
1) nem sempre foi assim;
2) mesmo na época clássica, confrontam-se dois tipos de so ciedade, dentre as 
quais apenas uma pode ser considerada como “escravista” no sentido preciso 
que se deve dar ao termo. 
Em grego, o escravo é o doulos, e essa palavra aparece já nas tabuinhas 
micênicas sob a forma doero, mas a presença do termo não significa que de fato a 
sociedade micênica assumia uma oposição clara e decisiva entre homens livres e 
escravos. [...]
UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
26
Na sociedade homérica ou mais exatamente naquilo que chamamos tão 
impropriamente por esse nome, na sociedade evoca da e imaginada pelos poemas 
homéricos, há certamente escravos, mulheres raptadas, prisioneiros de guerra, 
escravos adquiridos por um embrião de comércio, mas o escravo não é o único 
embaixo da escala social e nem está tão mal situado. 
Muitos disseram e M. I. Finley mostrou melhor do que ninguém que o 
miserável por ex celência não é o escravo: é o trabalhador agrícola que só dispõe 
de seus braços, não tendo qualquer ligação permanente com o domí nio, o oikos, 
é o tete. Em suma, tanto na sociedade homérica quanto na micênica, existe toda 
uma gama de estatutos entre o ho mem livre e o escravo.
Saltemos agora alguns séculos e consideremos a época clássica. Nela 
temos dois modelos antagônicos que se enfrentam pública e também socialmente 
– digamos: o modelo ateniense e o modelo espartano. Aproximação decerto 
grosseira, pois há em Es parta características totalmente excepcionais que não 
permitem transformá-la num Estado oligárquico, mas, assim mesmo, o que é 
verdadeiro para Esparta é, muitas vezes, verdade, grosso modo, para a Tessália ou 
para Creta. 
Em Atenas reinava uma grande simplicidade que nos é familiar desde 
a primeira série ginasial. Existe o cidadão, o meteco, o escravo, com, é claro, 
distinções de acordo com o nível de fortu na, distinções entre a cidade e o campo, 
distinções também, acres centarei, de acordo com as idades, pois a “Constituição” 
ateniense opõe os “jovens” aos “velhos”. 
É evidente que, no interior do mundo dos escravos, exis tem enormes 
diferenças. Não é a mesma coisa ser gendarme, fun cionário ou mineiro, ter uma 
barraca ou ser operário agrícola. Mas juridicamente, do ponto de vista do estatuto 
pessoal, essas distin ções não representam muita coisa, pelo menos no século V. 
[...] Em suma, é claro, simples e radical, e isso mostra ao mesmo tempo que 
as três cate gorias da sociedade ateniense, cidadão, estrangeiro residente e escravo 
– esse estrangeiro absoluto, esse outsider, como diz Finley – são efetivamente 
vividas como tal em Atenas. [...]
Nossos manuais de história também falam de uma divisão em três partes 
da sociedade em Esparta: os pares (os homoioi), os periecos e os hilotas, mas essa 
divisão em nada corresponde à de Atenas. O hilota e o homoioi são dois extremos, 
sem que possamos dizer que a categoria da liberdade se aplique perfeitamente 
aos pares, nem a do escravo aos hilotas. [...] Apesar de seu nome, os homoioi não 
formam absolutamente, mesmo no século V, um grupo social homogêneo. 
[...] Além disso, todo jovem espartano que sofreu o agôgê, a educação 
espartana, pode tornar-se homoioi, mas nem todos tornam-se e constata-se, no 
século V, uma multiplicação de intermediários, uma profusão de categorias, 
dentre as quais algumas remontam a uma época muito antiga. [...]
TÓPICO 2 | PLATÃO, ARISTÓTELES E OS SOFISTAS
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 Do lado dos hilotas, a simplicida de também não reina mais. Um hilota 
pode ser um mothax, e as fontes antigas explicam esse termo ora como designando 
o escravo nascido em casa, ora como o hilota, criado com os espartanos e tendo 
passado pelo agôgê dos futuros pares. Libertado, o hilota irá tornar-se neodamodo, 
novo membro do damos, sem por isso tornar-se homoioi. Em suma, a sociedade 
espartana caracteriza-se por uma gama de estatutos sem que se possa definir 
muito claramente onde começa a liberdade e onde acaba a escravidão, pois mesmo 
os “iguais”, no fundo, não são homens livres no sentido ateniense do termo.
FONTE: VIDAL-NAQUET, Pierre. Os escravos gregos constituíam uma classe? In: VERNANT, 
Jean Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Trabalho e Escravidão na Grécia Antiga. Campinas: Papirus, 
1989, p. 86-91.
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
l	Platão, Aristóteles e os sofistas foram considerados os estudiosos que deixaram 
contribuições sobre política desde a Grécia Antiga aos dias atuais.
l	Platão deixou suas ideias políticas na obra A República, escrevendo sobre 
modelos ideais de cidade, estado, nação, justiça e cidadania.
l	Aristóteles deixou, como legado, a obra A Política. Considerado fundamental 
para o estudo das organizações políticas, bases das Cidades-Estado.
l	Os sofistas defendiam suas ideias, afirmando ser necessário usar a arte de bem 
falar para persuadir os outros por meio da palavra.
l	O Modo de Produção Escravista era a base de sustentação econômica da Grécia 
Antiga e, sobretudo, do Império Romano.
l	A noção de economia na Grécia Clássica era bastante diferente do que veio 
a ser entendido posteriormente. Inicialmente, designava a administração do 
patrimônio familiar.
29
1 A concepção de política grega pressupõe que existem modelos ideais de 
governantes. Homens que devem ser educados para o exercício de funções 
públicas. Escreva um texto, evidenciando sua opinião e comentários sobre 
esse tema.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 3
PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO 
NA IDADE MÉDIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historia/universidades-na-idade-media.
htm>. Acesso em: 15 out. 2008.
FIGURA 4 – UNIVERSIDADE NA IDADE MÉDIA
Sabemos o quanto a Idade Média é ainda considerada como um período 
obscuro, na qual a civilização ocidental teria adormecido diante do jugo da 
Igreja Católica. No campo do pensamento científico e filosófico, teríamos vivido 
um momento de ausência total de pensadores que fugiram aos domínios do 
Cristianismo.
Esse contexto foi chamado, por séculos, de Idade das Trevas e associado 
à tirania da Igreja, intolerância, fome, pestes, guerras, domínio das ideias 
sobrenaturais, irracionalidade. Esse processo seria rompido apenas com o 
Renascimento, no qual a humanidade retoma o pensamento da antiguidade 
clássica e prepara os fundamentos para o Iluminismo. 
Como surge esse estigma? Os pensadores humanistas do Século XVI, 
querendo exaltar as mudanças profundas apresentadas no Renascimento, 
chamaram o período anterior de Idade Média ou das Trevas. Essa denominação 
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UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
carregou a conotação de período estagnado em matéria de pensamentos e 
mudanças significativas. As instituições do período medieval e suas organizações, 
bem como os pensadores do período, serviram para afirmar o poder renovador 
da burguesia e suas instituições e pensadores alinhados com o novo tempo. 
Filmes hollywoodianoscontribuíram muito para reforçar a ideia de que do 
período medieval restaram trevas no pensamento, aventuras de heróis e romances 
cavalheirescos, nos quais o cavaleiro e seu cavalo buscam a justiça em nome da 
fé, honrando seu reino e defendendo sua amada. Rei Arthur e seus cavaleiros 
da Távola Redonda foram recontados nas telas e transformados em personagens 
épicos de uma época bucólica, mas vazia de produção intelectual.
Na Idade Média, o livro referencial foi a Bíblia, sem dúvida. O que se 
produziu em termos de pensamento e reflexões relacionavam-se com os preceitos 
cristãos interpretados de diferentes maneiras. As universidades e escolas 
monásticas eram controladas pela Igreja que mantém sob seu controle, inclusive, 
a escrita até o século XII. 
Senhores feudais eram, na maioria, analfabetos que mantinham um 
controle social e político sobre os homens. A Igreja ficava com o controle 
administrativo dos reinos ao fornecer funcionários que trabalhavam diretamente 
com os reis.
Como detentora da cultura, a Igreja praticava ensinamentos nos sermões 
e controlava moralmente as comunidades com sistemas de ensino, reuniões 
dominicais, confissões e definindo a organização do tempo de trabalho por meio 
dos toques do sino: tempo de repouso, tempo de trabalho, tempo de orações, de 
festas. Tempo de vida controlado rigorosamente pelo sino. Controle que perdurou 
até o surgimento dos relógios mecânicos, que substituíram os sinos. Seu poder 
era absoluto em várias formas de saber.
NOTA
O surgimento do relógio mecânico foi na Europa, final do século XIII, por volta do 
ano de 1271. Os relógios eram considerados como símbolo do equilíbrio, virtude e sabedoria.
TÓPICO 3 | PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA
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2 SANTO AGOSTINHO
FONTE: Disponível em: <http://br.geocities.com>. Acesso em: 18 out. 2008.
FIGURA 5 – SANTO AGOSTINHO
O texto que segue para você, caro(a) acadêmico(a), é uma tentativa de 
mostrar a originalidade e a riqueza de um pensador medieval ocupado em 
construir uma concepção universal, relacionando Deus, o mundo terreno e as 
bases racionais. Seus pensamentos sobre Estado e governo são dignos de estudo 
considerando-se que Santo Agostinho é o filósofo mais marcante deste período.
Antes chamado Aurelius Augustinus, Santo Agostinho defendeu uma 
concepção de que o Estado tem a função de controlar e vigiar o povo, evitando, 
assim, que este ceda às paixões, pecados e erros. Não há, em seus escritos, uma 
preocupação em separar a fé e a razão visto que acreditava que a razão auxilia 
os homens a atingirem a fé. E a fé, por sua vez ilumina a razão que esclarece os 
conteúdos mais profundos da fé. Ao deixar as fronteiras da fé e razão, assegura 
que as revelações divinas e o pensamento racional se complementam.
 Para Agostinho, o Estado ideal é o que procura imitar a perfeição 
divina. Em sua obra A cidade de Deus, descreve uma cidade ideal, organizada 
segundo a perfeição divina e tomando como base o amor divino, abolindo 
todas as formas de pecado. Seus pensamentos são dignos de análise e estudo, 
considerando-se que influenciaram todo o pensamento político medieval 
assentado na superioridade do poder espiritual sobre os homens.
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UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
Em sua obra Cidade de Deus, o pensador diz existirem muitos povos 
com religiões e costumes diversos em línguas e maneiras de vestir, mas afirma 
que existem apenas duas espécies de sociedade humana, ou como diz, cidades: 
uma comandada por homens que querem viver sob o jugo da carne e do pecado; 
outra que é orientada pelo espírito.
Nessa obra, o pensador diz ser impossível o Estado chegar à justiça se 
não optar pela orientação em torno dos princípios morais cristãos. Ao dizer, 
deixa claro que no seu ponto de vista, a Igreja é superior ao Estado. Deixa 
transparecer que para compreendermos a história da humanidade, deveríamos 
levar em consideração a luta constante entre duas sociedades: uma fundada 
pelos impulsos humanos e terrenos considerados inferiores – a cidade terrena; 
e outra fundada nos princípios da paz celestial e espiritual – a cidade de Deus.
Claro que para Santo Agostinho, o domínio deveria ser da Cidade de 
Deus, pois só nela é possível a paz permanente típica de reinos espirituais. A 
cidade terrena está vinculada ao reino do Diabo e de todos os males. Percebemos, 
em seu legado, que não há discussão sobre a condição de existência do Estado. 
Esse deveria ser cristão e comandar uma comunidade reunida nos princípios 
da fé cristã, tendo os interesses espirituais acima de todos os outros, mantendo 
a fé pura, garantindo, assim, a salvação humana.
Sua obra foi decisiva para a história do pensamento cristão. Por viver 
em um contexto no qual duas épocas se interpõem, Santo Agostinho trouxe, em 
seus escritos, o registro do seu tempo, com bases fixadas no pensamento antigo, 
mas preocupado em transformar o que já estava em decadência e apontar para 
o que ainda estava por vir. Seu pensamento dominou a cultura medieval ao 
descrever o encontro entre a fé e a razão, Estado e Igreja tendo como objetivo a 
pureza da fé. Diríamos que seu pensamento ainda persistiu por parte da Idade 
Moderna e ainda é fonte de debate em grupos cristãos pelo mundo.
Podemos apontar então três legados da obra de Agostinho:
● um ideal de cultura vinculado à fé, promovendo e apresentando as bases de 
organização de um possível Estado;
● uma síntese da doutrina cristã muito importante para o período em que 
viveu;
● é uma orientação filosófica para seus contemporâneos.
FONTE: Disponível em: <http://br.geocities.com>. Acesso em: 18 out. 2008.
TÓPICO 3 | PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO NA IDADE MÉDIA
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DICAS
O Nome da Rosa
Um monge franciscano é encarregado de investigar uma série 
de estranhas mortes que passam a ocorrer em um mosteiro, em 
plena Idade Média. Dirigido por Jean-Jacques Annaud e com Sean 
Connery e Christian Slater no elenco.
Título Original: Der Name Der Rose
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 130 minutos
3 MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL
Com as revoltas internas e os ataques de povos estrangeiros (os chamados 
povos bárbaros), o Império Romano começa a conhecer sua ruína por volta do 
século V d.C. E, com ele, o Modo de Produção Escravista também começa a 
deteriorar tendo pequenos agricultores uma força maior na economia.
Diante desse quadro, um novo Modo de Produção começa a desenhar sua 
base econômica: o Modo de Produção Feudal. Foi a partir do século V d.C. que 
começa o que denominamos Idade Média. Contudo, o sistema feudal começa a 
vigorar em parte da Europa somente após o século IX d.C. 
O Modo de Produção Feudal tinha, como base, a economia agrária 
com escassa circulação monetária. A propriedade das terras era de um grupo 
privilegiado: os senhores feudais, o clero e alguns descendentes de chefes tribais.
Na Idade Média, as forças produtivas continuavam seu desenvolvimento 
com o surgimento de novas tecnologias, tais como: a tipografia e a tecelagem, 
que contribuíram no desenvolvimento de algumas profissões muito importantes, 
para o desenvolvimento das pequenas cidades, em torno do artesanato e do 
comércio. Locais que, em época posterior, viriam a se tornar centros comerciais 
importantes na Europa.
3.1 DINÂMICA DO MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL
As relações de produção, no Modo de Produção Feudal, estavam baseadas 
na propriedade dos senhores feudais sobre a terra e no grande controle sobre os 
servos. O servo era quem cultivava um pedaço de terra cedido pelo proprietário 
e, para tanto, pagava impostos e cultivava parte desta, em que o resultado da 
produção pertencia ao senhor.
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UNIDADE 1 | RECORTE HISTÓRICO: ORIGENS DO PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO
O senhor, por sua vez, não poderia castigar o servo, mas poderia, por 
exemplo, vender as terras com

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